Acho que este é só um "pseudo-paradoxo".

Suponha que um dado tomado ao acaso é viciado para só dar 6 com
probabilidade p e honesto com probabilidade 1 - p.
Se você jogar este dado N vezes e obtiver 6 todas as vezes, qual a
probabilidade deste dado ser viciado?
Ou seja, quanto é a probabilidade condicional P(viciado|Nx6) ?

P(viciado|Nx6) = P(viciado e Nx6)/P(Nx6)
= P(Nx6|viciado)*P(viciado)/(P(Nx6|viciado)*P(viciado) +
P(Nx6|honesto)*P(honesto))
= 1*p/(1*p + (1/6)^N*(1-p))
= p/(p + (1-p)*(1/6)^N)
= 1/(1 + (1/p -1)*(1/6)^N)

Por exemplo, se 1 em cada 1 milhão de dados for viciado desta forma (p =
1/1.000.000) e se, jogando um certo dado 10 vezes obtivermos 10 x 6, então
a probabilidade deste dado ser viciado será  1/(1 + 999.999/6^10) = 98,37%.

Ou seja, neste caso, a suspeita é justificada.

Mas se p = 1/1.000.000.000, então P(viciado|10x6) = 5,7% e, neste caso,
precisaremos jogar o dado mais vezes pra justificar a suspeita.
Mas não muito mais vezes: P(viciado|14x6) = 98,74%.

[]s,
Claudio.






2018-07-14 23:21 GMT-03:00 Artur Steiner <artur.costa.stei...@gmail.com>:

> Se jogarmos n vezes de forma aleatória um dado equilibrado, a
> probabilidade de qualquer sequência de resultados é de (1/6)^n. Assim, se
> jogarmos um dado, digamos, 10 vezes e sempre obtivermos 6, não há
> matematicamente nenhuma evidência de que o dado seja viciado. Mas se isso
> acontecer, quase todo mundo vai suspeitar - e muitos vão afirmar - que o
> dado é viciado. Eu, por exemplo, embora sabendo que todas as possíveis
> sequências são equiprováveis, vou ter sérias dúvidas sobre a honestidade do
> dado.
>
> Mas se der 6 1 5 2 6 3 1 4 2 5, ningúem vai se chocar.
>
> Como explicar este paradoxo probabilístico/psicológico?
>
> Artur Costa Steiner
>
> --
> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
> acredita-se estar livre de perigo.

-- 
Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e
 acredita-se estar livre de perigo.

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