Oi, Banto,

On Jan 10, 2009, banto palmarino <bantopalmar...@nkosi.org> wrote:

> daí a nossa campanha nacional pela tratamento diferencia no SUS. Sim,
> é discriminação e nós a queremos, para que nossas mulheres deixem de
> continuar morrendo nós hospitais.

Isso não é discriminação, seria apenas tratamento adequado.

Embora cor da pele diga nada a respeito do intelecto ou do caráter, por
razões evolutivas (os milênios de isolamento reprodutivo antes do mundo
virar aldeia global) está relacionado a uma série de outras
características físicas.

Assim como algumas variedades humanas que se concentravam na ásia não
têm uma enzima que ajuda a processar o álcool e por isso ficam
embriagados com muito mais facilidade, outras variedades humanas têm
maior ou menor sensibilidade a outras substâncias, tanto no sentido de
as substâncias produzirem mais ou menos o efeito desejado, quanto no
sentido de provocarem reações adversas.

Quando é fato que uma substância tem maior ou menor efeito sobre a
população que evoluiu isoladamente numa certa porção do planeta, é dever
do médico que trabalha com essa substância conhecer essas variações e
procurar, através do histórico médico e familiar do paciente, avaliar se
é o caso de utilizar aquela substância, e em que quantidade, da mesma
forma que a quantidade varia de acordo com peso, alergias e outras
características individuais do paciente.

É claro que há profissionais melhores e piores, e existe preconceito em
bons e maus profissionais, e também entre pacientes.  Tipo assim, da
mesma forma que um bom médico pode tratar de forma diferenciada um
chinês e um hindu, pode decidir tratar de forma diferenciada um nórdico
e um centro-africano, e aí corre o risco de o nórdico ignorante reclamar
que está recebendo um tratamento diferente do tratamento bem-sucedido
que recebeu o centro-africano, sem saber que o mesmo tratamento não
funcionaria adequadamente nele.  É duro...


Em tese, somos todos iguais perante a lei, mas na realidade somos todos
um pouquinho diferentes.  Ainda bem!  Da diversidade vem a riqueza e a
resistência da espécie.

> Ora, porque tem cruz na maioria das escolas publicas brasileira? isso
> é proibido por lei, mas como favorece os brancos, não vejo branco se
> manifestando contra.

Presumivelmente porque o cristianismo é a crença dominante no país, por
força de séculos de dominação européia, que buscou impor também sua
religião, não só sobre culturas indígenas originais, com sobre as
culturas importadas da África.

De todo modo, essa dominação é certamente prejudicial à prática de
religiões que não a dominante.  Pode ser considerada insultuosa não só
por descendentes de negros africanos e indígenas americanos, mas também
por amarelos asiáticos, marrons asiáticos e, por que não, pelos
"brancos" judeus.

> Ai vai a questão do cheiro, do cabelo (respeitem meus cabelos, brancos!
> meus dreadlocks soltos!), as roupas.. e por ai vai

Pois é, fico tão triste quando pessoas que conheço reclamam de seu
"cabelo ruim".  Quem foi que botou na cabeça deles que o cabelo é
ruim?!?  Se evoluiu assim, provavelmente não só era útil pra região em
que habitavam, mas também era considerado bonito e desejável pelos que
ali viviam.  E tome colonialismo cultural pra pessoa acreditar que
precisa ter o cabelo diferente do que é, igual ao de uma cultura
dominante :-(

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