Na segunda-feira, 21 de junho de 2021, às 12:40:15 -03, Marcelo Finger 
escreveu:
> No centro de IA (C4AI) da USP-IBM-Fapesp, estamos construindo 3 Córpus:
>   - Córpus Carolina (em homenagem à Carolina Michaelis de Vasconcelos)
>   - Córpus Portinari (em homenagem a Cândido Portinari)
>   - Córpus Coraa (em homenagem à Cora Coralina)

Confesso que, a despeito de muito esforço, não consegui capturar o motivo 
desse informe no contexto desta discussão.

> Pessoalmente, não acho que as objeções ao nome do seu grupo tenham
> fundamento, não vejo como admitir a crítica "não adequado para um grupo de
> pesquisa vinculado a uma universidade; é anti-profissional; é de mau
> gosto".
> 
> O estilo Tango era considerado vulgar e de mau gosto.  Idem para o samba.
> Idem para o  Jazz.  Já foi o tempo, sei lá por quê, que mulheres grávidas
> não podiam aparecer na TV.  O futebol feminino já foi ilegal no Brail.  E
> por aí vai.

A analogia aqui seria que a exploração e/ou erotização de meninas é censurável 
hoje, mas eventualmente poderá ser considerada totalmente normal no futuro?!

> Eu acho Lolita simpático e consagrado.

Não me parece que esta seja a pauta da discussão. Não se trata de uma enquete: 
quem gosta do nome, quem não gosta do nome.

Me parece perfeitamente concebível que alguém goste do nome (digamos, porque é 
um(a) fã de Nabokov), mas que discorde que seja apropriado usá-lo para um 
grupo de lógica.

Recapitulando, a pauta, juntamente com uma possível argumentação para mudança 
do nome, pelo que eu entendi, seria:

- Existem conotações negativas associadas ao termo "lolita".

- Isso pode gerar constrangimentos (mesmo para pessoas que não associam, elas 
mesmas, nada de negativo com o termo, por exempĺo, ao lidar com outras 
pessoas) e, consequentemente, afugentar e/ou intimidar pessoas de se associar 
com o grupo em alguma capacidade

- Ora, mas as razões para a escolha do nome "lolita" são completamente 
ortogonais à missão e à área de trabalho do grupo: lógica.

- Deveríamos mudar o nome, pois assim evitamos possíveis associações 
negativas. A mudança do nome não traz nenhum empecilho ou efeito negativo ao 
propósito e aos trabalhos do grupo de pesquisa, que, repito, é a *lógica*

Em resumo, não se trata de uma questão de pudor ou gosto. Nesse sentido, 
concordo que o ponto citado por JM que menciona "mau gosto" não é muito 
convincente, pelo menos da forma como está formulado, embora eu consiga 
vislumbrar um ponto subjacente que possa ser pertinente. Enfim,    
não vejo a mudança do nome como uma pauta moral. Ninguém estaria sendo 
proibido de ler Nabokov, gostar de Nabokov, dançar o tango, o Jazz e o ChaCha, 
fazer piada usando o termo "lolita" na mesa de buteco com os amigos, e seja lá 
mais o que as pessoas acham que essa discussão seja a respeito). 

--
Hermógenes Oliveira


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