2008/10/13 Jiyan Yari <[EMAIL PROTECTED]>: > Terceiro: se você não é da área acadêmica de computação, por acaso teve de > estudar Linguagem de Montagem? por acaso teve de estudar compiladores? > Linguagens Formais e Autômatos? Circuitos digitais? Cálculo I e II? Física I > e II? Álgebra Linear? Indução Matémática? Geometria Descritiva e Cotada? e > muitas outras disciplinas que não acadêmicos da área não necessitam estudar > durante o seu período acadêmico, aí realmente fica fácil né? pois enquanto > o estudante fica preso nos bancos universitários e nos laboratórios > estudando essas disciplinas, os não acadêmicos ficam estudando somente o > lhes convém, sem se preocuparem se tem algum professor querendo reprová-lo > no fim do semestre ... convenhamos né?
Só dando um contra-prova: Apesar de eu ser Bacharel em Sistemas de Informação, antes de fazer o curso eu já havia estudado e entendido algumas das matérias citadas acima: - Linguagem de Montagem - Compiladores - Linguagens formais - Automatos - Indução Matemática - Circuitos Digitais Algumas delas não exatamente antes de iniciar o curso, mas bem antes de cursar a cadeira. E te digo com pureza d'alma que com certeza, sem sombra de dúvidas ter feito ou não o curso nao interferiu de forma alguma no meu entendimento delas. Além disso, não acho difícil que alguém sem obrigações acadêmicas estude estes assuntos apenas para compreender coisas que achamos interessantes. Compiladores e autômatos finitos (que estão ligados) nem sequer fizeram parte do meu curso. A maioria dos assuntos ligados à informática não tiveram a profundidade exigida de um profissional, como acho que nenhum tem. Por enquanto, nessa área, acho que o que conta mesmo é o esforço individual, e é muito difícil estabelecer um critério para escolha de um candidato. Mas eu acho que devemos valorizar a formação do profissional. O autodidata é bom, é bacana. Eu mesmo sou um. Mas as áreas em que eu não tenho formação, eu não espero disputar uma vaga de emprego com quem tem em certas situações e ganhar. Eu exploro outros mercados mais abertos e mais interessantes, que tem muito mais a me dar (e a receber de mim, também). Por exemplo, estou fazendo MBA em gestão de empresas, apesar de nao querer se um gestor de empresas. Acho mais interessante que meus softwares tenham sido escritos por alguém com formação nos processos que procura automatizar (e quem melhor do que eu mesmo?). É uma garantia até para mim mesmo, acho que isso dá mais segurança. Tanto da academia quanto no mercado existem algumas áreas que se misturam. Informática mexe com informação, então é natural que se misture com tudo. Acho importante que não se coloque barreiras limitando as áreas de atuação. Acho que a formação específica deve ser valorizada, mas não obrigatória. Assim, quem tiver o "algo mais" vai saber crescer por rotas alternativas, onde o seu talento de auto-didata será muito mais valorizado (do que no serviço público, por exemplo). Uma regulamentação que proíba pessoas de outras formações de atuar na área acabaria com isso, e isso não é bom. Um auto-didata deve saber quais mercados explorar, e quais não. Tem que ter em mente que aprender sozinho por sua conta vai te deixar sozinho e por sua conta em algumas situações, não apenas na hora de estudar, mas na hora de provar que sabe. Coitado do auto-didata que espera maneiras fáceis de provar que sabe. É bem mais complicado. Mas enquanto não for proibido que alguém sem formação trabalhe na área, é algo que se pode conseguir. E a melhor coisa na universidade não é o curso em si, mas o ambiente. Juntar-se com várias pessoas que estão estudando a mesma coisa que você, se interessam pela mesma coisa que você, durante 4 anos, não tem preço. -- Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] música livre é bem melhor: http://www.jamendo.com _______________________________________________ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil