Uma vez vi uma entrevista com uma odontóloga, tratando sobre o problema da 
"banguelisse" no Brasil. Em um determinado momento a jornalista pergunta se o 
fator preço não pesava no problema da escovação, afinal de contas material de 
higiene bucal costuma ser caro. A resposta foi esta:

 - O único material de higiene bucal realmente eficiente é a escova de dentes. 
Até mesmo a pasta de dentes é absolutamente dispensável. Considerando que uma 
escova de dentes das mais baratas custa em torno de R$ 6,00 e que deve ser 
trocada a cada três meses, o custo seria de R$ 2,00 por mês. Então o problema 
não é o dinheiro, mas a educação doméstica que não cria o hábito de escovar os 
dentes 3 vezes ao dia.

Mas Anahuac, o que tem esse papo odontológico haver com esta discussão?

É que o problema dos atuais pseudo-ativistas do extinto movimento do Software 
Livre não é financeiro. É um misto de cansaço, senilidade, complacência e falta 
de impeto hacker. Então qualquer desculpa serve para se entregar ao lado negro 
da força. É como se falar sobre Software Livre, traduzir Software Livre ou 
codificar Software Livre isenta-se o uso do Software Livre. Então como eu uso 
muito, posso usar Gmail de boa! Ou se eu falo muito sobre Software Livre, então 
posso usar o Facebook para alcançar mais pessoas. E, esse raciocínio é 
simplesmente errado em si mesmo: não se pode abrir mão da liberdade para tentar 
conquistá-la, simplesmente não funciona.

Porque não funciona? Porque a complacência é um artifício psicológico, em geral 
coletivo, que tende ao que é mais fácil, confortável e prazeroso, em 
contraponto ao que é certo. Então, assim, explicasse porque a maioria não se 
importa com o Software Livre e nem mesmo com o que é certo. Mas nós, aqui nesta 
lista, deveríamos ser os reagentes, ou seja, exatamente aqueles que agem não 
por puro prazer, mas por aquilo é certo.

Voltando ao exemplo do servidor de e-mail, é verdade que o combate ao Spam é 
ingrato e inglório. É verdade, também, que ter à disposição o poder 
computacional e humano do Google para combatê-lo é algo extremamente desejável, 
mas me lembro de uma época, não muito distante, onde aprender M4 para poder 
configurar o sendmail era muito, mas muito mais legal!

Não me interprete mal. Não acho que as coisas tem que ser difíceis para serem 
legais. Sou muito favorável às tendências de amigabilidade e usabilidade. Estou 
apenas apontando que se nós que somos os nerds, hackaers, ativistas 
cibernéticos começamos a colocar o conforto acima da ética, ao ponto de usarmos 
serviços devassos na rede, então estamos condenados.

Que tal reagirmos? No caso do e-mail, o jeito mais fácil é contratando uma 
conta de e-mail





----- Mensagem original -----
> De: go...@riseup.net
> Para: "PSL-Brasil" <psl-brasil@listas.softwarelivre.org>
> Enviadas: Quinta-feira, 2 de outubro de 2014 11:27:45
> Assunto: Re: [PSL-Brasil] Para Bárbara, Software Livre com amor
> 
> Heitor,
> 
> Se você for um militante social contra o capitalismo, o riseup oferece
> conta para você :)
> 
> O espaço é bem curto, mas você pode usar pastas locais para evitar
> encher sua caixa de entrada.
> 
> www.riseup.net
> 
> Se essa não for sua opção, juntar pessoas e dividir o custo operacional
> é uma boa opção também.
> 
> Atenciosamente,
> 
> On 2014-10-02 09:38, Heitor Faria wrote:
> > Anahuac,
> > 
> > Como facilitarmos e custearmos o acesso aos anceios de liberdade?
> > Penso que o maior aprisionamento hoje seja o email. Tentei durante
> > algum
> > tempo utilizar uma solução livre administrada por mim, um Postfix
> > (salvo
> > engano) + Squiremail / RoundCube. Mas a quantidade de spam era surreal,
> > e
> > acabei me rendendo ao Gmail.
> > O próprio Expresso penso que conte com filtros de spam que não são
> > livres.
> > Escolhi o tema email pois você é o papa do negócio. Mas podemos começar
> > por
> > outro ponto.
> > 
> > Abraços,
> > 
> > 2014-10-02 8:45 GMT-03:00 <anah...@anahuac.eu>:
> > 
> >> 
> >> Enquanto isso...
> >> 
> >> Nem um único comentário dos apolíticos, apartidários, amorais,
> >> aéticos,
> >> areligiosos e apolarizados sobre o artigo que trata sobre Software
> >> Livre!
> >> 
> >> 
> >> 
> >> ----- Mensagem original -----
> >> > De: anah...@anahuac.eu
> >> > Para: "PSL-Brasil" <psl-brasil@listas.softwarelivre.org>
> >> > Enviadas: Quarta-feira, 1 de outubro de 2014 18:57:57
> >> > Assunto: [PSL-Brasil] Para Bárbara, Software Livre com amor
> >> >
> >> >
> >> > Mais um artigo em http://www.anahuac.eu
> >> >
> >> > Longo!
> >> >
> >> > ---------------------------------------
> >> >
> >> > Querida amiga, você pediu por uma resposta. Ela é longa e bem
> >> intencionada. A
> >> > faço pública porque suas dúvidas e receios são também de outros.
> >> >
> >> > Na Campus Party Brasil de 2014 tive o prazer de te conhecer, Bárbara
> >> Tostes.
> >> > Naquele, então, estavas na equipe de curadores do eixo temático do
> >> Software
> >> > Livre e te mostrastes uma pessoa muito sagaz, empreendedora, cheia de
> >> > inciativa e especialmente criativa. Assumistes para si a interação com
> >> > os
> >> > participantes do evento pelas redes sociais. Com nítidas habilidades
> >> > gráficas estava claro que esse, era também, teu trabalho, ou seja,
> >> fizestes
> >> > das artes gráficas teu meio de vida e aplicavas nela todo o sentido
> >> crítico
> >> > do seu curso de jornalismo.
> >> >
> >> > Teu entusiasmo e personalidade me remeteram imediatamente aos primeiros
> >> > ativistas de Software Livre que inundaram as primeiras edições do FISL e
> >> > Latinoware. Então antes de mais nada, aqui há meu respeito e admiração
> >> pelo
> >> > seu trabalho e ativismo. Em segundo, um tremendo carinho por ser, você,
> >> uma
> >> > convicta e verdadeira ativista do Software Livre. E por fim, e mais
> >> > importante, minha extrema preocupação pela sua absoluta inocência por
> >> > não
> >> > conseguir discernir Software Livre de OSI.
> >> >
> >> > Como tenho dito em outros artigos, OSI e Software Livre não são a mesma
> >> > coisa. Na verdade suas convergências são muito menores que suas
> >> diferenças.
> >> > Enquanto um trata de filosofia, ética, moral e liberdade, o outro trata
> >> de
> >> > mercados, finanças, técnicas e modelos de negócio. Então misturar as
> >> > duas
> >> > coisas não poderia terminar bem. Você, Bárbara é apenas mais uma vítima,
> >> > dessa mistura. E a culpa é minha. Não só minha, mas de toda a comunidade
> >> de
> >> > Software Livre que deliberadamente se deixou encantar pelos argumentos
> >> > mercantilistas da OSI a uns 10 anos atrás.
> >> >
> >> > Li seu artigo “como é difícil ser livre!”, externando sua inocência e
> >> > perplexidade frente aos novos argumentos levantados pelos ativistas do
> >> > movimento Software Livre, que estão tentando corrigir o erro histórico
> >> > de
> >> > ter misturado o mercantilismo OSI com a filosofia GNU. Eu incluído e
> >> citado.
> >> >
> >> > Já no primeiro parágrafo você deixa claro que não percebeu a mistura
> >> > homogênea que foi feita com o propósito de destituir o conteúdo
> >> filosófico
> >> > do projeto GNU, quando fala nas Distribuições Linux. Permita-me te dizer
> >> que
> >> > essa não é uma verdade. O Movimento Software Livre não usa um sistema
> >> Linux,
> >> > não desenvolve um sistema Linux e não mantém um sistema Linux. O sistema
> >> é
> >> > GNU. O kernel pode ser Linux ou não. Mas o sistema como um todo é GNU.
> >> Veja,
> >> > no dia em que o kernel Hurd estiver usável e for feita uma distribuição
> >> > usando-o, vamos chamá-la de distribuição Hurd? Pouco provável. Quer dois
> >> > exemplos proprietários? Android e MacOS, usam kerneis livres. O primeiro
> >> > Linux, o Segundo BSD. Não vejo ninguém chamando o MacOS de Distribuição
> >> BSD.
> >> > Nem o Android de distro Linux. A lista de exemplos é imensa: Gnome ou
> >> KDE?
> >> > Coloque o kernel no seu devido lugar: é apenas mais um componente do
> >> sistema
> >> > GNU.
> >> >
> >> > A marca Linux ganhou espaço na mídia e o consciente coletivo das massas,
> >> > porque ele destitui o fator ideológico do nome do sistema operacional ao
> >> > remover o GNU. Inclusive o Linus Torvalds tem um papel fundamental nesse
> >> > processo por não dar a devida importância à liberdade. Como ele mesmo
> >> > declara, ele “faz livre porque é divertido, o resto é bobagem”. Veja, o
> >> > mesmo acontece com o termo “hacker”, que como todos nós sabemos, é algo
> >> > bacana, legal, inteligente e excitante, mas que na mão da mídia marrom,
> >> se
> >> > transformou em sinônimo de crime, ilícito, desajustado, terrorista…
> >> >
> >> > Então se você defende a liberdade essencial, aquela que transforma a
> >> vida,
> >> > não use mais “Linux” para definir o nome de nenhum sistema operacional
> >> > Livre. O Linux é um excelente projeto de Software Livre, coordenado por
> >> um
> >> > gênio que só olha par seu próprio umbigo. E nada mais.
> >> >
> >> > E você, Bárbara tem toda a razão quando diz que ser livre é muito
> >> difícil.
> >> > Guerras mundiais fora travadas em seu nome. Hoje o controle planetário
> >> pela
> >> > disseminação e uso das redes sociais devassas tem tudo haver com a
> >> > manutenção ou perda das mais elementares liberdades individuais. Você
> >> > não
> >> > precisa ter algo a esconder para ter direito a privacidade. Até porque,
> >> > pense bem, se for assim, todos os que manifestarem interesse em tê-la
> >> serão
> >> > alvos da curiosidade daqueles que não a querem permitir. Some à
> >> complexidade
> >> > natural do tema, toda a pressão de marketing e ideologias do livre
> >> mercado,
> >> > e teremos as reações mais absurdas, onde se justifica a perda da
> >> liberdade
> >> > em nome de tê-la!
> >> >
> >> > Confuso? Vou explicar, mas leia com calma os dois próximos parágrafos.
> >> >
> >> > Por volta de 2004 a comunidade de Software Livre no Brasil estava
> >> > completamente convencida de que a liberdade tecnológica era o caminho
> >> certo.
> >> > O grande desafio era como fazer o GNU e sua filosofia chegar até as
> >> pessoas.
> >> > A FSF, com o Stallman e Alexandre Oliva à frente, bradavam que o
> >> > objetivo
> >> > não era a a massificação, mas o entendimento, o convencimento. Qualidade
> >> > sobre quantidade, pois de nada adiantaria criar uma massa de usuários de
> >> > tecnologias livres se eles não soubessem o que estavam usando. A
> >> ignorância
> >> > dos usuários seria o elo fraco que permitiria o a apropriação dos meios
> >> > pelos poderosos, como sempre. E em contraponto estavam a Linux
> >> > International, capitaneada pelo querido Maddog e Linus, e a OSI com seu
> >> > maior expoente, Eric Raymon, que diziam exatamente o contrário: era
> >> > necessário massificar o uso e a adoção a qualquer custo, em especial
> >> pelas
> >> > empresas que são o motor da sociedade capitalista ocidental. Uma vez que
> >> a
> >> > massa estivesse usando não seria nem necessário mais falar em liberdade,
> >> > afinal, eles já estariam livres, certo? Dez anos depois, já podemos
> >> concluir
> >> > quem tinha razão.
> >> >
> >> > O Linux é sem dúvida um dos maiores e mais importantes projetos de
> >> Software
> >> > Livre, usado em 9 de cada 10 distribuições GNU. Portanto é um programa
> >> > crítico que não deveria ser “infectado” por software não livre de forma
> >> > alguma! Mas o argumento de que a massificação faria a diferença foi tão
> >> > contundente que, como comunidade, como grupo social organizado,
> >> permitirmos
> >> > a inserção de código fechado nele, proprietário mesmo. Permitimos que
> >> nossa
> >> > liberdade fosse cerceada, na busca por garanti-la e massificá-la. Faz
> >> algum
> >> > sentido isso? Então agora a liberdade de escolha, aquela que você
> >> menciona,
> >> > está entre escolher qual será sua distribuição GNU não livre. Que
> >> armadilha!
> >> >
> >> > Deveríamos ter reagido! Deveríamos ter dito: ei! Nada disso! Os
> >> fabricantes
> >> > de hardware que se ajustem, que abram seus drivers e façam maquinas
> >> > compatíveis ou não compraremos seus equipamentos! Mas não fizemos isso.
> >> > Porque não? Acreditávamos que se entregássemos os anéis, não perderíamos
> >> os
> >> > dedos. E com a massificação do Software Livre – que agora nem é tão
> >> > livre
> >> > assim – estaríamos levando o melhor para as pessoas. Erramos feio. E
> >> estamos
> >> > cometendo o mesmo erro com a adoção massiva das redes sociais devassas.
> >> > Ativistas de Software Livre se lambuzando! Amanhã pagaremos o preço!
> >> >
> >> > O Ubuntu surgiu como sendo a prova material de que era possível ter um
> >> modelo
> >> > de negócio que respeita-se os conceitos filosóficos do Software Livre.
> >> > Um
> >> > distribuição GNU, jovem, com alto investimento financeiro, com estrutura
> >> > profissional, com aquele jeito de empresa web, bom acabamento e um apelo
> >> > intangível da inocência africana! Era quase como um ato de boa fé! Eu
> >> mesmo
> >> > embarquei nessa em 2005 e fui usuário e disseminador do Ubuntu até
> >> novembro
> >> > de 2012. Cheguei até a fazer um bordão com o significado, para provocar
> >> os
> >> > amigos do Debian: “Ubuntu é uma palavra africana que significa Debian
> >> > bem
> >> > feito”. Provocação pura! Assim ajudei a disseminar o Ubuntu e a
> >> massificar o
> >> > uso de “Linux”, como todos os demais ativistas de Software Livre! Estava
> >> > militando no movimento social mais justo e revolucionário de que tenho
> >> > notícia! Isso sem falar no meu uso do Gmail.
> >> >
> >> > O que aconteceu em outubro de 2012 foi uma das maiores traições à
> >> comunidade
> >> > de Software Livre mundial. Os detalhes e suas consequências estão
> >> descritas
> >> > no artigo “Microsoftização da Canonical“, mas em resumo, eles inseriram
> >> um
> >> > spyware no ambiente gráfico padrão sem avisar nada a ninguém! E como se
> >> não
> >> > bastasse a violação total de confiança, quando foram confrontados com os
> >> > fatos, recorreram a argumentação mercadológica de que “todos estão
> >> fazendo
> >> > isso, então não é nada grave demais. Vocês, os radicais, estão fazendo
> >> uma
> >> > tempestade em um copo d’água”. Desde então, minha confiança na Canonical
> >> e
> >> > no Ubuntu foi reduzida a zero. Como confiar que essa é a única armadilha
> >> > plantada sem conhecimento de ninguém? Afinal de contas as empresas de TI
> >> são
> >> > repletas de ações anti éticas, amorais e mercadológicas que “todas
> >> fazem”.
> >> > Na Canonical não podemos mais confiar. E mais uma vez, a comunidade
> >> Software
> >> > Livre em vez de se indignar, reclamar e deixar claro que não admitiria
> >> > tamanha traição, fez o oposto: se fez de cega, surda e louca. Deu de
> >> ombros,
> >> > creditou mais uma paranoia à FSF e Stallman e continuou usando e
> >> > disseminando o spyware disfarçado de Software Livre, como se estivessem
> >> no
> >> > maravilhoso mundo de Alice!
> >> >
> >> > Perceba que seu desejo é que as pessoas, prefeituras, bancos e demais
> >> usem
> >> > Software Livre. Então nada de Ubuntu, pois ele vem com um kernel cheio
> >> > de
> >> > componentes não livres e com spyware. Nada mais parecido com o Windows!
> >> > Tanto que o amigo Júlio Neves o batizou de “Linux 8″! Mas alguns pseudo
> >> > ativistas, inebriados pelo mercantilismo conseguem a proeza de deformar
> >> > tanto a lógica livre, que tem propagado que usar Ubuntu é o mesmo que
> >> usar
> >> > Debian! Um absurdo completo! E se fosse um desqualificado a ter feito
> >> > tal
> >> > afirmação, ainda vá lá! Mas estamos falando de gente da própria
> >> comunidade
> >> > Debian!
> >> >
> >> > Mas nem tudo está perdido, pois parte da comunidade Software Livre
> >> percebeu o
> >> > engodo: não podemos mais pautar a liberdade tecnológica pelo dueto da
> >> > massificação e mercantilização. Lentamente os sistemas operacionais
> >> > estão
> >> > perdendo a importância, sendo trocados por serviços e aplicativos na
> >> nuvem.
> >> > Inclusive os computadores, o hardware mesmo. Hoje se troca de celular,
> >> > tablet ou notebook sem maiores traumas, afinal de contas os arquivos e
> >> > aplicações podem ser restaurados com alguns cliques. E são esses os
> >> grandes
> >> > serviços que representam a maior opressão às liberdades que tanto
> >> > defendemos. Google, Instagram, Facebook, Dropbox, Skype, Netflix e mais
> >> um
> >> > monte de aplicações proprietárias tem se apropriado das tecnologias
> >> livres,
> >> > das falhas em nossas licenças, e especialmente da complacência da
> >> comunidade
> >> > e dos movimentos, para repensar seus modelos de negócio da forma mais
> >> > lucrativa para eles usando nossos meios de produção, ideias e trabalho
> >> > colaborativo. Nenhuma preocupação com liberdades ou direitos, apenas
> >> > massificação e lucros!
> >> >
> >> > Então, Bárbara, se você queria muito que as pessoas, prefeituras,
> >> > bancos,
> >> > negócios e demais usassem “Linux”, pode relaxar: 90% dos smartphones do
> >> > mundo usam Android. Seu maior desejo já é realidade. Sabendo disso, se
> >> > pergunte como essa massificação no uso aumentou a autonomia, segurança
> >> > ou
> >> > liberdade das pessoas? Até onde consigo perceber, ao usar Andoid de
> >> fábrica,
> >> > as pessoas estão carregando consigo sistemas de monitoramento em tempo
> >> real.
> >> > Ao adicionar suas contas do Google e permitindo, automaticamente, que a
> >> mega
> >> > corporação dos USA monitore cada movimento, ligação, mensagem, foto,
> >> desejo,
> >> > ideia ou sonho, elas estão sendo mais livres? Mas pode ser ainda mais
> >> > sinistro: estudo de caso feito pelo Facebook com 700 mil pessoas provou
> >> que
> >> > eles são capazes, também, de influenciar diretamente o rumos e
> >> expectativas
> >> > dos usuários! Não estão apenas monitorando, classificando, perfilando e
> >> > categorizando. Estão gerando tendências artificialmente.
> >> >
> >> > Sua insegurança é causada pelo choque de contrapor liberdade como algo
> >> que
> >> > não pode ser conseguida sem um modelo de negócios que gere receita para
> >> > pagar as contas. Essa é a grande mentira do sistema capitalista, onde o
> >> > objetivo maior é ganhar dinheiro e não fazer as coisas do jeito certo. A
> >> > concepção de que o objetivo maior é ganhar a vida antes de educar, ser
> >> > educado, respeitar e ser respeitado é o que afoga a todos no mar de lama
> >> do
> >> > consumismo. Como somos impelidos a nos classificar em sociedade,
> >> terminamos
> >> > fazendo isso pelo consumo. Onde quem consome mais é melhor. Não se
> >> destaca
> >> > quem respeita mais, ou quem ama mais, ou quem mais luta pelas minorias,
> >> ou
> >> > quem, de fato, dedica a vida a defender a liberdade. A capacidade de
> >> acúmulo
> >> > e consumo passou a definir quem se destaca. Antepor qualquer valor
> >> > moral,
> >> > ético ou até mesmo religioso a isso, te desqualifica em vez de te
> >> destacar.
> >> >
> >> > Eu não estou me contrapondo a ganhar dinheiro. Não estou propondo viver
> >> de
> >> > luz, nem nenhuma outra baboseira (me desculpem os bobos) desse tipo. Eu
> >> vivo
> >> > de Software Livre! Ganho a vida da mesma forma que você e dos demais 95%
> >> dos
> >> > humanos: vendendo minha força de trabalho. Viver de Software Livre é
> >> igual a
> >> > viver de qualquer outro tipo de Software. É como plantar orgânico ou
> >> > transgênico. Plantar é plantar oras! Mas o que se planta e como se
> >> planta,
> >> > definira certamente o que se colhe. Eu planto Software Livre, sem
> >> > agrotóxico, sem semente transgênica e sem atravessador. Quem me ensinou
> >> foi
> >> > o Stallman.
> >> >
> >> > Concordo muito contigo quando dizes “que não podemos ser livres assim,
> >> que
> >> > não podemos mostrar a liberdade que temos (ou não temos), sem exemplos”.
> >> > Nós, os ativistas de Software Livre devemos dar o exemplo do que é ser
> >> livre
> >> > tecnologicamente, e devemos defender essa liberdade. Devemos não fazer
> >> > concessões, não sermos coniventes, não sermos acomodados ou
> >> > complacentes,
> >> > além de não nos deixar levar pelas ondas mercadológicas. Como ativistas,
> >> > devemos nos recusar a usar ferramentas proprietárias e devassas como
> >> > Facebook e Gmail. Devemos refutar com veemência o Ubuntu pela sua
> >> traição.
> >> > Não devemos assinar o NetFlix. Devemos retomar o curso da defesa do
> >> Software
> >> > Livre e seus símbolos: FSF, GNU e Stallman. Olhar para trás, identificar
> >> o
> >> > erro e corrigi-lo, como bons hackers que somos!
> >> >
> >> > Um dia, muitos optaram por se libertar do Windows! E isso foi muito além
> >> de
> >> > apenas não usar Software Proprietário. Fomos criticos contumazes de seu
> >> > modelo de negócio, dos seus ardis mercadológicos e de se seus anseios
> >> > monopolistas. O que difere as empresas que citei antes da Microsoft? Foi
> >> a
> >> > promessa de que uma nova ordem estava se estabelecendo e que nós
> >> > faríamos
> >> > parte dela. Uma nova ordem tecnológica que levaria liberdade, segurança
> >> > e
> >> > autonomia ao usuário. Então, uma vez empoderado, nós, os humanos
> >> conectados,
> >> > seríamos mais fortes e poderíamos usar esse poder para transformar o
> >> Mundo
> >> > em um lugar melhor, mais justo, mais limpo, mais fraterno. Eu sonhei
> >> > isso
> >> > contigo e com muitos outros.
> >> >
> >> > Mas a realidade é bem diferente. Ingênuos, fomos usados, fomos corroídos
> >> por
> >> > dentro pelo movimento contra-revolucionário chamado OSI. Esse movimento
> >> > infiltrou o mercantilismo e a complacência com o Software Proprietário,
> >> sob
> >> > o argumento da massificação de seu uso, e promoveu o “Linux” sobre o
> >> “GNU”,
> >> > os modelos negociais sobre as comunidades de usuários, o ganha-pão sobre
> >> o
> >> > voluntariado, o Maddog sobre o Stallman, e como eles mesmo dizem, não
> >> veem
> >> > mal algum em usar as redes sociais e serviços on-line privativos. Hora
> >> > de
> >> > reagir!
> >> >
> >> > Então minha amiga. Concordamos que ser livre não é fácil. Será que
> >> > concordaremos mais ainda?
> >> >
> >> > Saudações Livres!
> >> >
> >> >
> >> >
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> >> > Anahuac de Paula Gil
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