Olá, Everton

On 4/29/07, Everton Rodrigues <[EMAIL PROTECTED]> wrote:

(...)
O fisl mudou sim, mas mudou para melhor. Estamos sempre corrigindo
erros, afinal não somos os donos da verdade, e quem não erra é porque
não faz. Disso não podemos esquecer.



Discordo de que tenha mudado para melhor.
Os erros dos quais estamos falando aqui acorrem desde 2005
e desde lá só tem ficado mais claros, até culminar
no que vimos acontecer neste FISL.



Pela primeira vez, a gente conseguiu montar um estúdio de rádio
comunitária no fisl, e isso somente foi possível porque a tangolomango
correu atrás de patrocínio.



O Estúdio Livre fez rádio livre desde a sua baia sem nenhum
patrocínio, não vejo muito mérito nisso que vc falou acima.


Eu Fabs, e voce sabe bem disso, tentei construir coletivamente com quem
estava interessado na cultura do fisl.



E quem estava interessado em construir coletivamente?
Por que o pessoal do Criei Tive Como se recusava a dialogar
sobre seus projetos ou qq outra coisa? Construiram coletivamente
uma pinóia!


Eu digo aqui com todas as letras. Não foi possível. E porque não foi
possível? Porque nós não conseguimos escrever o projeto. Porque sem
projeto não existe recursos financeiros. E sem recursos financeiros não
existe a possibilidade de construir qualquer coisa.

Nsa lista pra discutir a cultura, algumas pessoas gastaram tempo, e
muito tempo para debater questões que infelizmente não ajudou em nada e
serviu simplesmete para atrapalhar e ainda pior, fez com que o grupo
desacreditasse na lista.

Fabs, voce sabe o quanto é difícil construir as coisas de forma
coletiva, e se nós não nos empenharmos e fazer as coisas, de fato essas
coisas não acontecem

Ai eu te pergunto: Foi culpa do fisl a gente não ter conseguido
construir uma proposta de cultura para fisl? Foi culpa minha que assumi
essa tarefa? Afinal, de quem foi a culpa.



Eu não estou à caça de culpados, Everton. Eu estou apenas expondo
às claras o tipo de cultura que o FISL **apóia**. E apoio para mim
não significa jogar para um grupo a incumbência de fazer um projeto
e correr atrás de patrocinio. Acho que houve foi ingenuidade do grupo
que primeiro conversou com a organização do Lab Livre em achar que
iam ter algo além do fato de deixarem o LabLivre acontecer.

E você lembra que todas as informaçõs que pedimos demoraram a chegar?
Só soubemos dos custos reais a apenas dois meses do FISL, e jogaram pra
nós valores altíssimos que ninguém quis aceitar. Informar valores não é
apoio
nenhum, isso é só obrigação de quem quer vender espaço no evento.
Por falar em valores, o custo do projeto do Criei Tive Como equivale
à verba de 2 anos de um Ponto de Cultura. Trabalhamos com outros
tipos de realidade, Everton. Me admira você achar que aceitariamos
gastar tudo isso em apenas tres dias.


(...)
Uma avaliação não se faz levantando apenas as coisas ruins, mas as boas
também.



Perdi o tesão. O FISL este ano me fez me sentir uma otária.


(...)

Esse ano levamos muitas pessaos do movimento de economia solidária, e
das rádios comunitárias, e temos tentado levar organizações que
trabalham com a Democratização das comunicações.

Mas ainda é uma ação timida mas que já começou e fisl certamente
aprofundará essa relação.



o pessoal desse meio não se sente à vontade em ambientes corporativos.
você não tem o apoio que quer porque as pessoas fundamentais
nestes movimentos acreditam em Software Livre, mas não acreditam
mais no modo como é feito o FISL.


Acho que as grandes empresas vão ao fisl para buscar os melhores hackers
e contratá-los. Dessa forma além de ter os melhores ainda possuem um
movimento inteiro trabalhando não soluções dos seus problemas.



eu não acho, eu tenho certeza. Isso foi até falado com todas
as letras em uma palestra, sem o menor pudor, como forma de
incentivo às empresas no adotar o software livre.


(...)
> Pois é, meu problema é jós ustamente com esse rumo aí, que eu já não
> tenho mais certeza de qual é. Principalmente quando me dei conta de
> que toda e qualquer tentativa que fizemos de intervir criticamente
> sobre a maneira como estava sendo conduzida a cultura no FISL foi
> completamente ignorada.

Disso eu posso discordar de voce. A lista da cultura esteve aberta e eu
tomei esse cuidado de levar essa discussão abertamente.

MAs nós não conseguimos escrever sequer um projeto. Voce sabe disso? Se
alguém quiser ver o histórico da lista verá a que nível a discussão
chegou. E voce não tem esse direito. Não mesmo.

Peço com todo o respeito que tenho por voce que voce refaça sua fala.
Corrija essa fala, porque ela não condiz com os fatos.

O gt-cultura não conseguiu enviar uma proposta. Esta la na lista. Tudo
documentado.



não retiro uma virgula do que eu disse. O problema não foi não haver projeto
do gt-cultura, o problema foi a ausência de dialogo e debate sobre a forma
como o Criei Tive Como estava acontecendo (tudo escondido), que também
representa a cultura no FISL mas pouquíssimos pareceram se importar com
isso.
O FISL apoiou claramente este festival e compactuou com a ausência de
debates
sobre o tema. Aih deu no que deu, teatro vazio de novo, artistas com
softwares
proprietarios, licenças de uso de imagem mal formuladas, cultura baseada
no mero entretenimento, etc, etc, etc.

você mesmo disse que intervir em qq coisa no CTC estava fora do seu alcance.

então, Everton, se nem você conseguiu intervir com sua critica no modo
como as coisas estavam sendo feitas, pq você quer que eu refaça minha fala?



vetaram a mesa de cultura livre proposta pelo g2g, deturparam o
> conceito de TV Livre pra se referir a uma simples mostra de videos (tv
> gratis?)

Fabs, acho que voce nao acompanhou todo o processo. Foi aberto uma
chamada de trabalho para a mostra de vídeos. Mas, voce sabe quantas
pessoas mandaram vídeos para a mostra? voce mandou algum? Voce sabe de
alguem que tenha enviado?



Acompanhei o processo sim, acho que você é que não percebeu
o assunto que está sendo abordado aqui. Desde quando uma
mostra de vídeos é uma TV Livre? E agora, depois dessa total
deturpação do conceito, quem não sabia o que era vai pensar
que é o quê?

como o ruiz muito bem falou na lista do estudiolivre:

"mas nao foi vendido como uma tv livre? mais especificamente:
os termos, os conceitos, os modelos e o historico
(poderiamos chamar de valor quantico?) da tv livre foram utilizados
para que entao, se nao era uma tv livre, definitivamente? porque
o termo era bonito? porque a tv livre eh a carne mais barata do mercado?
ou porque tudo o que eh solido se desmancha no ar, e nós colaboramos
com esse desmanchar, mesmo sem perceber, nesse mundo de turbilhoes?

"(...) Quem nao sabia o que era tv livre (mesmo nessa lista se perguntou
sobre o conceito, veja soh) e viu a esculhambacao por lah, da proxima vez
que ouvir falar em tv livre, pensa em que? no jubinha subindo no alto do
peh do zefa a 40 metros em noite de chuva pra fazer a tv funcionar,
e ela funciona, em canal 7 vhf, ou nas pantomimas da tv do fisl, que,
definitivamente, nao era livre (mas que se disse, isso se disse!)

http://www.tvlivre.org/node/39

por isso repito minhas palavras: não ouve interesse do FISL em abrir
espaço para se discutir estes e outros assuntos polêmicos que precisam
de debate para serem elucidados. Não houve debate sobre licenças nem
sobre apropriações indevidas. Uma mesa sobre cultura livre foi proposta,
mas foi vetada justamente quando se percebeu que haveria polemica.


e finalmente acabamos descobrindo que a FGV registrou o nome Criei
> Tive Como e sequer falou com o Balbino sobre isso, alem de nao nao
> dizer sob qual licença de uso...

Opa. Se isso confere, acho que podemos debater sobre isso. Devemos
discutir com a FGV e tentar reverter isso.



O próprio Ronaldo Lemos nos confirmou isso.


Ouvi da organizaçao que o questionamento da licença de uso de imagem
> do FISL era um fogo amigo desnecessário, e que tudo que se queria eh
> que outras pessoas nao ganhassem dinheiro em cima das palestras, que o
> trabalho da ASL pra fazer o FISL era muito grande pra outros ficarem
> ganhando dinheiro em cima dele. Eu fiquei tao estupefacta com essa
> declaraçao que nao consegui nem reagir direito na hora...
>

Fabs, a organização do fisl não disse isso. Se alguém que estava na
organização do fisl disse isso, ela não fala pela organização e sim por
sí mesma.

Gostaria muito de saber o nome da pessoa para a gente resolver, mas ai é
com voce se nos dará o nome ou não. Se não nos dar o nome de quem disse
essa barbaridade não poderemos resolver.



Everton, eu não vou denunciar niguém de nada, ainda mais tendo o termo
de licença para confirmar que o que esta pessoa disse confere com o que está
escrito.
O que vocês tem que corrigir é o termo, e não passar sabão em quem só estava
passando informação. Só tenho a agradecer a quem me falou isso por ter me
feito
finalmente perceber a aberração que foi esse termo de uso de imagem feito
pelo FISL.



primeiro de tudo: porque esse termo nao foi enviado aos palestrantes
> com antecedencia, para que pudesse ser devidamente estudado e
> refletido pelos mesmos? segundo, porque o cara do thinclient
> proprietario pode vender o codigo dele em cima do que outros fizeram
> atraves de muito trabalho voluntario, mas as palestras do fisl soh
> podem ser vendidas pela ASL (a licença nao deixa claro que o
> palestrante, que pagou sua propria passagem e estadia e nao cobrou
> pela sua palestra, tb pode fazer isso)? Se os programadores sao
> incentivados a liberar seus codigos de programaçao, mesmo pra uso
> comercial (nem GPL, nem BSD, nem OSD impedem uso comercial), porque a
> ASL nao libera a programaçao de seu precioso FISL tambem sem restriçao
> de uso comercial? Um peso, duas medidas?
>

Sobre esse tem confesso que não me envolvi, mas apartir de agora
pretendo me envolver.

Eu defendo que seja tudo liberado. Não acho justo que todo o material
seja restrito, até porque, todas as palestras do fisl7.0 estão no site
pra download.

Do fisl8.0 não pode ser diferente.



estar para download não significa estarem livres.
Segundo o termo que os palestrantes assinaram ou não,
a única com poder de usar as palestras para fins comerciais
é a ASL, ou seja, se eu quiser vender a minha própria palestra
em um CD no mercado livre eu não posso. Mas uma gravação
de uma distro Linux eu posso. Entendeu qual é o meu ponto?



Fabs, eu vou levar a palhaçada como voce disse para o bom lado. Acho que
as palhaçadas não são necessariamente ruins.

Mas acho que deves avaliar melhor o processo. Antes de sair por ai
descosiderando e achando que ta tudo errado no fisl.



eu não falei que tá tudo errado. Mas este ano realmente
conseguiram me tirar do sério, parecia que eu estava na FENASOFT!
(e o pior é que tem gente que acha que isso é um elogio!)


Tem miuta coisa boa acontecendo e voce não em conseideração nenhuma
dessa boas coisas.



É verdade, eu fiquei cega de tanta tristeza.


Errar faz parte do processo de que faz. Continuar comentendo os mesmos
erros é que é ruim.



Por isso que eu estou tão triste. Pq vejo o mesmo erro se repetindo
a cada FISL. Título de uma matéria da revista exame na semana passada:
"Linux se rende ao mercado". Por que será que não é
"Mercado se rende ao Linux?".


(...)


Não é fácil construir um evento como esse. É muita coisa pra pensar e
fazer. E por isso temos que a cada dia resolver erros.



Pois é, Everton. Uma vez um professor de geografia comentou
conosco em sala de aula: "que mania estranha tem os moradores
das cidades de achar que ter um grande número de habitantes
significa sucesso. Será que não percebem que sucesso não se
mede por números, e sim por qualidade de vida?"

São Paulo que o diga.


abs,
//fabs
--
Fabianne Balvedi
Linux User #286985
http://fabs.estudiolivre.org
"se a Globo quer usar a minha música,
que libere a sua novela."
Giuliano Djahjah
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