Olá a todos,
Uma adenda em relação aos baldios. Há cerca de uma década fiz alguma análise
sobre a carta militar numa região que conheço bem no pinhal interior. Nesta
região as antigas terras de regadio ocupavam não mais que 40% do território.
Infelizmente já não é possível identifcar com um mínimo de exactidão as antigas
terras de sequeiro, mas supondo que ocupavam 10% do território, ficam ainda
cerca de 50% nos baldios. Os baldios estão sobre a alçada das associações de
Compartes, que não tem meios para as gerir (nem financeiros, nem humanos).
Não só é ingénuo pensar que cadastrar o nosso país será simples e rápido, ainda
mais é pensar que será isso a resolver o problema dos incêndios. Os incêndios
só chegam ao fim quando, por exemplo, o pinhal interior se transformar no
carvalhal interior.
Cumprimentos,
Luís
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Subject: Re: [Portugal] Cadastro rústico
Local Time: 14 September 2016 2:05 PM
UTC Time: 14 September 2016 12:05
From: luis.de.so...@protonmail.ch
To: OSGeo PT - The OSGeo Portugal Local Chapter <portugal@lists.osgeo.org>
-------- Original Message --------
Subject: Re: [Portugal] Cadastro rústico
Local Time: 14 September 2016 11:20 AM
UTC Time: 14 September 2016 09:20
From: anvpi...@gmail.com
To: portugal@lists.osgeo.org
Ora vejamos e para começar a simplificar o problema: então as Finanças não
sabem a quem debitam o IMI?
Cara Aurélio, este é mesmo o problema. Não lhe consigo dar números precisos,
mas asseguro-lhe que as Finanças não cobram IMI sobre uma parte substancial dos
prédios rústicos, uma vez que para além de não estarem cadastrados
correctamente, estão registados em nome de contribuíntes que há muito faleceram.
A minha família tem em posse prédios rústicos registados em nome de
antepassados que viveram no século XIX. Seria de todo o interesse actualizar
estes registos, mas isso implicaria a pagamento de todos os impostos devidos
(respeitantes a muitas décadas) e respectivos juros; isto resulta em vários
milhares de euros por algumas dezenas de metros quadrados.
Resolver esta situação é verdadeiramente difícil, e não acontecerá sem
alterações ou excepções substanciais às leis de properiade e mesmo à lei dos
baldios. Uma hipótese será o perdão de impostos em atraso em troco da
actualização do registo de propriedade, incluíndo claro está a localização
geográfica precisa. Mas a questão dos baldios pode não ficar resolvida dessa
forma.
Em todo caso, mesmo a ser possível, um processo destes demorará certamente mais
que uma legislatura.
Cumprimentos,
Luís de Sousa
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