Re: [obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] áreas vs semelhança
A altura relativa à hipotenusa divide o triangulo retângulo em dois outros semelhantes a ele. Daí e’ só operar com as proporções resultantes. Ceva por áreas tem logo no cap 1 do Geometry Revisited. Menelaus é equivalente a Ceva. Mas provar que Ceva ==> Menelaus é bem mais difícil. O livro do Elon q eu mencionei tem uma definição axiomática de área. Abs Enviado do meu iPhone Em 21 de abr de 2018, à(s) 16:18, Anderson Torresescreveu: > Em 21 de abril de 2018 10:28, Claudio Buffara > escreveu: >> Por exemplo, Pitágoras pode ser demonstrado por áreas e por semelhança. >> Ceva também. > > As demos de Pitágoras que conheço costumam usar recorta-e-cola. > Conheço uma muito boa que usa áreas e semelhança. Basicamente, > substitua os quadrados nos lados por triângulos retângulos semelhantes > ao próprio. > > Ceva? Bem, eu já vi Menelaus com áreas, devo dizer. > >> E nos elementos de Euclides, a proposição 3 do livro VI (essencialmente o >> teorema de Tales) sai por áreas (apesar de depender da teria das >> proporções de Eudoxo, descrita no livro V). >> >> De fato, minha conjectura deveria ser: dados os axiomas dos números reais, >> áreas e semelhança são equivalentes. >> > > Novamente, não lembro de nenhum tratamento sistemático/axiomático de > áreas. Ainda não consigo imaginar um Cavalieri com semelhanças. > >> Abs >> >> Enviado do meu iPhone >> >> Em 21 de abr de 2018, à (s) 08:12, Anderson Torres >> escreveu: >> >>> Em 18 de abril de 2018 08:53, Claudio Buffara >>> escreveu: Considere o seguinte problema (fácil): No triângulo ABC, H é o pé da altura relativa ao vértice B e K o pé da altura relativa ao vértice C (logo, H pertence à reta suporte de AC e K à reta suporte de AB). Prove que AB*CK = AC*BH. Solução 1: 2*área(ABC) = AB*CK = AC*BH Solução 2: Os triângulos retângulos AHB e AKC são semelhantes (AHB = AKC = 1 reto e A comum). Logo, AB/AC = BH/CK. Mas isso é equivalente a AB*CK = AC*BH. Este problema me levou à seguinte pergunta: será que as teorias de área e de semelhança são equivalentes? Em outras palavras, será que tudo que pode ser provado via considerações de área também pode ser provado por semelhança (e vice-versa)? >>> >>> Acredito que não. Não lembro muito bem de axiomas sobre áreas de >>> figuras geométricas, mas sobre semelhança o mais importante é o >>> caso >>> LAL. Na verdade, este é um postulado sobre congruências: "dois >>> triângulo com dois lados e o ângulo entre eles iguais são iguais". >>> >>> Não imagino um postulado sobre áreas equivalente a isso. >>> >>> Por outro lado, também não conheço nenhum equivalente ao >>> PrincÃÂpio de >>> Cavalieri em termos de semelhança. De fato, isso parece insano :) >>> []s, Claudio. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivÃÂrus e acredita-se estar livre de perigo. >>> >>> -- >>> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivÃrus e >>> acredita-se estar livre de perigo. >>> >>> >>> = >>> Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >>> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >>> = >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivÃrus e >> acredita-se estar livre de perigo. >> >> >> = >> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >> = > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > > > = > Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html > = -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo. = Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =
[obm-l] Re: [obm-l] Re: [obm-l] áreas vs semelhança
Em 21 de abril de 2018 10:28, Claudio Buffaraescreveu: > Por exemplo, Pitágoras pode ser demonstrado por áreas e por semelhança. > Ceva também. As demos de Pitágoras que conheço costumam usar recorta-e-cola. Conheço uma muito boa que usa áreas e semelhança. Basicamente, substitua os quadrados nos lados por triângulos retângulos semelhantes ao próprio. Ceva? Bem, eu já vi Menelaus com áreas, devo dizer. > E nos elementos de Euclides, a proposição 3 do livro VI (essencialmente o > teorema de Tales) sai por áreas (apesar de depender da teria das proporções > de Eudoxo, descrita no livro V). > > De fato, minha conjectura deveria ser: dados os axiomas dos números reais, > áreas e semelhança são equivalentes. > Novamente, não lembro de nenhum tratamento sistemático/axiomático de áreas. Ainda não consigo imaginar um Cavalieri com semelhanças. > Abs > > Enviado do meu iPhone > > Em 21 de abr de 2018, à(s) 08:12, Anderson Torres > escreveu: > >> Em 18 de abril de 2018 08:53, Claudio Buffara >> escreveu: >>> Considere o seguinte problema (fácil): >>> No triângulo ABC, H é o pé da altura relativa ao vértice B e K o pé da >>> altura relativa ao vértice C (logo, H pertence à reta suporte de AC e K à >>> reta suporte de AB). >>> Prove que AB*CK = AC*BH. >>> >>> Solução 1: >>> 2*área(ABC) = AB*CK = AC*BH >>> >>> Solução 2: >>> Os triângulos retângulos AHB e AKC são semelhantes (AHB = AKC = 1 reto e >>> A >>> comum). >>> Logo, AB/AC = BH/CK. >>> Mas isso é equivalente a AB*CK = AC*BH. >>> >>> Este problema me levou à seguinte pergunta: será que as teorias de área >>> e de >>> semelhança são equivalentes? >>> Em outras palavras, será que tudo que pode ser provado via considerações >>> de >>> área também pode ser provado por semelhança (e vice-versa)? >>> >> >> Acredito que não. Não lembro muito bem de axiomas sobre áreas de >> figuras geométricas, mas sobre semelhança o mais importante é o caso >> LAL. Na verdade, este é um postulado sobre congruências: "dois >> triângulo com dois lados e o ângulo entre eles iguais são iguais". >> >> Não imagino um postulado sobre áreas equivalente a isso. >> >> Por outro lado, também não conheço nenhum equivalente ao PrincÃpio de >> Cavalieri em termos de semelhança. De fato, isso parece insano :) >> >>> []s, >>> Claudio. >>> >>> >>> -- >>> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivÃrus e >>> acredita-se estar livre de perigo. >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> acredita-se estar livre de perigo. >> >> >> = >> Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >> = > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > > > = > Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html > = -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo. = Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =
Re: [obm-l] Re: [obm-l] áreas vs semelhança
Tem um livro do Elon Lages Lima chamado Medida e Forma em Geometria que trata destes assuntos muito bem. Abs, Claudio. Enviado do meu iPhone Em 21 de abr de 2018, à(s) 08:12, Anderson Torresescreveu: > Em 18 de abril de 2018 08:53, Claudio Buffara > escreveu: >> Considere o seguinte problema (fácil): >> No triângulo ABC, H é o pé da altura relativa ao vértice B e K o pé da >> altura relativa ao vértice C (logo, H pertence à reta suporte de AC e K à >> reta suporte de AB). >> Prove que AB*CK = AC*BH. >> >> Solução 1: >> 2*área(ABC) = AB*CK = AC*BH >> >> Solução 2: >> Os triângulos retângulos AHB e AKC são semelhantes (AHB = AKC = 1 reto e A >> comum). >> Logo, AB/AC = BH/CK. >> Mas isso é equivalente a AB*CK = AC*BH. >> >> Este problema me levou à seguinte pergunta: será que as teorias de área e >> de >> semelhança são equivalentes? >> Em outras palavras, será que tudo que pode ser provado via considerações >> de >> área também pode ser provado por semelhança (e vice-versa)? >> > > Acredito que não. Não lembro muito bem de axiomas sobre áreas de > figuras geométricas, mas sobre semelhança o mais importante é o caso > LAL. Na verdade, este é um postulado sobre congruências: "dois > triângulo com dois lados e o ângulo entre eles iguais são iguais". > > Não imagino um postulado sobre áreas equivalente a isso. > > Por outro lado, também não conheço nenhum equivalente ao PrincÃpio de > Cavalieri em termos de semelhança. De fato, isso parece insano :) > >> []s, >> Claudio. >> >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivÃrus e >> acredita-se estar livre de perigo. > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > > > = > Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html > = -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo. = Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =
Re: [obm-l] Re: [obm-l] áreas vs semelhança
Por exemplo, Pitágoras pode ser demonstrado por áreas e por semelhança. Ceva também. E nos elementos de Euclides, a proposição 3 do livro VI (essencialmente o teorema de Tales) sai por áreas (apesar de depender da teria das proporções de Eudoxo, descrita no livro V). De fato, minha conjectura deveria ser: dados os axiomas dos números reais, áreas e semelhança são equivalentes. Abs Enviado do meu iPhone Em 21 de abr de 2018, à(s) 08:12, Anderson Torresescreveu: > Em 18 de abril de 2018 08:53, Claudio Buffara > escreveu: >> Considere o seguinte problema (fácil): >> No triângulo ABC, H é o pé da altura relativa ao vértice B e K o pé da >> altura relativa ao vértice C (logo, H pertence à reta suporte de AC e K à >> reta suporte de AB). >> Prove que AB*CK = AC*BH. >> >> Solução 1: >> 2*área(ABC) = AB*CK = AC*BH >> >> Solução 2: >> Os triângulos retângulos AHB e AKC são semelhantes (AHB = AKC = 1 reto e A >> comum). >> Logo, AB/AC = BH/CK. >> Mas isso é equivalente a AB*CK = AC*BH. >> >> Este problema me levou à seguinte pergunta: será que as teorias de área e >> de >> semelhança são equivalentes? >> Em outras palavras, será que tudo que pode ser provado via considerações >> de >> área também pode ser provado por semelhança (e vice-versa)? >> > > Acredito que não. Não lembro muito bem de axiomas sobre áreas de > figuras geométricas, mas sobre semelhança o mais importante é o caso > LAL. Na verdade, este é um postulado sobre congruências: "dois > triângulo com dois lados e o ângulo entre eles iguais são iguais". > > Não imagino um postulado sobre áreas equivalente a isso. > > Por outro lado, também não conheço nenhum equivalente ao PrincÃpio de > Cavalieri em termos de semelhança. De fato, isso parece insano :) > >> []s, >> Claudio. >> >> >> -- >> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivÃrus e >> acredita-se estar livre de perigo. > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. > > > = > Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html > = -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo. = Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =
Re: [obm-l] Cantor
Em 18 de abril de 2018 07:47, Claudio Buffaraescreveu: > Agora, uma pergunta: > > E se fossemos fazer uma lista de todos os racionais (dízimas periódicas) > entre 0 e 1 (por exemplo, escolhendo, quando houver ambiguidade, a versão > que termina por ...)? > Neste caso, o método da diagonal deveria falhar, certo, já que Q inter (0,1) > é enumerável? Sim. > Mas, de cara, me parece possível escolher, para todo i em N, um algarismo > b(i) diferente de a(i,i) (= i-ésimo algarismo do número na i-ésima linha da > lista). > Como pode? > O número gerado por este método de diagonal não pode ser racional. Bem, a demonstração é a mesma: se este número fosse racional, ele apareceria em algum momento, o que é impossível dado que ele nunca será igual a nenhum dos números. Esta é a resposta do seu "deveria falhar". > []s, > Claudio. > > > 2018-04-17 22:52 GMT-03:00 Anderson Torres : >> >> Em 15 de abril de 2018 09:43, Luiz Antonio Rodrigues >> escreveu: >> > Olá, Ronei! >> > Fiz essa pergunta para o Bernardo... >> > Um abraço! >> > Luiz >> > >> > >> > On Sun, Apr 15, 2018, 7:23 AM Ronei Lima Badaró >> > wrote: >> >> >> >> Não é a tal diagonal de Cantor? >> >> Sim, é este o nome. >> >> >> >> >> Em Dom, 15 de abr de 2018 07:05, Bernardo Freitas Paulo da Costa >> >> escreveu: >> >>> >> >>> 2018-04-15 5:36 GMT-03:00 Luiz Antonio Rodrigues >> >>> : >> >>> > Olá, amigos! >> >>> > Bom dia! >> >>> > Estou lendo "Matemática Discreta" da SBM e me deparei com o trecho >> >>> > que >> >>> > eu >> >>> > reproduzi abaixo. >> >>> > >> >>> > >> >>> > A principal contribuição de Cantor foi exibir casos em que não é >> >>> > possível >> >>> > obter uma bijeção entre dois conjuntos infinitos. >> >>> > (...) >> >>> > Seja C o conjunto de todas as sequências infinitas em que todos os >> >>> > termos >> >>> > são iguais a zero ou um. >> >>> > Suponhamos que fosse possível uma função f: N -> C, em que cada >> >>> > sequência de >> >>> > C aparecesse exatamente uma vez como imagem. Vamos construir uma >> >>> > sequência s >> >>> > formada por 0s e 1s (ou seja, um elemento de C) do seguinte modo: se >> >>> > o >> >>> > primeiro termo da sequência f(1) é zero, o primeiro termo de s é 1; >> >>> > senão, é >> >>> > zero. Se o segundo termo da sequência f(2) é zero, o segundo termo >> >>> > de s >> >>> > é 1; >> >>> > senão, é zero. Prosseguimos, sempre escolhendo o n-ésimo termo s(n) >> >>> > como >> >>> > sendo o oposto do n-ésimo termo da sequência f(n). A sequência s >> >>> > assim >> >>> > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n). >> >>> > Logo, >> >>> > não >> >>> > pertence à imagem de f. Mas nossa suposição era de que todos os >> >>> > elementos de >> >>> > C aparecessem como imagem! >> >>> > Temos, assim, uma contradição, que mostra a impossibilidade de >> >>> > construir uma >> >>> > bijeção de N em C. >> >>> > >> >>> > Já o reli diversas vezes. Eu "travei" na frase "A sequência s assim >> >>> > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n)." >> >>> >> >>> Acho que ajuda a entender se você fizer um exemplo. Claro que um >> >>> exemplo não prova nada, mas espero que ilumine a construção usada. >> >>> >> >>> Suponha, assim, que f seja da seguinte forma: >> >>> 1 -> 0100101010101 >> >>> 2 -> 010101010101 >> >>> 3 -> 11001 >> >>> 4 -> >> >>> 5 -> 1110111010101 >> >>> >> >>> Agora, vou construir a tal da sequência s, "descobrindo" o valor de >> >>> cada um dos elementos, um a um: >> >>> >> >>> O primeiro elemento de s é o "oposto" do primeiro elemento de f(1). >> >>> Como o primeiro elemento de f(1) é 0, vai ser um: >> >>> >> >>> s = 1 >> >>> >> >>> O segundo elemento de s é o oposto do segundo elemento de f(2) (que é >> >>> 1): >> >>> >> >>> s = 10 >> >>> >> >>> O terceiro elemento, oposto do terceiro de f(3), dá s = 100... >> >>> O quarto, s = 1001... >> >>> O quinto, s = 10010 >> >>> >> >>> Agora, repare s não pode ser f(1), nem f(2), nem f(3), nem f(4), ... >> >>> Porque o primeiro elemento de s é diferente do primeiro de f(1). O >> >>> segundo de s, diferente do segundo de f(2). E assim por diante. >> >>> Muitas vezes, num quadro-negro, o pessoal faz a tabela que eu esbocei >> >>> acima, e envolve os elementos da "diagonal descendente", e depois cria >> >>> a sequência dos opostos. >> >>> >> >>> Abraços, >> >>> -- >> >>> Bernardo Freitas Paulo da Costa >> >>> >> >>> -- >> >>> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e >> >>> acredita-se estar livre de perigo. >> >>> >> >>> >> >>> >> >>> = >> >>> Instru�ões para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em >> >>> http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html >> >>> >> >>> = >> >> >> >> >> >> -- >>
[obm-l] Re: [obm-l] áreas vs semelhança
Em 18 de abril de 2018 08:53, Claudio Buffaraescreveu: > Considere o seguinte problema (fácil): > No triângulo ABC, H é o pé da altura relativa ao vértice B e K o pé da > altura relativa ao vértice C (logo, H pertence à reta suporte de AC e K à > reta suporte de AB). > Prove que AB*CK = AC*BH. > > Solução 1: > 2*área(ABC) = AB*CK = AC*BH > > Solução 2: > Os triângulos retângulos AHB e AKC são semelhantes (AHB = AKC = 1 reto e A > comum). > Logo, AB/AC = BH/CK. > Mas isso é equivalente a AB*CK = AC*BH. > > Este problema me levou à seguinte pergunta: será que as teorias de área e de > semelhança são equivalentes? > Em outras palavras, será que tudo que pode ser provado via considerações de > área também pode ser provado por semelhança (e vice-versa)? > Acredito que não. Não lembro muito bem de axiomas sobre áreas de figuras geométricas, mas sobre semelhança o mais importante é o caso LAL. Na verdade, este é um postulado sobre congruências: "dois triângulo com dois lados e o ângulo entre eles iguais são iguais". Não imagino um postulado sobre áreas equivalente a isso. Por outro lado, também não conheço nenhum equivalente ao Princípio de Cavalieri em termos de semelhança. De fato, isso parece insano :) > []s, > Claudio. > > > -- > Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e > acredita-se estar livre de perigo. -- Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antiv�rus e acredita-se estar livre de perigo. = Instru��es para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html =
Re: [obm-l] Cantor
Em 18 de abril de 2018 08:56, Claudio Buffaraescreveu: > Com certeza! > Mas o que eu quero é uma prova DIRETA de que é impossível escolher os b(i) > de modo que o número 0,b(1)b(2)b(3)... seja irracional. Isso me parece bem mais chato, e daria a mesma volta. Parece absurdamente natural se perguntar "se ele é racional, qual é sua posição na lista?" e não algo como "se ele é racional, qual é o tamanho de seu período e da parte que não repete?". > > []s, > Claudio. > > > 2018-04-18 8:32 GMT-03:00 Thácio Hahn dos Santos : >> >> Não se garante, neste caso, que todo número formado pelos b(i) seja >> racional, não obtendo-se, portanto, a procurada bijeção entre racionais e >> naturais. Ela pode ser obtida percorrendo diagonalmente uma tabela contendo >> todas as frações, começando por 0/1, 1/1, -1/1, 1/2, -1/2, 1/3, -1/3 ... na >> primeira linha, 2/1, -2/3, 2/2, -2/2, 2/3, -2/3 ... na segunda e assim por >> diante. O conjunto das frações equivalentes como 1/2 e 2/4 é enumerável e >> pode ser descartado, restando uma bijeção entre racionais e inteiros (que >> são enumeráveis). >> >> Um abraço. >> >> On Wed, Apr 18, 2018, 7:58 AM Claudio Buffara >> wrote: >>> >>> Agora, uma pergunta: >>> >>> E se fossemos fazer uma lista de todos os racionais (dízimas periódicas) >>> entre 0 e 1 (por exemplo, escolhendo, quando houver ambiguidade, a versão >>> que termina por ...)? >>> Neste caso, o método da diagonal deveria falhar, certo, já que Q inter >>> (0,1) é enumerável? >>> Mas, de cara, me parece possível escolher, para todo i em N, um algarismo >>> b(i) diferente de a(i,i) (= i-ésimo algarismo do número na i-ésima linha da >>> lista). >>> Como pode? >>> >>> []s, >>> Claudio. >>> >>> >>> 2018-04-17 22:52 GMT-03:00 Anderson Torres >>> : Em 15 de abril de 2018 09:43, Luiz Antonio Rodrigues escreveu: > Olá, Ronei! > Fiz essa pergunta para o Bernardo... > Um abraço! > Luiz > > > On Sun, Apr 15, 2018, 7:23 AM Ronei Lima Badaró > wrote: >> >> Não é a tal diagonal de Cantor? Sim, é este o nome. >> >> Em Dom, 15 de abr de 2018 07:05, Bernardo Freitas Paulo da Costa >> escreveu: >>> >>> 2018-04-15 5:36 GMT-03:00 Luiz Antonio Rodrigues >>> : >>> > Olá, amigos! >>> > Bom dia! >>> > Estou lendo "Matemática Discreta" da SBM e me deparei com o trecho >>> > que >>> > eu >>> > reproduzi abaixo. >>> > >>> > >>> > A principal contribuição de Cantor foi exibir casos em que não é >>> > possível >>> > obter uma bijeção entre dois conjuntos infinitos. >>> > (...) >>> > Seja C o conjunto de todas as sequências infinitas em que todos os >>> > termos >>> > são iguais a zero ou um. >>> > Suponhamos que fosse possível uma função f: N -> C, em que cada >>> > sequência de >>> > C aparecesse exatamente uma vez como imagem. Vamos construir uma >>> > sequência s >>> > formada por 0s e 1s (ou seja, um elemento de C) do seguinte modo: >>> > se o >>> > primeiro termo da sequência f(1) é zero, o primeiro termo de s é >>> > 1; >>> > senão, é >>> > zero. Se o segundo termo da sequência f(2) é zero, o segundo termo >>> > de s >>> > é 1; >>> > senão, é zero. Prosseguimos, sempre escolhendo o n-ésimo termo >>> > s(n) >>> > como >>> > sendo o oposto do n-ésimo termo da sequência f(n). A sequência s >>> > assim >>> > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n). >>> > Logo, >>> > não >>> > pertence à imagem de f. Mas nossa suposição era de que todos os >>> > elementos de >>> > C aparecessem como imagem! >>> > Temos, assim, uma contradição, que mostra a impossibilidade de >>> > construir uma >>> > bijeção de N em C. >>> > >>> > Já o reli diversas vezes. Eu "travei" na frase "A sequência s >>> > assim >>> > construída difere pelo menos na posição n de cada sequência f(n)." >>> >>> Acho que ajuda a entender se você fizer um exemplo. Claro que um >>> exemplo não prova nada, mas espero que ilumine a construção usada. >>> >>> Suponha, assim, que f seja da seguinte forma: >>> 1 -> 0100101010101 >>> 2 -> 010101010101 >>> 3 -> 11001 >>> 4 -> >>> 5 -> 1110111010101 >>> >>> Agora, vou construir a tal da sequência s, "descobrindo" o valor de >>> cada um dos elementos, um a um: >>> >>> O primeiro elemento de s é o "oposto" do primeiro elemento de f(1). >>> Como o primeiro elemento de f(1) é 0, vai ser um: >>> >>> s = 1 >>> >>> O segundo elemento de s é o oposto do segundo elemento de f(2) (que >>>