Edgar, e demais...

Em Qui, 2006-09-28 às 19:05 -0300, Edgard Piccino escreveu:
> Jesulino,
> 
> Muito lúcida sua mensagem. Concordo plenamente com as suas colocações.
> Temos que identificar os candidatos que apoiam o software livre,

Esse trabalho poderia ter sido feito com a criaçao de um wiki onde todos
membros desta lista pudessem apontar os canditados que conhecem
comprometidos com o software livre para uma divulgaçao ampla e
igualitária. Concordo, mas nao fizemos isso. Falhamos em criar um espaço
igualitário e democrático para um debate deste porte...teria sido
saudável e politizador.

>  independente dos partidos, e é justo que troquemos informações sobre
> estas candidaturas. Isso não é partidarizar nada, mas é politizar o
> debate no melhor sentido.

Politizar o debate isso é necessário. Nem sempre numa disputa eleitoral
conseguimos politizar, o que seria o ideal. Muitas vezes açoes em
vésperas de eleiçoes ajudam a despolitizar o debate pois o marketig
político de um candidato vincula a mensagem mais ao nome e número do
candidato do que ao conteúdo das propostas.
Também num espaço público como esse, nao podemos no meu entender, criar
espaços privilegiados para alguns candidatos em relaçao a outros pois
isso criaria uma dinâmica anti-democrática. E nem seria saudável
imprimirmos uma lógica individualista de disputas entre os membros da
comunidade pertencentes a esta lista, com cada um divulgando o seu
candidato, repetindo a divulgaçao várias vezes como ocorreu. Imaginem se
as centenas de membros desta lista resolvessem agir desta forma em cada
eleiçao: meses antes de cada disputa essa lista se inviabilizaria...acho
que a tendência seria a despolitizaçao do debate...

>  Precisamos de apoio parlamentar, e eleger deputados que apoiam a
> nossa causa só pode ser positivo para o software livre e para a
> inclusão digital. 

Concordo plenamente...aqui nao temos divergências...

> Por este motivo sou contra a censura a este tipo de discussão, e
> considero salutar que ela exista.

Eu também sou contra a censura e acho que ninguém aqui censurou ou
defendeu a censura. Foram opinioes divergentes de COMO fazer as coisas
neste espaço público e qual seria dinâmica seria mais interessante para
o crescimento político de todos nós.

Eu continuo achando que a forma como foi vinculada a propagando dos
candidatos que tu apoias, e a menos de uma semana das eleiçoes, nao
contribuiu para a politizaçao nem para o debate das idéias. Além disso,
se comprovou na prática que isso tudo imprimiu uma dinâmica negativa na
lista de desagregaçao.

Sem falar nas desqualificadas baixarias que assistimos por aqui depois
do post original . Do apoio de lideranças importantes do movimento a
forma desqualificadas e baixa de tratarmos nossas divergências.

>  Partidarizar não, politizar sim!

Sim concordamos com isso.
Mas continuo achando que estes objetivos nao foram alcançados.

Eu sou fundador e ainda (apesar dos desvios graves que alguns membros
optaram nos úlimos anos) continuo filiado a um partido político. Claro
que tenho meus candidatos a deputados (federal e estadual), senador,
governador e Presidente. Todos eles estao comprometidos com a causa do
software livre e isso está no programa de governo deles ou na webpágina
do candidato proporcional. Alguns deles estao comprometidos com isso
desde o final do anos 80.

Mas num espaço público restrito, como esta lista, que tem objetivos mais
ou menos definidos, a "forma" de divulgarmos as idéias e propostas de
candidatos deveriam ser mediadas por procedimentos básicos da
democracia: oportunidades iguais, critérios de divulgaçao etc e nao na
regra de quem "posta" mais "pode" mais. 
Imaginem se num espaço de divulgaçao (jornal, informativo ou páginaWeb)
da CUT, de um sindicato ou de uma associaçao comunitária alguns de seus
membros resolvessem divulgar e chamar o voto, com número e nome, ao seu
candidato preferencial alguns dias antes das eleiçoes, sem debate
prévio. Eu acho que isso nao seria correto para a "autonomia necessária"
do movimento frente aos partidos ou candidatos.

Outra coisa seria, depois de uma debate com regras claras e
oportunidades iguais, essa entidade do movimento resolvesse divulgar uma
lista com todas as opçoes comprometidas com a "causa" para que os seus
associados pudessem optar livremente.

Entao a nossa diferença NAO está em politizar ou nao politizar o debate.
Se é importante ou nao termos parlamentares comprometidos com o software
livre. Se temos que divulgar, ou nao, TODOS estes parlamentares para que
os eleitores possam soberanamente se posicionar.
Nossa diferença parece estar em COMO utilizarmos os espaços do movimento
com igualdade de oportunidades, pluraridade sem ferir a "autonomia
necessária" deste movimento diante dos partidos, do Estado, das empresas
privadas, das igrejas etc.
Essa é a minha visao, minha formaçao politica a respeito de COMO devemos
construir um movimento social autônomo e forte. E no caso do Projeto
Software Livre Brasil, e de seus espaços de interlocuçao social como
esta lista, meu pensamento se aplica desta forma.

Eu nao acho que o PSL-Brasil seja um espaço eventual, descartável, ou
mais um espaço do movimento. Mas aposto e invisto prioritáriamente
minhas energias como ativista voluntário, desde o início, na construçao
deste projeto coletivo - PSL-Brasil. Ainda continuo acreditando nessa
possibilidade.

Boa sorte para os teus e os nossos candidatos no domingo.
Respeito também aqueles que irao votar em outros candidatos ou aqueles
que irao anular ou se abster nas eleiçoes. Isso é a democracia.

Marcelo Branco


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