----- Original Message ----- 
  From: Cláudio Sampaio 
  To: Projeto Software Livre BRASIL 
  Sent: Tuesday, February 17, 2009 05:52
  Subject: Re: [PSL-Brasil] Começou o julgamento do The Pirate Bay


  2009/2/16 Omar Kaminski <o...@kaminski.com>

    Quem quiser produzir e disponibilizar conteúdos de graça pode fazê-lo. Essa 
sim é a verdadeira "cultura livre".

    A lei nada mais faz do que dar subsídios para que ele exerça seus direitos 
morais e patrimoniais *se quiser*.

  Moral? Totalmente imoral, eu diria. Talvez dependa da sua moralidade 
particular?
  Patrimônio sobre algo que não tem substância? O direito de patrimônio sobre 
copyright, patentes & etc. é *artificial*, criado para justamente sustentar 
essa economia de escassez! Você não pode usá-lo para justificar essa economia, 
é argumento circular.


  * Ou da sua moralidade particular. É impossível ignorar que alguém terá de 
pagar a conta da produção. Não estou defendendo gravadoras nem produtoras, mas 
estou tentando desconstruir o raciocínio em busca da resolução do problema. A 
realidade é que a produção visa lucro. Se acabar com o lucro, o subsídio terá 
que vir de algum lugar. De onde, do governo? E mesmo que não se trate de 
empresas, quem irá subsidiar o computador do fulano programando, os 
instrumentos da banda do beltrano tocando música, as câmeras do cicrano fazendo 
filmes? O dinheiro move o mundo, e ainda não apareceu um argumento crível para 
desmontar essa cadeia. Algum retorno há de ter. Isso sim é circular, esse 
argumento volta e meia reaparece e parece que até agora não surgiu nada 
concreto para responder a esse dilema. Mesmo convencendo muitos a produzir em 
prol da humanindade, ainda haverá muitos para se aproveitar disso e só consumir 
sem dar nada em troca.

    E de posse de tais ferramentas, o autor deve permanecer livre para escolher 
o caminho.

    Pregar usucapião de obras intelectuais parece demais, é como pregar o 
usucapião da bunda da coelhinha que foi apertada na CP.

  ...que, aliás, segundo consta, não foi apertada... Mas isso é outro assunto, 
não é usucapião de obras intelectuais, é o seu pressuposto - que existe a posse 
real antes de tudo, que precisa ser contestado. Não existe bem físico pra 
existir posse real, fica parecendo que você foi condicionado a achar que este é 
um direito natural.


  * Foi um exemplo retórico, mas fingir que algo não aconteceu (a mídia 
divulgou fotos da moça chorando) ou ignorar não ajuda a resolver a questão. E 
estou falando de respeito e serenidade para discutir em alto nível, o que 
geralmente não acontece ao se abordar este assunto. Não é pregando que "vamos 
invadir as bibliotecas e livrarias" que a questão se resolve. Bancando os 
anarquistas não será possível convencer os tradicionalistas, que ainda são 
ampla maioria (e estão votando na Europa por 95 anos de proteção para as 
músicas).

    Ao mesmo tempo, parece utopia que todo o conhecimento universal seja de 
domínio público. Talvez, se um dia se chegue a essa situação, já teremos nos 
tornado andróides, robôs programáveis por uma "consciência superior". Que deja 
vu.

  Tente novamente. Tente pensar que há uns 300 anos atrás a situação era 
justamente essa. Conhecimento não tinha dono. Não é que antes era utopia, hoje 
que é distopia... Mas o fato de você achar positivo pra chamar de utopia já 
significa que nem tudo está perdido.


  * Você ao menos refletiu sobre o que eu escrevi? Não foi um exemplo retórico, 
mas uma conclusão. Ademais, há 300 anos não havia internet, era outro contexto. 
E a lei autoral surgiu antes dela, antes das mídias de massa. Fazer gritaria e 
achar bodes expiatórios também não resolve a questão.
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