Ok, vou fazer uma correção, e menosprezar o governo apenas. E este novamente.

Caros, estou com uns compromissos aqui mas já traduzi metade do
artigo. Segue o que já está traduzido.

Garotos (n.t: criançada ou algo assim também caberia aqui), o que me
diriam se lhes contasse que desde hoje, os 15 milhões de chilenos
(todos) seremos usuários da Microsoft... quer queiramos, quer não?

Foi o que eu imaginei...

E que tal se eu acrescentar ao pacote que, de agora em diante,
realizar qualquer trâmite estatal ou municial irá requerer o uso de
software Microsoft? Mas não nos conformemos. Somem o fato de que toda
a edução chilena será executada sobre plataformas Microsoft e que -
não bastando isso - cada estudante matriculado de nosso país será
convertido em "cliente preferencial" da empresa.

Já é o suficiente? Esperem, fica ainda melhor.

Digamos além disso que Microsoft terá privilégios exclusivos para
lançar programas de "apoio" à pequenas e médias empresas chilenas,
assim como estudar as áreas produtivas mais importantes de nosso país
e oferecer-les "soluções inovadoras".

Mas, acima de tudo, que me diriam se lhes revelho que devemos
agrtadecer toda esta maravilha ao Governo Chileno, mais
especificamente ao nosso(deles) Ministro da Economia?

Piada para ingênuos? Um pesadelo Orwelliano (referência ao Big Brother
de 1984 de Orwell)? Nós bem que gostaríamos...

No último dia 18 de julho, o senador Alejandro Navarro interviu na
Câmara Alta (Senado) para denunciar um curioso documento ao qual teve
acesso.

Se tratava de uma copia do Acordo Marco de Cooperação firmado em 9 de
maio entre nosso (deles) Ministro da Economia, Alejandro Ferreiro,
Craig Mundie, Chief Research and Strategy Officer de Microsoft e
Hernán Orellana, gerente da Microsoft Chile e nosso velho amigo.

Embora a intervenção de Navarro acabou sendo confuso, levantou
suficientes dúvidas para que alguns defensores da neutralidade
tecnológica começassem a solicitar o documento ao qual, Carlos e eu
(autor original) obtivemos cópia.

O que lemos congelou-nos. Não apenas porque nosso Governo está
vendendo seus cidadãos como gado a uma corporação multinacional -
qualquer que seja - senão porque se alguma vez nos escutaram fazendo
piadas sobre o grande plano de dominação mundial da Microsoft, este
documento se parece perigosamente com isto.

Se trata de um acordo onde Chile dá sinal verde (carta branca) à
Microsoft - tal como aponta Navarro, sem licitação alguma - para
desenvolver projetos em distintas frentes sociais, como gestão cidadã,
gestão municipal, educação, capacitação, fomento empresarial ou
inovação, outorgando-lhe não apenas o apoio do aparelho estatal, senão
de orgãos críticos, como o Registro Civil ou o INJUV (n.t: não sei o
que é).

Passemos brevemente a analisar (n.t: o termo utilizado é "desgranar el
choclo" que significaria "retirar os grãos da espiga de milho") ponto
a ponto e lhes advirto... não é algo para os cardíacos.

A) Capacitação Digital

Microsoft financiará parte de 15.000 bolsas de estudo para jovens
desempregados entre 18 e 35 anos, a fim de que obtenham a Licença
Internacional para Conduzir Computadores (ICDL - n.t: alguém tem
alguma informação sobre essa licença?) junto à Fundação Chile e outras
ONGs.

Soa bonito, mas significa que a capacitação em nosso país será feita
com a dependência dos programas da Microsoft, fechando as portas a
alternativas melhores ou mais econômicas. É dizer, as pessoas não
aprenderão computação, e sim Windows; nem processadores de texto, e
sim Word (Javier escreveu bastante sobre o tema).

Por certo, Microsoft se compromete a investir 1 milhão de dólares no
projeto. Nosso (deles) Governo afirma que "avaliará seus aportes
econômicos para contemplá-lo".

Tal como pergunta Navarro, quanto dinheiro de todos os chilenos - para
promover tecnologia Microsoft - significa tudo isso?

B) Domicilio Digital

Ainda longe do tema mais grave do acordo. Segundo o texto:

(É a) "criação conjunta de um 'espaço' onde os cidadãos tenham acesso
a toda a informação, notificações e interação relevante com
instituições públicas. O cidadão não busca mais a informação, a
informação segue o cidadão".

Para realizaá-lo, Microsoft proverá sua plataforma livre (n.t:
??!?!?!*&*!@&([EMAIL PROTECTED]) em correio, mensagens instantâneas, blogs e
acesso de celulares (Hotmail, Messenger, Spaces e Mobile) aos 15
milhões de chilenos, para o que o Ministério da Economia "se
compromete a contar com a infraestrutura computacional básica para a
criação das contas dos cidadãos [...] em coordenação com o Serviço de
Registro Civil e identificação".

Desculpem? O Registro Civil vai entregar nossos (deles) dados à
Microsoft para a criação de contas em Windows Live?

Posso perguntar com qual permissão se viola nossa privacidade de uma
forma em que nem Dicom-Equifaz nem a Câmara do Comércio nunca tiveram
acesso? Quem autorizou o Ministro Ferreiro a abrir contas de hotmail
por cada um de nós? De fato: é sequer legal que o faça? (Carlos
escreveu mais extensamente sobre este ponto).

Enfim, não estranhem se de agora em diante, ao invés de RUT (n.t: rg),
nos identificarem com uma conta @live.com.

C) Município Digital

Microsoft se compromete a prover software "para que os governos locais
possam desenvolver portais que lhes permitam relacionar-se com a
comunidade", enquanto que o Ministério da Economia "se coordenará com
a Subsecretaria de Desenvolvimento Regional [para] gerar uma oferta
aos municípios que lhes permitam contratar os serviços de consultoria
requeridos para a customização e implementação dos portais".

Se com Meu Primeiro PC nosso (deles) Governo demostrou sua eficácia
como vendedor de equipamentos de informática aos cidadãos, agora está
pronto para repetir o número com os municípios.

Isto não apenas significa ignorar os projetos que muitos deles já
realizaram baseado em soluções próprias - atropelando no caminho aos
pequenos provedores de software nacionais - senão que ao funcionar
sobre plataforma Microsoft, o acesso dos cidadãos aos portais também
irá requerer software da Microsoft.

Que significa isso? Que os usuário ou empresas que atualmente utilizam
software livre como Linux ou Firefox por razões de segurança ou para
baratear custos, deverão adquirir Windows Internet Explorer para
realizar seus trâmites... um tema que já é familiar à nossa
Receita/Leão.

Novamente, a simples possibilidade de escolha é minada por nosso Governo.

D) E ) F) Escola Inovadora, Escola Conectada e Professores Inovadores

"Microsoft desenvolverá no Chile uma experiência sistêmica de
incorporação de tecnologias da informação para a inovação educativa
[...], implementar uma solução tecnológica que permita otimizar a vida
útil da infraestructura tecnológica instalada no sistema escolar
público [e] gerar uma rede de professores que inovem em seus processos
de ensino, utilizando criativamente as oportunidades das tecnologías
de informação disponíveis no sistema escolar".

"O Ministério da Economia se compromete a coordenar com o Ministério
da Educação a incorporação destes recursos tecnológicos no sistema
escola [...] a incluir estes recursos no Portal EducarChile e a as
iniciativas desta rede".

*Suspiro*... bom, apenas 2 pontos:

1) A Microsoft não é boba. A estratégia de "doar soluções" às escolas
e logo recuperar muito mais na inversão em licenças posteriores é algo
que vem realizando desde o acordo de 2001, com o Departamento de
Justiça dos EUA.

Agora, quando dinheiro perde anualmente o sistema escolar chileno em
pagamento de licenças? Segundo Navarro, sete de nossos ministérios
geram um custo de 14 bilhões de pesos (moeda local) só com este
conceito. Façam as contas.

2 ) Alguns grupo de SL como LinuxChillan realizaram um belo e
desisteresado trabalho al reabilitar equipamentos de escolas públicas
que usando software MS ficaram obsoletos, mas ainda tem vida útil
utilizando Linux, Open Office e outros produtos alternativos.

Longe de apoiar estas iniciativas, com este acordo, o Governo sepulta
o uso de software alternativo (não necessariamente livre), requerendo
novos investimentos e perpetuando um sistema de licenças que é
altamente lucrativo para Microsoft, sem contar que tantos professores
quanto alunos adiante se formarão exclusivamente sob o uso de seus
produtos

G) Pequenas Empresas no século XXI

.... parei aqui.

Em 26/07/07, Charles Pilger<[EMAIL PROTECTED]> escreveu:
On 7/26/07, Pablo Sánchez <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
> Isso é resultado do que os fdp dos chilenos fizeram na época da Guerra
> das Malvinas com a Argentina, servido de base à Inglaterra em troca de
> uma série de favores do gênero, dentre eles esse pacto nojento com os
> EUA.
>
> Desculpem, como argentino que sou eu menosprezo o Chile.

Desculpe Pabro, mas não dá para deixar passar essa... Ok, sou
brasileiro, não tenho pelo assunto a mesma proximidade que você, mas
menosprezar o Chile? Que tal menosprezar o GOVERNO que detinha o poder
na época? Vale lembrar que o presidente na época era o ditador Augusto
Pinochet, de forma que se um chileno quisesse se manifestar a favor da
Argentina ele nem poderia fazê-lo.

Você está menosprezando um povo em função de mais uma das decisões
errôneas tomadas por um governo que se impôs pela força...

[]'s
Charles Pilger
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"Se você acha educação cara, tente a ignorância." - Derek Bok,
ex-reitor de Harvard
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