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2002-05-23 Por tôpico Eduardo Casagrande Stabel


From: Paulo Santa Rita [EMAIL PROTECTED]
 Grande Duda !
 E ai maluco, tudo blz ?

 Realmente, eu nao recebi a mensagem do Fabio a que voce se refere. Aqui
onde
 estou ha uma preocupacao muito grande com seguranca, mas o sub-sistema que
 cuida disso ta meio doido e as vezes passa sistematicamente a bloquear
 certas mensagens, que ele identifica por letras contidas no nome da pessoa
 que envia. Ele vai ser trocado, mas, ate la, sou obrigado a conviver com
 isso.

 O problema surgiu com o nosso colega Dirichlet, que perguntou :

 E POSSIVEL QUE AS RAIZES CUBICAS DE TRES NUMEROS PRIMOS, DOIS A DOIS
 DISTINTOS, SEJAM TERMOS DE UMA MESMA PROGRESSAO ARITMETICA ?

 Eu conjecturei algo mais amplo, a saber :

 SE A, B e C SAO NATURAIS, DOIS A DOIS DISTINTOS, NENHUM DELES
POTENCIA
 N-ESIMA DE OUTRO NATURAL, ENTAO ELES NAO PODEM SER TERMOS DE UMA MESMA
 PROGRESSAO ARITMETICA.

 Claramente que a prova do fato acima responde a pergunta do Dirichlet.


 PRIMEIRO PASSO DA IDEIA

 Sem perda de generalidade podemos supor A  B  C. Evidentemente :
RAIZ_N(A)
  RAIZ_N(B)  RAIZ_N(C). Dizer que essas raizes sao termos de uma mesma PA
 significa dizer que existem naturais R, S e T tais que :

 X + YR = RAIZ_N(A)
 X + YS = RAIZ_N(B)
 X + YT = RAIZ_N(C)

 Para algum par (X,Y) de numeros reais ( que serao, respectivamente :
 X=primeiro termo da PA, Y=razao da PA )

 Veja que eu nao estou impondo que R, S e T estejam em PA. Nao estou
 impondo tambem uma ordem qualquer sobre eles, isto e, nao estou impondo
que,
 por exemplo, R  S  T.

 O certo e que haverao os ponto (R,RAIZ_N(A)) e (T,RAIZ_N(C)). Como a
funcao
 X + Y*N  - X e Y reais fixos e N percorrendo os naturais - e linear, se Y

 o ela sera crescente e, obrigatoriamente, R  S  T. Se Y  0 ela sera
 decrescente e R  S  T. Nos dois casos, a RAIZ_N(B) sera a ordenada de um
 ponto interior ao intervalo de extremos R e T.

 Vamos supor doravante, sem perda de generalidade, que R  T. Queremos,
pois,
 saber se pode existir um natural Z do conjunto R+1, R+2, ..., T-2,T-1 tal
 que X + YZ = RAIZ_N(B).



 SEGUNDO PASSO DA IDEIA.

 Imagine que voce esta no ponto (R,RAIZ_N(A)). Qual sera a ordenada do
ponto
 que esta sobre a reta que liga (R,RAIZ_N(A)) a (T,RAIZ_N(C))  e que tem
 abscissa R+1 ? sera :

 RAIZ_N(A)  +  (RAIZ_N(C)-RAIZ_N(A))/(T-R) =
 [RAIZ_N(A)*(T-R-1) + RAIZ_N(C)]/(T-R)

 Se fosse no ponto de abscissa R+2, seria :
 [RAIZ_N(A)*(T-R-2) + 2RAIZ_N(C)]/(T-R)

 Os pesos sao sempre da forma : T-R-i e i, isto e, nos estamos diante
de
 uma media ponderada da forma :

 (p*RAIZ_N(A)+ q*RAIZ_N(C))/(p+q) com p e q naturais e p+q=T-R.

 Essa e a forma das ordenadas dos pontos sobre a reta que liga
(R,RAIZ_N(A))
 a (T,RAIZ_N(C)). Ja vimos que a RAIZ_N(B) tem que estar entre estes dois
 pontos. Logo, devem existir p e q atendendo as condicoes que especificamos
 acima e tais que :

 RAIZ_N(B) = (p*RAIZ_N(A) + q*RAIZ_N(C))/(p+q)



Caro amigo Paulo,

usando a sua notação. Suponhamos que existe três pontos a  b  c naturais
(não potências n-ésimas) de forma que R_n(a), R_n(b) e R_n(c) pertencem a
uma progressão aritmética.
Essa progressão possui primeiro termo X e razão Y. E existem dois inteiros R
e T tais que:
X + Y*R = R_n(a)
X + Y*T = R_n(c)

Você mostrou que caso seja verdade que R_n(b) pertenca a essa mesma
progressão aritmética então vai existir um natural S tal que:
X + Y*S = R_n(b)

E mais o S divide o segmento [R, T] na mesma proporção que o R_n(b) divide o
segmento [R_n(a), R_n(c)]. Em outras palavras o ponto (S, R_n(b)) pertence à
reta que liga os dois pontos (R, R_n(a)) e (T, R_n(c)).

Mas repare que nenhum desses tres pontos pertence ao gráfico da função
contínua f(x) = R_n(x). Os pontos que pertencem ao gráfico são os seguintes:
(a, R_n(a)), (b, R_n(b)) e (c, R_n(c))
Ou ainda
(a, X + Y*R), (b, X + Y*S) e (c, X + Y*T)
E esses três pontos não precisam estar sobre uma reta. Por que os a, b e c
não pertencem a uma mesma progressão aritmética, pelo menos isso você não
demonstrou.

E desse modo a convexidade da função f não contradisse a existência dos
R_n(a), R_n(b) e R_n(c) dentro de uma progressão aritmética.

Outro detalhe: onde na sua prova, você usa o fato de que R_n(a), R_n(b) e
R_n(c) não são inteiros?

Um abração!

Eduardo Casagrande Stabel. Porto Alegre, RS.



 TERCEIRO PASSO DA IDEIA :

 A funcao Y=RAIZ_N(X) e CONTINUA, CRESCENTE e CONVEXA. Isto e, para
quaisquer
 naturais A e C vale :

 RAIZ_N((A+C)/2)  (RAIZ_N(A) + RAIZ_N(C))/2

 O que me pareceu e que a contradicao vai surgir aqui, pois a expressao de
 convexidade acima pode ser trabalhada para incluir uma media ponderada tal
 como a que vimos no segundo passo. Mas, em verdade, EU NAO FIZ UMA
 DEMONSTRACAO, vale dizer, NAO PROVEI NADA, apenas dei uma sugestao de um
 caminho que me pareceu viavel. ALERTEI QUE AS RAIZES N-ESIMAS DE
PONTENCIAS
 N-ESIMAS E UMA PA, EVIDENTEMENTE !

 Um abraco
 Paulo Santa Rita
 4,1247,220502






=
Instruções para entrar 

[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Correçao:Apelo: Mais da Iberoamericana(questao pessoal)

2002-05-23 Por tôpico Paulo Santa Rita

Grande Duda,

Parece que agora, realmente, estamos fazendo jus ao titulo da lista : lista 
de DISCUSSAO de problemas de Matematica. Varias inteligencias pensando 
produzem muito mais que uma.

A linguagem e um problema e fica dificil voce exprimir com precisao as 
coisas. Voce pensa que passou bem uma ideia e ai alguem, com toda justica, 
entende outra. O ideal seria que as pessoas se comunicassem pelo pensamento. 
Bom, vamos la.

O que voce diz ai embaixo e precisamente o que eu falei ... Quando eu 
coloquei :

RAIZ_N[ (A+B)/2 ]  (RAIZ_N(A)+RAIZ_N(B))/2

DISSE ( ou penso que disse ! ) que o lado direito da desigualdade pode ser 
trabalhado para aparecer a media ponderada que eu havia falado no passo 
anterior e que dai e que vai surgir a contradicao, pois o fato das tres 
raizes estarem em PA implica que a raiz do meio deve, obrigatoriamente, ser 
uma media ponderada das raizes dos extremos.

Sejam A e B dois numeros naturais com B  A+1. tomando um natural qualquer C 
tal que A  C  B e sempre possivel exprimir C como  uma media poderada 
entre A e B. Seja C=A+i

[A*(B-A-i)+ B*i]/(B-A)=[(A+i)(B-A)]/(B-A)=A+i=C

A primeira razao e uma media ponderada entre A e B. POR ESSA RAZAO EU DISSE 
QUE ERA POSSIVEL TRABALHAR A DEFINICAO HABITUAL DE CONVEXIDADE DE FORMA A 
APARECER A MEDIA PONDERADA, ou seja, EU FALEI EXATAMENTE O QUE VOCE 
OBSERVOU.

A ideia imediata de quem olha uma primeira vez e trabalhar com :

Existe p e q tais que p+q=T-R e

RAIZ_N(B) = (p*RAIZ_N(A) + q*RAIZ_N(C))/(p+q) ?

Mas e isso justamente o que estamos pressupondo que acontece e que queremos 
mostrar que conduz a uma contradicao, respeitadas as condicoes do problema. 
Entao, vamos admitir isso e trabalhar com as propriedadeS de Y=RAIZ_N(X). 
Essa foi a proposta de trabalho.

Eu vou pensar um pouco mais sobre a questao e depois escrevo.

Um abracao
Paulo Santa Rita
5,1156,230502


From: Eduardo Casagrande Stabel [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: [EMAIL PROTECTED]
Subject: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: 
[obm-l] Correçao:Apelo: Mais da Iberoamericana(questao pessoal)
Date: Thu, 23 May 2002 07:51:21 -0300
Caro amigo Paulo,
Mas repare que nenhum desses tres pontos pertence ao gráfico da função
contínua f(x) = R_n(x). Os pontos que pertencem ao gráfico são os 
seguintes:
(a, R_n(a)), (b, R_n(b)) e (c, R_n(c))
Ou ainda
(a, X + Y*R), (b, X + Y*S) e (c, X + Y*T)
E esses três pontos não precisam estar sobre uma reta. Por que os a, b e c 
não pertencem a uma mesma progressão aritmética, pelo menos isso você não
demonstrou.


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[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Correçao:Apelo: Mais da Iberoamericana(questao pessoal)

2002-05-23 Por tôpico Eduardo Casagrande Stabel

From: Paulo Santa Rita [EMAIL PROTECTED]
 Mas e isso justamente o que estamos pressupondo que acontece e que
queremos
 mostrar que conduz a uma contradicao, respeitadas as condicoes do
problema.
 Entao, vamos admitir isso e trabalhar com as propriedadeS de Y=RAIZ_N(X).
 Essa foi a proposta de trabalho.

 Eu vou pensar um pouco mais sobre a questao e depois escrevo.

 Um abracao
 Paulo Santa Rita
 5,1156,230502

Caro amigo Paulo,

eu nao acordo todas as manhãs, torcendo o meu bigode, e maquinando para
tentar destruir as tuas demonstrações. Eu apenas tinha achado,
precipitadamente, que voce tinha achado que ja tinha apresentado uma solução
completa para a questão. Erro meu. Você estava apresentando uma idéia que
poderia levar a uma solução. Mas sei que você deve entender perfeitamente o
meu mal entendido.

Um abraço!

Eduardo Casagrande Stabel. Porto Alegre, RS.

PS. eu não possuo bigode.
PS2. acho que essa mensagem bate o recorde de Re's concecutivos da lista :)

Só para não ficar completamente sem matemática, vai aí uma questão: como
funciona a intuição matemática? Por que a mente de muitas pessoas conseguem
enunciar conjecturas complicadas sem saber demonstrá-las? De onde vem essa
matemática fantasma?


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[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Correçao:Apelo: Mais da Iberoamericana(questao pessoal)

2002-05-23 Por tôpico Paulo Santa Rita

Querido Duda ...
Querido nao, que isso e coisa de boiola !

Caro Duda,

Mas de forma alguma eu ficaria chateado com voce ou com qualquer outra 
pessoa que porventura mostrasse uma falha ou varias falhas em meus 
raciocinios, pois se ate os Grandes Prof's desta lista falham e comentem 
erros, quanto mais eu, um simples estudante ainda lutando para aprender 
alguma coisa...

Em verdade, so nao cometem erros e nao tem duvidas DEUS E OS IMBECIS. Como 
nao sou uma coisa e nem outra, eu cometi, cometo e cometerei muitos erros : 
e gostam de mim aqueles que me alertam para que eu me corrija ! Francamente, 
nao sou castelinho de areia ou estrelinha de papel que a qualquer toque 
(critica) se desmancha e fica emburradinho no canto guardando rancor. Sem 
essas viadagens e frescuras vou procurando ser util ao ideal olimpico.

Para que essa mensagem nao fique fora de escopo, apresento um problema 
bacaninho que vi em um cartaz :

NUM TRIANGULO ABC, AB=5 e BC=6. QUAL A AREA DO TRIANGULO ABC SE O ANGULO C E 
MAXIMO ?

OBS : O problema e de nivel medio. Portanto, nao vale usar derivadas ou 
qualquer outro teorema ou raciocinio do CALCULO.

Um Grande abraco a Todos !
Paulo Santa Rita
5,1425,230502

PS : Po, Duda. Essa de acordar de manha, caminhando pra la e pra ca 
retorcendo o bigode foi genial. To rindo ate agora !


From: Eduardo Casagrande Stabel [EMAIL PROTECTED]
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Subject: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: 
[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Correçao:Apelo: Mais da 
Iberoamericana(questao pessoal)
Date: Thu, 23 May 2002 13:16:33 -0300

From: Paulo Santa Rita [EMAIL PROTECTED]
  Mas e isso justamente o que estamos pressupondo que acontece e que
queremos
  mostrar que conduz a uma contradicao, respeitadas as condicoes do
problema.
  Entao, vamos admitir isso e trabalhar com as propriedadeS de 
Y=RAIZ_N(X).
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  Eu vou pensar um pouco mais sobre a questao e depois escrevo.
 
  Um abracao
  Paulo Santa Rita
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Caro amigo Paulo,

eu nao acordo todas as manhãs, torcendo o meu bigode, e maquinando para
tentar destruir as tuas demonstrações. Eu apenas tinha achado,
precipitadamente, que voce tinha achado que ja tinha apresentado uma 
solução
completa para a questão. Erro meu. Você estava apresentando uma idéia que
poderia levar a uma solução. Mas sei que você deve entender perfeitamente o
meu mal entendido.

Um abraço!

Eduardo Casagrande Stabel. Porto Alegre, RS.

PS. eu não possuo bigode.
PS2. acho que essa mensagem bate o recorde de Re's concecutivos da lista :)

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[obm-l] Re:[obm-l]Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] Correçao:Apelo: Mais da Iberoamericana(questao pessoal)

2002-05-23 Por tôpico peterdirichlet

ANSWER:quem comecou essa discussao esta aqui agora.E dizer que tudo isso
foi um simples esfrega no moral de certas pessoas que nao pensam no que
escrevem...Enfim,este trocitchoz comecou numa aula do Etapa com os professores
Shine e Tengan(GRNDES Shine e Tengan).Eu naquela duvida com isso
de uma aula de Divisibilidade,resolvi me inscrever nessa lista.So que demporei
que so vendo...E ja tentei enviar essa mensagem pelo hotmail mas so dava
html!E resolvi usar o Zipmail.Dai tive sucesso na de Eisenstein,enviei
essa.Mas ai o  Paulo resolveu de um jeito estranhissimo.O furo dessa e que
como os reais sao densos nao da pra definir a divisao com perfeiçao(restos
e etc.)
Outra hora  vou empentelhar-lhes a paciencia
AT MAAAISPloft!!!Peterdirichlet

-- Mensagem original --

From: Paulo Santa Rita [EMAIL PROTECTED]
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[obm-l] Uma soluçao bonitinha da IMO da India

2002-05-23 Por tôpico peterdirichlet

Esse problema foi considerado O Imortal(o menos respondido de toda a historia
da IMO).apenas 2 romenos e 4 armenios resolveram-no.TODA A EQUIPE CHINESA
ZEROU ESSE.IMO 1996

 
 
Problem 5

Let ABCDEF be a convex hexagon such that AB is parallel to DE, BC is parallel
to EF, and CD is parallel to FA. Let RA, RC, RE denote the circumradii of
triangles FAB, BCD, DEF respectively, and let p denote the perimeter of
the hexagon. Prove that: 

RA + RC + RE = p/2. 

 

Solution


The starting point is the formula for the circumradius R of a triangle ABC:
2R = a/sin A = b/sin B = c/sin C. [Proof: the side a subtends an angle 2A
at the center, so a = 2R sin A.] This gives that 2RA = BF/sin A, 2RC = BD/sin
C, 2RE = FD/sin E. It is clearly not true in general that BF/sin A  BA
+ AF, although it is true if angle FAB = 120, so we need some argument
that involves the hexagon as a whole. 

Extend sides BC and FE and take lines perpendicular to them through A and
D, thus forming a rectangle. Then BF is greater than or equal to the side
through A and the side through D. We may find the length of the side through
A by taking the projections of BA and AF giving AB sin B + AF sin F. Similarly
the side through D is CD sin C + DE sin E. Hence: 

2BF = AB sin B + AF sin F + CD sin C + DE sin E.   Similarly: 

2BD = BC sin B + CD sin D + AF sin A + EF sin E, and 

2FD = AB sin A + BC sin C + DE sin D + EF sin F. 

Hence 2BF/sin A + 2BD/sin C + 2FD/sin E = AB(sin A/sin E + sin B/sin A)
+ BC(sin B/sin C + sin C/sin E) + CD(sin C/sin A + sin D/sin C) + DE(sin
E/sin A + sin D/sin E) + EF(sin E/sin C + sin F/sin E) + AF(sin F/sin A
+ sin A/sin C). 

We now use the fact that opposite sides are parallel, which implies that
opposite angles are equal: A = E, B = E, C = F. Each of the factors multiplying
the sides in the last expression now has the form x + 1/x which has minimum
value 2 when x = 1. Hence 2(BF/sin A + BD/sin C + FD/sin E) = 2p and the
result is proved. 

Essa soluçao e a oficial.A mais bonita e a de Ciprian Manolescu,o unico
 Perfect Score da prova.Ele usou a famosa Desigualdade de Erdös-Mordell.Depois
eu envio a resposta dele.ATE.Peterdirichlet  






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[obm-l] A Intuicao Matematica

2002-05-23 Por tôpico Paulo Santa Rita

Ola Duda e demais
colegas desta lista,

Eu nao sei responder a pergunta que voce fez abaixo, mas acredito que a 
intuicao matematica esta para a mente de um matematico assim como a intuicao 
sensivel esta para a mente humana ...

Quando voce olha para um objeto voce IMEDIATAMENTE deduz varias propriedades 
SEM USAR NENHUM RACIOCINIO MEDIADOR. Por exemplo, voce tem uma IDEIA 
INSTANTANEA ( INTUICAO SENSIVEL ) do tamanho, da cor, da forma, da 
proximidade dele para com outros objetos, etc. Todos esses conhecimentos sao 
validos e foram obtidos por INTUICAO SENSIVEL 9PERCEPCAO INSTANTANEA ), isto 
e, sem que fosse necessario usar um RACIOCINIO LOGICO OU DISCURSSIVO para se 
chegar a eles.

Me parece que a intuicao matematica se aproxima disso. Voce olha ( com o 
olhar da mente matematica ) os objetos do mundo matematico E SENTE que eles 
devem ter ou manter determinadas relacoes, sem que voce consiga, de 
imediato, forjar uma demonstracao para estas relacoes ou propriedades.

Veja como Gauss fala em dois momentos :

1) Encontrei um maravilhoso teorema, mas, infelizmente, ainda nao consigo 
demonstrar

Ele fala sobre a lei da reciprocidade quadratica. Veja bem. Ele estava 
convencido da correcao do teorema ANTES DE DEMONSTRA-LO. E comum voce 
aprender em algumas escolas o seguinte : Voce so pode ter certeza de um 
teorema depois de demonstra-lo !

2) Durante este outono, preocupei-me largamente COM AS CONSIDERACOES GERAIS 
sobre as superficies curvas, o que conduz a um campo ilimitado ... Essas 
pesquisas se ligam fortemente com a metafisica da geometria e nao e sem 
ingentes esforcos que consigo me arracar das consequencias que dai advem. 
Qual seria o verdadeiro sentido da raiz quadrada de -1 ? Nestes momentos, 
sinto vibrar vivamente em mim o verdadeiro significado destas coisas mas 
creio que sera terrivelmente dificil exprimir este significado em palavras

Ve-se aqui que Gauss PRIMEIRO, SENTE A REALIDADE DO MUNDO MATEMATICO. E SO 
DEPOIS ele vai exprimir o que sente atraves das teorias e formulas 
matematicas.

Esses exemplos reforcam o que eu suspeito. A verdadeira inteligencia esta na 
SENSIBILIDADE ou CAPACIDADE DE VIVENCIAR INTERNAMENTE E EMOTIVAMENTE os 
objetos matematicos. Logica, demonstracao e teorias sao coisas que vem 
depois. Primeiro voce pensa, vale dizer, vivenciar internamente e 
emotivamente, atraves da imaginacao, os objetos e fatos matematicos, depois, 
quanto mais viva for essa vivencia, mais profundas serao suas conclusoes e 
mais facil ficara a posterior e necessaria demonstacao.

Ainda a esse respeito e interessante destacar que, conforme relata Voltaire, 
uma vez perguntaram a Newton como ele havia descoberto a lei de gravitacao. 
Newton respondeu : pensando continuamente sobre ela !

Quer dizer, imaginando e vivenciando os objetos voce desvela os misterios 
que os encombrem ... Os exemplos acima mostram que e fundamental que o lado 
emocional esteja presente : se o cara nao conseguir apreciar a beleza destas 
coisas, nao tiver, por alguma razao, entusiasmo por elas, dificilmente ele 
vai trocar os prazeres imediatos e efemeros da vida por elas ...

Como ultimo exemplo para reforcar minha tese, cito um exemplo contemporaneo.

Ha poucos meses atras eu assisti uma exposicao de um Matematico
da area de equacoes diferenciais. Em verdade, de um Grande Matematico, com 
varios premios internacionais e conhecido no mundo inteiro.

Ele explicava a ideia de DECOMPOSICAO FOCAL. Seja dada uma equacao 
diferencial F(X, DX, ...)=0. A cada ponto (X,Y) do plano ele associava a 
quantidade de solucoes desta equacao que passam por aquele ponto. Isso 
implicava em dividir o plano em regioes : O conjunto de pontos onde nao 
passam solucoes e a regiao R0, o conjunto de pontos onde ha uma unica 
solucao e a regiao R1, o conjunto de pontos onde ha duas solucoes e a Regiao 
R2  e dai sucessivamente. Dai o termo DECOMPOSICAO : O R^2 fica decomposto 
na uniao disjunta R0 U R1 U R2 U R3  O termo Focal e porque ele 
partia, para facilitar, sempre do valor inicial Dx(0)=0. Este era o foco.

Equacoes simples tem decomposicao focal simples (poucas regioes), equacoes 
mais complexas tem uma decomposicao mais complexa.

Este matematico foi a Princeton falar com o Smale. Smale disse que esta 
ideia se encaixava como uma luva com o problema de Feynam das trajetorias. 
Em certo ponto apareceram algumas perguntas complicadas ... Mas o Ilustre 
Matematico respondeu que nao se poderia se perder em detalhes ... A Beleza e 
aplicacoes daquelas ideias eram o maior sustentaculo para se continuar a 
pesquisa !

Era incrivel a emocao e o entusiasmo que o Ilustre Prof Demonstrava enquanto 
expunha as suas ideias, mesmo sendo uma pessoa ja de provecta idade( 
possivelmente  70 anos ). Um Sr verdadeiramente Genial ! Eu conclui duas 
coisas :

1) Que a decomposicao focal tambem pode ser usada para classificar as 
equacoes diferencias !
2) Pesquisa e EMOCAO PURA ! E ENTUSIASMO ! E INTUICAO ! E MAGICA ! e isso 
nao depende de 

[obm-l] Raizes cubicas em P.A.

2002-05-23 Por tôpico Ralph Teixeira


Problema: Mostre que, se a, b e c são primos entre si (não todos
cubos perfeitos), então suas raízes cúbicas não estão em P.A.

Solução: Suponha que, de fato, que as raizes cubicas (vou chama-las
de x, y e z repectivamente) estao em P.A.:

2y=x+z

Entao:

8y^3=x^3+z^3+3xz(x+z)=x^3+z^3+3xz(2y)
(8b-a-c)/6 = xyz
[(8b-a-c)/6]^3=abc

Como o lado esquerdo é um racional ao cubo e o lado direito é um
inteiro, concluímos que ambos são um cubo perfeito. Como a,b e c são primos
entre si e abc é cubo perfeito, cada um deles (a,b e c) tem de ser cubo
perfeito, contradizendo o enunciado.

Abraço,
Ralph

Que tal?
 
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Re: [obm-l] Raizes cubicas em P.A.

2002-05-23 Por tôpico Paulo Santa Rita

Ola Prof Ralph,

   Que tal?

Em minha opiniao, muito bom ! As restricoes em relacao ao problema original 
que nos estavamos discutindo sao :

1) No problema original as raizes sao N-esimas. O Sr restringiu a raizes 
cubicas.

2) No problemas original as raizes N-esimas devem ser termos de uma mesma 
PA. O Sr restringiu a TERMOS CONSECUTIVOS de uma mesma PA.

Bom, mas e evidentemente melhor dar pequenos passos viaveis, um por vez, que 
querer dar um grande passo inviavel de uma vez ...

Que tal considerar agora o problema :

   Problema: Mostre que, se a, b e c são primos entre si (não todos
cubos perfeitos), então suas raízes cúbicas não estão em UMA P.A.

Um Abracao
Paulo Santa Rita
5,1916,230502




From: Ralph Teixeira [EMAIL PROTECTED]
Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
To: '[EMAIL PROTECTED]' [EMAIL PROTECTED]
Subject: [obm-l] Raizes cubicas em P.A.
Date: Thu, 23 May 2002 18:21:12 -0300


   Problema: Mostre que, se a, b e c são primos entre si (não todos
cubos perfeitos), então suas raízes cúbicas não estão em P.A.

   Solução: Suponha que, de fato, que as raizes cubicas (vou chama-las
de x, y e z repectivamente) estao em P.A.:

2y=x+z

   Entao:

8y^3=x^3+z^3+3xz(x+z)=x^3+z^3+3xz(2y)
(8b-a-c)/6 = xyz
[(8b-a-c)/6]^3=abc

   Como o lado esquerdo é um racional ao cubo e o lado direito é um
inteiro, concluímos que ambos são um cubo perfeito. Como a,b e c são primos
entre si e abc é cubo perfeito, cada um deles (a,b e c) tem de ser cubo
perfeito, contradizendo o enunciado.

   Abraço,
   Ralph

   Que tal?

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Re: [obm-l] Raizes cubicas (e n-ésimas) em P.A.

2002-05-23 Por tôpico Carlos Yuzo Shine

A solução do Ralph pode ser perfeitamente adaptada
para o problema de haver três raízes cúbicas em uma PA
(não necessariamente três termos consecutivos).

Vou, inclusive, aproveitar o email dele:

--- Ralph Teixeira [EMAIL PROTECTED] wrote:

   Problema: Mostre que, se a, b e c são primos entre
si (não todos cubos perfeitos), então suas raízes
cúbicas não estão em P.A.

   Solução: Suponha que, de fato, que as raizes
cubicas (vou chama-las de x, y e z repectivamente)
estao em P.A.:

 2y=x+z

--- Aqui, em vez de 2y = x + z, considere

y = qx + rz, onde q e r são racionais (se x, y e z
estão em PA, então existem esses racionais).

Agora, elevando ao cubo:

y^3=q^3x^3+r^3z^3+3qxrz(ax+bz)=q^3x^3+r^3z^3+3qrxzy
= b = q^3*a + r^3*c + 3qrxyz
= [(b - q^3*a - r^3*c)/(3qr)]^3=abc

Repetindo o argumento do Ralph:

   Como o lado esquerdo é um racional ao cubo e o
lado direito é um inteiro, concluímos que ambos são um
cubo perfeito. Como a,b e c são primos entre si e abc
é cubo perfeito, cada um deles (a,b e c) tem de ser
cubo perfeito, contradizendo o enunciado.

--- Agora, vou tentar (não sei se vai dar certo) para
o caso das raízes n-ésimas: vou usar a mesma notação
acima, sendo x^n = a, y^n = b e z^n = c, a, b e c
primos dois a dois, nenhum deles n-ésima potência
perfeita. Suponha, por absurdo, que existem racionais
q e r tais que
y = qx + rz
= 1 = q(x/y) + r(z/y) (*)

Sejam S = q(x/y) + r(z/y) e P = q(x/y)*r(z/y) =
qr(xz/y^2). Veja que x/y e z/y são raízes n-ésimas de
racionais e P também, pois x, y e z são primos dois a
dois. Elevando a n, obtemos um polinômio em S e P, com
coeficientes racionais. Como sei disso? Sejam t =
q(x/y) e u = r(z/y). Podemos calcular S(k) = t^k +
u^k, k natural, da seguinte forma:

|t^2 = St - P = |t^(m+2) = St^(m+1) - Pt^m
|u^2 = Su - P|u^(m+2) = Su^(m+1) - Pu^m
= (t^(m+2)+u^(m+2)) = S(t^(m+1)+u^(m+1)) - P(t^m+u^m)
= S(m+2) = S*S(m+1) - P*S(m)

Como S(0) = 2 e S(1) = S, indutivamente temos que S(n)
é um polinômio em S e P, com coeficientes inteiros.
Mas S(n) = [q(x/y)]^n + [r(z/y)]^n = q^n(a/b) +
r^n(c/b) é racional. Logo ao elevarmos os dois lados
de (*) a n obtemos uma equação em S e P. Substituindo
S = 1, temos uma equação polinomial em P, de grau no
máximo n/2 (Veja que se k  n/2, P^k = (tu)^k seria o
produto de k t's e k u's, totalizando 2k  n fatores,
o que não é possível pois há no máximo n fatores). Mas
P = qr(xz/y^2) é um número algébrico de grau n (a, b e
c são primos dois a dois), contradição.

Não sei se o que fiz está certo... Talvez eu esteja
viajando forte, agora são 20 para a meia-noite e estou
bem cansado...

[]'s
Shine

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