Rodrigo Freire <freires...@gmail.com> escreveu: > A hipótese que T tem nomes para suas fórmulas significa apenas que > as fórmulas de T e os termos fechados de T estão em correspondência > 1-1: a cada fórmula F corresponde um termo fechado ‘F’. Nem precisa > mencionar aritmética. Qualquer teoria em que o numero de fórmulas é > igual ao número de termos fechados satisfaz isso por definição.
> Que T não representa simultaneamente sua diagonalização de fórmulas > (a operação que associa F(‘F’) à fórmula F) e sua teoremicidade é a > conclusão (em TMR), e também dispensa qualquer menção à > aritmética. Não é preciso qualquer menção, por exemplo, às funções > recursivas nesse teorema. Onde está a aritmetização como hipótese? Bem, Rodrigo, acho que podemos concordar que a questão em pauta não é a simples *menção* do termo "aritmetização", ou outro termo que o valha, mas se a técnica em si não é, de alguma maneira, pressuposta nas demonstrações alternativas que estamos discutindo. No caso da sua proposta específica, você pergunta: > Onde está a aritmetização como hipótese? Eu necessitaria de mais detalhes para fornecer uma resposta mais enfática, mas faço algumas indicações a seguir. Você propõe: > Se o numero de fórmulas de T é igual ao número de termos fechados de > T, e T é consistente, então T não representa simultaneamente a > operação de diagonalização nas suas fórmulas e a dedutibilidade em > T. Ora, consideremos uma teoria matemática fundamental, numa formulação qualquer, digamos, nos moldes do Principia Mathematica, como Gödel fez. Vamos avaliar a sua (in)decidibilidade com base no enunciado acima. Suponhamos que essa teoria é consistente. O critério de que o número de fórmulas seja igual ao número de termos fechados, claramente, não pode ser suficiente para a indecidibilidade (ex. Aritmética de Presburger). O outro critério seria que T "*representa* a operação de diagonalização nas suas fórmulas". O que significa isso? Seria possível avaliar esse critério para a nossa teoria sem apelar para a aritmetização? A minha aposta é que não. Imagino que você tenha em mente algo similar ao que consta no TMR, §II, Theorem 1. Ali, o resultado está enunciado em termos da noção de definibilidade (§II.2), onde, assim eu mantenho, estaria embutido o apelo à aritmetização. Inclusive, esse termo "definível" ("definierbar") é o mesmo usado por Gödel no artigo original. Porém, enquanto Gödel meticulosamente constrói as classes definitórias dos predicados e relações metamatemáticas por meio da aritmetização, TMR simplesmente substituem uma definição existencial, inserem como hipótese do enunciado e pronto! Típico matemático clássico! Sempre que há uma bela e elegante construção, substitui uma definição existencial e alega um resultado mais geral e abstrato. ;-) A questão é: Como seria possível demonstrar o existencial ali com respeito a função D de diagonalização para uma teoria particular, como o Principia Mathematica (e, assim, obter o resultado original de Gödel), sem usar aritmetização? -- Hermógenes Oliveira -- Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L" dos Grupos do Google. Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br. Para ver esta discussão na web, acesse https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/AM6P192MB04885CB48E338A7815D3D03EE9240%40AM6P192MB0488.EURP192.PROD.OUTLOOK.COM.