Gerald

Eu conheço a estrutura do OSM, não só baixei e alterei dados via JOSM como
já baixei dados para criação de um sistema de roteamento com PostGIS.
OSM não é minha única fonte de dados para meus trabalhos, pego dados de
tudo que é canto (privados e públicos) e o nível de confiabilidade do OSM
não é menor do que a média do que tenho visto. Dados geográficos pela sua
natureza são caóticos e frágeis, ou se convive com isso ou se vai
trabalhar, por exemplo, com Contabilidade onde as Partidas Dobradas dão uma
precisão e segurança incrível (antes de trabalhar com geoprocessamento já
fui contador por muitos anos).

Prefiro mil vezes trabalhar com o banco de dados do OSM do jeito que está
do que ter que trabalhar com um DWG vindo de uma prefeitura ou mesmo um
Shapefile de algum órgão federal que muitas vezes vem até com o SRID
incorreto.

Não sei qual teu conhecimento do mercado de GIS/Webmapas no mundo mas o OSM
já é aceito tanto que dia após dia vem tomando espaço dos players
tradicionais como o Google. Se você observar, por exemplo, o que os sites
de informação estão usando no Brasil e no mundo, a maioria é OSM puro ou
via serviços como MapBox e/ou CartoDB. Também há serviços e apps de rotas
totalmente baseados em OSM, seja para carro ou mesmo mais específicos como
trilhas de bike. Então, essa informação de que não cresce pq não é
confiável não procede.

Lembro por fim que o OSM não tem um único fim portanto não se pode medi-lo
por apenas uma única régua. Se eu der um % de falhas específicas de
roteamento vai ser muito maior do que se eu der um percentual de falhas
total do OSM.

at

Cassio




Cássio Rogério Eskelsen
3Geo

2016-01-05 9:38 GMT-02:00 Gerald Weber <gwebe...@gmail.com>:

> Prezado Cassio e colegas
>
> 2016-01-05 5:35 GMT-02:00 Cassio Eskelsen <cas...@3geo.com.br>:
>
>> A pergunta correta é, em primeiro lugar, "por que criar normas"?
>>
>
> As normas já existem. A mais famosa é: não copiar de mapas protegidos por
> direito autoral. É algo que os mapeadores aqui no Brasil tem uma gigantesca
> dificuldade em aceitar.
>
>
>>
>> "Ahhhhh teve os casos x e y de vandalismo". Sim, teve, mas cabe aos
>> normatistas demonstrar antes de mais nada que o custo destes
>> vandalismos(intencionais ou por imperícia) é substancialmente maior do que
>> os benefícios trazidos pela atual forma semi-anárquica de gestão da base do
>> OSM.
>>
>
>
> Faz o seguinte exercício: abra o JOSM e baixe um pedaço central de
> qualquer cidade média/grande no Brasil. Clique em ctrl-A selecionando todos
> os elementos, clique em "validar". Depois de se acalmar do susto da
> quantidade de erros e advertências que vão aparecer, passe o restante da
> semana consertando todos estes erros. Aguarde alguns meses e repita o
> exercício no mesmo local. Você verá que muitos novos erros terão aparecido
> mesmo em lugares que você já consertou. É como exugar gelo num dia quente
> de verão. Não é a toa que 99.99% dos mapeadores desiste.
>
> Eu não descreveria o sistema do OSM como anárquico e sim como caótico. Se
> tudo que você deseja é um mapinha bonitinho para pendurar na parede acho
> que o sistema até atende. Mas se você deseja um sistema confiável, por
> exemplo para fazer um roteamento, então o OSM falha completamente.
>
> Não há como confiar num sistema que a qualquer minuto pode ser
> completamente detonado de maneira imprevisível. Algumas alterações são bem
> aparentes como o buraco em Santa Catarina, que deu origem a esta discussão,
> mas a maioria é bem sutil e só aparece quando você procura. Estes são os
> piores pois vão corroendo a consistência da base lentamente e de maneira
> quase invisível.
>
> A base cartográfica do OSM é um conjunto de dados bem complexo e muito
> frágil. Basta desconectar um único nó estrategicamente e você cria um
> estrago gigantesco. Por isto que o sistema deve ser classificado de caótico
> (veja definição de sistema caótico
> https://en.wikipedia.org/wiki/Chaos_theory) pois é quase impossível
> prever as consequências de alguma pequena alteração desastrada.
>
> Sem esta componente de confiabilidade eu não vejo como o OSM poderá se
> tornar mais aceito para o uso do dia-a-dia. E sinceramente não sei como
> atingir algum índice de confiabilidade com um sistema caótico de edição,
> sem falar num conjunto fragmentado e inconsistente de regras de mapeamento.
>
> Também não vejo como pode funcionar ter vários programas de edição
> inconsistentes entre sí, como JOSM e Id. No mínimo o Id e o JOSM teriam que
> ter exatamente as mesmas regras de validação. Eu lembro que ano passado
> passei um bom tempo mapeando as serras de Minas Gerais apenas para
> descobrir meses depois que algum outro mapeador (usando o Id) passou
> semanas apagando tudo que eu fiz pois não entendeu o que eram as linhas que
> representam as serras e achou que era lixo que precisava ser apagado.
> Coitado, esse ficou bem sem graça quando expliquei.
>
> Mas apesar de tudo que acabo de escrever eu estou feliz em poder colaborar
> com o OSM. O saldo é positivo (mas poderia ser bem mais positivo).
>
> Completo esta semana 4 anos de OSM. Aprendi muita coisa, mas muito mesmo.
> É meu hobby preferido. Não vejo a hora de chegar as férias para colocar os
> mapas em dia. Tive momentos de irritação, especialmente em relação a
> edições destruidoras. Por isto parei de ficar vigiando as edições em Belo
> Horizonte, estava ficando estressante e ficar estressado não combina com
> hobby.
>
> Quero aproveitar para agradecer a todos vocês pela convivência nestes
> quatro anos, pelas muitas dicas valiosas e interessantes. Espero continuar
> ainda por muito tempo no projeto!
>
> um grande abraço e um feliz 2016
>
> Gerald
>
>
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