Glauber Machado Rodrigues (Ananda) wrote:
Se eu te "avanço tecnologicamente" não te deixo livre para dominar
este avanço até o limite do teu conhecimento, e te proíbo coletar
conhecimentos a respeito deste avanço e outras melhorias que vão além
dos meus interesses de mercado, eu realmente te "avancei
tecnolocicamente" ou eu te tornei um dependente meu?

Indo mais fundo, você entende o instruction-set do processador que seu computador usa? Você entende como funciona um processador? Entende como funcionam os transistores? Sabe a diferença entre PNP e NPN?

Há níveis de entendimento.

Se eu ensinar alguém a programar com o eToys em Windows estarei ensinando menos?

Eu prefiro SL, mas há coisas mais importantes do que ele.

Pois se eu te ensino a fazer uma horta com uma enchada, e você não tem
liberdade sobre a enchada, você depende de mim para fazer qualquer
alteração que melhore a enchada, que tipo de "avanço tecnológico" eu
propiciei para você? Eu não apenas te tornei meu dependente?

Você sempre pode aprender os princípios de como funciona a enxada e fazer uma só sua.

Eu me criei em um mundo praticamente sem software livre. Mas eu aprendi a escrever compiladores, a projetar circuitos impressos e chips usando software proprietário e isso não me fez nem um pouco menos capaz. Acho até uma pena que eu nunca tenha projetado chips para pagar as contas - era bem divertido.

Eu comecei hackeando o DOS 3.3 do Apple II. Posso te dizer que dá pra aprender muito sobre computadores mesmo quando o software deles é proprietário. É só querer. Software livre não é a bala de prata que vai transformar uma geração de programadores medianos em uma geração de Donald Knuths.

Exageros e radicalismos, facilmente demolíveis em debates públicos, não nos fazem nenhum bem.
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