Primeiro, errata: leia-se "proposicional" onde está escrito "proposiconal",
faltou um "i".

Segundo, J.M., não sei qual é o seu preconceito contra a maiêutica, se ela
foi importante para o desenvolvimento da lógica. Falara das três leis do
pensamento e apresentar o problema da batalha naval pode ser interessante
antes de falar de aspectos mais semânticos dos sistemas, como valoração,
tabelas de verdade, satisfabilidade, etc. É como quando se ensina física:
aumenta o interesse e ajuda a compreensão quando se conta a história de
Arquimedes na banheira para explicar o próprio princípio de Arquimedes.

Terceiro, seria valioso para mim e outros se você pudesse passar aqui mesmo
uma relação de livros introdutórios que começam com a lógica intuicionista.
Eu estou à procura deles e não os achei pelo google. Achei sim alguns que
são voltados para quem já passou dos cursos de introdução à lógica.

Em 10 de abril de 2012 09:55, Joao Marcos <botoc...@gmail.com> escreveu:

> Sem dúvida, qualquer professor com um mínimo de experiência no ramo
> sabe que é conveniente começar a partir de objetos com os quais os
> alunos estejam "mais familiarizados".  Por outro lado, parece
> razoavelmente absurdo sugerir que um curso sobre *lógica clássica*
> ("proporcional"? "proposicional"?) comece pela maiêutica!
>
> Um bom professor, e um bom livro, certamente devem dar uma ideia ao
> aluno do porquê de cada resultado.  Não há professores e livros,
> contudo, que _garantam_ que o aluno realmente _compreenda_ este porquê
> --- a compreensão do porquê pode transcender o aluno, naquela fase da
> sua maturidade.  Aliás, do discurso de alguns alunos titulados podemos
> frequentemente perceber que eles não compreenderam bem o que lhes foi
> (?) ensinado.  O que fazer?  Continuar ensinando, sempre melhor.
>
> Quanto à questão original, bastante interessante, de "por qual lógica
> começar", suponho que um intuicionista empedernido responda de forma
> diferente que os clássicos de plantão.  Abundam livros na literatura,
> de fato, que apresentam a lógica intuicionista _antes_ de apresentar a
> clássica.  Por outro lado, certamente é útil para aplicações práticas,
> tanto na filosofia quanto na computação, apresentar ao aluno, em algum
> momento, lógicas modais ou lineares ou [coloque aqui a sua classe de
> lógicas preferida].
>
> Quanto à observação de que é difícil ensinar lógica intuicionista a
> partir de uma metamatemática inteiramente intuicionista, vale observar
> que a metamatemática clássica que usamos para ensinar lógica clássica
> proposicional ou de primeira ordem também costuma envolver lógica de
> ordem superior.  Logo, não parece ser tão fácil assim estudar um
> sistema lógico usando apenas os recursos deste próprio sistema (e isto
> é obviamente impossível, por exemplo, para sistemas lógicos
> proposicionais).  Qual será o mínimo de _matemática_ necessário para
> estudar sistemas lógicos básicos?  Não sei.  PRA?
>
> JM
>
>
> 2012/4/10 Décio Krause <deciokra...@gmail.com>:
> > Tony
> > Ok, retiro as palavras "mais intuitiva" (referindo-me à lógica
> clássica), deixando no entanto o "mais familiarizados". Isso certamente se
> deve a um acidente histórico ou coisa que o valha. Mas você parece requerer
> que os alunos tenham já de início todas as intuições sobre os porquês,
> coisa que eles irão adquirir na medida em que estudem o assunto, como por
> exemplo saber para que necessitamos provar um teorema como o da completude
> da lógica propositional clássica. Bom, uma vez, há muito tempo, colegas
> minhas tentaram iniciar ensinando aritmética comum a professores de ensino
> elementar na base 5. Deu um bafafá enorme, ninguém entendeu nada, mas pelo
> menos eles ficaram sabendo o tipo de dificuldade que os alunos deles tinham
> com a base 10. Uma ideia meio maluca, mas interessante.
> > D
>
> --
> http://sequiturquodlibet.googlepages.com/
>
_______________________________________________
Logica-l mailing list
Logica-l@dimap.ufrn.br
http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l

Responder a