Re: Revelar código: dever moral? (era: Re: [PSL-Brasil] Re: Reciprocal Public License)

2007-05-30 Por tôpico Alexandre Oliva
On May 29, 2007, Charles Pilger [EMAIL PROTECTED] wrote:

 n 5/28/07, Alexandre Oliva [EMAIL PROTECTED] wrote:
  Retrocedemos enquanto sociedade quando se inicia um processo benéfico
  de criticar quem não compartilha, esse processo é  quebrado por uma
  parcela da sociedade que defende esse mal costume baseando-se na lei.
 
 +1
 
 Quem bebe da fonte sem ajudar a mantê-la limpa não rouba nada de
 ninguém, mas está dando um mau exemplo, que pode ser prejudicial para
 uma sociedade que não cultua o bom comportamento.

 Oliva, desculpe, mas o caso é que nem toda alteração não compartilhada
 é caso de mal comportamento.

Estou de pleno acordo, como já deveria ter ficado na thread anterior
(aquela que já era: :-)

O ponto é que, quando a sociedade cultua o compartilhamento do que faz
sentido, ela é menos frágil ao mau exemplo do aproveitador.

 Sinceramente eu acho que o Eben Moglen falou besteira.

Prefiro achar que ele foi mal interpretado, ou que o que ele disse foi
distorcido.  Como Evangelista bem me lembrou outro dia, as aspas já
não significam mais o que significavam antigamente ;-)

Abraço,

-- 
Alexandre Oliva http://www.lsd.ic.unicamp.br/~oliva/
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Re: Revelar código: dever moral? (era: Re: [PSL-Brasil] Re: Reciprocal Public License)

2007-05-30 Por tôpico Glauber Machado Rodrigues (Ananda)

On 5/30/07, Alexandre Oliva [EMAIL PROTECTED] wrote:

Estou de pleno acordo, como já deveria ter ficado na thread anterior
(aquela que já era: :-)

O ponto é que, quando a sociedade cultua o compartilhamento do que faz
sentido, ela é menos frágil ao mau exemplo do aproveitador.


Exatamente. Já é bem visível que até mesmo as leis não são adversárias
para os costumes e as práticas de uma sociedade. Se uma lei vai contra
um costume, acontece que a tal lei não pega e nem mesmo os agentes da
lei se sentem à vontade para aplicar os procedimentos da maneira que
está definido.

Vemos, por exemplo, o que acontece com a pirataria, com a
prostituição, com o trabalho escravo, com a compra de votos, etc, etc,
etc. Quando a coisa é costume é difícil fazer valer a lei.

Por isso que querer controlar tudo apenas com a força da lei é uma
ferramenta ineficiente para resolver os problemas de uma civilização,
um pessoal que resolveu viver em cidades.

Daí quem tem o tipo de pensamento ah, estou dentro da lei, então não
me amola! ou você não tem provas válidas em tribunal, então me deixa
em paz! é o tipo de estratégia de aproveitadores. Eles sabem o que é
ou o que não é um mal costume. Mas como estão livres de punição legal
eles querem estar livres do repúdio da sociedade.

E se de repente outras pessoas acharem legal este exemplo, e não
entenderem como mal exemplo, vão surgir no mundo cada vez mais pessoas
prejudiciais que teremos que agüentar entre nós. Estas pessoas não
irão abandonar estes hábitos ruins nem sob pena de morte, pois estes
hábitos ruins são causados por ignorância, e uma pessoa que sofre de
ignorância crônica não é capaz de calcular corretamente os efeitos das
suas ações. Teremos uma sociedade cada vez com mais leis, punições
mais severas e desumanas, mais impostos para manter este sistema de
vigilância e punição, ou seja, tudo que não queremos.

Para quem sofre de ganância, ignorância, terrível medo de ser pobre,
terrível medo do futuro, terrível medo do passado, terrível medo de
não fazer sexo, terrível medo de ainda estar sentido medo, isto é
muito difícil de se ver. Pois a própria inorância que gera a ganância
é a mesma que embaça o raciocínio e a capacidade de avaliar
corretamente as causas e os efeitos dos eventos.

Para quem não sofre de tudo isso, acha isso tudo tão óbvio que se
chateia ao ler esse tipo de coisa. Vive a vida tranquilamente
escrevendo software e dando de graça, vive cheio de propostas que
surgem do nada dia após dia. Vive uma vida de muito trabalho, muita
incerteza, mas sempre boa e sempre motivante e sempre feliz. Aos
poucos ganha a confiança de todos e depois que suas intenções não são
mais questionadas, todos os tipos de oportunidades surgem. Pode ser
dar o luxo de ser um conhecimento FDP sobre computadores, sistemas, de
todo tipo de coisa, o escambal, e ainda de quebra tirar onda de poder
trabalhar de qualquer lugar com tanta gente bacana, que cultua os bons
hábitos e muitas outras coisas. Pode fazer todos se tornarem mais
produtivos apenas pela força do seu exemplo. Deixa muita sauade quando
termina seu trabalho nos lugares onde passa, e tem todas as suas
idéias bem patrocinadas, pois tem sempre boas idéias, já que ele sabe
o que leva ao erro. Pode ter uma renda mensal de 5, 7 10, 14 mil tudo
bem suado, bem merecido e bem trabalhado, pois uma pessoa assim faz a
diferença em qualquer lugar.

Aí acontece que a sociedade não mostra as vantagens e a diferença de
como é a vida de quem quer dominar tudo e de quem não é apegado às
coisas. Valorizam que tem poder de empatar a vida dos outros mas não
valorizam quem tem poder sobre sua própria satisfação. Acham que tudo
isso é mentira utopia, pois para ela esse mundo não existe. Mas
existe. Mesmo quando eu não via esse mundo com os meus próprios olhos,
só a esperança de que esse mundo existisse me motivou o suficiente
para que eu fosse atrás desse mundo, que agora existe para mim.

A diferença não está em quem usa software livre e quem não usa, pois
aqui mesmo na lista está cheio de gente que usa e são tremendos
babacas apegados às coisas, e tem gente que não usa mas sempre
compartilhou tudo com sua gente do seu jeito. A diferença está em quem
é apegado e quem não é, pois nada adianta você usar software livre se
você está apegado à maneira de como as coisas eram antes ou como você
imagina que elas serão depois.

Trabalhar com Software livre de certa forma é se arriscar a depender
da bondade dos outros. Mas todos nós dependemos da bondade dos outros.
Tem gente que prefere ter só a si mesmo e resolver cada problema da
sua forma, se impor na vida dos outros. Acho que todos nós temos o
direito que defender nosso estilo de vida. Quando criticamos o google
por não compartilhar estamos defendendo este estilo de vida.




 Sinceramente eu acho que o Eben Moglen falou besteira.

Prefiro achar que ele foi mal interpretado, ou que o que ele disse foi
distorcido.  Como Evangelista bem me lembrou outro dia, as aspas já
não significam mais o que 

Re: Revelar código: dever moral? (era: Re: [PSL-Brasil] Re: Reciprocal Public License)

2007-05-29 Por tôpico Charles Pilger

n 5/28/07, Alexandre Oliva [EMAIL PROTECTED] wrote:

 Retrocedemos enquanto sociedade quando se inicia um processo benéfico
 de criticar quem não compartilha, esse processo é  quebrado por uma
 parcela da sociedade que defende esse mal costume baseando-se na lei.

+1

Quem bebe da fonte sem ajudar a mantê-la limpa não rouba nada de
ninguém, mas está dando um mau exemplo, que pode ser prejudicial para
uma sociedade que não cultua o bom comportamento.


Oliva, desculpe, mas o caso é que nem toda alteração não compartilhada
é caso de mal comportamento.

Vamos pegar um exemplo hipotético: tenho o meu negócio (o que é
mentira, sou CLT em uma universidade, é para ser exemplo hipotético
MESMO), peguei um sistema aberto de folha de pagamento e ali coloco
uma forma diferente de calcular o rendimento dos meus funcionários,
baseados em produtividade, linhas de código, etc. Esse cálculo irá
definir como serão repartidos os lucros na empresa, seguindo um
critério todo pessoal da minha empresa. É mal comportamento não
repassar essa alteração para o criador do sistema de folha de
pagamento? Não, não é. É uma solução focada, visando atenter às
necessidades de uma única empresa, porque a comunidade perde com isso?
Aliás, colocar esse código na ferramenta significa em acrescentar
coisas que não são válidas, ruídos, o que acaba gerando um executável
maior, o que acarreta em mais consumo de memória, etc...

O quê? Estão falando das mudanças que o Google fez no Linux (sim,
Linux, já que a mudança foi no kernel mesmo) para fins de otimização?
Oras, e se essa otimização é focada num hardware específico, não é uma
solução genérica, logo passível de ser usada por todos? É mal
comportamento não entregar esse código?

Sinceramente eu acho que o Eben Moglen falou besteira. Nem todo o
código carece de ser compartilhado, já que são soluções pontuais para
problemas específicos. E não respeitar os segredos dos negócios que
garantem a viabilidade desse negócio... Desculpe, mas o cara não quer
que negócios se sustentem, não?

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Charles Pilger
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Re: Revelar código: dever moral? (era: Re: [PSL-Brasil] Re: Reciprocal Public License)

2007-05-29 Por tôpico Fabianne Balvedi

On 5/29/07, Charles Pilger [EMAIL PROTECTED] wrote:


n 5/28/07, Alexandre Oliva [EMAIL PROTECTED] wrote:
  Retrocedemos enquanto sociedade quando se inicia um processo benéfico
  de criticar quem não compartilha, esse processo é  quebrado por uma
  parcela da sociedade que defende esse mal costume baseando-se na lei.

 +1

 Quem bebe da fonte sem ajudar a mantê-la limpa não rouba nada de
 ninguém, mas está dando um mau exemplo, que pode ser prejudicial para
 uma sociedade que não cultua o bom comportamento.

Oliva, desculpe, mas o caso é que nem toda alteração não compartilhada
é caso de mal comportamento.




Nem foi isso que eu entendi que ele disse. O problema é quem suja muito mais
do que limpa, ou quem simplesmente não compartilha absolutamente nada. Como
diria Edmund Burke, ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque
só pode fazer um pouco.


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Re: Revelar código: dever moral? (era: Re: [PSL-Brasil] Re: Reciprocal Public License)

2007-05-29 Por tôpico Glauber Machado Rodrigues (Ananda)

On 5/29/07, Charles Pilger [EMAIL PROTECTED] wrote:

n 5/28/07, Alexandre Oliva [EMAIL PROTECTED] wrote:
  Retrocedemos enquanto sociedade quando se inicia um processo benéfico
  de criticar quem não compartilha, esse processo é  quebrado por uma
  parcela da sociedade que defende esse mal costume baseando-se na lei.

 +1

 Quem bebe da fonte sem ajudar a mantê-la limpa não rouba nada de
 ninguém, mas está dando um mau exemplo, que pode ser prejudicial para
 uma sociedade que não cultua o bom comportamento.

Oliva, desculpe, mas o caso é que nem toda alteração não compartilhada
é caso de mal comportamento.

Vamos pegar um exemplo hipotético: tenho o meu negócio (o que é
mentira, sou CLT em uma universidade, é para ser exemplo hipotético
MESMO), peguei um sistema aberto de folha de pagamento e ali coloco
uma forma diferente de calcular o rendimento dos meus funcionários,
baseados em produtividade, linhas de código, etc. Esse cálculo irá
definir como serão repartidos os lucros na empresa, seguindo um
critério todo pessoal da minha empresa. É mal comportamento não
repassar essa alteração para o criador do sistema de folha de
pagamento? Não, não é. É uma solução focada, visando atenter às
necessidades de uma única empresa, porque a comunidade perde com isso?
Aliás, colocar esse código na ferramenta significa em acrescentar
coisas que não são válidas, ruídos, o que acaba gerando um executável
maior, o que acarreta em mais consumo de memória, etc...


Se a sua aplicação de folha for bem desenhada, esse seu exemplo nem
alteraria o código da aplicação original. Seria apenas mais uma query
SQL que alteraria os registros certos das tabelas certas, uns poucos
sum(CASE WHEN foo THEN ELSE END)., uma coisa rotineira que realmente
ninguém daria importância.

Se você teve que ir no código para fazer isso, isto apenas significa
que você escolheu mal a tecnologia que vai usar, e não que você esteja
realmente resolvendo um problema com código da forma que eles
realmente representem um avanço reutilizável.

Estamos falando de alterações no código da ferramenta que realmente
melhore a ferramenta, e não em alterações de código gambiarra.

--

A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo.


  Que os fontes estejam com você...

Glauber Machado Rodrigues
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Re: Revelar código: dever moral? (era: Re: [PSL-Brasil] Re: Reciprocal Public License)

2007-05-29 Por tôpico Glauber Machado Rodrigues (Ananda)

On 5/29/07, Charles Pilger [EMAIL PROTECTED] wrote:

On 5/29/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda)
[EMAIL PROTECTED] wrote:
 Se a sua aplicação de folha for bem desenhada, esse seu exemplo nem
 alteraria o código da aplicação original. Seria apenas mais uma query
 SQL que alteraria os registros certos das tabelas certas, uns poucos
 sum(CASE WHEN foo THEN ELSE END)., uma coisa rotineira que realmente
 ninguém daria importância.

 Se você teve que ir no código para fazer isso, isto apenas significa
 que você escolheu mal a tecnologia que vai usar, e não que você esteja
 realmente resolvendo um problema com código da forma que eles
 realmente representem um avanço reutilizável.

 Estamos falando de alterações no código da ferramenta que realmente
 melhore a ferramenta, e não em alterações de código gambiarra.

E se a minha empresa hipotética recebeu o software via uma entidade do
tipo SEBRAE ou coisa do gênero?


Esta falta de qualidade do software brasileiro - onde esse tipo de
coisa tem que ser feito hard-coded - é fruto do modelo catedral. Você
está falando que tem acesso ao código fonte, então basicamente,
melhorar esta aplicacao bixada e compartilhar as alteracoes se torna
vital para a sobrevivencia desse sistema de folha.

Pelo menos migrar a base de dados para um SGBD relacional seria um
começo. Feito isso, quem não compartilhar as modificações não tem
compaixão pelos outros que estão sendo obrigados a usar a mesma
aplicação.

Pq estou imaginado que foi imposto a você que você deveria usar esse
sistema de folha livre distribuído pelo SEBRAE. Senão, é mais fácil
usar outro.



O fato do software ser uma gambiarra ou a fina flor do desenvolvimento
não tem absolutamente nada a ver com o que está sendo discutido aqui,
que é a liberação de implementações internas.


Opa, não falei do software ser uma gambiarra. Estou falando que na sua
suposição você foi levado a alterar o código fonte para implementar
uma solução para qual não havia nem a necessidade de ter acesso ao
código fonte. É o exemplo de criatividade exagerada, e esse tipo de
gambiarra nem é fino, nem é apreciável nem muito menos compartilhável.

Vamo botar um pouco de bom senso aqui, caramba. Daqui apouco o povo ta
dizendo que não se pode compartilhar tudo porque, por exemplo, ninguém
vai querer sangue com aids.





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Re: Revelar código: dever moral? (era: Re: [PSL-Brasil] Re: Reciprocal Public License)

2007-05-28 Por tôpico Alexandre Oliva
On May 24, 2007, Fábio Emilio Costa [EMAIL PROTECTED] wrote:

 Em 24/05/07, Glauber Machado Rodrigues
 (Ananda)[EMAIL PROTECTED] escreveu:

 Se eu me beneficio das boas ações dos outros, e não retribuo, e me
 torno conhecido por esse mal hábito, as chances de se desenvolver em
 mim o tipo de pensamento estou fazendo a coisa errada e isto está se
 tornando aparente para as outras pessoas, um dia vou me dar mal é bem
 significativa.

+1

 Foi esse pensamento que levou o Stallman a crar a GPL. Em um mundo
 perfeito, a BSD seria levada a sério e qualquer modificações seriam
 divulgadas não por obrigação legal, e sim por moralidade. Mas como
 isso não existe, a GPL força a divulgação de modificações.

... em forma de código fonte, caso se decidam divulgar as modificações
em forma de código objeto.


É a diferença entre seria legal se fizessem e seria ilegal se não
fizessem ;-)

 Retrocedemos enquanto sociedade quando se inicia um processo benéfico
 de criticar quem não compartilha, esse processo é  quebrado por uma
 parcela da sociedade que defende esse mal costume baseando-se na lei.

+1

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Re: Revelar código: dever moral? (era: Re: [PSL-Brasil] Re: Reciprocal Public License)

2007-05-24 Por tôpico Ada Lemos

Pô Ananda adorei este seu pensamento exposto neste texto.Muito bom,
filosófico importante. Parabéns!!
Abs,
Ada

Em 24/05/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) [EMAIL PROTECTED]
escreveu:


On 5/24/07, Hudson Lacerda [EMAIL PROTECTED] wrote:
 Proeminente advogado do software livre, Eben Moglen, diz que licença
 não obriga empresa a ceder códigos, mas bom senso sim.

É disso que estou falando. Para a nossa sociedade, o sentimento de
estar fazendo a coisa certa pesa tanto quanto, ou mais, que o
sentimento de estar cumprindo apenas a lei.

Se eu me beneficio das boas ações dos outros, e não retribuo, e me
torno conhecido por esse mal hábito, as chances de se desenvolver em
mim o tipo de pensamento estou fazendo a coisa errada e isto está se
tornando aparente para as outras pessoas, um dia vou me dar mal é bem
significativa.

Já numa sociedade onde as pessoas defendem que se estão vivendo de
acordo com a lei então devem estar livres de recriminação, este
pensamento benéfico se torna tão tímido que desaparece.

As váriações de má conduta são impossíveis de se enumerar, quanto mais
de se codificar todas elas e aplicar e acompanhar a punição correta de
cada uma, dentro dos rigores da lei. É uma tarefa impossível, daí a
importância da moral e os bons costumes. E eu não consigo pensar em
outro exemplo melhor de bom costume do que compartilhar.

Retrocedemos enquanto sociedade quando se inicia um processo benéfico
de criticar quem não compartilha, esse processo é  quebrado por uma
parcela da sociedade que defende esse mal costume baseando-se na lei.



http://idgnow.uol.com.br/computacao_corporativa/2007/05/23/idgnoticia.2007-05-23.3081941386
 (O artigo faz alguma confusão sobre publicar versões modificadas, quando
 cita RedHat e Novell, dando a entender que a simples alteração obrigue
 distribuição, mas talvez tenham apenas tentado resumir demais e ficaram
 faltando certos esclarecimentos.)

 http://www.noticiaslinux.com.br/nl1179970738.html#comentarios

 Alexandre Oliva escreveu (sobre GNU GPL):
 [...]
  Mas, *se* não quiser, não é obrigado a distribuir nem publicar o
  trabalho.
 
  Mas *se* você escolher distribuir ou publicar deve respeitar a
  liberdade do outro, oferecendo-lhe também o código fonte, sob a mesma
  licença (se é que já não distribuiu como código fonte).
 [...]

 Há um caso curioso, o do software sintetizador de som zynaddsubfx: ele é
 publicado sob GNU GPL v2, mas o autor pedia (embora não exigisse) que o
 programa não fosse usado para fazer música ``que fosse contra Deus e
 Jesus Cristo''. Parece que atualmente já não há mais esse pedido...

 Até mais.
 Hudson

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Re: Revelar código: dever moral? (era: Re: [PSL-Brasil] Re: Reciprocal Public License)

2007-05-24 Por tôpico Fábio Emilio Costa

Olá!

Em 24/05/07, Glauber Machado Rodrigues
(Ananda)[EMAIL PROTECTED] escreveu:


Se eu me beneficio das boas ações dos outros, e não retribuo, e me
torno conhecido por esse mal hábito, as chances de se desenvolver em
mim o tipo de pensamento estou fazendo a coisa errada e isto está se
tornando aparente para as outras pessoas, um dia vou me dar mal é bem
significativa.


Foi esse pensamento que levou o Stallman a crar a GPL. Em um mundo
perfeito, a BSD seria levada a sério e qualquer modificações seriam
divulgadas não por obrigação legal, e sim por moralidade. Mas como
isso não existe, a GPL força a divulgação de modificações.


Já numa sociedade onde as pessoas defendem que se estão vivendo de
acordo com a lei então devem estar livres de recriminação, este
pensamento benéfico se torna tão tímido que desaparece.


É o que está acontecendo com o mundo... O que não é implicitamente
proibido é permitido (e em alguns casos até mesmo o que é
implicitamente proibido)


Retrocedemos enquanto sociedade quando se inicia um processo benéfico
de criticar quem não compartilha, esse processo é  quebrado por uma
parcela da sociedade que defende esse mal costume baseando-se na lei.


É o caso do pessoal que defende patentes de software, DMCA, DRM e afins.

--

Obrigado!

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Copie. Seja Legal. Não seja trouxa! Use Software Livre!
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