Ah sim... O modelo de negócios das gravadoras (assim como o dos os seus análogos cinematográficos) meio que já deu o que tinha que dar. Elas não cumprem nenhum papel fundamental à sociedade e apenas servem como um atravessador entre a produção cultural e seu consumo.
Eu diria que não devemos mover um dedo para salvá-los. E que, se formos propor um imposto imbecil como esse, eu só concordaria se fosse possível garantir que o dinheiro seja distribuído diretamente e de forma justa aos músicos e produtores audio-visuais. Sendo distribuído de forma injusta, ele não atende a nenhum propósito. Sendo dado às gravadoras, ele só atende ao propósito de manter viável artificialmente um negócio que já morreu. Desliguem os aparelhos e recolham os órgãos que puderem ser transplantados. Enterrem o que sobrar. 2008/6/27 Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]>: > > > 2008/6/27 Ricardo Bánffy <[EMAIL PROTECTED]>: >> >> 2008/6/27 Glauber Machado Rodrigues (Ananda) >> <[EMAIL PROTECTED]>: >> > É como se uma cidade que foi criada em volta de uma minha de outro >> > precisasse ser reabastecida de outro depois que a mina exaurisse, para >> > que a >> > economia da cidade não entrasse em colapso. >> >> Bonito discurso, Glauber. >> >> Mas você esquece que nós moramos, usufruimos e dependemos dessa cidade. > > Eu estava falando da outra cidade, a das gravadoras. Já comunicação parace > ser uma necessidade básica. Uma coisa é você coletar impostos para sustentar > um canal de comunicação o qual todos dependem, e outra coisa é coletar > impostos para beneficiar um setor da economia que foi prejudicado com o > "avanço tecnológico", mas que está sendo prejudicado justamente por sua > falta de relevância. > >> >> > Tem coisa que é melhor a própria economia decidir o que sobrevive e o >> > que >> > não sobrevive. Da mesma forma que a tecnologia cria mercados, ela os >> > destrói. Quem explora uma mina deve saber a hora de procurar outra. >> > Empresas >> > abrem e fecham, mas o dinheiro geralmente circula pelos mesmos bolsos >> > (os de >> > quem sabe investir). >> >> Se não fossem os subsídios, lugares remotos e pouco povoados não >> teriam qualquer comunicação que não rádio de ondas curtas. Movidos a >> energia gerada localmente, porque não compensaria levar energia até >> lá. Nem estradas. > > Eu só concordo com impostos para bancárem recursos básicos à civilização, > como é no caso da comunicação. Comunicação é importante até para > continuarmos a ser uma nação. Cultura também tá na jogada, mas gravadoras > está meio que fora (já que são substituíveis na função de promover a > cultura). Acho que agora ficou mais claro o ponto. > >> >> > As vezes nem é questão de procurar outro mercado, mas de reajustar os >> > preços >> > e os modelos mesmo. Querer que a tecnologia não avance (porque vai >> > prejudicar X ou Y) é o mesmo que pedir para o fogo não queimar. Aí as >> > gravadoras ficam se fazendo de coitadinhas e querendo o dinheiro alheio >> > para >> > manter seu prórpio monopólio - depois de já terem sido saudáveis, por >> > que >> > estão sendo "ameaçadas pelo avanço tecnológico". >> >> Eu não disse que tem que manter, não disse que tem que aumentar, não >> disse que tem que reduzir. Disse que a sociedade precisa pensar a >> respeito, porque talvez haja investimentos pesados a fazer na >> infra-estrutura para que as nossas previsões de futuro sejam possíveis >> e o negócio tem que ser economicamente viável. > > Eu estava concordando com você quando falei em reajustar preços e modelos, > já que era a mesma fala da sua =D > > Digamos que o que escrevi foi para reforçar o que você falou, mas não devo > ter sido muito claro daquela vez. > >> >> Não tenho a menor idéia se os nossos backbones estão adequadamente >> dimensionados para suportar a inundação de áudio e vídeo que os >> futurólogos prevêm e sinceramente espero que as telcos não sejam as >> únicas a ter essa informação. > > A situação dos backbones brasileiros é semelhante a das ferrovias > ferrovias[1], já que cresceram da mesma forma, sem nenhum planejamento e > apenas para servir a fins específicos, sem muita estruturação. > > Como logística é um fluxo de produtos e informações, os backbones também são > um problema de logística, o que justifica o investimento no setor. > > Imagine-se jogando um jogo de simulação de cidades. É facil imaginar a > necessidade de construir backbones de comunicação, estações de rádio, > bibliotecas e casas de shows. Mas é difícil imaginar a sua cidade virtual > empacada por falta de uma gravadora. > > Gravadora seria bom para coletar impostos apenas se o dinheiro arrecadado > com os impostos bancasse o aparato necessário para combater o uso ilegítimo > de cópias. O dinheiro dos impostos deve ser usado para defender o patrimônio > dos cidadãos. O advento da propriedade intelectual tem tornado esse tipo de > patrimônio muito difícil de se assegurar, já que é imaterial. Ou seja, é um > problema a mais para o estado resolver com o dinheiro que ele não arrecadou, > e para o interesse de um grupo específico. > > É legítimo o estado defender os bens materiais, já que basicamente qualquer > um tem posse de alguma coisa que não quer ver sendo roubada. Mas quase > ninguém tem propriedade intelectual sobre alguma coisa (e nem precisa ter > para viver), o que me leva a questionar se o estado deveria mesmo se > preocupar com coisas como download, já que o processo de assegurar o bem > imaterial tem uma natureza bem diferente na prática. Mas isso já é outro > assunto. > > De qualquer forma tanto eu quanto você achamos absurdo cobrar taxas em cima > das mídias, e nesse tópico aqui é só o que importa. > > links: > [1] http://www.brasilescola.com/brasil/transporte-ferroviario-brasileiro.htm > > -- > Glauber Machado Rodrigues > PSL-MA > > jabber: [EMAIL PROTECTED] > > Opções desconhecidas do gcc: > gcc --bend-finger=padre_quevedo > O que faz: > dobra o dedo do Padre Quevedo durante a execução do código compilado. > > Não uso termos em latim, mas poderia: > http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Latin_phrases_(full) > > A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. > > > "Que os fontes estejam com você..." > > > _______________________________________________ > PSL-Brasil mailing list > PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > _______________________________________________ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil