[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Paradoxo probabilístico/psicológico

2018-07-19 Por tôpico Anderson Torres
Em seg, 16 de jul de 2018 às 12:17, Claudio Buffara
 escreveu:
>
> Dadas as regras dos jogos de dados usuais, se alguém for usar um dado 
> viciado, e se o único vício tecnicamente factível for "dar sempre o mesmo 
> número", então é de se esperar que um dado viciado vá produzir somente o 
> resultado 6 e, assim, se observarmos uma sequência de 10 x 6, nossa suspeita 
> será justificada.
>
> Mas podemos imaginar um jogo mais complexo e pouco ortodoxo, possivelmente 
> com dados virtuais (ou seja, em computador), no qual a sequência 
> (6,1,5,2,6,3,1,4,2,5) seja a mais desejável. Neste caso, se esta sequência 
> sair em 10 lançamentos, a suspeita de dado viciado será justificável.
> O dado terá que ser virtual pois é difícil (mas não impossível) imaginar um 
> dado físico "programado" para dar aquela sequência.

Nem tanto. É só fazer um dado oco, em que o "buraco" está mais próximo
de um número que de outro. Ou também lixar algumas arestas levemente,
de forma a deixar o dado imperceptivelmente irregular.

Agora, para gerar esse dado específico, isso depende de muito mais
ajuste fino do que eu posso imaginar. Mas a ideia é essa, hehe!

>
> Ou seja, a ocorrência ou não do (pseudo)-paradoxo psicológico depende das 
> regras do jogo.
>
> []s,
> Claudio.
>
>
> 2018-07-14 23:21 GMT-03:00 Artur Steiner :
>>
>> Se jogarmos n vezes de forma aleatória um dado equilibrado, a probabilidade 
>> de qualquer sequência de resultados é de (1/6)^n. Assim, se jogarmos um 
>> dado, digamos, 10 vezes e sempre obtivermos 6, não há matematicamente 
>> nenhuma evidência de que o dado seja viciado. Mas se isso acontecer, quase 
>> todo mundo vai suspeitar - e muitos vão afirmar - que o dado é viciado. Eu, 
>> por exemplo, embora sabendo que todas as possíveis sequências são 
>> equiprováveis, vou ter sérias dúvidas sobre a honestidade do dado.
>>
>> Mas se der 6 1 5 2 6 3 1 4 2 5, ningúem vai se chocar.
>>
>> Como explicar este paradoxo probabilístico/psicológico?
>>
>> Artur Costa Steiner
>>
>> --
>> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
>> acredita-se estar livre de perigo.
>
>
>
> --
> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
> acredita-se estar livre de perigo.

-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.


=
Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
=


Re: [obm-l] Re: [obm-l] Paradoxo probabilístico/psicológico

2018-07-16 Por tôpico Ary Medino
 Caros(s)
Existe a noção de "Probabilidade Subjetiva".  Sobre essa linha de pensamento 
probabilístico, pode-se dizer que:
- Deriva do julgamento próprio que cada um faz sobre o quão provável um 
determinado evento pode ser. - Não se baseia em cálculos matematicamente 
fundamentados.
- Reflete as opiniões e experiências passadas de cada indivíduo . 
- Difere de pessoa para pessoa. - É altamente parcial.
Por exemplo, no experimento que consiste de lançar um dado 10 vezes e observar 
o resultado, para alguém muito cético, o resultado 66 seria altamente 
improvável, quase impossível. Já para algumas pessoas, esse resultado pode ser 
tão provável quanto qualquer outro possível.
Obviamente, essa não é a abordagem adotada pela teoria matemática das 
probabilidades. Esta teoria desenvolveu-se ao longo dos séculos, até chegar á 
sua forma atual graças às contribuições de grandes matemáticos (Kolmogorov, 
Lebesgue, Borel, ... só para citar alguns). É ela que dá sustentação a tudo que 
pretende utilizar cálculos probabilísticos de modo racional. Esta teoria 
matemática ignora os pré-julgamentos que cada pessoa possa fazer sobre o grau 
de possibilidade que qualquer evento tenha de ocorrer.
Seguem algumas indicações de leitura para aprofundar, entre outras:
1- "Probability and certainty" by Emile Borel
2- "Probability, Inductions and statistics" by Bruno de Finetti3- "Lógica 
Indutiva e Probabilidade" por Newton da Costa4- "Philosophical lectures on 
probability" Bruno de Finetti
Espero ter contribuídoAbraçosAryEm segunda-feira, 16 de julho de 2018 
13:13:38 BRT, Claudio Buffara  escreveu:  
 
 Dadas as regras dos jogos de dados usuais, se alguém for usar um dado viciado, 
e se o único vício tecnicamente factível for "dar sempre o mesmo número", então 
é de se esperar que um dado viciado vá produzir somente o resultado 6 e, assim, 
se observarmos uma sequência de 10 x 6, nossa suspeita será justificada. 
Mas podemos imaginar um jogo mais complexo e pouco ortodoxo, possivelmente com 
dados virtuais (ou seja, em computador), no qual a sequência 
(6,1,5,2,6,3,1,4,2,5) seja a mais desejável. Neste caso, se esta sequência sair 
em 10 lançamentos, a suspeita de dado viciado será justificável.O dado terá que 
ser virtual pois é difícil (mas não impossível) imaginar um dado físico 
"programado" para dar aquela sequência.
Ou seja, a ocorrência ou não do (pseudo)-paradoxo psicológico depende das 
regras do jogo.
[]s,Claudio.

2018-07-14 23:21 GMT-03:00 Artur Steiner :

Se jogarmos n vezes de forma aleatória um dado equilibrado, a probabilidade de 
qualquer sequência de resultados é de (1/6)^n. Assim, se jogarmos um dado, 
digamos, 10 vezes e sempre obtivermos 6, não há matematicamente nenhuma 
evidência de que o dado seja viciado. Mas se isso acontecer, quase todo mundo 
vai suspeitar - e muitos vão afirmar - que o dado é viciado. Eu, por exemplo, 
embora sabendo que todas as possíveis sequências são equiprováveis, vou ter 
sérias dúvidas sobre a honestidade do dado. 
Mas se der 6 1 5 2 6 3 1 4 2 5, ningúem vai se chocar.

Como explicar este paradoxo probabilístico/psicológico?

Artur Costa Steiner
--
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e 
 acredita-se estar livre de perigo.


--
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e 
 acredita-se estar livre de perigo.  
-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.



[obm-l] Re: [obm-l] Paradoxo probabilístico/psicológico

2018-07-16 Por tôpico Claudio Buffara
Dadas as regras dos jogos de dados usuais, se alguém for usar um dado
viciado, e se o único vício tecnicamente factível for "dar sempre o mesmo
número", então é de se esperar que um dado viciado vá produzir somente o
resultado 6 e, assim, se observarmos uma sequência de 10 x 6, nossa
suspeita será justificada.

Mas podemos imaginar um jogo mais complexo e pouco ortodoxo, possivelmente
com dados virtuais (ou seja, em computador), no qual a sequência
(6,1,5,2,6,3,1,4,2,5)
seja a mais desejável. Neste caso, se esta sequência sair em 10
lançamentos, a suspeita de dado viciado será justificável.
O dado terá que ser virtual pois é difícil (mas não impossível) imaginar um
dado físico "programado" para dar aquela sequência.

Ou seja, a ocorrência ou não do (pseudo)-paradoxo psicológico depende das
regras do jogo.

[]s,
Claudio.


2018-07-14 23:21 GMT-03:00 Artur Steiner :

> Se jogarmos n vezes de forma aleatória um dado equilibrado, a
> probabilidade de qualquer sequência de resultados é de (1/6)^n. Assim, se
> jogarmos um dado, digamos, 10 vezes e sempre obtivermos 6, não há
> matematicamente nenhuma evidência de que o dado seja viciado. Mas se isso
> acontecer, quase todo mundo vai suspeitar - e muitos vão afirmar - que o
> dado é viciado. Eu, por exemplo, embora sabendo que todas as possíveis
> sequências são equiprováveis, vou ter sérias dúvidas sobre a honestidade do
> dado.
>
> Mas se der 6 1 5 2 6 3 1 4 2 5, ningúem vai se chocar.
>
> Como explicar este paradoxo probabilístico/psicológico?
>
> Artur Costa Steiner
>
> --
> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
> acredita-se estar livre de perigo.

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Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.



[obm-l] Re: [obm-l] Paradoxo probabilístico/psicológico

2018-07-16 Por tôpico Rodrigo Ângelo
Ops, rejeitar a hipótese que a distribuição é uniforme*

On Mon, Jul 16, 2018 at 10:13 AM Rodrigo Ângelo 
wrote:

> Sem ser muito rigoroso, a variável aleatória X = 'soma das faces que
> saíram para cima em n lançamentos de um dado honesto' tem uma distribuição
> que se aproxima da normal à medida que n aumenta.
>
> Com n = 3, a distribuição de X já fica da seguinte maneira:
>
> [image: image.png]
> Ou seja, assumindo que o evento "lançar um dado e observar a face virada
> para cima" tem distribuição uniforme (tal dado é honesto), quando
> construímos a V.A. X, temos que P(X=6n)=1/(6^n), enquanto a probabilidade
> de X estar próximo de 3,5*n é muito grande. Então se ao lançar um dado n
> vezes e ocorrer 6 em todas as n vezes, temos evidências sim de que a
> distribuição de cada lançamento do dado pode não ser uniforme e rejeitar
> essa hipótese fixando algum nível de significância.
>
> On Sat, Jul 14, 2018 at 11:31 PM Artur Steiner <
> artur.costa.stei...@gmail.com> wrote:
>
>> Se jogarmos n vezes de forma aleatória um dado equilibrado, a
>> probabilidade de qualquer sequência de resultados é de (1/6)^n. Assim, se
>> jogarmos um dado, digamos, 10 vezes e sempre obtivermos 6, não há
>> matematicamente nenhuma evidência de que o dado seja viciado. Mas se isso
>> acontecer, quase todo mundo vai suspeitar - e muitos vão afirmar - que o
>> dado é viciado. Eu, por exemplo, embora sabendo que todas as possíveis
>> sequências são equiprováveis, vou ter sérias dúvidas sobre a honestidade do
>> dado.
>>
>> Mas se der 6 1 5 2 6 3 1 4 2 5, ningúem vai se chocar.
>>
>> Como explicar este paradoxo probabilístico/psicológico?
>>
>> Artur Costa Steiner
>>
>> --
>> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
>> acredita-se estar livre de perigo.
>
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 acredita-se estar livre de perigo.



[obm-l] Re: [obm-l] Paradoxo probabilístico/psicológico

2018-07-16 Por tôpico Rodrigo Ângelo
Sem ser muito rigoroso, a variável aleatória X = 'soma das faces que saíram
para cima em n lançamentos de um dado honesto' tem uma distribuição que se
aproxima da normal à medida que n aumenta.

Com n = 3, a distribuição de X já fica da seguinte maneira:

[image: image.png]
Ou seja, assumindo que o evento "lançar um dado e observar a face virada
para cima" tem distribuição uniforme (tal dado é honesto), quando
construímos a V.A. X, temos que P(X=6n)=1/(6^n), enquanto a probabilidade
de X estar próximo de 3,5*n é muito grande. Então se ao lançar um dado n
vezes e ocorrer 6 em todas as n vezes, temos evidências sim de que a
distribuição de cada lançamento do dado pode não ser uniforme e rejeitar
essa hipótese fixando algum nível de significância.

On Sat, Jul 14, 2018 at 11:31 PM Artur Steiner <
artur.costa.stei...@gmail.com> wrote:

> Se jogarmos n vezes de forma aleatória um dado equilibrado, a
> probabilidade de qualquer sequência de resultados é de (1/6)^n. Assim, se
> jogarmos um dado, digamos, 10 vezes e sempre obtivermos 6, não há
> matematicamente nenhuma evidência de que o dado seja viciado. Mas se isso
> acontecer, quase todo mundo vai suspeitar - e muitos vão afirmar - que o
> dado é viciado. Eu, por exemplo, embora sabendo que todas as possíveis
> sequências são equiprováveis, vou ter sérias dúvidas sobre a honestidade do
> dado.
>
> Mas se der 6 1 5 2 6 3 1 4 2 5, ningúem vai se chocar.
>
> Como explicar este paradoxo probabilístico/psicológico?
>
> Artur Costa Steiner
>
> --
> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
> acredita-se estar livre de perigo.

-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.