2010/2/5 Luciana Fujii Pontello <luci...@minaslivre.org>

> (...)

Então questione os interesses se você acha que existe algum motivo pra
> tal, mas não faça parecer que a liberação de código é uma coisa ruim. Eu
> luto pela liberdade de software, não pra que empresas tenham interesses
> bonzinhos.
>

O problema é que por muito tempo agimos como se a liberação de código fosse
boa.
Eu mudei de idéia enquanto a isso, e atualmente acho que seja uma coisa
poderosa,
mas não boa. O que vai dizer se é boa vai depender do quanto tal evendo nos
aproxima do que queremos.

Exemplo: alguém faz um sistema operacinal totalmente porco que ninguém liga
e libera o código fonte esperando que alguém dê jeito. As poucas pessoas que
se envolvem com ele tem uma experiência horrível. Se outros projetos assim
aparecerem com muita frequência, a média dos softwares livres será ruim,
e a impressão de que o software livre tem qualidade é abalada.

Esse é o perigo de apoiar qualquer coisa SL como se fosse boa. Ela apenas
tem
o potencial para ser, assim como o tem para não ser. Uma coisa que é ruim
fechada,
pode ser pior ainda aberta, e uma coisa que é boa fechada pode ser melhor
ainda aberta.



> (...)

Pra mim, o que interessa não é o que o copyright holder pensou ao
> liberar. O que interessa é a liberdade das pessoas que vão usá-lo.
>

Acho que deveríamos nos preocupar se a experiência daquelas pessoas
com aquele software será boa ou ruim. Se a empresa tem um modelo
que atrai pessoas com os fontes que ela liberou, mas tem políticas
que tornem a participação da comunidade irrelevante, acredito que
a comunidade que se formou em volta desse software está sendo
enganada.


>
> Se qualquer empresa percebe que pra um software dela específico faz
> sentido liberar o software por qualquer motivo, eu vou gostar da
> liberação mesmo que ela tenha zilhões de softwares proprietários. E é
> claro, vou continuar querendo que ela libere todo o resto.
>
> O que acontece é que uma empresa não tem uma opinião única. Tem vários
> setores e alguns são nossos aliados e outros não. Ao invés de virar as
> costas pra tudo, é melhor a gente aproveitar os aliados pra construir
> coisas e fortalecer o movimento de software livre.
>

O problema é que quando estamos discutindo a respeito de quem achamos
que é nosso aliado, e dos nossos aliados quais são os mais parceiros, fica
parecendo que estamos só reclamando por esporte.


>
> Ao mesmo tempo que a Apple lançou o Ipad, ela mantém o webkit. Sim,
> provavelmente o webkit é livre só porque a base utilizada pelo webkit é
> livre, porque a Apple ganha contribuições do google e mais um monte de
> empresas/pessoas e não porque ela é boazinha. Mas a gente pode se
> beneficiar disso mesmo assim e se beneficia. Isso só mostra que é
> vantajoso liberar software e incentiva mais empresas a fazê-lo.
>
> Ao invés de separar as empresas entre inimigas ou amigas, que tal
> separar ações entre boas e ruins?
>

Porque não os dois? Acho bom utilizar qualquer informação que temos, e
parabenizar
as pessoas que trazem as informações pra cá. Não dá para ficar sempre alerta
para
tudo o tempo todo. Precisamos saber em quem podemos confiar mais, e em quem
devemos ficar mais de olho.

Confiar mesmo só em quem ficamos de olho tempo o bastante, ou em quem tem
recomendações de quem confiamos no processo de dar recomendações (Stallman,
etc...). Isso torna a vida mais fácil. Não é o ideal, mas o ideal sai bem
mais caro que isso.


-- 
Existe mais de uma maneira de chegar lá

Glauber Machado Rodrigues

skype: glauber.rodrigues
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