Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-06 Por tôpico Adolfo Neto
O trabalho do Blikstein não seria este (talvez também)?
Preparing for Future Learning with a Tangible User Interface: The Case of
Neuroscience
https://www.computer.org/csdl/trans/lt/2013/02/tlt2013020117-abs.html

Gosto muito deste livro que acho estar relacionado à discussão do ensino de
lógica:
Teaching and Learning STEM: A Practical Guide (Inglês) Capa dura – 6 mar
2016
por Richard M. Felder (Autor), Rebecca Brent (Autor)
https://www.amazon.com.br/Teaching-Learning-STEM-
Practical-Guide/dp/1118925815/

Em 6 de julho de 2017 11:04, Joao Marcos  escreveu:

> 2017-07-06 3:04 GMT+02:00 Marcelo Finger :
> >
> > Gostaria de apontar vocês para o trabalho do Paulo Blikstein, de
> > Stanford, no ensino de tecnologia, que MEDE e mostra que apresentar um
> > problema concreto ANTES de ensinar a teoria traz maior grau de fixação
> > dos conceitos apresentados.  Ou seja, os alunos comprovadamente
> > "aprendem mais" se forem desafiados com a pensar no assunto antes de
> > receberem uma exposição teórica.
> >
> > Isso, com a vantagem da retrovisão, é tão óbvio que me deixa perplexo
> > por que quase nenhum curso expositivo que eu dei (dava) ou assisti não
> > usa esse método.
>
> Registro aqui a interessante referência citada pelo Marcelo:
>
> Blikstein, P. (2013). Multimodal learning analytics. In Proceedings of
> the Third International Conference on Learning Analytics and Knowledge
> (LAK '13), Dan Suthers and Katrien Verbert (Eds.). ACM, New York, NY,
> USA, 102-106.
> https://tltl.stanford.edu/publications/papers-or-book-chapte
> rs/multimodal-learning-analytics
>
> JM
>
> --
> Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L"
> dos Grupos do Google.
> Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie
> um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br.
> Para postar neste grupo, envie um e-mail para logica-l@dimap.ufrn.br.
> Visite este grupo em https://groups.google.com/a/di
> map.ufrn.br/group/logica-l/.
> Para ver esta discussão na web, acesse https://groups.google.com/a/di
> map.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CAO6j_LhcMBQeM9Cx5g4-vat9EamJH
> 0k0TH68BQ%3DuJFKgEv0HrQ%40mail.gmail.com.
>



-- 
==
Adolfo Neto
Assistant Professor - Federal University of Technology, Paraná
Web: http://www.dainf.ct.utfpr.edu.br/~adolfo
Mestrado em Computação Aplicada: http://www.ppgca.ct.utfpr.edu.br
==

-- 
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Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-06 Por tôpico Joao Marcos
2017-07-06 3:04 GMT+02:00 Marcelo Finger :
>
> Gostaria de apontar vocês para o trabalho do Paulo Blikstein, de
> Stanford, no ensino de tecnologia, que MEDE e mostra que apresentar um
> problema concreto ANTES de ensinar a teoria traz maior grau de fixação
> dos conceitos apresentados.  Ou seja, os alunos comprovadamente
> "aprendem mais" se forem desafiados com a pensar no assunto antes de
> receberem uma exposição teórica.
>
> Isso, com a vantagem da retrovisão, é tão óbvio que me deixa perplexo
> por que quase nenhum curso expositivo que eu dei (dava) ou assisti não
> usa esse método.

Registro aqui a interessante referência citada pelo Marcelo:

Blikstein, P. (2013). Multimodal learning analytics. In Proceedings of
the Third International Conference on Learning Analytics and Knowledge
(LAK '13), Dan Suthers and Katrien Verbert (Eds.). ACM, New York, NY,
USA, 102-106.
https://tltl.stanford.edu/publications/papers-or-book-chapters/multimodal-learning-analytics

JM

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Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-06 Por tôpico Hermógenes Oliveira

Joao Marcos  escreveu:



[...]

A propósito, há um outro paper do Sesardic (com Rafael De Clercq)
[2] que comenta sobre a *disparidade de gênero* na área de Filosofia
e coloca em questão as alegadas evidências da hipótese segundo a
qual haveria algum tipo de *discriminação* contra as mulheres na
área de Filosofia.

[...]

[2] Women in Philosophy: Problems with the Discrimination Hypothesis
https://www.nas.org/articles/women_in_philosophy_problems_with_the_discrimination_hypothesis


Obrigado pela referência João Marcos.  Esse artigo é um ótimo
exercício em sofismas!

Ele não sobrevive aos próprios padrões que pretende aplicar aos
trabalhos que critica e emprega os clássicos _falácia do espantalho_,
_apelo à ignorância_, _falsa dicotomia_ e _petição de princípio_.

Isto se revela a qualquer um que esteja familiarizado com a literatura
citada pelo próprio artigo, mas vou fazer um breve apanhado como
aperitivo.

a) Alguns pontos do artigo argumentam contra espantalhos de Haslanger,
Saul e Beebee.  Por exemplo, Haslanger realmente escreve que "the data
mostly speak for themselves".  Essa citação é tirada fora de contexto
para sugerir que Haslanger faz um salto ilegítimo da "disparidade de
gênero" para "discriminação".  Quando se lê o texto de Haslanger,
porém:

1. Está claro que ela toma os dados como evidência da *disparidade de
gênero*, o que, de fato, *pode* ser concluído dos dados a despeito da
afirmação de Sesardic de que "the data don’t speak for themselves at
all. Without additional information, it is impossible to draw *any*
conclusion".

2. Haslanger então prossegue a *problematizar os dados* e sugere
explicações para a disparidade, *uma* das quais é a discriminação
("outright discrimination").  Outras explicações incluem "Gender Bias"
e "Stereotype Threat", coisas que Sesardic, aparentemente, joga tudo
no mesmo saco.  Mas, mesmo aqui, Haslanger concede que "Based on the
limited data I’ve gathered (for example, I don’t have data on
submission), I cannot argue that evaluation bias *is* playing a role
in publication in philosophy." (ênfase dela)

3. Diferente do que sugere Sesardic, Haslanger está discutindo a
disparidade de gênero em *publicações* e não em comitês de
contratação.  A tabela citada por Sesardic relacionando o número de
mulheres nos programas de pós-graduação americanos é usado por
Haslanger somente para constrastar o número de mulheres ativas em
áreas da filosofia com o números de publicações por mulheres nas
mesmas áreas.

4. Em nehum dos trabalhos citados no artigo de Sedardic, Haslanger
sugere "a prima facie case for anti-woman hiring bias" ou recomenda
cotas ou quaisquer outras medidas de reparação do mesmo.

b) Sesardic oferece duas possíveis alternativas que explicariam a
disparidade de gênero, mas que seriam livres da hipótese de
discriminação: "gender differences in abilities" e "gender differences
in interests".  A segunda delas *não* está livre da hipótese de
discriminação, pois, como o próprio Sesardic explica mais adiante, um
ambiente de discriminação pode levar mulheres a desenvolver menos
interesse por filosofia.  A primeira delas, além de ser completamente
ridícula, possui muito menos evidência em seu favor do que a hipótese
criticada por Sesardic.

c) Ao mesmo tempo que exige alta robustez estatística de estudos que
apontem a presença de discriminação, Sesardic cita trabalhos baseados
em "estimativas", como o de Andrew Irvine.

d) Os estudos canadenses mencionados como evidência de que mulheres
não seriam discriminadas ou seriam até mesmo favorecidas em
contratações foram realizados num período em que universidades
canadenses implantaram fortes medidas, incluside envolvendo cotas,
favorecendo a contratação de mulheres.  A despeito da paridade
relativa em contratações recentes, em termos absolutos, a disparidade
é enorme (veja relatório sobre a Universidade de Western Ontario
citado por Sesardic).

e) Quando se trata de discutir "Bias" em pesquisa, Sesardic cita
estudos da área de medicina, onde a disparidade de gênero é bem menor.

f) Mesmo aqui, Sesardic cita o estudo de Sandström & Hällsten como
contraposto ao estudo anterior de Wennerås & Wold quando, na verdade,
o estudo de Sandström & Hällsten pertende mostrar como medidas
adotadas pelo governo Sueco ajudaram a amenizar os problemas relatados
por Wennerås & Wold (tanto na questão de gênero quanto na questão do
nepostismo).

Enfim, as falácias e deturpações são numerosas.  Quando terminei de
ler o artigo, fiquei me perguntando se não se tratava de uma piada...


--
Hermógenes Oliveira

--
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Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-06 Por tôpico Manuel Doria
A literatura de viéses (biases) cognitivos é fantástica. Há várias
taxonomias propostas inclusive por não-acadêmicos diletantes que são
altamente engajados em várias comunidades online dedicadas à racionalidade,
pensamento crítico e auto-aprimoramento em geral (o Less Wrong (
http://lesswrong.com/) é o maior desses hubs)

Gosto bastante dessa gigantesca representação gráfica de centenas de viéses
cognitivos:
http://www.ericgarland.co/2016/09/15/master-map-cognitive-bias/

Eu defendo que cursos de critical thinking/lógica informal contemporâneos
se beneficiam sinergisticamente de suplementação com esse tipo de material,
oriundo da psicologia cognitiva e teoria da decisão.

Existe entretanto mais um fenômeno bastante trágico sobre o prognóstico de
estudar viéses cognitivos; você pode se tornar muito eficiente em
identificar os viéses de terceiros ao mesmo tempo que permanecer cego em
relação aos seus ("todo mundo é enviesado, menos eu que estudei sobre
viéses cognitivos")

http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0146167202286008

Estou tentando achar um paper que pelo que me lembro, foi testado
especificamente com estudantes de psicologia cognitiva que conhecem bem o
material de biases.

[ ]'s

2017-07-06 8:25 GMT-03:00 Ricardo Pereira :

> Ultimamente venho me convencendo da importância dos viéses cognitivos e
> das paixões (os desejos e ideais com que estamos comprometidos a priori)
> para as discussões, principalmente políticas.
>
> Há um livro voltado para filosofia da educação, de John Wilson, com
> insights interessantes aplicáveis de maneira geral: Fantasy and Common
> Sense in Education.
>
> Uma das coisas que o autor observa frequentemente (não sei se no livro
> acima citado) é que as pessoas são "capturadas" por uma espécie de modo de
> defesa de princípios ANTES de iniciarem o processo racional que normalmente
> conseguem empregar em outros contextos menos carregados emocionalmente.
>
> Talvez tenha a ver com o dizer de Hume sobre a razão ser (e dever ser)
> escrava das paixões. Se não às serve, é descartada.
>
> Há um podcast de que gosto muito e que tem uma abordagem mais psicológica:
> o You Are Not So Smart. Em vários episódios são abordados viéses cognitivos
> cujo conhecimento acho relevante pra qualquer cientista/filósofo.
>
> 2017-07-05 12:24 GMT-03:00 Manuel Doria :
>
>> Em meu paper forthcoming sobre filosofia acadêmica e o politicamente
>> correto, uma das teses que defendo é que a evidência empírica sugere que
>> filósofos profissionais são capazes de facilmente deixar de lado standards
>> de racionalidade visando objetividade e migrar para standards de
>> racionalidade visando proteção de identidade grupal quando são confrontados
>> com hipóteses que vão de encontro com elementos centrais de sua visão de
>> mundo.
>>
>> A situação em alguns casos é bem trágica. Por exemplo, nós esperamos que
>> experts se dêem melhor do que não-experts em seu domínio de expertise mas
>> existe evidência empírica [1] de que filósofos morais em média são mais
>>  suscetíveis a serem contaminados por viéses espúrios do que não-filosófos
>> morais em contextos decisórios morais. Fenômenos análogos costumam ocorrer
>> pelas ciências sociais e humanidades como economia e história.
>>
>> Eu recomendo fortemente também o último livro do Sesardic, "When Reason
>> Goes On Holiday". Mostra como que algumas das mentes mais afiadas em lógica
>> matemática do Século XX são capazes de deixar tudo de lado quando
>> raciocinam sobre política.
>>
>> [ ]'s
>>
>> [1] Schwitzgebel, E.; Cushman, F. Philosophers’ biased judgments persist
>> despite training, expertise and reflection. Cognition 2015, 141,
>> 127–137.
>>
>> 2017-07-05 11:56 GMT-03:00 Joao Marcos :
>>
>>> Prezada Gisele (S):
>>>
>>> Fico contente em vê-la participando das discussões da LOGICA-L, e
>>> aproveito para parabenizá-la pela organização do *IV Workshop de
>>> Filosofia e Ensino*, semana passada:
>>> https://wfeufrgs.wordpress.com/
>>>
>>> > O texto em questão, embora seu contexto seja estadunidense, merece
>>> alguma
>>> > atenção no Brasil pelo simples fato de que a filosofia corre,
>>> atualmente, o
>>> > risco de não mais ser componente curricular obrigatório nas escolas de
>>> > Ensino Médio (assim como muitas outras, vale dizer). No nosso contexto,
>>> > quando então se intensifica a produção de argumentos em favor da
>>> presença da
>>> > filosofia na fase média de ensino básico, não é rara uma modalidade de
>>> > defesa calcada em pesquisas como as mencionadas no texto, louvando-se
>>> as
>>> > capacidades de pensamento crítico supostamente desenvolvidas nas aulas
>>> de
>>> > filosofia. Daí que o texto nos seja relevante, para compararmos com o
>>> que se
>>> > diz por aqui.
>>> >
>>> > (Digo "supostamente" porque nunca fica muito claro, nos eventos e
>>> textos em
>>> > que o tema é discutido, o que se entende por pensamento crítico, nem se
>>> > explicitam seus vínculos com a 

Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-06 Por tôpico Ricardo Pereira
Ultimamente venho me convencendo da importância dos viéses cognitivos e das
paixões (os desejos e ideais com que estamos comprometidos a priori) para
as discussões, principalmente políticas.

Há um livro voltado para filosofia da educação, de John Wilson, com
insights interessantes aplicáveis de maneira geral: Fantasy and Common
Sense in Education.

Uma das coisas que o autor observa frequentemente (não sei se no livro
acima citado) é que as pessoas são "capturadas" por uma espécie de modo de
defesa de princípios ANTES de iniciarem o processo racional que normalmente
conseguem empregar em outros contextos menos carregados emocionalmente.

Talvez tenha a ver com o dizer de Hume sobre a razão ser (e dever ser)
escrava das paixões. Se não às serve, é descartada.

Há um podcast de que gosto muito e que tem uma abordagem mais psicológica:
o You Are Not So Smart. Em vários episódios são abordados viéses cognitivos
cujo conhecimento acho relevante pra qualquer cientista/filósofo.

2017-07-05 12:24 GMT-03:00 Manuel Doria :

> Em meu paper forthcoming sobre filosofia acadêmica e o politicamente
> correto, uma das teses que defendo é que a evidência empírica sugere que
> filósofos profissionais são capazes de facilmente deixar de lado standards
> de racionalidade visando objetividade e migrar para standards de
> racionalidade visando proteção de identidade grupal quando são confrontados
> com hipóteses que vão de encontro com elementos centrais de sua visão de
> mundo.
>
> A situação em alguns casos é bem trágica. Por exemplo, nós esperamos que
> experts se dêem melhor do que não-experts em seu domínio de expertise mas
> existe evidência empírica [1] de que filósofos morais em média são mais
>  suscetíveis a serem contaminados por viéses espúrios do que não-filosófos
> morais em contextos decisórios morais. Fenômenos análogos costumam ocorrer
> pelas ciências sociais e humanidades como economia e história.
>
> Eu recomendo fortemente também o último livro do Sesardic, "When Reason
> Goes On Holiday". Mostra como que algumas das mentes mais afiadas em lógica
> matemática do Século XX são capazes de deixar tudo de lado quando
> raciocinam sobre política.
>
> [ ]'s
>
> [1] Schwitzgebel, E.; Cushman, F. Philosophers’ biased judgments persist
> despite training, expertise and reflection. Cognition 2015, 141, 127–137.
>
> 2017-07-05 11:56 GMT-03:00 Joao Marcos :
>
>> Prezada Gisele (S):
>>
>> Fico contente em vê-la participando das discussões da LOGICA-L, e
>> aproveito para parabenizá-la pela organização do *IV Workshop de
>> Filosofia e Ensino*, semana passada:
>> https://wfeufrgs.wordpress.com/
>>
>> > O texto em questão, embora seu contexto seja estadunidense, merece
>> alguma
>> > atenção no Brasil pelo simples fato de que a filosofia corre,
>> atualmente, o
>> > risco de não mais ser componente curricular obrigatório nas escolas de
>> > Ensino Médio (assim como muitas outras, vale dizer). No nosso contexto,
>> > quando então se intensifica a produção de argumentos em favor da
>> presença da
>> > filosofia na fase média de ensino básico, não é rara uma modalidade de
>> > defesa calcada em pesquisas como as mencionadas no texto, louvando-se as
>> > capacidades de pensamento crítico supostamente desenvolvidas nas aulas
>> de
>> > filosofia. Daí que o texto nos seja relevante, para compararmos com o
>> que se
>> > diz por aqui.
>> >
>> > (Digo "supostamente" porque nunca fica muito claro, nos eventos e
>> textos em
>> > que o tema é discutido, o que se entende por pensamento crítico, nem se
>> > explicitam seus vínculos com a lógica stricto sensu - tampouco se
>> oferecem
>> > exemplos de experiências didáticas de sucesso nesse sentido. Os livros
>> > didáticos selecionados pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) até
>> o
>> > último edital possuem capítulos de lógica muito fracos, desconectados
>> dos
>> > demais, e é bem sabido que a maioria dos professores de filosofia do
>> Ensino
>> > Médio não tiveram boas aulas de lógica durante a graduação (o que gera
>> > insegurança para trabalha-la quando se tornam professores, um nefasto
>> > círculo de expectativas antimatemáticas entre postulantes a estudantes e
>> > futuros professores de filosofia) nem tampouco uma preparação para o
>> > trabalho didático com lógica em contextos de escola média e fundamental.
>> > Isso tudo sem contar boa parcela dos envolvidos com ensino de filosofia
>> que
>> > simplesmente desprezam a lógica como instrumento de pensamento e
>> filosofia.)
>>
>> O conteúdo do seu relato é realmente preocupante!
>>
>> Com relação aos pontos de contato entre o conteúdo do texto que
>> circulei antes e a realidade brasileira, choca-me em particular
>> perceber a forma como a educação no Brasil é muitas vezes tratada de
>> uma forma puramente ideologizada --- mesmo por cientistas da área, e
>> pelos especialistas nacionais em teoria pedagógica.  Recordo-me por
>> exemplo de uma reunião da qual participei há 

Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-06 Por tôpico Carol Blasio
Caros,

É mesmo deprimente que departamentos tão importantes ajam com essa
​ *​*
*mauvaise foi*. Como fiquei curiosa com a colocação de Giselle Reis, fiz
​ ​
uma pequena busca entre as universidades alemãs, para saber como elas
​ ​
se divulgam. Em geral, as universidades por aqui não criam muitas
​ ​
expectativas ao graduado em Filosofia além de ser professor escolar ou
​ ​
professor/pesquisador acadêmico. Vi também que algumas universidades,
​ ​
como a Universidade de Frankfurt, tem orgulho por sua tradição, e
outras, como a LMU, chamam atenção para a vocação acadêmica que o
​ ​
estudante de filosofia deve ter e cita um par de possibilidades
​ ​
profissionais (p.e. parecerista de uma agência de fomento, editor),
mas também fornece algumas “amostras” de textos filosóficos para
​ ​
motivar (ou desmotivar de vez) os aspirantes — entre estes textos está
​ ​
o  "Über Sinn und Bedeutung
”,
de Frege. Acho que essa frase aqui
​ ​
resume a (des)pretensão: “
*Das Philosophiestudium ist im Idealfall (wie​ ​übrigens auch jedes andere
geisteswissenschaftliche Studium) immer ein​ ​Selbstzweck*” (O estudo de
filosofia —bem como de qualquer outro estudo
​ ​
de ciências humanas — é idealmente sempre um fim em si mesmo).
(fonte:
http://www.philosophie.uni-muenchen.de/studium/das_fach/und_dann/index.html)
​. ​
É bom acrescentar que as universidades são gratuitas na Alemanha.

Achei, no entanto, uma lista interessante na Universidade de
​ ​
Innsbruck, na Áustria. Entre o ensino de história e sistemas
​ ​
filosóficos, a universidade também se propõe desenvolver as
competências de seus alunos em:
- pensar analiticamente e ser capaz de compreender os textos
- ser capaz de analisar criticamente estrutura argumentativas
- ser capaz de desenvolver criativamente seus próprios argumentos
- ser capaz de desenvolver novos campos de estudos de forma independente
- ser capaz de apresentar questões complexas
- aprender a questionar e não se contentar facilmente com as soluções
​ ​
apresentadas
(fonte:
https://www.uibk.ac.at/philtheol/information/warum-philosophie-studieren.html
)
A lista é geral, mas não promete um futuro de dinheiro e fama aos egressos…
​ ​
t​
ambém nada garante que a faculdade tem sido bem sucedida em cumprir o
​ ​
que está listado.

Voltando para o Brasil, e mais especificamente ao ensino de lógica,
​ ​
acho que o mais grave de nossa situação atual foi colocado por Gisele
​ ​
Secco. O desprezo pela lógica como parte da filosofia é visível e a má
​ ​
formação de professores de filosofia alimenta esse desprezo gerando um
​ ​
ciclo. Creio que um grupo de trabalho apoiado pela SBL pode ser efetivo na
mudança dessa situação tanto no ensino médio como nas
​ ​
graduações. Me parece ser uma condição necessária, mas não suficiente,
​ ​
​
desenvolver bons materiais didáticos para o ensino de Lógica (e existem!).
Mas, uma das alternativas
para a melhoria do ensino, acredito, seria buscar o melhor relacionamento
do ensino de
lógica com as outras disciplinas
​ ​
--
​ ​
disciplinas
​ ​
de filosofia,
​ ​
no caso das graduações,
​ ​
e
​ ​
disciplinas
​ ​
do currículo nacional,
​ ​
no caso do EM).
​ ​
Existiriam
​ ​
já alguma(s) proposta(s) em relação a isso? O desafio
​ ​
seria
​ ​
suficientemente grande se ainda não fosse o fato de que poucos estão
​ ​
motivados a serem professores
​
de ensino médio
​ ​
n
​a​
​
 situação atual do
​ ​
país.

Abraços
​,
Carol Blasio
​

Em 6 de julho de 2017 03:04, Marcelo Finger  escreveu:

> Caro JM, Gisele e demais
>
> > na citada universidade não foi feito nenhum esforço de *comparar* o
> resultado
> > obtido através do PBL com o resultado obtido em outras formas
> tradicionais de
> > ensino.
>
> Gostaria de apontar vocês para o trabalho do Paulo Blikstein, de
> Stanford, no ensino de tecnologia, que MEDE e mostra que apresentar um
> problema concreto ANTES de ensinar a teoria traz maior grau de fixação
> dos conceitos apresentados.  Ou seja, os alunos comprovadamente
> "aprendem mais" se forem desafiados com a pensar no assunto antes de
> receberem uma exposição teórica.
>
> Isso, com a vantagem da retrovisão, é tão óbvio que me deixa perplexo
> por que quase nenhum curso expositivo que eu dei (dava) ou assisti não
> usa esse método.
>
> []s
>
> Marcelo
>
>
> 2017-07-05 11:56 GMT-03:00 Joao Marcos :
> > Prezada Gisele (S):
> >
> > Fico contente em vê-la participando das discussões da LOGICA-L, e
> > aproveito para parabenizá-la pela organização do *IV Workshop de
> > Filosofia e Ensino*, semana passada:
> > https://wfeufrgs.wordpress.com/
> >
> >> O texto em questão, embora seu contexto seja estadunidense, merece
> alguma
> >> atenção no Brasil pelo simples fato de que a filosofia corre,
> atualmente, o
> >> risco de não mais ser componente curricular obrigatório nas escolas de
> >> Ensino Médio (assim como muitas outras, vale dizer). No nosso 

Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-05 Por tôpico Marcelo Finger
Caro JM, Gisele e demais

> na citada universidade não foi feito nenhum esforço de *comparar* o resultado
> obtido através do PBL com o resultado obtido em outras formas tradicionais de
> ensino.

Gostaria de apontar vocês para o trabalho do Paulo Blikstein, de
Stanford, no ensino de tecnologia, que MEDE e mostra que apresentar um
problema concreto ANTES de ensinar a teoria traz maior grau de fixação
dos conceitos apresentados.  Ou seja, os alunos comprovadamente
"aprendem mais" se forem desafiados com a pensar no assunto antes de
receberem uma exposição teórica.

Isso, com a vantagem da retrovisão, é tão óbvio que me deixa perplexo
por que quase nenhum curso expositivo que eu dei (dava) ou assisti não
usa esse método.

[]s

Marcelo


2017-07-05 11:56 GMT-03:00 Joao Marcos :
> Prezada Gisele (S):
>
> Fico contente em vê-la participando das discussões da LOGICA-L, e
> aproveito para parabenizá-la pela organização do *IV Workshop de
> Filosofia e Ensino*, semana passada:
> https://wfeufrgs.wordpress.com/
>
>> O texto em questão, embora seu contexto seja estadunidense, merece alguma
>> atenção no Brasil pelo simples fato de que a filosofia corre, atualmente, o
>> risco de não mais ser componente curricular obrigatório nas escolas de
>> Ensino Médio (assim como muitas outras, vale dizer). No nosso contexto,
>> quando então se intensifica a produção de argumentos em favor da presença da
>> filosofia na fase média de ensino básico, não é rara uma modalidade de
>> defesa calcada em pesquisas como as mencionadas no texto, louvando-se as
>> capacidades de pensamento crítico supostamente desenvolvidas nas aulas de
>> filosofia. Daí que o texto nos seja relevante, para compararmos com o que se
>> diz por aqui.
>>
>> (Digo "supostamente" porque nunca fica muito claro, nos eventos e textos em
>> que o tema é discutido, o que se entende por pensamento crítico, nem se
>> explicitam seus vínculos com a lógica stricto sensu - tampouco se oferecem
>> exemplos de experiências didáticas de sucesso nesse sentido. Os livros
>> didáticos selecionados pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) até o
>> último edital possuem capítulos de lógica muito fracos, desconectados dos
>> demais, e é bem sabido que a maioria dos professores de filosofia do Ensino
>> Médio não tiveram boas aulas de lógica durante a graduação (o que gera
>> insegurança para trabalha-la quando se tornam professores, um nefasto
>> círculo de expectativas antimatemáticas entre postulantes a estudantes e
>> futuros professores de filosofia) nem tampouco uma preparação para o
>> trabalho didático com lógica em contextos de escola média e fundamental.
>> Isso tudo sem contar boa parcela dos envolvidos com ensino de filosofia que
>> simplesmente desprezam a lógica como instrumento de pensamento e filosofia.)
>
> O conteúdo do seu relato é realmente preocupante!
>
> Com relação aos pontos de contato entre o conteúdo do texto que
> circulei antes e a realidade brasileira, choca-me em particular
> perceber a forma como a educação no Brasil é muitas vezes tratada de
> uma forma puramente ideologizada --- mesmo por cientistas da área, e
> pelos especialistas nacionais em teoria pedagógica.  Recordo-me por
> exemplo de uma reunião da qual participei há dois anos em um instituto
> da minha universidade, na qual um colega de outra universidade
> apresentou as inúmeras vantagens do problem-based learning (PBL), tal
> como aplicado em um curso da área de TI de sua universidade, e todos
> saíram da palestra maravilhados com tudo aquilo...  Uma postura
> minimamente crítica e científica permitiria contudo identificar ali
> dois problemas.  O primeiro era que na citada universidade não foi
> feito nenhum esforço de *comparar* o resultado obtido através do PBL
> com o resultado obtido em outras formas tradicionais de ensino.  De
> fato, *todas* as turmas daquele curso, lá, são submetidas ao PBL desde
> o início!  O segundo estava no fato de que no blog da Communications
> of the ACM acabava de ser publicado um post que comentava que *não há
> evidências* de que PBL, por mais bonito que pareça, realmente funciona
> tão bem quanto desejaríamos:
> http://cacm.acm.org/magazines/2015/2/182637-whats-the-best-way-to-teach-computer-science-to-beginners/fulltext
> Noto que este post cita um artigo extremamente influente [1], cujos
> autores comentam:
>   "Why do outstanding scientists who demand rigorous proof for
>   scientific assertions in their research continue to use and indeed
>   defend on the bias of intuition alone, teaching methods that are
>   not the most effective?"
> Creio que isto vai ao encontro de algumas das preocupações do Sesardic.
>
> A propósito, há um outro paper do Sesardic (com Rafael De Clercq) [2]
> que comenta sobre a *disparidade de gênero* na área de Filosofia e
> coloca em questão as alegadas evidências da hipótese segundo a qual
> haveria algum tipo de *discriminação* contra as mulheres na área de
> Filosofia.
>
> [1] Why Minimal 

Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-05 Por tôpico Gisele Secco
Caro João Marcos

Obrigada pelas referências, lerei com calma assim que puder. Não sabia
deste evento, também, será que ocorrerá em 2017? Sei que o do Academia
Mexicana de Lógica ocorrerá em novembro, esta na vigésima edição:
http://academiamexicanadelogica.org/Convocatoria-XX-EIDL-SIILA-2017

De fato, as discussões pedagógicas no Brasil são um tanto sofríveis, seu
relato faz todo o sentido nesse contexto de muito Deleuze e pouco Piaget.

O *Workshop de Filosofia e Ensino da UFRGS* começou a acontecer em 2014 com
uma singela edição cujo tema foi *Sobre o ensino de lógica*. Infelizmente
não consegui organizar um e-book com os registros desta primeira edição,
mas o da segunda (cuja temática foi *Epistemologia e Currículo*) está aqui,
e tem dois textos sobre ensino de lógica, um de Frank Sautter:
https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/156464

(Saliento que o público alvo do evento e do livro são professores de
filosofia do ensino médio, na ativa e em formação, não especialistas em
lógica.)

Até breve!

Saudações,
G.



2017-07-05 11:56 GMT-03:00 Joao Marcos :

> Prezada Gisele (S):
>
> Fico contente em vê-la participando das discussões da LOGICA-L, e
> aproveito para parabenizá-la pela organização do *IV Workshop de
> Filosofia e Ensino*, semana passada:
> https://wfeufrgs.wordpress.com/
>
> > O texto em questão, embora seu contexto seja estadunidense, merece alguma
> > atenção no Brasil pelo simples fato de que a filosofia corre,
> atualmente, o
> > risco de não mais ser componente curricular obrigatório nas escolas de
> > Ensino Médio (assim como muitas outras, vale dizer). No nosso contexto,
> > quando então se intensifica a produção de argumentos em favor da
> presença da
> > filosofia na fase média de ensino básico, não é rara uma modalidade de
> > defesa calcada em pesquisas como as mencionadas no texto, louvando-se as
> > capacidades de pensamento crítico supostamente desenvolvidas nas aulas de
> > filosofia. Daí que o texto nos seja relevante, para compararmos com o
> que se
> > diz por aqui.
> >
> > (Digo "supostamente" porque nunca fica muito claro, nos eventos e textos
> em
> > que o tema é discutido, o que se entende por pensamento crítico, nem se
> > explicitam seus vínculos com a lógica stricto sensu - tampouco se
> oferecem
> > exemplos de experiências didáticas de sucesso nesse sentido. Os livros
> > didáticos selecionados pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) até o
> > último edital possuem capítulos de lógica muito fracos, desconectados dos
> > demais, e é bem sabido que a maioria dos professores de filosofia do
> Ensino
> > Médio não tiveram boas aulas de lógica durante a graduação (o que gera
> > insegurança para trabalha-la quando se tornam professores, um nefasto
> > círculo de expectativas antimatemáticas entre postulantes a estudantes e
> > futuros professores de filosofia) nem tampouco uma preparação para o
> > trabalho didático com lógica em contextos de escola média e fundamental.
> > Isso tudo sem contar boa parcela dos envolvidos com ensino de filosofia
> que
> > simplesmente desprezam a lógica como instrumento de pensamento e
> filosofia.)
>
> O conteúdo do seu relato é realmente preocupante!
>
> Com relação aos pontos de contato entre o conteúdo do texto que
> circulei antes e a realidade brasileira, choca-me em particular
> perceber a forma como a educação no Brasil é muitas vezes tratada de
> uma forma puramente ideologizada --- mesmo por cientistas da área, e
> pelos especialistas nacionais em teoria pedagógica.  Recordo-me por
> exemplo de uma reunião da qual participei há dois anos em um instituto
> da minha universidade, na qual um colega de outra universidade
> apresentou as inúmeras vantagens do problem-based learning (PBL), tal
> como aplicado em um curso da área de TI de sua universidade, e todos
> saíram da palestra maravilhados com tudo aquilo...  Uma postura
> minimamente crítica e científica permitiria contudo identificar ali
> dois problemas.  O primeiro era que na citada universidade não foi
> feito nenhum esforço de *comparar* o resultado obtido através do PBL
> com o resultado obtido em outras formas tradicionais de ensino.  De
> fato, *todas* as turmas daquele curso, lá, são submetidas ao PBL desde
> o início!  O segundo estava no fato de que no blog da Communications
> of the ACM acabava de ser publicado um post que comentava que *não há
> evidências* de que PBL, por mais bonito que pareça, realmente funciona
> tão bem quanto desejaríamos:
> http://cacm.acm.org/magazines/2015/2/182637-whats-the-best-
> way-to-teach-computer-science-to-beginners/fulltext
> Noto que este post cita um artigo extremamente influente [1], cujos
> autores comentam:
>   "Why do outstanding scientists who demand rigorous proof for
>   scientific assertions in their research continue to use and indeed
>   defend on the bias of intuition alone, teaching methods that are
>   not the most effective?"
> Creio que isto vai ao encontro de algumas das preocupações 

Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-05 Por tôpico Márlon Henrique Teixeira
Parece interessante seu artigo, Manuel.

quanto estiver disponível, não deixe de compartilhar. Eu gostaria de ler.

Abraços

Márlon

Em 5 de julho de 2017 12:24, Manuel Doria  escreveu:

> Em meu paper forthcoming sobre filosofia acadêmica e o politicamente
> correto, uma das teses que defendo é que a evidência empírica sugere que
> filósofos profissionais são capazes de facilmente deixar de lado standards
> de racionalidade visando objetividade e migrar para standards de
> racionalidade visando proteção de identidade grupal quando são confrontados
> com hipóteses que vão de encontro com elementos centrais de sua visão de
> mundo.
>
> A situação em alguns casos é bem trágica. Por exemplo, nós esperamos que
> experts se dêem melhor do que não-experts em seu domínio de expertise mas
> existe evidência empírica [1] de que filósofos morais em média são mais
>  suscetíveis a serem contaminados por viéses espúrios do que não-filosófos
> morais em contextos decisórios morais. Fenômenos análogos costumam ocorrer
> pelas ciências sociais e humanidades como economia e história.
>
> Eu recomendo fortemente também o último livro do Sesardic, "When Reason
> Goes On Holiday". Mostra como que algumas das mentes mais afiadas em lógica
> matemática do Século XX são capazes de deixar tudo de lado quando
> raciocinam sobre política.
>
> [ ]'s
>
> [1] Schwitzgebel, E.; Cushman, F. Philosophers’ biased judgments persist
> despite training, expertise and reflection. Cognition 2015, 141, 127–137.
>
> 2017-07-05 11:56 GMT-03:00 Joao Marcos :
>
>> Prezada Gisele (S):
>>
>> Fico contente em vê-la participando das discussões da LOGICA-L, e
>> aproveito para parabenizá-la pela organização do *IV Workshop de
>> Filosofia e Ensino*, semana passada:
>> https://wfeufrgs.wordpress.com/
>>
>> > O texto em questão, embora seu contexto seja estadunidense, merece
>> alguma
>> > atenção no Brasil pelo simples fato de que a filosofia corre,
>> atualmente, o
>> > risco de não mais ser componente curricular obrigatório nas escolas de
>> > Ensino Médio (assim como muitas outras, vale dizer). No nosso contexto,
>> > quando então se intensifica a produção de argumentos em favor da
>> presença da
>> > filosofia na fase média de ensino básico, não é rara uma modalidade de
>> > defesa calcada em pesquisas como as mencionadas no texto, louvando-se as
>> > capacidades de pensamento crítico supostamente desenvolvidas nas aulas
>> de
>> > filosofia. Daí que o texto nos seja relevante, para compararmos com o
>> que se
>> > diz por aqui.
>> >
>> > (Digo "supostamente" porque nunca fica muito claro, nos eventos e
>> textos em
>> > que o tema é discutido, o que se entende por pensamento crítico, nem se
>> > explicitam seus vínculos com a lógica stricto sensu - tampouco se
>> oferecem
>> > exemplos de experiências didáticas de sucesso nesse sentido. Os livros
>> > didáticos selecionados pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) até
>> o
>> > último edital possuem capítulos de lógica muito fracos, desconectados
>> dos
>> > demais, e é bem sabido que a maioria dos professores de filosofia do
>> Ensino
>> > Médio não tiveram boas aulas de lógica durante a graduação (o que gera
>> > insegurança para trabalha-la quando se tornam professores, um nefasto
>> > círculo de expectativas antimatemáticas entre postulantes a estudantes e
>> > futuros professores de filosofia) nem tampouco uma preparação para o
>> > trabalho didático com lógica em contextos de escola média e fundamental.
>> > Isso tudo sem contar boa parcela dos envolvidos com ensino de filosofia
>> que
>> > simplesmente desprezam a lógica como instrumento de pensamento e
>> filosofia.)
>>
>> O conteúdo do seu relato é realmente preocupante!
>>
>> Com relação aos pontos de contato entre o conteúdo do texto que
>> circulei antes e a realidade brasileira, choca-me em particular
>> perceber a forma como a educação no Brasil é muitas vezes tratada de
>> uma forma puramente ideologizada --- mesmo por cientistas da área, e
>> pelos especialistas nacionais em teoria pedagógica.  Recordo-me por
>> exemplo de uma reunião da qual participei há dois anos em um instituto
>> da minha universidade, na qual um colega de outra universidade
>> apresentou as inúmeras vantagens do problem-based learning (PBL), tal
>> como aplicado em um curso da área de TI de sua universidade, e todos
>> saíram da palestra maravilhados com tudo aquilo...  Uma postura
>> minimamente crítica e científica permitiria contudo identificar ali
>> dois problemas.  O primeiro era que na citada universidade não foi
>> feito nenhum esforço de *comparar* o resultado obtido através do PBL
>> com o resultado obtido em outras formas tradicionais de ensino.  De
>> fato, *todas* as turmas daquele curso, lá, são submetidas ao PBL desde
>> o início!  O segundo estava no fato de que no blog da Communications
>> of the ACM acabava de ser publicado um post que comentava que *não há
>> evidências* de que PBL, por mais 

Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-05 Por tôpico Manuel Doria
Em meu paper forthcoming sobre filosofia acadêmica e o politicamente
correto, uma das teses que defendo é que a evidência empírica sugere que
filósofos profissionais são capazes de facilmente deixar de lado standards
de racionalidade visando objetividade e migrar para standards de
racionalidade visando proteção de identidade grupal quando são confrontados
com hipóteses que vão de encontro com elementos centrais de sua visão de
mundo.

A situação em alguns casos é bem trágica. Por exemplo, nós esperamos que
experts se dêem melhor do que não-experts em seu domínio de expertise mas
existe evidência empírica [1] de que filósofos morais em média são mais
 suscetíveis a serem contaminados por viéses espúrios do que não-filosófos
morais em contextos decisórios morais. Fenômenos análogos costumam ocorrer
pelas ciências sociais e humanidades como economia e história.

Eu recomendo fortemente também o último livro do Sesardic, "When Reason
Goes On Holiday". Mostra como que algumas das mentes mais afiadas em lógica
matemática do Século XX são capazes de deixar tudo de lado quando
raciocinam sobre política.

[ ]'s

[1] Schwitzgebel, E.; Cushman, F. Philosophers’ biased judgments persist
despite training, expertise and reflection. Cognition 2015, 141, 127–137.

2017-07-05 11:56 GMT-03:00 Joao Marcos :

> Prezada Gisele (S):
>
> Fico contente em vê-la participando das discussões da LOGICA-L, e
> aproveito para parabenizá-la pela organização do *IV Workshop de
> Filosofia e Ensino*, semana passada:
> https://wfeufrgs.wordpress.com/
>
> > O texto em questão, embora seu contexto seja estadunidense, merece alguma
> > atenção no Brasil pelo simples fato de que a filosofia corre,
> atualmente, o
> > risco de não mais ser componente curricular obrigatório nas escolas de
> > Ensino Médio (assim como muitas outras, vale dizer). No nosso contexto,
> > quando então se intensifica a produção de argumentos em favor da
> presença da
> > filosofia na fase média de ensino básico, não é rara uma modalidade de
> > defesa calcada em pesquisas como as mencionadas no texto, louvando-se as
> > capacidades de pensamento crítico supostamente desenvolvidas nas aulas de
> > filosofia. Daí que o texto nos seja relevante, para compararmos com o
> que se
> > diz por aqui.
> >
> > (Digo "supostamente" porque nunca fica muito claro, nos eventos e textos
> em
> > que o tema é discutido, o que se entende por pensamento crítico, nem se
> > explicitam seus vínculos com a lógica stricto sensu - tampouco se
> oferecem
> > exemplos de experiências didáticas de sucesso nesse sentido. Os livros
> > didáticos selecionados pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) até o
> > último edital possuem capítulos de lógica muito fracos, desconectados dos
> > demais, e é bem sabido que a maioria dos professores de filosofia do
> Ensino
> > Médio não tiveram boas aulas de lógica durante a graduação (o que gera
> > insegurança para trabalha-la quando se tornam professores, um nefasto
> > círculo de expectativas antimatemáticas entre postulantes a estudantes e
> > futuros professores de filosofia) nem tampouco uma preparação para o
> > trabalho didático com lógica em contextos de escola média e fundamental.
> > Isso tudo sem contar boa parcela dos envolvidos com ensino de filosofia
> que
> > simplesmente desprezam a lógica como instrumento de pensamento e
> filosofia.)
>
> O conteúdo do seu relato é realmente preocupante!
>
> Com relação aos pontos de contato entre o conteúdo do texto que
> circulei antes e a realidade brasileira, choca-me em particular
> perceber a forma como a educação no Brasil é muitas vezes tratada de
> uma forma puramente ideologizada --- mesmo por cientistas da área, e
> pelos especialistas nacionais em teoria pedagógica.  Recordo-me por
> exemplo de uma reunião da qual participei há dois anos em um instituto
> da minha universidade, na qual um colega de outra universidade
> apresentou as inúmeras vantagens do problem-based learning (PBL), tal
> como aplicado em um curso da área de TI de sua universidade, e todos
> saíram da palestra maravilhados com tudo aquilo...  Uma postura
> minimamente crítica e científica permitiria contudo identificar ali
> dois problemas.  O primeiro era que na citada universidade não foi
> feito nenhum esforço de *comparar* o resultado obtido através do PBL
> com o resultado obtido em outras formas tradicionais de ensino.  De
> fato, *todas* as turmas daquele curso, lá, são submetidas ao PBL desde
> o início!  O segundo estava no fato de que no blog da Communications
> of the ACM acabava de ser publicado um post que comentava que *não há
> evidências* de que PBL, por mais bonito que pareça, realmente funciona
> tão bem quanto desejaríamos:
> http://cacm.acm.org/magazines/2015/2/182637-whats-the-best-
> way-to-teach-computer-science-to-beginners/fulltext
> Noto que este post cita um artigo extremamente influente [1], cujos
> autores comentam:
>   "Why do outstanding scientists who demand rigorous 

Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-05 Por tôpico Joao Marcos
Prezada Gisele (S):

Fico contente em vê-la participando das discussões da LOGICA-L, e
aproveito para parabenizá-la pela organização do *IV Workshop de
Filosofia e Ensino*, semana passada:
https://wfeufrgs.wordpress.com/

> O texto em questão, embora seu contexto seja estadunidense, merece alguma
> atenção no Brasil pelo simples fato de que a filosofia corre, atualmente, o
> risco de não mais ser componente curricular obrigatório nas escolas de
> Ensino Médio (assim como muitas outras, vale dizer). No nosso contexto,
> quando então se intensifica a produção de argumentos em favor da presença da
> filosofia na fase média de ensino básico, não é rara uma modalidade de
> defesa calcada em pesquisas como as mencionadas no texto, louvando-se as
> capacidades de pensamento crítico supostamente desenvolvidas nas aulas de
> filosofia. Daí que o texto nos seja relevante, para compararmos com o que se
> diz por aqui.
>
> (Digo "supostamente" porque nunca fica muito claro, nos eventos e textos em
> que o tema é discutido, o que se entende por pensamento crítico, nem se
> explicitam seus vínculos com a lógica stricto sensu - tampouco se oferecem
> exemplos de experiências didáticas de sucesso nesse sentido. Os livros
> didáticos selecionados pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) até o
> último edital possuem capítulos de lógica muito fracos, desconectados dos
> demais, e é bem sabido que a maioria dos professores de filosofia do Ensino
> Médio não tiveram boas aulas de lógica durante a graduação (o que gera
> insegurança para trabalha-la quando se tornam professores, um nefasto
> círculo de expectativas antimatemáticas entre postulantes a estudantes e
> futuros professores de filosofia) nem tampouco uma preparação para o
> trabalho didático com lógica em contextos de escola média e fundamental.
> Isso tudo sem contar boa parcela dos envolvidos com ensino de filosofia que
> simplesmente desprezam a lógica como instrumento de pensamento e filosofia.)

O conteúdo do seu relato é realmente preocupante!

Com relação aos pontos de contato entre o conteúdo do texto que
circulei antes e a realidade brasileira, choca-me em particular
perceber a forma como a educação no Brasil é muitas vezes tratada de
uma forma puramente ideologizada --- mesmo por cientistas da área, e
pelos especialistas nacionais em teoria pedagógica.  Recordo-me por
exemplo de uma reunião da qual participei há dois anos em um instituto
da minha universidade, na qual um colega de outra universidade
apresentou as inúmeras vantagens do problem-based learning (PBL), tal
como aplicado em um curso da área de TI de sua universidade, e todos
saíram da palestra maravilhados com tudo aquilo...  Uma postura
minimamente crítica e científica permitiria contudo identificar ali
dois problemas.  O primeiro era que na citada universidade não foi
feito nenhum esforço de *comparar* o resultado obtido através do PBL
com o resultado obtido em outras formas tradicionais de ensino.  De
fato, *todas* as turmas daquele curso, lá, são submetidas ao PBL desde
o início!  O segundo estava no fato de que no blog da Communications
of the ACM acabava de ser publicado um post que comentava que *não há
evidências* de que PBL, por mais bonito que pareça, realmente funciona
tão bem quanto desejaríamos:
http://cacm.acm.org/magazines/2015/2/182637-whats-the-best-way-to-teach-computer-science-to-beginners/fulltext
Noto que este post cita um artigo extremamente influente [1], cujos
autores comentam:
  "Why do outstanding scientists who demand rigorous proof for
  scientific assertions in their research continue to use and indeed
  defend on the bias of intuition alone, teaching methods that are
  not the most effective?"
Creio que isto vai ao encontro de algumas das preocupações do Sesardic.

A propósito, há um outro paper do Sesardic (com Rafael De Clercq) [2]
que comenta sobre a *disparidade de gênero* na área de Filosofia e
coloca em questão as alegadas evidências da hipótese segundo a qual
haveria algum tipo de *discriminação* contra as mulheres na área de
Filosofia.

[1] Why Minimal Guidance During Instruction Does Not Work: An Analysis
of the Failure of Constructivist, Discovery, Problem-Based,
Experiential, and Inquiry-Based Teaching
http://www.cogtech.usc.edu/publications/kirschner_Sweller_Clark.pdf

[2] Women in Philosophy: Problems with the Discrimination Hypothesis
https://www.nas.org/articles/women_in_philosophy_problems_with_the_discrimination_hypothesis

> Há muito ainda por ser pesquisado em termos de didática da lógica entre nós,
> por isso me alegrou muito a notícia de que a nova diretoria da SBL está
> sensível ao tópico.

Sem dúvida é saudável (é de se saudar) esta iniciativa da nova
Diretoria da SBL!  Suponho que teremos mais notícias em breve sobre
estas coisas, de Cassiano e outros.  A propósito, há dois anos
participei da organização do *Fourth International Congress on Tools
for Teaching Logic* (http://ttl2015.irisa.fr/), em Rennes.  Há uma boa
chance de que o 

Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-05 Por tôpico Gisele Secco
Prezados colegas, em especial João Marcos e Giselle

O texto em questão, embora seu contexto seja estadunidense, merece alguma
atenção no Brasil pelo simples fato de que a filosofia corre, atualmente, o
risco de não mais ser componente curricular obrigatório nas escolas de
Ensino Médio (assim como muitas outras, vale dizer). No nosso contexto,
quando então se intensifica a produção de argumentos em favor da presença
da filosofia na fase média de ensino básico, não é rara uma modalidade de
defesa calcada em pesquisas como as mencionadas no texto, louvando-se as
capacidades de pensamento crítico supostamente desenvolvidas nas aulas de
filosofia. Daí que o texto nos seja relevante, para compararmos com o que
se diz por aqui.

(Digo "supostamente" porque nunca fica muito claro, nos eventos e textos em
que o tema é discutido, o que se entende por pensamento crítico, nem se
explicitam seus vínculos com a lógica *stricto sensu - *tampouco se
oferecem exemplos de experiências didáticas de sucesso nesse sentido. Os
livros didáticos selecionados pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD)
até o último edital possuem capítulos de lógica muito fracos, desconectados
dos demais, e é bem sabido que a maioria dos professores de filosofia do
Ensino Médio não tiveram boas aulas de lógica durante a graduação (o que
gera insegurança para trabalha-la quando se tornam professores, um nefasto
círculo de expectativas antimatemáticas entre postulantes a estudantes e
futuros professores de filosofia) nem tampouco uma preparação para o
trabalho didático com lógica em contextos de escola média e fundamental.
Isso tudo sem contar boa parcela dos envolvidos com ensino de filosofia que
simplesmente desprezam a lógica como instrumento de pensamento e filosofia.)

Há muito ainda por ser pesquisado em termos de didática da lógica entre
nós, por isso me alegrou muito a notícia de que a nova diretoria da SBL
está sensível ao tópico.

Um abraço,
Gisele

2017-07-05 2:50 GMT-03:00 Giselle Reis :

> Obrigada pelo artigo João!
> Achei interessante que todas as universidades citadas pelo autor estão nos
> Estados Unidos... Dada a grande competitividade entre essas instituições,
> não me surpreende que os departamentos usem "fatos" de origem duvidosa pra
> atrair estudantes (e isso vale não só pra filosofia). A necessidade
> desesperadora de fazer propaganda, na minha opinião, compromete bastante a
> integridade de qualquer organização.
>
> Não encontrei afirmações parecidas nos sites do departamento de filosofia
> de Oxford e Panthéon-Sorbonne, por exemplo. Seria interessante descobrir se
> boas universidades em outros lugares do mundo usam a mesma estratégia.
>
> []s
> Giselle
>
> On Wed, Jul 5, 2017 at 12:16 AM Joao Marcos  wrote:
>
>> estudar filosofia ajuda a pensar melhor?
>> um curso em lógica (ou pensamento crítico) melhora o nosso raciocínio na
>> vida?
>>
>> “a investigação tem mostrado que é muito difícil melhorar o raciocínio
>> das pessoas, sendo a instrução em raciocínio lógico particularmente
>> difícil”
>>   http://criticanarede.com/ens_penscritico.html
>> texto de Neven Sesardic, em tradução de Desiderio Murcho.
>> a versão em inglês foi publicada há poucos dias em:
>>   http://quillette.com/2017/07/01/study-philosophy-improve-
>> thinking-case-false-advertising/
>>
>>
>> JM
>>
>> --
>> Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L"
>> dos Grupos do Google.
>> Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele,
>> envie um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br.
>> Para postar neste grupo, envie um e-mail para logica-l@dimap.ufrn.br.
>> Visite este grupo em https://groups.google.com/a/
>> dimap.ufrn.br/group/logica-l/.
>> Para ver esta discussão na web, acesse https://groups.google.com/a/
>> dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CAO6j_LgY8Bh6duhsACM-
>> O0NQtp06wRZosK_J8w1%2Bk%2BzAzdugWQ%40mail.gmail.com.
>>
> --
> Você recebeu essa mensagem porque está inscrito no grupo "LOGICA-L" dos
> Grupos do Google.
> Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie
> um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br.
> Para postar nesse grupo, envie um e-mail para logica-l@dimap.ufrn.br.
> Acesse esse grupo em https://groups.google.com/a/
> dimap.ufrn.br/group/logica-l/.
> Para ver essa discussão na Web, acesse https://groups.google.com/a/
> dimap.ufrn.br/d/msgid/logica-l/CAEkozwMWP2rAaN8O%3DvEXSN-%
> 3DMNsYKjsu%3De9RQAMKVH%2B%3Di4v5Gw%40mail.gmail.com
> 
> .
>



-- 
Gisele Dalva Secco
UFRGS/Brasil

-- 
Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L" dos 
Grupos do Google.
Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um 
e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br.
Para postar neste grupo, envie um 

Re: [Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-04 Por tôpico Giselle Reis
Obrigada pelo artigo João!
Achei interessante que todas as universidades citadas pelo autor estão nos
Estados Unidos... Dada a grande competitividade entre essas instituições,
não me surpreende que os departamentos usem "fatos" de origem duvidosa pra
atrair estudantes (e isso vale não só pra filosofia). A necessidade
desesperadora de fazer propaganda, na minha opinião, compromete bastante a
integridade de qualquer organização.

Não encontrei afirmações parecidas nos sites do departamento de filosofia
de Oxford e Panthéon-Sorbonne, por exemplo. Seria interessante descobrir se
boas universidades em outros lugares do mundo usam a mesma estratégia.

[]s
Giselle

On Wed, Jul 5, 2017 at 12:16 AM Joao Marcos  wrote:

> estudar filosofia ajuda a pensar melhor?
> um curso em lógica (ou pensamento crítico) melhora o nosso raciocínio na
> vida?
>
> “a investigação tem mostrado que é muito difícil melhorar o raciocínio
> das pessoas, sendo a instrução em raciocínio lógico particularmente
> difícil”
>   http://criticanarede.com/ens_penscritico.html
> texto de Neven Sesardic, em tradução de Desiderio Murcho.
> a versão em inglês foi publicada há poucos dias em:
>
> http://quillette.com/2017/07/01/study-philosophy-improve-thinking-case-false-advertising/
>
>
> JM
>
> --
> Você está recebendo esta mensagem porque se inscreveu no grupo "LOGICA-L"
> dos Grupos do Google.
> Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie
> um e-mail para logica-l+unsubscr...@dimap.ufrn.br.
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[Logica-l] lógica, pra quê?

2017-07-04 Por tôpico Joao Marcos
estudar filosofia ajuda a pensar melhor?
um curso em lógica (ou pensamento crítico) melhora o nosso raciocínio na vida?

“a investigação tem mostrado que é muito difícil melhorar o raciocínio
das pessoas, sendo a instrução em raciocínio lógico particularmente
difícil”
  http://criticanarede.com/ens_penscritico.html
texto de Neven Sesardic, em tradução de Desiderio Murcho.
a versão em inglês foi publicada há poucos dias em:
  
http://quillette.com/2017/07/01/study-philosophy-improve-thinking-case-false-advertising/


JM

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