Caros Javaneses,

    Uma poss�vel mobiliza��o de desenvolvedores  - sejam com arquitetos e
engenheiros de software, analistas ou apenas programadores - � dif�cil de
ocorrer n�o apenas pela cultura, mas tamb�m pela realidade econ�mica desta
classe. Onde �s vezes discrep�ncia de sal�rios entre empresas, e as vezes
at� dentro da mesma empresa, torna uma coalis�o dif�cil.

    Por�m, ainda acredito que uma tabela de sal�rios onde par�metros como
conhecimento, certifica��o, forma��o t�cnica, acad�mica,  know-how e
experi�ncia - em pequenos, m�dios e grandes projetos - sejam considerados
para a avalia��o de remunera��o seria uma excelente ferramenta para nos
basearmos.

    A da Info e da Catho s�o muito superficiais, o da APInfo -
http://www.apinfo.com/quant2.htm - tem boa inten��o mas acredito que falta
par�metros para a finaliza��o de um bom material de refer�ncia.

    Mas como recordar � viver, lembro-me que uma das propostas que surgiram
em uma das listas de regulamenta��o da profiss�o que participei houve uma
sugest�o que achei brilhante, que o foco da regulamenta��o fosse pela
"compet�ncia". Pois �, fosse institu�do que s� os profissionais
"competentes" (seja ela autoditada, t�cnico, bacharel ou mestre)poderiam
atuar na �rea, e que para auferir esta compet�ncia fosse aplicada uma prova
que "certificaria a compet�ncia" do profissional, sendo-se que empresas que
tivesse profissionais de compet�ncia n�o auferida seria multada.
Independente se o cara tivesse apenas facoco ou  bacharelado de Educa��o
F�sica; bastava ter um registro que avaliasse sua compet�ncia. Mas a�
come�ou discuss�o exot�ricas que esta avalia��o deveria ter teste
psicol�gico para auferir propriedades da personalidade do indiv�duo e como
isto � algo mais delicado ainda, o neg�cio n�o foi para frente. Algumas das
sugest�es que ocorreram nesta lista acabou sendo utilizada na
contra-proposta da FENADADOS ao Projeto de Lei do Mestre Silvio Meira, mas
esta fant�stica sugest�o acima n�o decolou, o que � uma pena pois por ela
trataria os "Informatas" por esfor�o ou voca��o com a mesma igualdade
daqueles que o s�o por forma��o, al�m de excluir os picaretas...

    Por�m sendo mais pr�tico, que tal fazermos a tal tabela de refer�ncia de
sal�rios?

    Ela poderia ser apenas para consulta, mas quem sabe se num futuro - n�o
muito remoto - ela n�o fosse refer�ncia absoluta?
    Assim quando esta pergunta fosse realizada, seja aqui ou em qualquer
outra lista, a resposta fosse, consulta a tabela de sal�rios javaneses do
site XXX, como exemplo http://www.soujava.org.br/salarios

    Com o tempo ela at� poderia ser refer�ncia obrigat�ria, caso fosse
s�lida e s�bria.

     Ent�o?

Att.,
Alberto Fabiano

-----Mensagem original-----
De: Mauro Martini [mailto:[EMAIL PROTECTED]
Enviada em: 20 March 2003 11:20
Para: Leonardo Pereira
Cc: [EMAIL PROTECTED]
Assunto: [java-list] Re: Salarios para JAVA


J� que o debate ainda n�o descambou pra briga, vou meter a minha colher.

Acho que o Leonardo tocou no ponto certo. Programador, desenvolvedor,
"informata" em geral, � marginal. S�o profiss�es novas, surgidas no fim do
s�culo passado (!), em tempos de crise muito grande de todo o sistema de
produ��o. O sonho do capitalismo � n�o ter profissionais, n�o ter experts,
poder tratar os recursos humanos como um insumo. Poder dispor da m�o-de-obra
como se disp�e de energia e mat�ria prima.

A quest�o da compet�ncia me parece at� de menor relev�ncia neste contexto.
Tamb�m existem m�dicos e advogados incompetentes, como qualquer tipo de
profiss�o, mas eles pelo menos est�o protegidos por estruturas e tradi��es
que garantem um m�nimo de respeitabilidade na sociedade. Programador n�o,
tem que vestir a camiseta. Ser programador hoje � como ser professor, tem
que gostar, porque n�o vale a pena. E professor � um bom exemplo de uma
categoria profissional que j� teve um bom status e foi desmantelada nas suas
formas de organiza��o; consequ�ncia disto s�o os p�ssimos sal�rios e
condi��es de trabalho e o resultado � a terr�vel condi��o do ensino.

Por isso estas profiss�es novas s�o t�o desvalorizadas e existem tantas
discrep�ncias no mercado.

Esta situa��o de marginalidade tambem explica, IMHO, o "efeito colateral"
que o capitalismo n�o esperava: o enorme movimento de software livre. Se �
pra trabalhar (quase) de gra�a, pelo menos tem uma op��o pra progamar da
maneira que d� mais prazer e sentir que est� colaborando para a sociedade de
alguma forma. Menos frustrante que fazer coisas que sabemos que as vezes v�o
resolver um grande problema, gerar muito dinheiro, e s� participamos das
migalhas.

Em resumo, esta quest�o de grana � complicada :-). E como eu sei que n�o vai
rolar um movimento pol�tico forte de programadores, porque programadores t�m
uma cultura diferente de metal�rgicos e e mineiros, a esperan�a � que a
galera tome consci�ncia da import�ncia da profiss�o. No mundo que a gente
vive hoje quase tudo, e pricipalmente o dinheiro, passa por computadores e,
portanto, por programas.

Algu�m a� acha que programadores s�o menos importantes pra sociedade que
advogados, administradores, marketeiros, vendedores?


Leonardo Pereira writes:

> O que est� acontecedo � o mesmo que em outros ramos do mercado de
> trabalho... qualquer �rea da inform�tica que estiver pagando sal�rios
> atraentes, profissionais experientes ou universit�rios correm para a mesma
> e procuram se especializar nela, crescendo assim a concorr�ncia. Com
> muitos profissionais � disposi��o, normalmente pequenas ou m�dias
> consultorias de inform�tica contratar�o os mais baratos em detrimento dos
> mais capacitados. Vai chegar o dia em que se questionarmos nossos
> sal�rios, nos dir�o: "se n�o quiser o emprego, tudo bem, t�m v�rios
> esperando para ganhar o que voc� ganha".
>
> Porqu� isso n�o acontece com profissionais como m�dicos ou advogados? �
> porque tais profissionais t�m certa prote��o � sua profiss�o. N�o existe a
> Ordem dos M�dicos? N�o existe a Ordem dos Advogados? Tais Ordens falam
> pelos seus profissionais diante das Leis Trabalhistas, estabelecendo tetos
> m�nimos para seus sal�rios. Procurem saber se existe esse "LEIL�O" que h�
> no mercado de inform�tica em tais profiss�es? Os profissionais de
> inform�tica, em sua vasta maioria, somos quase "descart�veis", porque as
> tecnologias tamb�m tendem a ser. Porque todos n�o lutamos por se criar uma
> Ordem dos Inform�ticos?????? Assim n�o passaremos mais por "upgrades
> humanos".
>
> Sou um "javan�s" hoje pois, al�m do sal�rio n�o ser t�o ruim AINDA, � uma
> linguagem que traz consigo desafios e cont�m recursos ainda desconhecidos.
> Quanto mais conheco Java, mais eu sei o quanto ainda h� para conhecer. Se
> o Java continuar� "em alta", isso s� depende de n�s. Mesmo sabendo que a
> estabilidade neste mercado depende de nossas pr�prias qualifica��es,
> precisamos nos conscientizar e lutar para que ningu�m menospreze o
> conhecimento que temos adquirido no decorrer dos anos.
>
> Abra�os.
> Leonardo Pereira.


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