2008/2/7 Antonio Terceiro <[EMAIL PROTECTED]>:

> Eu acho que antes disso as pessoas precisam entender o que é o software
> livre e por que usar software proprietário é prejudicial para elas e
> para a sociedade.

É realmente as pessoas precisam saber o que é software livre, como e
quando usá-lo, pois se mal usado, como qualquer coisa, pode ser
prejudicial a sociedade.
Eu acredito no software livre, e que ele deve ser usado pelo maior
número de pessoas, porém querer extinguir o software proprietário como
um cancer da sociedade é uma visão bem radical e até um pouco
distorcida a meu ver.

Tudo isso é relativo, pode ser prejudicial para uns e benéfico para
outros. Sim, seria prejudical para a maioria?
Eu entendo todo o contexto dessa frase, e entendo o que você quer
dizer, mas tem horas que fica algo tipo caça as bruxas.
Mais importante que atacar o software propríetário é conseguir que
quem usa software livre colabore mais, a meu ver.

Embora eu reconheça a importância de ser radical e como sem isso nada
existiria hoje, nem todo mundo está disposto a pagar o preço de ser
radical, e não podemos ter essa idéia de que "todo mundo" tem que ser
como gostaríamos.  É claro que é importante conscientizar a ajudar as
pessoas a  entenderem o por que das coisas e assim, a fazer escolhas a
longo prazo,  mesmo que implique em perdas de funcionalidade ou que
exija um esforço para aprender algo novo, ou torne sua vida mais
difícil, ou a faça dedicar tempo para coloborar com os outros, etc.
Mas isso é de cada um e querer impor o que "certo" contra o que é
"errado" é complicado.

Malhar apenas o SP, sem ter bom senso de endender as pessoas, os
contextos, é um pouco perigoso, pois nem sempre é viável a troca, e
para dar certo, depende de um processo, que nem todos podem se dispor
a fazer. Uma abordagem mais construtiva e que valorize o SL e
reconheça seus desafios é muito mais interessante, pois nem sempre o
SP é ruim e nocivo a sociedade, e isso acaba sendo uma postura muito
maniqueista.

Sair por ai condenando quem usa ou trabalha com SP  pode acabar
afastando muitas pessoas do SL. Se uma pessoa hoje usa 100% de SP, aos
poucos ela pode reduzir isso, evoluindo, mas não necessáriamente
fazendo uma revolução.

Um exemplo legal é Ruby On Rails, que ao invés de ficar atacando Java
e PHP, soube mostrar suas qualidades atrair pessoas dessa comunidades,
sem aquela idéia de que o cara que programa em Java é um idiota, etc.
Acho que isso que o SL tem que fazer mostrar suas qualidades e atrair
pessoas que se interessem por isso. Parar de usar SP, é uma questão de
tempo quando descobrimos o valor do SL e isso é o que realmente as
pessoas precisam, descobrir como ele é uma evolução.

A minha crítica a um discurso muito radical é que ele acaba criando
uma cisão, separando as pessoas e dificultando a integração entre
mundos diferentes nas quais essas pessoas estão inseridas. Pra mim o
SL tem que mais integrar quem usa SP, e aos poucos convertê-los ao SL,
em doses homepáticas, sem precisar de tanta "recriminação" de quem usa
SP, seja por ignorância ou por opção. :-)

É bom ter um inimigo para unir as pessoas do SL. Mas tem horas que o
pior inimigo/dificuldade está dentro da comunidade e não vamos
melhorar nada se não tivermos uma visão para criticar também os
modelos de SL e ver como eles podem ser melhorados e fortalecidos.

meus dois centavos ...

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