Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2006-09-22 Por tôpico rlalonso
   Uma outra coisa que achei interessante sobre o Axioma da Escolha é um
artigo filosófico que diz que a matemática é "Ontologicamente Neutra".
   Em outras palavras: não têm nenhum compromisso
ontológico, não assumem a existência de qualquer entidade concreta.

   Esse artigo (citado abaixo) faz algumas observações sobre a teoria ZFC
que supõe que todos os conceitos em  matemática e/ou a lógica clássicas 
estão em algum momento comprometidas com o conceito de indivíduo.
   Em outras palavras, elas podem ser inadequadas para descrever objetos
ou comportamento quânticos se levarmos em conta a 
 possível consideração das entidades quânticas como
não-indivíduos (aos quais o conceito usual de identidade da matemática
tradicional não se aplica): 

   http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause/pg/papers/Ontologia.pdf 


   Será que é devido ao conceito de identidade ou indivíduo em matemática
que o Paulo Santa Rita  concluiu que não é possível unificar 
a relatividade e a mecânica quântica?
 Aparentemente há muita coisa em filosofia que ajuda a entender as
formulações feitas em matemática.


Ronaldo.


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Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2006-09-22 Por tôpico rlalonso
   Uma outra coisa que achei interessante sobre o Axioma da Escolha é um
artigo filosófico que diz que a matemática é "Ontologicamente Neutra".
   Em outras palavras: não têm nenhum compromisso
ontológico, não assumem a existência de qualquer entidade concreta.

   Esse artigo (citado abaixo) faz algumas observações sobre a teoria ZFC
que supõe que todos os conceitos em  matemática e/ou a lógica clássicas 
estão em algum momento comprometidas com o conceito de indivíduo.
   Em outras palavras, elas podem ser inadequadas para descrever objetos
ou comportamento quânticos se levarmos em conta a 
 possível consideração das entidades quânticas como
não-indivíduos (aos quais o conceito usual de identidade da matemática
tradicional não se aplica): 

   http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause/pg/papers/Ontologia.pdf 


   Será que é devido ao conceito de identidade ou indivíduo em matemática
que o Paulo Santa Rita  concluiu que não é possível unificar 
a relatividade e a mecânica quântica?
 Aparentemente há muita coisa em filosofia que ajuda a entender as
formulações feitas em matemática.


Ronaldo.


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[obm-l] Axioma da Escolha

2006-09-22 Por tôpico rlalonso

Arthur escreveu:

>Quanto aa
>pergunta da Sandra, acho que a questão é mais geral, ou seja: Demonstracoes
>baseadas no axioma da escolha sao validas ou sao questionaveis? Parece que
>hoje, seculo XXI, quase todos os matematicos aceitam o axioma da escolha sem
>reservas. E, de fato, quem nao aceita este axioma nao pode aceitar grande
>parte dos teoremas que dizem respeito a espacos metricos e topologicos
>gerais, que nao sejam os euclidianos. Por exemplo, em espacos metricos
>gerais, as demonstracoes sobe compacticidade sao feitas realizando-se uma
>infinidade de escolhas arbitrarias.

   Eu achei essa página com uma leitura bastante lúdica e interessante 
que pode ser lida pelo pessoal todo da lista (inclusive estudantes
de ensino médio):

http://www.ceticismoaberto.com/ciencia/banachtarski.htm
  
   Esse link já foi postado aqui na lista a tempos atrás.  O papel que o
axioma da escolha desempenha na matemática é deveras interessante mas 
aparentemente é preciso muito insight e profundidade
para poder entender esse papel com clareza. 

Ronaldo.
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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-19 Por tôpico Rogerio Fajardo

Na verdade, realizar uma escolha arbitrária em um conjunto não requer o 
axioma da escolha. Se voce sabe que um conjunto é não-vazio, voce sabe que 
existe um elemento x nele. Pelo axioma do par, existe o conjunto {x,x}={x}. 
Agora, se voce tem um conjunto infinito, para provar que existe um 
subconjunto enumerável, voce precisa do axioma da escolha. Em geral, sempre 
que se faz infinitas escolhas arbitrárias usa-se o axioma da escolha. Mas 
para entender bem quando se usa o axioma da escolha, acho que é inevitável 
discutir os outros axiomas de Teoria dos Conjuntos. Mas a idéia é que 
escolhas finitas voce pode fazer "na mão" (o conjunto é não vazio, logo tem 
um elemento, logo eu posso "pegar" esse elemento e fazer o que quiser com 
ele). Para infinitas escolhas, eu preciso de uma ferramenta maior para 
agrupar esses infinitos elementos tirados de infinitos conjuntos não-vazios.

Acredito que todas essas polêmicas causadas aqui na lista sobre o uso do  
axioma da escolha não é muito diferente do que aconteceu entre os grandes 
matemáticos quando Zermelo criou a axiomática da Teoria dos Conjuntos.



>From: "498 - Artur Costa Steiner" <[EMAIL PROTECTED]>
>Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
>To: [EMAIL PROTECTED]
>Subject: Re: [obm-l] Axioma da Escolha
>Date: Wed, 18 Sep 2002 15:32:31 -0300 (BRT)
>
>
>
> > Realmente, parece que eu gerei mais polêmica do que esperava. Vou
>indicar um
> > site que explica muito bem o Axioma da Escolha - seu enuniado,
>aplicações e
> > discussões filosóficas a respeito de seu uso. O site é:
> > http://math.vanderbilt.edu/~schectex/ccc/choice.html
>
>Não tem problema, esta discussão toda foi excelente. Antes dela eu não
>havia prestado muito atenção no axioma, parecia estar na "massa do meu
>sangue". O artigo do site é excelente.
>
>Há um ponto a respeito do qual estou ainda um tanto intrigado: realizar
>infinitas escolhas arbitrárias em infinitos conjuntos requer o axioma.
>Mas, realizar infinitas escolhas arbitrárias em UM ÚNICO conjunto não
>requer o axioma. Quando se trata de um único conjunto, é sempre
>possível encontrar um afunção de escolha bem definida?
>
>Obrigado
>Artur
>=
>Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
>http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-18 Por tôpico 498 - Artur Costa Steiner



> Realmente, parece que eu gerei mais polêmica do que esperava. Vou 
indicar um 
> site que explica muito bem o Axioma da Escolha - seu enuniado, 
aplicações e 
> discussões filosóficas a respeito de seu uso. O site é: 
> http://math.vanderbilt.edu/~schectex/ccc/choice.html

Não tem problema, esta discussão toda foi excelente. Antes dela eu não 
havia prestado muito atenção no axioma, parecia estar na "massa do meu 
sangue". O artigo do site é excelente.

Há um ponto a respeito do qual estou ainda um tanto intrigado: realizar 
infinitas escolhas arbitrárias em infinitos conjuntos requer o axioma. 
Mas, realizar infinitas escolhas arbitrárias em UM ÚNICO conjunto não 
requer o axioma. Quando se trata de um único conjunto, é sempre 
possível encontrar um afunção de escolha bem definida?

Obrigado
Artur
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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-18 Por tôpico Johann Peter Gustav Lejeune Dirichlet
Tem um teorema que e equivalente ao Axioma da Escolha,o 
Lema de Zorn:Se X e um conjunto nao vazio parcialmente ordenado(ordenado de qualquer jeito,sem a ideia de que um cara seja maior,menor ou igual a outro)tal que toda cadeia(conjunto totalmente ordenado)em X tenha um limite superior,entao X contem um elemento maximal.
 498 - Artur Costa Steiner <[EMAIL PROTECTED]>wrote:
> Nos últimos dias o assunto mais tratado aqui neste forum vem sendo o Axioma> da> Escolha.> > Alguém poderia fornecer o enunciado e um pequeno histórico dele?> > JFO enunciado mais usual é o seguinte:Dada uma coleção qualquer de conjuntos disjuntos {A_a} (finita ou infinita, numerável ou não), é possível formar um conjunto S tal que cada elemento de S pertença a um dos conjuntos A_a. Isto é, é possível formar S escolhendo-se um elemento de cada um dos conjuntos A_a, daí o nome Axioma da Escolha.Alguns autores definem o axioma sem requerer que a coleção {A_a} seja disjunta.Artur=Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista emhttp://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.htmlO administrador desta lista é <[EMAIL PROTECTED]>=Yahoo! GeoCities
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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-18 Por tôpico Rogerio Fajardo

Realmente, parece que eu gerei mais polêmica do que esperava. Vou indicar um 
site que explica muito bem o Axioma da Escolha - seu enuniado, aplicações e 
discussões filosóficas a respeito de seu uso. O site é: 
http://math.vanderbilt.edu/~schectex/ccc/choice.html


>From: "Jose Francisco Guimaraes Costa" <[EMAIL PROTECTED]>
>Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
>To: "obm-l" <[EMAIL PROTECTED]>
>Subject: [obm-l] Axioma da Escolha
>Date: Tue, 17 Sep 2002 15:18:29 -0300
>
>Nos últimos dias o assunto mais tratado aqui neste forum vem sendo o Axioma
>da
>Escolha.
>
>Alguém poderia fornecer o enunciado e um pequeno histórico dele?
>
>JF
>
>-Mensagem Original-
>De: Rogerio Fajardo <[EMAIL PROTECTED]>
>Para: <[EMAIL PROTECTED]>
>Enviada em: Terça-feira, 17 de Setembro de 2002 13:30
>Assunto: RE: [obm-l] Axioma da Escolha
>
>
> > A maneira usual de fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha 
>é
>(...)
>
>
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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-17 Por tôpico 498 - Artur Costa Steiner



> Nos últimos dias o assunto mais tratado aqui neste forum vem sendo o 
Axioma
> da
> Escolha.
> 
> Alguém poderia fornecer o enunciado e um pequeno histórico dele?
> 
> JF

O enunciado mais usual é o seguinte:

Dada uma coleção qualquer de conjuntos disjuntos {A_a} (finita ou 
infinita, numerável ou não), é possível formar um conjunto S tal que 
cada elemento de S pertença a um dos conjuntos A_a. Isto é, é possível 
formar S escolhendo-se um elemento de cada um dos conjuntos A_a, daí o 
nome Axioma da Escolha.

Alguns autores definem o axioma sem  requerer que a coleção {A_a} seja 
disjunta.
Artur
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RE: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-17 Por tôpico 498 - Artur Costa Steiner

> A maneira usual de fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da 
escolha é 
> conseguir uma propriedade que escolhe um elemento de cada conjunto. 
A escolha com base nesta propriedade corresponde àquilo que se denomina 
de "função canônica de ecolha" ? (vi este termo no newsgroup americano  
sci.math, "canonical choice function", não sei se traduzi da forma 
usual em nossa língua). Se não for, vc saberia dizer o que 
significa "função canônica de escolha"? ´

Consideremos, por exemplo, o teorema que diz que, sendo E um espaço 
métrico geral, então E totalmente limitado <===> toda sequencia de E 
contem uma subsequencia de Cauchy. Para provarmos a parte ===>, 
geralmente cobrimos E sequencialmente por coleções finitas de bolas 
abertas de raios 1, 1/2..1/ne escolhemos bolas B1, B2...Bn.. de 
modo que B1/\B2 .../\Bncontenha termos da seq. (x_n) para infinitos 
índices n. Nas intersecões de tais bolas escolhemos termos x_k1, 
x_k2...x_kn tais que k_1http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/olimp/obm-l.html
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[obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-17 Por tôpico Jose Francisco Guimaraes Costa

Nos últimos dias o assunto mais tratado aqui neste forum vem sendo o Axioma
da
Escolha.

Alguém poderia fornecer o enunciado e um pequeno histórico dele?

JF

-Mensagem Original-
De: Rogerio Fajardo <[EMAIL PROTECTED]>
Para: <[EMAIL PROTECTED]>
Enviada em: Terça-feira, 17 de Setembro de 2002 13:30
Assunto: RE: [obm-l] Axioma da Escolha


> A maneira usual de fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha é
(...)


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RE: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-17 Por tôpico Rogerio Fajardo

A maneira usual de fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha é 
conseguir uma propriedade que escolhe um elemento de cada conjunto. Por 
exemplo, os racionais são enumeráveis. Em particular, podem ser bem 
ordenados. De fato, podemos "escrever" essa boa ordem (a lexicográfica, por 
exemplo). Para escolhermos elementos de infinitos conjuntos de racionais, 
basta pegarmos o menor elemento de cada conjunto. Esse tipo de demonstração 
é construtiva, no sentido de que essa escolha não foi feita ao acaso, mas 
obedecendo uma regra explícita.

É claro, como voce ressaltou, o construtivismo não aceita princípios e 
teoremas tidos como fundamentais na matemática. A fim de eliminar algumas 
coisas estranhas da matemática, criou outras mais estranhas ainda. Trata-se 
apenas de uma forma de matemática que não é a mais usual, mas em algum 
momento pode até ser útil. Hoje há quase um consenso em aceitar o axioma da 
escolha. Mas, para alguns, um teorema que não depende do axioma da escolha 
pode ter um "status" maior do que os outros. Existem muitos trabalhos 
relacionados a independência em Teoria dos Conjuntos que mostram o que seria 
possível sem o axioma da escolha.


>From: "Artur Costa Steiner" <[EMAIL PROTECTED]>
>Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
>To: <[EMAIL PROTECTED]>
>Subject: RE: [obm-l] Axioma da Escolha
>Date: Fri, 13 Sep 2002 23:45:41 -0700
>
> > Apenas lembrando, porque costuma-se realçar quando se usa o axioma da
> > escolha, há uma corrente filosófica de matemáticos que não aceitam o
> > axioma
> > da escolha: os construtivistas (ou, mais geralmente, os
>intuicionistas). O
> > axioma da escolha nos garante a existência de objetos que não podemos
> > determinar quem, exatamente, ele é. Esse tipo de coisa os
>construtivistas
> > não aceitam, pois de que serve saber que existe alguma coisa que nunca
> > saberemos quem é, ou onde está? O teorema de Weierstrass, que diz que
>toda
> > função real contínua sobre um intervalo fechado assume máximo, não é
> > aceita
> > pelos construtivistas, pois não podemos exibir esse ponto de máximo.
>[Artur Costa Steiner]
>
>Ms este teorema é um dos mais importantes da matemática
>  Por
> > outro lado não podemos dizer que não existe ponto de máximo, pois isso
> > seria
> > garantir que todos os pontos não são de máximo, o que não devemos
> > assegurar.
> > Por isso na lógica intuicionista "A ou não A" pode ser falso, e A não
>é
> > equivalente a "não não A".
>[Artur Costa Steiner]
>
>Acho que é também importante lembrar que muitas provas na matemática
>basiam-se em infinitas escolhas. Por exemplo, várias das provas dos
>teoremas ligados à  compaticidade de espaços métricos enquadram-se nesta
>categoria, como o que afirma que S é compacto <===> S é sequencialmente
>compacto. Parece-me que estas provam usam o axioma da escolha. E ninguém
>as questiona.
>
> ,
> >Todas essas complicações geradas pelo construtivismo fizeram que
>esse
> > caísse um pouco no esquecimento. Hoje parece que há poucos matemáticos
> > construtivistas. Mas devemos nos lembrar que o argumento central que
>gerou
> > o
> > construtivismo faz sentido. Realmente, podemos pensar o que fazemos
>com
> > coisas obtidas não construtivamente. Enfim, há sempre uma fagulha de
> > construtivista em nós. É certo que os mais radicais não admitem nem
>prova
> > por absurdo, mas o axioma da escolha já seria o maior crime que se
>poderia
> > cometer contra o construtivismo. Por isso, nas demonstrações, é sempre
>bom
> > ressaltar o que é construtivo e o que não é. Por exemplo, o Paradoxo
>de
> > Banach-Tarski, sobre a duplicação da esfera, citada pelo Paulo, é
> > não-construtiva.
> > Sobre o problema da violência, resta um consolo: se o conjunto dos
> > bandidos, dado pelo problema, já estiver bem ordenado (por exemplo, se
>é
> > enumerável), não precisamos do axioma da escolha, e não cometeremos
>uma
> > "violência" contra os intuicionistas. O difícil vai ser achar bandidos
>bem
> > ordenados...
> >
>[Artur Costa Steiner]
>Quando podemos fazer infinitas escolhas sem usar o axioma da escolha?
>Sempre que tivermos conjuntos bem ordenados? Por exemplo, se fizermos
>infinitas escolhas em infinitos subconjuntos dos racionais, então não
>precisamos do axioma?
>
>Artur
> >
>
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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-12 Por tôpico Paulo Santa Rita

Ola PROF NICOLAU e demais
colegas desta lista ... OBM-L,

Vou fazer um comentario a mensagem abaixo que talvez ajude alguns membros 
desta lista entenderem porque muitos Matematicos - em especial aqueles que 
conhecem logica e teoria dos conjuntos - acham relevante destacar que esta 
ou aquela prova ou argumentacao matematica usa o AXIOMA DA ESCOLHA.

Tarski, entre outros, mostrou que o uso do AXIOMA DA ESCOLHA com os demais 
axiomas da teoria dos conjuntos levam-nos inevitavelmente a conclusoes pouco 
verossimeis. Em particular ele mostrou que poderiamos dividir uma esfera 
dada em ao menos cinco partes e, unindo novamente as partes de outra forma, 
derivar nao uma, mas duas esferas identicas a primitiva.

O fato acima, por paradoxal que parece, e logicamente inatacavel e uma das 
consequencias bizarras que este axioma implica. Muitos Matematicos supunham 
que tais resultados eram derivados da liberalidade dado a FUNCAO DE ESCOLHA, 
pois pode-se usar a que quisermos conquanto respeitemos o aspecto formal do 
axioma.

A partir deste resultado do Tarski ( e de outros tambem ) os Matematicos 
comecaram a suspeitar que o AXIOMA DA ESCOLHA era um principio nefasto, 
sendo provavelmente o responsavel por possiveis e potenciais inconsistencias 
que a teoria do conjuntos tivesse ou viesse a ter. Dai surgiu a desconfianca 
com as demonstracoes com este axioma. Por prudencia, toda prova que usava 
este teorema era rotulada "USA O AXIOMA DA ESCOLHA", como que insinuando : 
"PROCURE UMA OUTRA MANEIRA DE PROVAR ISSO ... "

Aqui entra o Magistral GODEL ...

Godel classificou as teorias dos conjuntos em :

1) Teoria Cantoriana A e aquela que usa o AXIOMA DA ESCOLHA.
2) Teoria Cantoriana B e aquela em que nao usa o AXIOMA DA ESCOLHA.

E provou o seguinte  :

SE A TEORIA CANTORIANA "A" CONTIVER OU GERAR INCONSISTENCIAS, A TEORIA 
CANTORIA "B" TAMBEM CONTERA E GERARA INCONSISTENCIAS.

Isto e, o AXIOMA DA ESCOLHA nao e o responsavel por possiveis 
inconsistencias ou paradoxas que porventura derivem da teoria dos conjuntos. 
Ele pode ser um CATALISADOR destas inconsistencias, evidenciando de forma 
mais direta e clara possiveis absurdos ...

Agora, uma observacao sobre o Paradoxo de Tarski.

O que ha de absurdo nele ? A criacao de Massa ( duplicacao de uma esfera ) 
sem a necessaria absorcao de uma fabulosa quantidade de Energia ? Mas ... 
Nao e isso que rotineiramente ocorre no mundo das particulas elementares, 
quando, do nada, surge uma massa que posteriormente desapare num par de 
particulas antipodas ? E mais provavel que este fato ou operacao seja 
paradoxal para o nosso cotidiano, nao para o Autor da Natureza que, hoje 
sabemos, continuamente faz isso ...

Um abraco
Paulo Santa Rita
5,1854,120902

>From: "Nicolau C. Saldanha" <[EMAIL PROTECTED]>
>Reply-To: [EMAIL PROTECTED]
>To: [EMAIL PROTECTED]
>Subject: Re: [obm-l] Axioma da Escolha
>Date: Thu, 12 Sep 2002 17:32:17 -0300
>
>On Wed, Sep 11, 2002 at 04:01:42PM -0300, 498 - Artur Costa Steiner wrote:
> > Nos últimos dias o Axioma da Escolha foi bastante mencionado nesta
> > lista, motivado por um interessante problema (violência), sugerido por
> > uma das participantes, e que involve este axioma.
> >
> > Eu não estou certo, mas, no meio matemático, ainda existem hoje
> > restrições a este axioma, no sentido de que alguma prova nele baseada
> > possa ser considerada questionável ou mesmo inválida?
>
>Este assunto mereceria uma resposta mais longa, mas o axioma da escolha
>é 'aceito' no sentido seguinte: a maioria dos matemáticos usa este
>axioma sem parar para pensar no assunto. Aliás sem nem saber direito
>quando está realmente usando o axioma. Alguns matemáticos, entretanto,
>especialmente especialistas em lógica ou teoria dos conjuntos, acham
>interessante notar exatamente quando o tal axioma é utilizado.
>
>[]s, N.
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>Instruções para entrar na lista, sair da lista e usar a lista em
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Re: [obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-12 Por tôpico Nicolau C. Saldanha

On Wed, Sep 11, 2002 at 04:01:42PM -0300, 498 - Artur Costa Steiner wrote:
> Nos últimos dias o Axioma da Escolha foi bastante mencionado nesta 
> lista, motivado por um interessante problema (violência), sugerido por 
> uma das participantes, e que involve este axioma.
> 
> Eu não estou certo, mas, no meio matemático, ainda existem hoje 
> restrições a este axioma, no sentido de que alguma prova nele baseada 
> possa ser considerada questionável ou mesmo inválida?

Este assunto mereceria uma resposta mais longa, mas o axioma da escolha
é 'aceito' no sentido seguinte: a maioria dos matemáticos usa este
axioma sem parar para pensar no assunto. Aliás sem nem saber direito
quando está realmente usando o axioma. Alguns matemáticos, entretanto,
especialmente especialistas em lógica ou teoria dos conjuntos, acham
interessante notar exatamente quando o tal axioma é utilizado.

[]s, N.
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[obm-l] Axioma da Escolha

2002-09-11 Por tôpico 498 - Artur Costa Steiner

Nos últimos dias o Axioma da Escolha foi bastante mencionado nesta 
lista, motivado por um interessante problema (violência), sugerido por 
uma das participantes, e que involve este axioma.

Eu não estou certo, mas, no meio matemático, ainda existem hoje 
restrições a este axioma, no sentido de que alguma prova nele baseada 
possa ser considerada questionável ou mesmo inválida? Parece-me que a 
grande maioria dos matemáticos o usam sem qualquer problema. Em livros 
de autores consagrados, como Rudin, Folland e Munkres, há provas de 
teoremas que, ao que me parece, involvem implicitamente este axioma. 

Por exemplo, o conhecido teorema de que um espaço métrico é totalmente 
limitado se, e somente se, qualquer sequencia do mesmo contiver uma 
subsequencia de Cauchy, envolve, ao que me parece, o Axioma da Escolha. 
Na parte "se", geralmente se usa um argumento contrapositivo e mostra-
se  que, se o espaço não for totalmente limitado, então há nele uma 
sequencia que não pode ser de Cauchy; com este objetivo gera-se uma 
sequencia escolhendo-se elementos de subconjuntos do espaço que distem 
dos anteriores um valor maior ou igual que um dado r>0.  Na 
parte "somente", geralmente cobre-se sequencialmente o espaço por 
coleções finitas de bolas aberta de raio 1/n e escolhem-se termos da 
sequencia contidos nas intersecções das bolas selecionada em cada 
passo. Isto não é o axioma da escolha?

Vários teoremas sobre conjuntos compactos também envolvem escolha. Por 
exemplo, o que prova que se S (espaço métrico) é compacto se, e somente 
se, for sequencialmente compacto.

Não estou certo se isto é exatamente o axioma da escolha, mas a prova 
que conheço do teorema que diz que todo conjunto aberto de R é dado por 
uma união numerável e disjunta de intervalos abertos também envolve 
escolha de números racionais na coleção de intervalos para mostra que a 
mesma é numerável. Não sei exatamente porque, mas como há uma prova de 
que o conjunto dos racionais é numerável, parece que um processo de 
escolha de racionais não envolve o axioma da escolha.

Estou um tanto confuso a respeito deste axioma e qualquer contribuição 
é bem vinda.

Um abraço
Artur
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