Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Oi Zandre, Caso você saiba ler em inglês tem a lista da Digital Divide Network http://www.digitaldivide.net/ Esta é mais importante da inclusão digital no mundo. Apesar de ter mais de 1 participantes de mais de 115 países, ela é uma lista moderada e não tem muito fluxo de mensagem. Se você precisar de mais ajuda ou dica de literatura, entre em contato comigo em PVT. Tenho uma biblioteca virtual de inclusão digital que possa lhe interessar - http://br.geocities.com/bibliotecamicromundos Beijos, Ana Maria. Em 16/04/07, Zandre Bran <[EMAIL PROTECTED]> escreveu: Me interessei pelo tema. Por favor, indicação de alguma lista ligada ao assunto? Obrigado pelo tempo, Zandre. ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil -- Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima Site pessoal: http://br.geocities.com/bibliotecamicromundos ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Oi Hudson, Deixe tentar responder em partes o meu ponto de vista. No quesito, criatividade digital tem um livro muito bom que dá para baixar gratuitamente a sua versão chamado Beyound Productivity - information, technology and creativity do William Mitchel do MIT ( http://books.nap.edu/catalog.php?record_id=10671 ) . Ele dá as bases para o conceito de criatividade digital e em uma parte do texto ele afirma que a criatividade digital do universo do software livre é muito superior a criatividade digital em ambientes de software proprietário. ase No quesito cognição tem as pesquisas da Lea Fagundes coordenadora do LEC da UFRGS (http://www.lec.ufrgs.br/index.php/P%C3%A1gina_principal ). O princípio base da pesquisa do LEC refere-se a seguinte premissa: o uso das tecnologias digitais transforma as trocas cognitivas e a forma de pensar das pessoas. Por exemplo, as pesquisas da Lea mostram que a medida que o sujeito vai desenvolvendo cada vez mais suas habilidades para utilizar a tecnologia, muda a sua forma de pensar e agir no mundo. O pensamento vai se transformando num pensamento digital a medida que a pessoa vai se tornando cada dia mais hábil no uso das tecnologias. Uma outra teoria que desenvolve esta premissa é uma teoria cognição do MIT chamada de Distributed Cognition que aborda que o compartilhamento de idéias na Internet (ex.: comunidades de aprendizagem do software livre) gera novas formas de pensar e aprender. Esta é a teoria do " Distributed Constructionism - http://llk.media.mit.edu/papers/archive/Distrib-Construc.html) Defendo a tese de que o universo da cultura livre de compartilhar o conhecimento gera novas formas de se pensar e aprender seja na escola ou qualquer outro local de aprendizagem. O interessante de se trabalhar com software livre nas escolas refere-se a construção de uma nova cultura tecnológica dentro da escola. Por exemplo, os computadores da maioria das escolas estão sucateados e o desempenho das máquinas nestas é superior utilizando-se o GNU/Linux. Para um gestor educacional que lida com poucos recursos financeiros na escola, utilizar o software livre pode ser uma boa opção. Por exemplo, a equipe da LTNet Brasil desenvolveu uma avaliação de formação em software livre para as escolas municipais de Curitiba. Muitos professores estavam resistentes, mas gostaram muito da formação que receberam em horário de trabalho e havia muito interesse pela cultura de aprendizagem do universo do software livre. O que muitas vezes, o que as escolas pedem é uma formação adequada em horário de trabalho e um bom suporte técnico. O importante é saber falar da importância de uso do software livre utilizando também conceitos da educação ou psicologia da aprendizagem, criatividade, entre outros conceitos. Isso mobiliza mais o professor a fazer a mudança de sistema operacional e software. Estou achando esta discussão bem rica. Beijos, Ana Maria. Em 16/04/07, Hudson Lacerda <[EMAIL PROTECTED]> escreveu: Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima escreveu: [...] > *Ao se falar em educação, acho que ela poderia ter aprofundado e teria sido > mais feliz se argumentasse através da ótica dos processos de aprendizagem > (seara da cognição) e a questão da criatividade digital no universo do > software livre - que é muito mais avançada do que no universo do software > proprietário. Este discurso acaba não tocando muito o educador. Porém se > ela descrevesse melhor o processo criador e de aprendizagem da cultura livre e > das comunidades de aprendizagem de software livre na construção da nossa > atual sociedade do conhecimento ela faria melhor esta conexão entre > educação utilizando software livre. Isso sim é um discurso que promove uma melhor > compreensão do educador sobre a importância de se utilizar software livre > nas escolas. Oi Ana. Gostaria que você expandisse um pouco mais essa linha de argumentação, que parece-me instrutiva e fértil. > > Hudson, de qualquer forma gostaria de agradecer por compartilhar o texto > conosco, pois gerou uma rica discussão no grupo. Só que como psicóloga > cognitivista e educadora, acho que a autora poderia ter explicado isso > utilizando de forma mais profunda certos conceitos da seara pedagógica. > Interdisciplinaridade não é algo tão simples de se fazer. Eu apenas achei > que ela exagerou na dose ao excluir o universo do software proprietário ao > usar o termo analfabeto digital. O importante é sacar de sistema > operacional e migrar de software sempre que for necessário e desenvolver uma cultura > digital. Porém, são culturas digitais distintas e geram formas de aprender > distintas e eu aprecio mais a cultura do software livre na educação. Só > evito excluir a outra cultura, porque isso fere a minha forma de conceber > ciência. Eu só achei meio ingênuo a forma como a autoria argumentou sua > hipótese sob a ótica pedagógica e da aprendizagem. O texto seria ``radical'' (i.e. extremista) no sentido em que negasse a existência de software proprietário. Não me parece
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Oi Olival, O seu argumento é muito bom e é neste sentido que desenvolvi meu ponto de vista. Conheço muitos programadores e engenheiros da computação da minha geração (tenho 34 anos) que sua alfabetização digital começou com software proprietário e depois migrou para o software livre. Não sou programadora, mas a minha alfabetização digital começou pelo software proprietário e depois migrei para o software livre e gosto muito mais deste sistema operacional e sua filosofia. A maioria dos meus amigos que seguiram a área tecnológica também começaram programando em software proprietário e depois migraram para o software livre. E alguns são tão bons em programação que em alguns momentos programam utilizando o sistema operacional proprietário e outras usando o GNU/Linux. O bacana quando se desenvolver um trabalho de uso do software livre na escola é que este modelo incentiva muito mais a criatividade digital do que o modelo proprietário. A função da escola é a de desenvolver talentos nos jovens para que eles tenham habilidade de seguir qualquer tipo de profissão e se inserir na nossa sociedade cada vez mais mediada pela tecnologia. A de programador é apenas uma delas e muitos alunos desenvolvem o interesse pela programação desde sua época na escola. Outros seguirão outras carreiras que não necessariamente seja necessário saber programar ou ter conhecimentos profundos de computação, mas eles podem utilizar apenas software livre para o desenvolvimento de seus projetos de trabalho. Ao menos ter migrado para o software livre foi importante para mim. Beijos, Ana Maria. Em 16/04/07, Olival Júnior <[EMAIL PROTECTED]> escreveu: Glauber Machado Rodrigues (Ananda) escreveu: > Se eu te "avanço tecnologicamente" não te deixo livre para dominar > este avanço até o limite do teu conhecimento, e te proíbo coletar > conhecimentos a respeito deste avanço e outras melhorias que vão além > dos meus interesses de mercado, eu realmente te "avancei > tecnolocicamente" ou eu te tornei um dependente meu? É uma evidência simplória, mas, em minha experiência pessoal, conheço muitas pessoas com mais de 30 anos de idade . . . ok, com mais de 35 . . . q começaram a se interessar por programação usando sistemas proprietários. Gente q começou programando sobre o velho MS DOS (tá bom... sobre o CP/M), passou pelo MS Windows 3.x, passou por diversos Unices (plural de Unix?) proprietários até descobrir o GNU. Da mesma forma, conheci muita gente q começou em Java e terminou em Python. A tecnologia proprietária serviu de base para o aprendizado de conceitos básicos, mas, qdo as limitações proprietárias apareceram e a fome de conhecimento foi maior, elas foram devidamente substituídas pelas contrapartes livres. Sem prejuízo ao aprendizado anterior. Obviamente, qdo falamos em "educação" aqui usamos o termo de forma bem "livre", sem muita precisão. Mas, usei o exemplo da programação para tentar demonstrar q o mundo proprietário pode não ser a melhor opção, mas não necessariamente deixa de servir à "alfabetização tecnológica", bem como de pto de partida rumo ao mundo livre. [ ]s, olival.junior ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil -- Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima Site pessoal: http://br.geocities.com/bibliotecamicromundos ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Talvez já tenham visto, mas eu só vi agora: http://under-linux.org/wiki/index.php/FISL8/noticias/comunidades On 4/17/07, Hudson Lacerda <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Zandre Bran escreveu: [...] > Não penso que todo motirista deva ser mecanico. Quem não atua na > área de info, não quer saber qual é o sistema de arquivos do seu HD, > ou se seu sistema é C, Java ou Python, querem que lhe atenda. Oi, Zandre. Acho que vai uma longa distância entre digirir um automóvel e usar um computador. Não temos carros programáveis pelos usuários. Carros têm uma finalidade específica (além de regras e padrões que devem respeitar para serem autorizados a rodar por aí.) Acho que para os adultos de hoje, saber se o sistema é feito em C, Java ou Python não interessa, basta que funcione. Mas será que devemos educar as crianças na base do ``basta que funcione para mim'' (``querem que lhe atenda'')? Penso ser isso extremamente perigoso. Windows XP tem pelo menos 16 portas dos fundos, que espionam os usuários; Windows MediaPlayer envia pela internet informações sobre todos os arquivos de multimídia existentes no computador; Skype envia todos os dados do BIOS pela internet; WGA ``telefona pra casa'' diariamente; CDs da Sony instalam malware difícil de remover; máquinas de votar (``urnas eletrônicas'') inauditáveis -- e com defeitos -- são usadas para decisões importantes; software secreto e fora de nosso controle lida com nossas senhas bancárias e ``nos identificam''... e pessoas não querem saber, pois é mais cômodo dizer ``O que me importa? essas tecnologias facilitam a vida. O resto é coisa pra técnicos.'' Todos aqui concordam que as pessoas deveriam ter o direito e condições para aprender a programar a saber mais sobre TICs. Mas pergunto: será que esses conhecimentos são tão ``opcionais'' assim? Será que o mesmo critério que ``dispensa'' as pessoas de entender como um computador/programa funciona não nos faria concluir que conteúdos escolares como funções logarítmicas e quadráticas, análise sintática da língua, ou fundamentos de zoologia deveriam ser ``opcionais'' exceto para quem queira ser matemático, lingüista ou zoólogo, respectivamente? Se for, então -- ironizando ;-) -- podemos nos contentar com a 5a. série do primeiro grau como pré-requisito para cursos profissionalizantes. O resto já seriam ``especialidades''... :-P > >Para formamos opnião, termos ensaios em nossa lingua, uma boa > coisa seria, lá na escolinha do meu sobrinho de 9 anos, Editor de > texto, Planilha, Navegador, Leitor de e-mail, Sistema operacional. > > Creio que é sobre isto que estamos falando? Livre na escola, > fundamental talvez? Sobre superiores a coisa muda. Esse é um dos pontos. Nas escolas o que mais me incomoda é a hipocrisia com que é tratada a questão do licenciamento. Professores freqüentemente assumem que os alunos devem instalar software ilegal em seus computadores, ``pois todo mundo usa assim''. É uma ética perversa, totalmente inadequada ao contexto educacional. Se fosse defesa de desobediência civil (p.ex. anti-copyright), com alguma justificativa explícita, ainda sim estaria errado, pois a sala de aula não é o lugar apropriado para realizar e propagar desobediência civil, embora seja um local bastante apropriado para *se discutir* o assunto. Outro ponto é que considero incorreto induzir estudantes a instalar software proprietário em casa para realizar suas atividades escolares (mesmo que seja software gratuito). Acho isso extremamente desrespeitoso. Exigir trabalhos formatados em computador também acho incorreto, com a exclusão digital nos níveis atuais. Talvez nosso debate possa se aprofundar explorando o conceito de ``cultura livre'', na direção apontada pela Ana Maria. Até mais, Hudson ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
On 4/17/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Temos um problemas de interpretação aqui. Dizemos que as pessoas devem ser livres para ir além das relações de consumo, e não que elas não devam ser consumidoras. Penso existirem alguns termos de consumo. Uma é consumo enlatado, que consumo porque consumo. Outra é consumir com razão, com escolha. Sabendo que é um editor de texto, se quiser consumir Word, é minha liberdade. Se preferir o Ooo é uma opção minha. Não posso dizer o apenas livre é bom. Bom para quem? Se ele não pensa assim; fulano está errado por preferir outro produto? Veja, produto. O que penso que não estamos deixando opção clara para as pessoas. Não existe editor de texto, existe Word, Excel, IE e assim vai. Se os professores utilizassem termos corretos para os produtos, teriamos uma geração capaz de entrar em um site de busca e digitar editor de textos. E que elas devem ter liberdade de usar o computador para construir ferramentas, não apenas se limitar a usá-las como ferramenta. Isso não implica em dizer que não se deva usar como ferramenta, mas sim em avançar para além disso. Não penso que todo motirista deva ser mecanico. Quem não atua na área de info, não quer saber qual é o sistema de arquivos do seu HD, ou se seu sistema é C, Java ou Python, querem que lhe atenda. Para formamos opnião, termos ensaios em nossa lingua, uma boa coisa seria, lá na escolinha do meu sobrinho de 9 anos, Editor de texto, Planilha, Navegador, Leitor de e-mail, Sistema operacional. Creio que é sobre isto que estamos falando? Livre na escola, fundamental talvez? Sobre superiores a coisa muda. Abçs, Zandre. ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Não vejo nenhum problema em ensinar programação para todos, só não acho q é algo realmente necessário. Necessário mesmo é dar chance para todos que quiserem aprender, isso não apenas com programação. On 4/17/07, Hudson Lacerda <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Jefferson Santos escreveu: > Não sei se todo mundo deveria saber programar, mas acho que todo mundo que > quiser aprender tem que ter condições para isso. Eu não sou programador. Sei um pouco de C, Matlab, GNU Octave e PostScript, o que considero imprescindível para mim, pois isso me possibilita fazer coisas que não são possíveis com software livre ou proprietário pré-existente. Às vezes também ocorre de o que eu preciso já existir, mas ser mais fácil e rápido escrever meu próprio programa do que aprender a usar o programa pré-existente. Quando escrevo que possa ser útil a outros, publico em meu sítio http://br.geocities.com/hfmlacerda/ . Talvez seja interessante compartilhar aqui um pouco mais sobre meu ``histórico'' de uso de computadores. Meu primeiro contato com computadores foi por volta de 1997, na Escola de Música da UFMG. Lá, utilizei MS Word pra formatar textos acadêmicos. No entanto, desde 1995 ouvia falar do uso de programas de computador para compor músicas eletrônicas, ouvia falar sobretudo de Csound e Max. Não cheguei a me matricular em disciplinas de música computacional, mas procurei me aproximar de pessoas que usavam esses programas. Um professor me deu (acho que em 1998) um livro de introdução a programação em Pascal. Estudei o livro em casa (sem computador), escrevia e simulava programas no papel. Não havia compiladores de Pascal em nenhum lugar que eu freqüentasse. Descobri que no MS Word havia uma tal de ``WordBasic'' :-P , e passei a implementar alguns programinhas que eu carregava em disquetes. Fui orientado a aprender C (porque, em certo sentido, o resto das linguagens era ``resto''). Copiei o livro de Kernighan & Ritchie. Então, no final do ano 2000, ganhei um DX4 486 com 32MB RAM. O primeiro programa que pedi para instalar foi um compilador C (Turbo C++ 3.0 para DOS da Borland, o melhor IDE que conheci até hoje.), com o qual pude reimplementar os programas que eu fazia em WordBasic e escrever outros. Depois instalei o csound, para experimentar com síntese de som, etc. Assim, sempre considerei o computador com uma máquina programável, mesmo antes de ter o meu próprio computador. Nunca o considerei como um ``combo'' de vídeo-game, máquina de escrever e telégrafo. Em contraste, muitas pessoas estão ``aprendendo'' que o computador é uma tal espécie de ``combo'', que não tem ``programas'' editáveis pelos usuários, mas ``aplicativos'' prontos, pretensamente úteis para todos os fins. O que o usuário pode fazer fica restrito ao que está pré-programado no sistema e aplicativos, e o imenso potencial da máquina de Turing é ignorado e fica inacessível. Vejo que os softwares proprietários (e também o hadware) são, cada dia mais, feitos para *restringir* o que as pessoas possam fazer, para *reduzir* a eficiência e produtividade, com objetivo de forçar a compra de ``upgrades'', ``addons'' e ``plugins''. Por isso, penso ser imprescindível resgatar o valor da programabilidade, esse conceito central dos computadores. Não consigo conceber usar um computador sem poder programar, mesmo que eu seja apenas iniciante e amador em programação. Seria demasiado difícil e ineficiente. Seria reduzir demais as possibilidades dessa máquina formidável, e eu não acredito que, mesmo num futuro distante, os softwares pré-moldados consigam suprir as necessidades dos usuários. O que acredito é que camadas facilitadoras serão acrescentadas, como linguagens de mais alto nível e interfaces mais avançadas e interativas. Reforço que na minha opinião todas as pessoas deveriam, sim, ser capazes de programar. Não digo capazes de escrever seu próprio sistema operacional, mas capazes de compreender como software funciona e capazes de escrever programas úteis em alguma linguagem de programação. Não penso que isso seja um assunto restrito a quem vá seguir a carreira de programador profissional. Com os computadores tornando-se onipresentes, saber programar é um pré-requisito para explorar criativamente seu potencial informacional e comunicacional, e para manter o controle sobre a própria ``vida digital''. Aprender um pouco de programação não é tão difícil que um aluno, digamos, de 6a. série não seja capaz. Uma criança que aprenda a linguagem LOGO com o KTurtle não terá dificuldade em fazer programas simples em PostScript. A partir do contato com linguagens de programação de uso geral, as possibilidades se multiplicam... De maneira que para a pergunta ``para que serve um computador?'', cada usuário possa escrever como resposta uma coleção de programas personalizados, originais, criativos, para finalidades nunca antes imaginadas. Até mais, Hudson ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.soft
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Concordo com você. É exatamente isto que eu disse. Acredito que o SL seja muito melhor para a educação por motivos já expostos nesta conversa. Isso não implica em dizer que não se deva usar como ferramenta, mas sim em avançar para além disso. A questão que levantei é apenas que pode-se ter avanços com SP, mas nunca disse que estes seriam maiores ou iguais aos que podem ser alcançados com o SL. Devemos realmente ir além de meros usuários, mas também devemos saber exatamente quais as possibilidades que o SP e o SL oferecem. On 4/17/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Em relação a essas duas contribuições: A primeira: On 4/16/07, Zandre Bran <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) > <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > > [...] > > Tipo se eu não posso entender a tecnologia e avançar junto com ela, > > apenas estou me limitando a ser consumidor dela, estou realmente > > avançando em tecnologia? É isso que conhecemos por avanço, apenas > > consumir a tecnologia, completamente alheio ao que torna possível > > estes milhagres todos? Isto é avanço? > > Penso que o usuário é consumidor. Seja consumidor de livre ou de > propietário, mas é consumidor. E a segunda: On 4/17/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > Hudson. > Não sei pq vc discorda de usar o computador como ferramenta. É isso que ele > é, e nada mais, serve para diversas coisas? Serve. Mas é uma ferramenta que > serve para várias coisas, e devemos ensinar as pessoas usar o computador com > responsabilidade para diversas finalidades. Temos um problemas de interpretação aqui. Dizemos que as pessoas devem ser livres para ir além das relações de consumo, e não que elas não devam ser consumidoras. E que elas devem ter liberdade de usar o computador para construir ferramentas, não apenas se limitar a usá-las como ferramenta. Isso não implica em dizer que não se deva usar como ferramenta, mas sim em avançar para além disso. -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Em relação a essas duas contribuições: A primeira: On 4/16/07, Zandre Bran <[EMAIL PROTECTED]> wrote: On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > [...] > Tipo se eu não posso entender a tecnologia e avançar junto com ela, > apenas estou me limitando a ser consumidor dela, estou realmente > avançando em tecnologia? É isso que conhecemos por avanço, apenas > consumir a tecnologia, completamente alheio ao que torna possível > estes milhagres todos? Isto é avanço? Penso que o usuário é consumidor. Seja consumidor de livre ou de propietário, mas é consumidor. E a segunda: On 4/17/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Hudson. Não sei pq vc discorda de usar o computador como ferramenta. É isso que ele é, e nada mais, serve para diversas coisas? Serve. Mas é uma ferramenta que serve para várias coisas, e devemos ensinar as pessoas usar o computador com responsabilidade para diversas finalidades. Temos um problemas de interpretação aqui. Dizemos que as pessoas devem ser livres para ir além das relações de consumo, e não que elas não devam ser consumidoras. E que elas devem ter liberdade de usar o computador para construir ferramentas, não apenas se limitar a usá-las como ferramenta. Isso não implica em dizer que não se deva usar como ferramenta, mas sim em avançar para além disso. -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Até agora o que mais gostei nesta discussão foi oq o Olival disse: que as crianças poderiam aprender muito com a cultura do software livre, tem um ambiente de colaboração e não de disputa, compartilhando conhecimento com os demais e não guardando para si. Se pelo menos a troca livre de informações for assimilada por essas crianças e oferecermos meios para que ela ocorra, já teremos grandes avanços, inclusive tecnológicos. On 4/16/07, archer <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Em (17:49:06), Projeto Software Livre BRASIL escreveu: >Uma pessoa não faz o mundo melhor apenas usando um software livre >ao invés de usar um proprietário, se esta pessoa não o fizer pela >motivação da liberdade. Concordo plenamente, pois se fosse o contrário nos levaria a sermos iguais, e não estariamos discutinto o tema. >É muito dificícil tentar explicar a um executivo por que ele deve >dar preferência a um software livre ao invéz de um proprietário >quando tanto um quanto o outro executam perfeitamente a função >esperada por ele. As vezes é dificil convencer o pessoal da TIC também >Por isso eu acho que o lance todo está na escola, e em aprender a >as vantagens de ter os fontes e a liberdade de se beneficiar dos >usar fontes. Por isso gostei do texto. Isso dá resultado.. >On 4/14/07, Hudson Lacerda wrote: >> Olá, pessoal. >> O texto sustenta que o uso de software proprietário fomenta a >> ANalfabetização informática, mantendo as pessoas como meros >>usuários ``consumidores'', que apenas preenchem estruturas >>fixas, predeterminadas por terceiros. Os ``programas de >> analfabetização'' proprietários negam aos usuários de >> computador a capacidade de entender como software funciona, de >> como usar as linguagens de programação para criar e adaptar >> softwares, enfim, de tornarem-se independentes >>tecnologicamente. São programas que apenas ensinam >> a ser dependentes (de corporações transnacionais de TICs). Normalmente em países como o nosso. >> >> Essas questões me ocorreram como provocações de meu advogado-do- >> diabo interior (que tenta compreender o mundo não-livre). É que, >> freqüentemente, acontece de textos interessantes circularem >> apenas entre pessoas que não são as que mais precisariam ler >> esses textos. Vocês já refletiram sobre quantos textos >> importantes ficamos conhecendo através desta lista, e que não >>encontram a necessária ressonância fora do círculo dos >>interessados em software livre? Quantas pessoas teriam lido >> simplesmente continuam a usar software proprietário? Qual é o >> algum texto sobre software livre, achado-o ``interessante'', mas >> que ponto-chave para mudar a mentalidade limitada das pessoas >>que não percebem ou valorizam as vantagens (e necessidades) de >> usar software livre e os riscos envolvidos na propagação de >> software proprietário, num mundo em que tudo-tudo está se >> tornando informatizado (em especial, saindo do controle dos >>``usuários'' e sendo controlado por corporações)? Já, e existe um projeto da UFMG da Profa de Letras Ana Cristina que produz com seus alunos através do Texto Livre, assim ela dissemina a cultura livre e inclui digitalmente muitos e muitas alunas. site: www.textolivre.org.br Veja o que acontece por lá. Se tivessemos mais iniciativas como a dela tudo seria mais facil, para a cultura livre. >> vinte anos de idade se consideram ``velhas demais'' para Niguem é velho demais para aprender, conheço uma pessoa que nasceu e nem tinha rádio, hoje ele consulta internet, usa e-mail, ... tem mais de 80 anos. E outro que começou com 40 e hoje é um grande usuário. >> Quantos usuários de eMule e/ou FireFox sabem que esses são >> softwares livres? Qual é a diferença, para elas, entre >> usar esses programas ou outros proprietários, sejam sharewares >> ou crackeados? Mesmo sem desprezar a propaganda geral em favor >> do software livre, abordagem mais eficaz é investir na formação >> das crianças, dos filhos desses ``gagás'' de vinte e poucos >> anos. O importante é convence-los o porque do uso do SL, e não forçar a barra. Quantos aos filhos, dessas pessoas concordo... mas ser mais velho significa (para o oriente) ter sabedoria. Eu pretendo ficar muto mais "gagá", pois se não ficar é porque fixei residencia com uma cruz em cima (HEHEHE) >> Onde estão a lógica, os algoritmos, as linguagens de >> programação, a edição de wikis, a adaptação e desenvolvimento de >> softwares e outros assuntos importantes da informática? A Sociedade é que deve ser livre, não apenas os softwares... > >A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. > > "Que os fontes estejam com você..." > >Glauber Machado Rodrigues >PSL-MA Claudia Archer PSL-MA sou livre, porém o mundo ainda é proprietário... O mundo hoje é "liberdade, igualdade e propriedade, desde o liberalismo" ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Hudson. Não disse que não devemos ter o código-fonte, ele deve estar lá para quem quiser e entendo o que ele implica e a liberdade que advém disto. O que eu disse é que o simples fato de ter o código disponível não garante que os alunos vão aprender lendo ele e nem que vão ler. Se eu tiver o código de um driver não quer dizer que eu vá estuda-lo e escrever um, mas posso se assim desejar, poderei me basear neste código e escrever o meu driver (facilitaria muito as coisas) mas posso escrever estudando outras fontes (livros, internet). Não sei pq vc discorda de usar o computador como ferramenta. É isso que ele é, e nada mais, serve para diversas coisas? Serve. Mas é uma ferramenta que serve para várias coisas, e devemos ensinar as pessoas usar o computador com responsabilidade para diversas finalidades. Não sei se todo mundo deveria saber programar, mas acho que todo mundo que quiser aprender tem que ter condições para isso. On 4/16/07, Hudson Lacerda <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Jefferson Santos escreveu: > Infelizmente somos seres limitados e não podemos entender tudo de tudo. > Eu realmene não sei como funciona várias tecnologias que uso hj, nem fiquei > lendo o fonte do kernel antes de usar. > O fato de disponibilizar o fonte do sitema que as crianças vão usar na > escola não garante que elas vão entender oq tem lá e nem que o Brasil vai > ser avançar na proução de software por isso. Obviamente que com isso vc > aumenta as possibilidades, porém não significa que sem o mesmo elas não > existam. Penso que você parte de um pressuposto errado: o de que o código-fonte aberto e livre só é útil para usuários que efetivamente lerão o código. Isso é falso e prejudicial. Código-fonte aberto e livre garante transparência (eu não confio em software cuja licença proíbe que se estude como ele funciona; todos os dias temos notícias de que há espiões embutidos em software proprietário de tudo quanto é tipo), independência tecnológica (não sei programar kernels e drivers, mas sou livre para contar com/contratar pessoas capazes de fazê-lo), e a valorização de princípios éticos e morais positivos (compartilhar, construir coletivamente, combater a escassez artificial etc.), pra citar algumas vantagens. Esse argumento de que ``o usuário não precisa do código-fonte'' é um ponto crucial da minha reflexão que iniciou esta trilha de mensagens. O argumento é usado para *promover a ignorância* e reduzir os usuários de TICs a *meros consumidores passivos*, prontos a aceitar que os dispositivos eletrônicos não possam ser programados para fazer o que os usuários querem. No máximo, eles podem escolher entre configurações pré-determinadas, vendidas separadamente como ``ad-ons''. Estamos rodeados de máquinas de Turing castradas e travestidas de telefones, tocadores de música, etc. Esses aparelhos geralmente são computadores, controlados por software, mas que não é manipulável/editável pelo usuário. A programabilidade, que é a característica central dos computadores, está progressivamente sendo negada, com a crescente oferta de dispositivos portáteis que -- apesar de tecnicamente capazes -- não podem ser programados pelos usuários. No mundo em que tudo está sendo integrado e controlado através de dispositivos eletrônicos, em que ``código é lei'' (Lessig), ser capaz de dominar esse código não é assunto específico de técnicos, mas pré-requisito para cidadania plena. Num sentido mais amplo, escreveu Carl Sagan (O Mundo Assombrado pelos Demônios): ``Nós criamos uma civilização global em que elementos cruciais - como as comunicações, o comércio, a educação e até a instituição democrática do voto - dependem profundamente da ciência e da tecnologia. Também criamos uma ordem em que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. É uma receita para o desastre. Podemos escapar ilesos por algum tempo, porém mais cedo ou mais tarde essa mistura inflamável de ignorância e poder vai explodir na nossa cara.'' > > Acredito que o principal, é ensinar a criança usar o computador como uma > ferramenta, para poder buscar informações, para poder conversar, para poder > disputar uma vaga de emprego. É dar a ferramenta e ensinar usar direito e > com responsabilidade, ensinar a criança a não se perder no meio de tanta > informação que existe na Internet e ter um olhar crítico sobre esta > informações e também sobre o mundo. Novamente discordo, embora eu não tenha achado claro esse parágrafo. A questão é: para que serve um computador? Qualquer resposta do tipo ``para escrever texto'', ``para pesquisar na internet'', ``para se comunicar em rede'' é limitadora. Por quê? Porque o computador não é uma ferramenta para usos específicos. O computador é uma ferramenta de uso geral, ele serve para *qualquer tarefa* para a qual seja _programado_. Um usuário de computador deveria ser, antes de tudo, capaz de programar. Nem que seja programar scripts para manipular seus arquivos ou personalizar seu sistema. Num mundo informatizado, ser capaz de prog
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On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: [...] Tipo se eu não posso entender a tecnologia e avançar junto com ela, apenas estou me limitando a ser consumidor dela, estou realmente avançando em tecnologia? É isso que conhecemos por avanço, apenas consumir a tecnologia, completamente alheio ao que torna possível estes milhagres todos? Isto é avanço? Penso que o usuário é consumidor. Seja consumidor de livre ou de propietário, mas é consumidor. Sabe o que irrita mais na escolinha do meu sobrinho de 9 anos. Na aulo de info, editor de texto chama-se Word. Planilha chama-se Excel, Navegador é Internet Explorer. Isto é dificil, fico revoltado. O que pode-se fazer hoje e não é feito é justamente isto, dar nomes. Planilha de calculos é Planilha, Editor de textos, Navegador e assim vai. Aí, pode-se fazer um aprofundamento se for o caso, dentre os navegadores existe este, este,... Só isto penso ser um grande inicio e muito, mas muito bom começo. Agora sobre produção de tecnologia brasileira para consumidores brasileiros? Ah, isto é uma guerra em que um dos lados tem poucos soldados, seja livre ou não. Abçs, Zandre. ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
On 4/16/07, Ricardo L. A. Banffy <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Glauber Machado Rodrigues (Ananda) wrote: > Se eu te "avanço tecnologicamente" não te deixo livre para dominar > este avanço até o limite do teu conhecimento, e te proíbo coletar > conhecimentos a respeito deste avanço e outras melhorias que vão além > dos meus interesses de mercado, eu realmente te "avancei > tecnolocicamente" ou eu te tornei um dependente meu? Indo mais fundo, você entende o instruction-set do processador que seu computador usa? Você entende como funciona um processador? Entende como funcionam os transistores? Sabe a diferença entre PNP e NPN? Entendo tudo isso. Aprendi com o tanembaum, o mesmo professor do Linus. Se tu for no ##debian-br vai encontrar dois kilos de gente que já montou processadores. Ou seja a coisa é complicada, mas é o dia a dia de alguém. E essa pessoa se importa com a liberdade que ela tem sobre essas coisas do dia a dia. Há níveis de entendimento. Se eu ensinar alguém a programar com o eToys em Windows estarei ensinando menos? Estará. Pois se ensinasse perl ou elisp e ela tivesse dúvidas de como uma coisa era implementada, ela poderia ler o fonte. E acredite as pessoas leem os fontes. O Emacs torna isso muito fácil com a speedbar. Eu prefiro SL, mas há coisas mais importantes do que ele. > Pois se eu te ensino a fazer uma horta com uma enchada, e você não tem > liberdade sobre a enchada, você depende de mim para fazer qualquer > alteração que melhore a enchada, que tipo de "avanço tecnológico" eu > propiciei para você? Eu não apenas te tornei meu dependente? Você sempre pode aprender os princípios de como funciona a enxada e fazer uma só sua. Se você vai dizer que depois eu vou fazer X, depois Y e depois software livre, então o avanço só é possível com o software livre. Eu me criei em um mundo praticamente sem software livre. Mas eu aprendi a escrever compiladores, a projetar circuitos impressos e chips usando software proprietário e isso não me fez nem um pouco menos capaz. Acho até uma pena que eu nunca tenha projetado chips para pagar as contas - era bem divertido. Mas que se originou livre. Nasceu livre. Aí veio a carta do Bill Gates botando medo na galera e todo mundo se fechou. Mas a coisa ta voltando pra onde veio. Eu comecei hackeando o DOS 3.3 do Apple II. Posso te dizer que dá pra aprender muito sobre computadores mesmo quando o software deles é Interessante, você acumulou todo esse conhecimento e o que mais? Parou aí? Melhorou o Dos? Fez um patch, adicionou uma funcionalidade, passou a comercializar o DOS? O próprio DOS não precisou de uma licença proprietária para existir, virou proprietário depois de pronto. proprietário. É só querer. Software livre não é a bala de prata que vai transformar uma geração de programadores medianos em uma geração de Donald Knuths. Tudo bem, vamos falar de liberdade? Exageros e radicalismos, facilmente demolíveis em debates públicos, não nos fazem nenhum bem. Você acha que o avanço pode acontecer sem liberdade? ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
On 4/16/07, Olival Júnior <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Glauber Machado Rodrigues (Ananda) escreveu: > Se eu te "avanço tecnologicamente" não te deixo livre para dominar > este avanço até o limite do teu conhecimento, e te proíbo coletar > conhecimentos a respeito deste avanço e outras melhorias que vão além > dos meus interesses de mercado, eu realmente te "avancei > tecnolocicamente" ou eu te tornei um dependente meu? É uma evidência simplória, mas, em minha experiência pessoal, conheço muitas pessoas com mais de 30 anos de idade . . . ok, com mais de 35 . . . q começaram a se interessar por programação usando sistemas proprietários. Gente q começou programando sobre o velho MS DOS (tá bom... sobre o CP/M), passou pelo MS Windows 3.x, passou por diversos Unices (plural de Unix?) proprietários até descobrir o GNU. Da mesma forma, conheci muita gente q começou em Java e terminou em Python. A tecnologia proprietária serviu de base para o aprendizado de conceitos básicos, mas, qdo as limitações proprietárias apareceram e a fome de conhecimento foi maior, elas foram devidamente substituídas pelas contrapartes livres. Sem prejuízo ao aprendizado anterior. Obviamente, qdo falamos em "educação" aqui usamos o termo de forma bem "livre", sem muita precisão. Mas, usei o exemplo da programação para tentar demonstrar q o mundo proprietário pode não ser a melhor opção, mas não necessariamente deixa de servir à "alfabetização tecnológica", bem como de pto de partida rumo ao mundo livre. Mesmo assim eu não posso dizer que ou um modelo ou o outro representam "avanço", pois seria como se os dois fossem alternativas, e não são. Por exemplo, excluiremos o software proprietário. Ainda temos avanço? Sim, com o software livre. Agora excuiremos o sotware livre. Ainda temos avanço? Não, pois se eu te "avanço tecnologicamente" e não te deixo livre para dominar este avanço até o limite do teu conhecimento, e te proíbo coletar conhecimentos a respeito deste avanço e outras melhorias que vão além dos meus interesses de mercado, eu não te "avancei tecnolocicamente" realmente. E isso é ilógico, pois se os dois possibilitam o "avanço" se eu deixasse um deles existir o "avanço" ainda seria possível. Mas o que acontece é que o modelo proprietário propicia um "avançóide" (tem tanto de avanço quanto um humanóide tem de humano) e o software livre o "avanço" verdadeiro. Eu não posso dizer que uma efeito pode acontecer por qualquer uma de duas causas, e e excluir uma das causas que e o efeito cessar. O efeito deveria acontecer na presença de qualquer uma das causas, e não é assim. O efeito também não é causados pelas duas causas juntas, pois apenas com uma das causas o efeito é possível, então claramente o efeito só depende de uma das causas. O avanço só é possível com software livre. O avançóide ignorante, limitado e injusto é possivel com o sotware propietário. [ ]s, olival.junior ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
On 4/16/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Infelizmente somos seres limitados e não podemos entender tudo de tudo. Eu realmene não sei como funciona várias tecnologias que uso hj, nem fiquei lendo o fonte do kernel antes de usar. Mas se um dia você precisar, você vai poder. Porque você usa algo que te dá essa liberdade. Você não montou um estilo de vida que depende de algo que você é proibido por lei de melhorar. O fato de disponibilizar o fonte do sitema que as crianças vão usar na escola não garante que elas vão entender oq tem lá e nem que o Brasil vai ser avançar na proução de software por isso. Obviamente que com isso vc aumenta as possibilidades, porém não significa que sem o mesmo elas não existam. Mas se você fizer tudo isso com software proprietário você garante que se elas não poderão melhorar aquilo que usam. Elas terão que reinvendar a roda e gastar sua criatividade com problemas já resolvidos. Acredito que o principal, é ensinar a criança usar o computador como uma ferramenta, para poder buscar informações, para poder conversar, para poder disputar uma vaga de emprego. É dar a ferramenta e ensinar usar direito e com responsabilidade, ensinar a criança a não se perder no meio de tanta informação que existe na Internet e ter um olhar crítico sobre esta informações e também sobre o mundo. E a se tornar dependente de algo que a colocou completamente a margem do processo de criação, e que nunca nunca nunca vai ser dela. Nunca vai ser dela. Ela nunca vai ter. Nunca vai poder levar para onde quizer. Nunca vai poder descobrir como funciona. Tudo que ela vai poder ouvir é um "não!", "você está roubando de nós!", "Isso nos pertence!", "Você só pode obter isto de nós", "Nos dizemos o que é bom para você!", "Você vai precisar de um computador de R$ 5.000,00 para acessar a internet e apenas usando os padrões que nós acharmos interessantes!" Ai sim acredito que termos grandes avanços. A unica coisa que não concordamos é que eu acho que a afirmação que o avanço tecnológico em software só se sustenta com o modelo livre e que isso não é uma visão radical, e você acha que se sustenta com os dois, afimar o contrário seria radical. On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED] > wrote: > > On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) > < [EMAIL PROTECTED]> wrote: > > On 4/16/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > > > É radical sim. > > > O avanço tecnológico e a inlusão digital, pode ocorrer com software > > > proprietário sim. Podemos ver isso em países como o Japão. > > > > E onde está esse avanço todo? No japão? > > Só explicando melhor: Quem se diverte lendo superiteressante ou > assistindo "os pioneiros do futuro" na discovery pode-se dizer que a > tecnologia está lá. Mas para quem gosta de usar a tecnologia, de > entender e avançar com ela, essa pessoa sabe que não está. > > Tipo se eu não posso entender a tecnologia e avançar junto com ela, > apenas estou me limitando a ser consumidor dela, estou realmente > avançando em tecnologia? É isso que conhecemos por avanço, apenas > consumir a tecnologia, completamente alheio ao que torna possível > estes milhagres todos? Isto é avanço? > > > > > -- > > > > A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. > > > > > >"Que os fontes estejam com você..." > > > > Glauber Machado Rodrigues > > PSL-MA > > > > jabber: [EMAIL PROTECTED] > > > > > -- > > A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. > > >"Que os fontes estejam com você..." > > Glauber Machado Rodrigues > PSL-MA > > jabber: [EMAIL PROTECTED] > ___ > PSL-Brasil mailing list > PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
On 4/16/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Vejo com todas as crianças usando computadores e colhendo informações na Internet, e o país sempre lançando inovações tecnológicas. Lógico que tem muitas diferenças entre o Japão e o Brasil, mas lá não se usou software livre, em sua maioria, para conseguir este avanço. Como eu disse antes, pode ser feito com SP, mas o SL teriamos resultado melhores, além de garantir a liberdade de todos. Se eu te "avanço tecnologicamente" não te deixo livre para dominar este avanço até o limite do teu conhecimento, e te proíbo coletar conhecimentos a respeito deste avanço e outras melhorias que vão além dos meus interesses de mercado, eu realmente te "avancei tecnolocicamente" ou eu te tornei um dependente meu? Se imbuída na minha tecnologia eu incluo aditivos que anulam as suas liberdades de aprimorar a minha tecnologia, apenas porque eu não quero perder o domínio sobre a tecnologia, isto é algo bom para você? Isto é um avanço? Não existe avanço sem liberdade. Com software proprietário tudo que poderia ter sido "avanço tecnológico" se tornam "escravidão tecnológica". Pois se eu te ensino a fazer uma horta com uma enchada, e você não tem liberdade sobre a enchada, você depende de mim para fazer qualquer alteração que melhore a enchada, que tipo de "avanço tecnológico" eu propiciei para você? Eu não apenas te tornei meu dependente? On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > > On 4/16/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > > É radical sim. > > O avanço tecnológico e a inlusão digital, pode ocorrer com software > > proprietário sim. Podemos ver isso em países como o Japão. > > E onde está esse avanço todo? No japão? > > -- > > A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. > > >"Que os fontes estejam com você..." > > Glauber Machado Rodrigues > PSL-MA > > jabber: [EMAIL PROTECTED] > ___ > PSL-Brasil mailing list > PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org > http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil > Regras da lista: > http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil > ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Infelizmente somos seres limitados e não podemos entender tudo de tudo. Eu realmene não sei como funciona várias tecnologias que uso hj, nem fiquei lendo o fonte do kernel antes de usar. O fato de disponibilizar o fonte do sitema que as crianças vão usar na escola não garante que elas vão entender oq tem lá e nem que o Brasil vai ser avançar na proução de software por isso. Obviamente que com isso vc aumenta as possibilidades, porém não significa que sem o mesmo elas não existam. Acredito que o principal, é ensinar a criança usar o computador como uma ferramenta, para poder buscar informações, para poder conversar, para poder disputar uma vaga de emprego. É dar a ferramenta e ensinar usar direito e com responsabilidade, ensinar a criança a não se perder no meio de tanta informação que existe na Internet e ter um olhar crítico sobre esta informações e também sobre o mundo. Ai sim acredito que termos grandes avanços. On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > On 4/16/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > > É radical sim. > > O avanço tecnológico e a inlusão digital, pode ocorrer com software > > proprietário sim. Podemos ver isso em países como o Japão. > > E onde está esse avanço todo? No japão? Só explicando melhor: Quem se diverte lendo superiteressante ou assistindo "os pioneiros do futuro" na discovery pode-se dizer que a tecnologia está lá. Mas para quem gosta de usar a tecnologia, de entender e avançar com ela, essa pessoa sabe que não está. Tipo se eu não posso entender a tecnologia e avançar junto com ela, apenas estou me limitando a ser consumidor dela, estou realmente avançando em tecnologia? É isso que conhecemos por avanço, apenas consumir a tecnologia, completamente alheio ao que torna possível estes milhagres todos? Isto é avanço? > > -- > > A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. > > >"Que os fontes estejam com você..." > > Glauber Machado Rodrigues > PSL-MA > > jabber: [EMAIL PROTECTED] > -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Vejo com todas as crianças usando computadores e colhendo informações na Internet, e o país sempre lançando inovações tecnológicas. Lógico que tem muitas diferenças entre o Japão e o Brasil, mas lá não se usou software livre, em sua maioria, para conseguir este avanço. Como eu disse antes, pode ser feito com SP, mas o SL teriamos resultado melhores, além de garantir a liberdade de todos. On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: On 4/16/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > É radical sim. > O avanço tecnológico e a inlusão digital, pode ocorrer com software > proprietário sim. Podemos ver isso em países como o Japão. E onde está esse avanço todo? No japão? -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: On 4/16/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > É radical sim. > O avanço tecnológico e a inlusão digital, pode ocorrer com software > proprietário sim. Podemos ver isso em países como o Japão. E onde está esse avanço todo? No japão? Só explicando melhor: Quem se diverte lendo superiteressante ou assistindo "os pioneiros do futuro" na discovery pode-se dizer que a tecnologia está lá. Mas para quem gosta de usar a tecnologia, de entender e avançar com ela, essa pessoa sabe que não está. Tipo se eu não posso entender a tecnologia e avançar junto com ela, apenas estou me limitando a ser consumidor dela, estou realmente avançando em tecnologia? É isso que conhecemos por avanço, apenas consumir a tecnologia, completamente alheio ao que torna possível estes milhagres todos? Isto é avanço? -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
On 4/16/07, Jefferson Santos <[EMAIL PROTECTED]> wrote: É radical sim. O avanço tecnológico e a inlusão digital, pode ocorrer com software proprietário sim. Podemos ver isso em países como o Japão. E onde está esse avanço todo? No japão? -- A ignorância é um mecanismo que capacita um tomate a saber de tudo. "Que os fontes estejam com você..." Glauber Machado Rodrigues PSL-MA jabber: [EMAIL PROTECTED] ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
É radical sim. O avanço tecnológico e a inlusão digital, pode ocorrer com software proprietário sim. Podemos ver isso em países como o Japão. Obviamente que com software livre isto seria muito melhor, além de ser livre, poderia despertar o interesse das crianças por programação, poderiam usar o mesmo sistema na escola e em casa, os sistemas poderiam ser melheres adaptados para o ensino, além de ser um uso muito mais racional para o diheiro públibo. Tem também o fato que não estariamo formando pessoas para usar o Windows, afinal a MS deveria ser responsável por treinar seus usuários e não a sociedade, mas sim pessoas com capacidade de entender oq estão fazendo e pq. Devemos sim lutar para que o uso de computadores nsas escolar seja com SL, apoiar projetos como o Laptop de $100 e como os mencionados pela Ana Maria, mas não podemos achar que só com o SL que ocore o desenvolvimento tecnológico. On 4/16/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Radicalismo. Falar que levar um tiro na cabeça mata é radicalismo? Claro que não, pois é uma afirmação coorente com as limitações da realidade. Agora falar que apenas o software livre fomente o avanço tecnológico, inclusão digital etc é radical? Mas como assim radical? As relações entre "eu uso e posso conhecer todas as relações e interações entre os agregados que compõem o que eu uso" e "eu uso sou proibido por lei de conhecer todas as relações e interações entre os agregados que compõem o que eu uso" não é clara o suficiente? Pera lá... isso tá estranho demais. Afirmar que uma coisa causa um efeito e outra não causa, sendo que as relações causa/efeito são óbvias agora também é radicalismo! Tudo é radicalismo, ha radicalimo assim, radicalismo assado. Fala sério. On 4/16/07, Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > Oi Hudson, > > Deixe me explicar melhor o motivo de achar o texto fraco... Achei a autora > com pouca base em pedagogia e aprendizagem e isso é a típica dificuldade de > fazer a interdisciplinaridade e estabelecer conexões entre diferentes searas > do conhecimento. Do mesmo modo que é difícil um educador fazer a > interdisciplinaridade com a engenharia da computação, acredito que o > contrário também exista. Eu acho que a autora poderia ter argumentado melhor > e de forma mais profunda a hipótese do texto educar con software propietario > fomenta la analfabetización informática. > > Ao se falar em educação, acho que ela poderia ter aprofundado e teria sido > mais feliz se argumentasse através da ótica dos processos de aprendizagem > (seara da cognição) e a questão da criatividade digital no universo do > software livre - que é muito mais avançada do que no universo do software > proprietário. Este discurso acaba não tocando muito o educador. Porém se ela > descrevesse melhor o processo criador e de aprendizagem da cultura livre e > das comunidades de aprendizagem de software livre na construção da nossa > atual sociedade do conhecimento ela faria melhor esta conexão entre educação > utilizando software livre. Isso sim é um discurso que promove uma melhor > compreensão do educador sobre a importância de se utilizar software livre > nas escolas. > > Hudson, de qualquer forma gostaria de agradecer por compartilhar o texto > conosco, pois gerou uma rica discussão no grupo. Só que como psicóloga > cognitivista e educadora, acho que a autora poderia ter explicado isso > utilizando de forma mais profunda certos conceitos da seara pedagógica. > Interdisciplinaridade não é algo tão simples de se fazer. Eu apenas achei > que ela exagerou na dose ao excluir o universo do software proprietário ao > usar o termo analfabeto digital. O importante é sacar de sistema operacional > e migrar de software sempre que for necessário e desenvolver uma cultura > digital. Porém, são culturas digitais distintas e geram formas de aprender > distintas e eu aprecio mais a cultura do software livre na educação. Só > evito excluir a outra cultura, porque isso fere a minha forma de conceber > ciência. Eu só achei meio ingênuo a forma como a autoria argumentou sua > hipótese sob a ótica pedagógica e da aprendizagem. > > Beijos, > Ana Maria. > > > Em 16/04/07, Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima > <[EMAIL PROTECTED]> escreveu: > > Oi Hudson, > > > > Eu achei o texto radical e fraco na argumentação pedagógica. Sou defensora > do software livre na educação, em especial a púlica. Existem muitas > iniciativas de software livre nas escolas - ex: Colégio de Aplicação do > UFRGS em Porto Alegre, Prefeitura do Porto Alegre e várias outras escolas e > cidades em especial do sul do país. Eu acho radicalismo pensar na fluência > tecnológica apenas existindo no movimento do software livre e não no do > software proprietário. Existe programação e fluência tecnológica em > software proprietário também e por mais que sejamos defensores do uso do > software livre, não dá para excluir o movimento do software proprietário na > educação como gerando a
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Radicalismo. Falar que levar um tiro na cabeça mata é radicalismo? Claro que não, pois é uma afirmação coorente com as limitações da realidade. Agora falar que apenas o software livre fomente o avanço tecnológico, inclusão digital etc é radical? Mas como assim radical? As relações entre "eu uso e posso conhecer todas as relações e interações entre os agregados que compõem o que eu uso" e "eu uso sou proibido por lei de conhecer todas as relações e interações entre os agregados que compõem o que eu uso" não é clara o suficiente? Pera lá... isso tá estranho demais. Afirmar que uma coisa causa um efeito e outra não causa, sendo que as relações causa/efeito são óbvias agora também é radicalismo! Tudo é radicalismo, ha radicalimo assim, radicalismo assado. Fala sério. On 4/16/07, Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Oi Hudson, Deixe me explicar melhor o motivo de achar o texto fraco... Achei a autora com pouca base em pedagogia e aprendizagem e isso é a típica dificuldade de fazer a interdisciplinaridade e estabelecer conexões entre diferentes searas do conhecimento. Do mesmo modo que é difícil um educador fazer a interdisciplinaridade com a engenharia da computação, acredito que o contrário também exista. Eu acho que a autora poderia ter argumentado melhor e de forma mais profunda a hipótese do texto educar con software propietario fomenta la analfabetización informática. Ao se falar em educação, acho que ela poderia ter aprofundado e teria sido mais feliz se argumentasse através da ótica dos processos de aprendizagem (seara da cognição) e a questão da criatividade digital no universo do software livre - que é muito mais avançada do que no universo do software proprietário. Este discurso acaba não tocando muito o educador. Porém se ela descrevesse melhor o processo criador e de aprendizagem da cultura livre e das comunidades de aprendizagem de software livre na construção da nossa atual sociedade do conhecimento ela faria melhor esta conexão entre educação utilizando software livre. Isso sim é um discurso que promove uma melhor compreensão do educador sobre a importância de se utilizar software livre nas escolas. Hudson, de qualquer forma gostaria de agradecer por compartilhar o texto conosco, pois gerou uma rica discussão no grupo. Só que como psicóloga cognitivista e educadora, acho que a autora poderia ter explicado isso utilizando de forma mais profunda certos conceitos da seara pedagógica. Interdisciplinaridade não é algo tão simples de se fazer. Eu apenas achei que ela exagerou na dose ao excluir o universo do software proprietário ao usar o termo analfabeto digital. O importante é sacar de sistema operacional e migrar de software sempre que for necessário e desenvolver uma cultura digital. Porém, são culturas digitais distintas e geram formas de aprender distintas e eu aprecio mais a cultura do software livre na educação. Só evito excluir a outra cultura, porque isso fere a minha forma de conceber ciência. Eu só achei meio ingênuo a forma como a autoria argumentou sua hipótese sob a ótica pedagógica e da aprendizagem. Beijos, Ana Maria. Em 16/04/07, Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima <[EMAIL PROTECTED]> escreveu: > Oi Hudson, > > Eu achei o texto radical e fraco na argumentação pedagógica. Sou defensora do software livre na educação, em especial a púlica. Existem muitas iniciativas de software livre nas escolas - ex: Colégio de Aplicação do UFRGS em Porto Alegre, Prefeitura do Porto Alegre e várias outras escolas e cidades em especial do sul do país. Eu acho radicalismo pensar na fluência tecnológica apenas existindo no movimento do software livre e não no do software proprietário. Existe programação e fluência tecnológica em software proprietário também e por mais que sejamos defensores do uso do software livre, não dá para excluir o movimento do software proprietário na educação como gerando analfatismo digital. São apenas universos diferentes. > > Beijos, > Ana Maria. > > > > Em 15/04/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) < [EMAIL PROTECTED] > escreveu: > > > Tem muito a ver com o que eu realmente acredito. Acho que perdemos > > muito tempo tentando fazer as pessoas usarem software livre, mas acho > > que o caminho não é por aí. > > > > Uma pessoa não faz o mundo melhor apenas usando um software livre ao > > invés de usar um proprietário, se esta pessoa não o fizer pela > > motivação da liberdade. > > > > É muito dificícil tentar explicar a um executivo por que ele deve dar > > preferência a um software livre ao invéz de um proprietário quando > > tanto um quanto o outro executam perfeitamente a função esperada por > > ele. > > > > Agora quando você começa a dar exemplos de porquê usar um programa que > > você tem acesso ao código-fonte é tão importante, aí as pessoas > > começam a mostrar interesse. > > > > Mas é claro que você não vai usar a palavra software, e sim sistemas. > > Tipo, chega e pergunta: vai dizer que você nunca sentiu sem liberdade > > s
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Me interessei pelo tema. Por favor, indicação de alguma lista ligada ao assunto? Obrigado pelo tempo, Zandre. ___ PSL-Brasil mailing list PSL-Brasil@listas.softwarelivre.org http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Oi Hudson, Deixe me explicar melhor o motivo de achar o texto fraco... Achei a autora com pouca base em pedagogia e aprendizagem e isso é a típica dificuldade de fazer a interdisciplinaridade e estabelecer conexões entre diferentes searas do conhecimento. Do mesmo modo que é difícil um educador fazer a interdisciplinaridade com a engenharia da computação, acredito que o contrário também exista. Eu acho que a autora poderia ter argumentado melhor e de forma mais profunda a hipótese do texto *educar con software propietario fomenta la analfabetización informática. *Ao se falar em educação, acho que ela poderia ter aprofundado e teria sido mais feliz se argumentasse através da ótica dos processos de aprendizagem (seara da cognição) e a questão da criatividade digital no universo do software livre - que é muito mais avançada do que no universo do software proprietário. Este discurso acaba não tocando muito o educador. Porém se ela descrevesse melhor o processo criador e de aprendizagem da cultura livre e das comunidades de aprendizagem de software livre na construção da nossa atual sociedade do conhecimento ela faria melhor esta conexão entre educação utilizando software livre. Isso sim é um discurso que promove uma melhor compreensão do educador sobre a importância de se utilizar software livre nas escolas. Hudson, de qualquer forma gostaria de agradecer por compartilhar o texto conosco, pois gerou uma rica discussão no grupo. Só que como psicóloga cognitivista e educadora, acho que a autora poderia ter explicado isso utilizando de forma mais profunda certos conceitos da seara pedagógica. Interdisciplinaridade não é algo tão simples de se fazer. Eu apenas achei que ela exagerou na dose ao excluir o universo do software proprietário ao usar o termo analfabeto digital. O importante é sacar de sistema operacional e migrar de software sempre que for necessário e desenvolver uma cultura digital. Porém, são culturas digitais distintas e geram formas de aprender distintas e eu aprecio mais a cultura do software livre na educação. Só evito excluir a outra cultura, porque isso fere a minha forma de conceber ciência. Eu só achei meio ingênuo a forma como a autoria argumentou sua hipótese sob a ótica pedagógica e da aprendizagem. Beijos, Ana Maria. * * Em 16/04/07, Ana Maria Moraes de Albuquerque Lima <[EMAIL PROTECTED]> escreveu: Oi Hudson, Eu achei o texto radical e fraco na argumentação pedagógica. Sou defensora do software livre na educação, em especial a púlica. Existem muitas iniciativas de software livre nas escolas - ex: Colégio de Aplicação do UFRGS em Porto Alegre, Prefeitura do Porto Alegre e várias outras escolas e cidades em especial do sul do país. Eu acho radicalismo pensar na fluência tecnológica apenas existindo no movimento do software livre e não no do software proprietário. Existe programação e fluência tecnológica em software proprietário também e por mais que sejamos defensores do uso do software livre, não dá para excluir o movimento do software proprietário na educação como gerando analfatismo digital. São apenas universos diferentes. Beijos, Ana Maria. Em 15/04/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED] > escreveu: > > Tem muito a ver com o que eu realmente acredito. Acho que perdemos > muito tempo tentando fazer as pessoas usarem software livre, mas acho > que o caminho não é por aí. > > Uma pessoa não faz o mundo melhor apenas usando um software livre ao > invés de usar um proprietário, se esta pessoa não o fizer pela > motivação da liberdade. > > É muito dificícil tentar explicar a um executivo por que ele deve dar > preferência a um software livre ao invéz de um proprietário quando > tanto um quanto o outro executam perfeitamente a função esperada por > ele. > > Agora quando você começa a dar exemplos de porquê usar um programa que > você tem acesso ao código-fonte é tão importante, aí as pessoas > começam a mostrar interesse. > > Mas é claro que você não vai usar a palavra software, e sim sistemas. > Tipo, chega e pergunta: vai dizer que você nunca sentiu sem liberdade > sobre o seu negócio por causa do que o seu pessoal de TI diz que o > sistema não faz isso ou não integra com aquilo? Você nunca se sentiu > na mão de quem distribui esse sistema do qual você depende? Você nunca > pensou que o seu pessoal de TI é muito melhor do que o pessoal que dá > suporte a esse sistema e vive colocando a culpa das coisas no seu > pessoal de TI? Você não acha um absurdo já ter pago pelo sistema e > ainda pagar pelo suporte, e ainda não poder fazer o que quer com o > sistema? Você não acha que perde muitas oportunidades porque não tem o > controle suficiente dos seus sistemas, e nem pode contratar alguém que > faça o que você quer para você? E por aí vai. O importante e dar a > entender que os sistemas são muito importantes e quem tem controle > sobre ele é outra empresa, que geralmente tem o monopólio sobre o tipo > de sistemas voltado para aquela área de negócio. > > Aí você
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Oi Hudson, Eu achei o texto radical e fraco na argumentação pedagógica. Sou defensora do software livre na educação, em especial a púlica. Existem muitas iniciativas de software livre nas escolas - ex: Colégio de Aplicação do UFRGS em Porto Alegre, Prefeitura do Porto Alegre e várias outras escolas e cidades em especial do sul do país. Eu acho radicalismo pensar na fluência tecnológica apenas existindo no movimento do software livre e não no do software proprietário. Existe programação e fluência tecnológica em software proprietário também e por mais que sejamos defensores do uso do software livre, não dá para excluir o movimento do software proprietário na educação como gerando analfatismo digital. São apenas universos diferentes. Beijos, Ana Maria. Em 15/04/07, Glauber Machado Rodrigues (Ananda) <[EMAIL PROTECTED] escreveu: Tem muito a ver com o que eu realmente acredito. Acho que perdemos muito tempo tentando fazer as pessoas usarem software livre, mas acho que o caminho não é por aí. Uma pessoa não faz o mundo melhor apenas usando um software livre ao invés de usar um proprietário, se esta pessoa não o fizer pela motivação da liberdade. É muito dificícil tentar explicar a um executivo por que ele deve dar preferência a um software livre ao invéz de um proprietário quando tanto um quanto o outro executam perfeitamente a função esperada por ele. Agora quando você começa a dar exemplos de porquê usar um programa que você tem acesso ao código-fonte é tão importante, aí as pessoas começam a mostrar interesse. Mas é claro que você não vai usar a palavra software, e sim sistemas. Tipo, chega e pergunta: vai dizer que você nunca sentiu sem liberdade sobre o seu negócio por causa do que o seu pessoal de TI diz que o sistema não faz isso ou não integra com aquilo? Você nunca se sentiu na mão de quem distribui esse sistema do qual você depende? Você nunca pensou que o seu pessoal de TI é muito melhor do que o pessoal que dá suporte a esse sistema e vive colocando a culpa das coisas no seu pessoal de TI? Você não acha um absurdo já ter pago pelo sistema e ainda pagar pelo suporte, e ainda não poder fazer o que quer com o sistema? Você não acha que perde muitas oportunidades porque não tem o controle suficiente dos seus sistemas, e nem pode contratar alguém que faça o que você quer para você? E por aí vai. O importante e dar a entender que os sistemas são muito importantes e quem tem controle sobre ele é outra empresa, que geralmente tem o monopólio sobre o tipo de sistemas voltado para aquela área de negócio. Aí você fala o que você pode fazer com o sistema se você tiver o código-fonte, e que não basta ter o código-fonte, você tem que ter a liberdade de mecher nele e tal. Aí sim você começa a poder mostrar as vantegens reais do software livre. E essas vantagens dependem de você saber programar pra caramba. E se aprende a programar da mesma forma que se aprende a ler e escrever: lendo e escrevendo coisa boa. Tipo tem gente que acha o máximo usar software livre, mas não tira muita vantagem do código-fonte e nem explica essas vantagens do ponto de vista da liberdade. Ficam forçando a barra querendo comparar software livre com software proprietário, tipo comparando quem é mais inovador, quando o ponto é: que liberdade eu, usuário, tenho sobre essas inovações? Por isso eu acho que o lance todo está na escola, e em aprender a usar as vantagens de ter os fontes e a liberdade de se beneficiar dos fontes. Por isso gostei do texto. On 4/14/07, Hudson Lacerda < [EMAIL PROTECTED]> wrote: > Olá, pessoal. > > Estou traduzindo o texto ``Analfabetización informática'' de Beatriz > Busaniche ( http://docs.hipatia.info/analfa/). > > O texto sustenta que o uso de software proprietário fomenta a > ANalfabetização informática, mantendo as pessoas como meros usuários > ``consumidores'', que apenas preenchem estruturas fixas, predeterminadas > por terceiros. Os ``programas de analfabetização'' proprietários negam > aos usuários de computador a capacidade de entender como software > funciona, de como usar as linguagens de programação para criar e adaptar > softwares, enfim, de tornarem-se independentes tecnologicamente. São > programas que apenas ensinam a ser dependentes (de corporações > transnacionais de TICs). > > O texto me levou a várias questões, por exemplo sobre como fazer para > desmascarar falsas associações dicotômicas como usabilidade=>comodismo, > flexível=>difícil, proprietário==não-programação /versus/ > livre==programação etc. > > Essas questões me ocorreram como provocações de meu advogado-do-diabo > interior (que tenta compreender o mundo não-livre). É que, > freqüentemente, acontece de textos interessantes circularem apenas entre > pessoas que não são as que mais precisariam ler esses textos. Vocês já > refletiram sobre quantos textos importantes ficamos conhecendo através > desta lista, e que não encontram a necessária ressonância fora do > círculo dos interessados em software livre? Quantas pessoas
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Tem muito a ver com o que eu realmente acredito. Acho que perdemos muito tempo tentando fazer as pessoas usarem software livre, mas acho que o caminho não é por aí. Uma pessoa não faz o mundo melhor apenas usando um software livre ao invés de usar um proprietário, se esta pessoa não o fizer pela motivação da liberdade. É muito dificícil tentar explicar a um executivo por que ele deve dar preferência a um software livre ao invéz de um proprietário quando tanto um quanto o outro executam perfeitamente a função esperada por ele. Agora quando você começa a dar exemplos de porquê usar um programa que você tem acesso ao código-fonte é tão importante, aí as pessoas começam a mostrar interesse. Mas é claro que você não vai usar a palavra software, e sim sistemas. Tipo, chega e pergunta: vai dizer que você nunca sentiu sem liberdade sobre o seu negócio por causa do que o seu pessoal de TI diz que o sistema não faz isso ou não integra com aquilo? Você nunca se sentiu na mão de quem distribui esse sistema do qual você depende? Você nunca pensou que o seu pessoal de TI é muito melhor do que o pessoal que dá suporte a esse sistema e vive colocando a culpa das coisas no seu pessoal de TI? Você não acha um absurdo já ter pago pelo sistema e ainda pagar pelo suporte, e ainda não poder fazer o que quer com o sistema? Você não acha que perde muitas oportunidades porque não tem o controle suficiente dos seus sistemas, e nem pode contratar alguém que faça o que você quer para você? E por aí vai. O importante e dar a entender que os sistemas são muito importantes e quem tem controle sobre ele é outra empresa, que geralmente tem o monopólio sobre o tipo de sistemas voltado para aquela área de negócio. Aí você fala o que você pode fazer com o sistema se você tiver o código-fonte, e que não basta ter o código-fonte, você tem que ter a liberdade de mecher nele e tal. Aí sim você começa a poder mostrar as vantegens reais do software livre. E essas vantagens dependem de você saber programar pra caramba. E se aprende a programar da mesma forma que se aprende a ler e escrever: lendo e escrevendo coisa boa. Tipo tem gente que acha o máximo usar software livre, mas não tira muita vantagem do código-fonte e nem explica essas vantagens do ponto de vista da liberdade. Ficam forçando a barra querendo comparar software livre com software proprietário, tipo comparando quem é mais inovador, quando o ponto é: que liberdade eu, usuário, tenho sobre essas inovações? Por isso eu acho que o lance todo está na escola, e em aprender a usar as vantagens de ter os fontes e a liberdade de se beneficiar dos fontes. Por isso gostei do texto. On 4/14/07, Hudson Lacerda <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Olá, pessoal. Estou traduzindo o texto ``Analfabetización informática'' de Beatriz Busaniche (http://docs.hipatia.info/analfa/). O texto sustenta que o uso de software proprietário fomenta a ANalfabetização informática, mantendo as pessoas como meros usuários ``consumidores'', que apenas preenchem estruturas fixas, predeterminadas por terceiros. Os ``programas de analfabetização'' proprietários negam aos usuários de computador a capacidade de entender como software funciona, de como usar as linguagens de programação para criar e adaptar softwares, enfim, de tornarem-se independentes tecnologicamente. São programas que apenas ensinam a ser dependentes (de corporações transnacionais de TICs). O texto me levou a várias questões, por exemplo sobre como fazer para desmascarar falsas associações dicotômicas como usabilidade=>comodismo, flexível=>difícil, proprietário==não-programação /versus/ livre==programação etc. Essas questões me ocorreram como provocações de meu advogado-do-diabo interior (que tenta compreender o mundo não-livre). É que, freqüentemente, acontece de textos interessantes circularem apenas entre pessoas que não são as que mais precisariam ler esses textos. Vocês já refletiram sobre quantos textos importantes ficamos conhecendo através desta lista, e que não encontram a necessária ressonância fora do círculo dos interessados em software livre? Quantas pessoas teriam lido algum texto sobre software livre, achado-o ``interessante'', mas que simplesmente continuam a usar software proprietário? Qual é o ponto-chave para mudar a mentalidade limitada das pessoas que não percebem ou valorizam as vantagens (e necessidades) de usar software livre e os riscos envolvidos na propagação de software proprietário, num mundo em que tudo-tudo está se tornando informatizado (em especial, saindo do controle dos ``usuários'' e sendo controlado por corporações)? Ironizando um pouco, parece que muitas pessoas que ultrapassaram os vinte anos de idade se consideram ``velhas demais'' para aprender um pouco de informática; aprender a programar então nem se fala! Talvez estejam por demais ocupadas em cuidar dos filhos, que já estão certamente em idade escolar... Então pensei: não é eficiente ficar dando murro em ponta de faca, ou tentar empurrar burro empacado. Mu
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Com certeza, infelizmente hoje em dia as pessoas ainda confudem Free com Grátis, isto é muito triste, e mais triste ainda e saber que algumas pessoas preferem pagar pelo software proprietário que pagar pelos serviços em software livre. Alessandra Abs On 4/15/07, Zandre Bran <[EMAIL PROTECTED]> wrote: On 4/15/07, Alessandra Domingues <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > Com certeza.. concordo com o texto, porém realmente algumas pessoas, so > utilizam o computador, ou softwares para seu uso próprio, para algumas > finalidades, para eles não interessa o que vem por trás, se é proprietario > ou não, até mesmo porque algumas pessoas não se importam em pagar por > software proprietário, eu acredito que o nosso dever com o software livre é > mostrar para as pessoas que existem opções e o que é melhor no software > livre, e que utilizando software livre, você pode contribuir com suas > melhorias, com as comunidades e além de tudo com conhecimento que é o valor > agregado mais importante, acredito que eu que qualquer pessoa possa levar > nesta vida. É Alessandra, agora você na questão. Livre não é gratuito. Tirando alguns projetos vamos pagar para usar GNU/Linux. Mas teremos opções mesmo dentro do GNU/Linux. O que acho sensacional, ter opção. > Abs > Alessandra Abçs, Zandre. ___ PSL-Brasil mailing list [EMAIL PROTECTED] http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil -- Alessandra Domingues Business Intelligence www.ausland.com.br ___ PSL-Brasil mailing list [EMAIL PROTECTED] http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
On 4/15/07, Alessandra Domingues <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Com certeza.. concordo com o texto, porém realmente algumas pessoas, so utilizam o computador, ou softwares para seu uso próprio, para algumas finalidades, para eles não interessa o que vem por trás, se é proprietario ou não, até mesmo porque algumas pessoas não se importam em pagar por software proprietário, eu acredito que o nosso dever com o software livre é mostrar para as pessoas que existem opções e o que é melhor no software livre, e que utilizando software livre, você pode contribuir com suas melhorias, com as comunidades e além de tudo com conhecimento que é o valor agregado mais importante, acredito que eu que qualquer pessoa possa levar nesta vida. É Alessandra, agora você na questão. Livre não é gratuito. Tirando alguns projetos vamos pagar para usar GNU/Linux. Mas teremos opções mesmo dentro do GNU/Linux. O que acho sensacional, ter opção. Abs Alessandra Abçs, Zandre. ___ PSL-Brasil mailing list [EMAIL PROTECTED] http://listas.softwarelivre.org/mailman/listinfo/psl-brasil Regras da lista: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Com certeza.. concordo com o texto, porém realmente algumas pessoas, so utilizam o computador, ou softwares para seu uso próprio, para algumas finalidades, para eles não interessa o que vem por trás, se é proprietario ou não, até mesmo porque algumas pessoas não se importam em pagar por software proprietário, eu acredito que o nosso dever com o software livre é mostrar para as pessoas que existem opções e o que é melhor no software livre, e que utilizando software livre, você pode contribuir com suas melhorias, com as comunidades e além de tudo com conhecimento que é o valor agregado mais importante, acredito que eu que qualquer pessoa possa levar nesta vida. Abs Alessandra Valeu Hudson On 4/15/07, Timotheo Borges <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Olá Hudson Sou novato na lista e um recém apaixonado por Software Livre, mas ainda dando os primeiros passos Gostei muito do seu texto e concordo que a mudança no paradigma da utilização do software livre se expandirá com a sua utilização na educação dos alunosacho que um grande passo é a utilização desse paradigma nos laboratórios das escolas públicas do país... Ótimo artigo!!! ...Tim On 4/14/07, Hudson Lacerda <[EMAIL PROTECTED]> wrote: > > Olá, pessoal. > > Estou traduzindo o texto ``Analfabetización informática'' de Beatriz > Busaniche (http://docs.hipatia.info/analfa/). > > O texto sustenta que o uso de software proprietário fomenta a > ANalfabetização informática, mantendo as pessoas como meros usuários > ``consumidores'', que apenas preenchem estruturas fixas, predeterminadas > por terceiros. Os ``programas de analfabetização'' proprietários negam > aos usuários de computador a capacidade de entender como software > funciona, de como usar as linguagens de programação para criar e adaptar > softwares, enfim, de tornarem-se independentes tecnologicamente. São > programas que apenas ensinam a ser dependentes (de corporações > transnacionais de TICs). > > O texto me levou a várias questões, por exemplo sobre como fazer para > desmascarar falsas associações dicotômicas como usabilidade=>comodismo, > flexível=>difícil, proprietário==não-programação /versus/ > livre==programação etc. > > Essas questões me ocorreram como provocações de meu advogado-do-diabo > interior (que tenta compreender o mundo não-livre). É que, > freqüentemente, acontece de textos interessantes circularem apenas entre > pessoas que não são as que mais precisariam ler esses textos. Vocês já > refletiram sobre quantos textos importantes ficamos conhecendo através > desta lista, e que não encontram a necessária ressonância fora do > círculo dos interessados em software livre? Quantas pessoas teriam lido > algum texto sobre software livre, achado-o ``interessante'', mas que > simplesmente continuam a usar software proprietário? Qual é o > ponto-chave para mudar a mentalidade limitada das pessoas que não > percebem ou valorizam as vantagens (e necessidades) de usar software > livre e os riscos envolvidos na propagação de software proprietário, num > > mundo em que tudo-tudo está se tornando informatizado (em especial, > saindo do controle dos ``usuários'' e sendo controlado por corporações)? > > Ironizando um pouco, parece que muitas pessoas que ultrapassaram os > vinte anos de idade se consideram ``velhas demais'' para aprender um > pouco de informática; aprender a programar então nem se fala! Talvez > estejam por demais ocupadas em cuidar dos filhos, que já estão > certamente em idade escolar... > > Então pensei: não é eficiente ficar dando murro em ponta de faca, ou > tentar empurrar burro empacado. Muitas pessoas consideram os > computadores apenas como ferramentas com alguns usos específicos, nada > mais, e para elas software livre só será atraente se cumprir essas > funções específicas de maneira fácil e eficiente; só soluções pontuais > interessam a essas pessoas. Quantos usuários de eMule e/ou FireFox sabem > que esses são softwares livres? Qual é a diferença, para elas, entre > usar esses programas ou outros proprietários, sejam sharewares ou > crackeados? Mesmo sem desprezar a propaganda geral em favor do software > livre, abordagem mais eficaz é investir na formação das crianças, dos > filhos desses ``gagás'' de vinte e poucos anos. > > Ou seja: toda escola deveria ensinar informática de verdade e a fundo a > seus alunos, usando software livre. > > Não estudamos sobre estrutura química de álcoois, bases, sais etc.? Não > estudamos solução de funções quadráticas, funções compostas e cálculo? E > também a divisão geo-política do mundo? E mecânica clássica, óptica e o > escambau? Por que cargas d'água devemos, em informática, aprender > praticamente nada além de arrastar o mouse e usar o par de comandos de > teclado C-c, C-v? > > Onde estão a lógica, os algoritmos, as linguagens de programação, a > edição de wikis, a adaptação e desenvolvimento de softwares e outros > assuntos importantes da informática? > > Infelizmente, a solução não é fácil pois depende de infra-estru
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Olá Hudson Sou novato na lista e um recém apaixonado por Software Livre, mas ainda dando os primeiros passos Gostei muito do seu texto e concordo que a mudança no paradigma da utilização do software livre se expandirá com a sua utilização na educação dos alunosacho que um grande passo é a utilização desse paradigma nos laboratórios das escolas públicas do país... Ótimo artigo!!! ...Tim On 4/14/07, Hudson Lacerda <[EMAIL PROTECTED]> wrote: Olá, pessoal. Estou traduzindo o texto ``Analfabetización informática'' de Beatriz Busaniche (http://docs.hipatia.info/analfa/). O texto sustenta que o uso de software proprietário fomenta a ANalfabetização informática, mantendo as pessoas como meros usuários ``consumidores'', que apenas preenchem estruturas fixas, predeterminadas por terceiros. Os ``programas de analfabetização'' proprietários negam aos usuários de computador a capacidade de entender como software funciona, de como usar as linguagens de programação para criar e adaptar softwares, enfim, de tornarem-se independentes tecnologicamente. São programas que apenas ensinam a ser dependentes (de corporações transnacionais de TICs). O texto me levou a várias questões, por exemplo sobre como fazer para desmascarar falsas associações dicotômicas como usabilidade=>comodismo, flexível=>difícil, proprietário==não-programação /versus/ livre==programação etc. Essas questões me ocorreram como provocações de meu advogado-do-diabo interior (que tenta compreender o mundo não-livre). É que, freqüentemente, acontece de textos interessantes circularem apenas entre pessoas que não são as que mais precisariam ler esses textos. Vocês já refletiram sobre quantos textos importantes ficamos conhecendo através desta lista, e que não encontram a necessária ressonância fora do círculo dos interessados em software livre? Quantas pessoas teriam lido algum texto sobre software livre, achado-o ``interessante'', mas que simplesmente continuam a usar software proprietário? Qual é o ponto-chave para mudar a mentalidade limitada das pessoas que não percebem ou valorizam as vantagens (e necessidades) de usar software livre e os riscos envolvidos na propagação de software proprietário, num mundo em que tudo-tudo está se tornando informatizado (em especial, saindo do controle dos ``usuários'' e sendo controlado por corporações)? Ironizando um pouco, parece que muitas pessoas que ultrapassaram os vinte anos de idade se consideram ``velhas demais'' para aprender um pouco de informática; aprender a programar então nem se fala! Talvez estejam por demais ocupadas em cuidar dos filhos, que já estão certamente em idade escolar... Então pensei: não é eficiente ficar dando murro em ponta de faca, ou tentar empurrar burro empacado. Muitas pessoas consideram os computadores apenas como ferramentas com alguns usos específicos, nada mais, e para elas software livre só será atraente se cumprir essas funções específicas de maneira fácil e eficiente; só soluções pontuais interessam a essas pessoas. Quantos usuários de eMule e/ou FireFox sabem que esses são softwares livres? Qual é a diferença, para elas, entre usar esses programas ou outros proprietários, sejam sharewares ou crackeados? Mesmo sem desprezar a propaganda geral em favor do software livre, abordagem mais eficaz é investir na formação das crianças, dos filhos desses ``gagás'' de vinte e poucos anos. Ou seja: toda escola deveria ensinar informática de verdade e a fundo a seus alunos, usando software livre. Não estudamos sobre estrutura química de álcoois, bases, sais etc.? Não estudamos solução de funções quadráticas, funções compostas e cálculo? E também a divisão geo-política do mundo? E mecânica clássica, óptica e o escambau? Por que cargas d'água devemos, em informática, aprender praticamente nada além de arrastar o mouse e usar o par de comandos de teclado C-c, C-v? Onde estão a lógica, os algoritmos, as linguagens de programação, a edição de wikis, a adaptação e desenvolvimento de softwares e outros assuntos importantes da informática? Infelizmente, a solução não é fácil pois depende de infra-estrutura (escolas informatizadas e conectadas) e capacitação de professores. Tenho dois sobrinhos, que agora estudam numa escola particular graças a uma vaquinha entre familiares. O material da escola inclui CDs multimídia que rodam no Windows com FlashPlayer... :-P e os professores costumam colocar exercícios no sítio de internet da escola -- mas só é possível baixar os exercícios através do MS Internet Explorer, nenhum outro navegador é aceito. 8-{ Finalmente, pergunto, já que não fui eu quem inventou a roda: * Quais são as iniciativas já existentes de uso de software livre na educação (CLASSE, ...???) ? * Qual o status corrente dos jogos livres que ensinam a programar (ou pelo menos instigam interesse por programação)? * Quais são as campanhas atuais pelo uso de software livre e padrões abertos em escolas em geral? (Por exemplo, pensei em enviar uma carta reclamando à e
Re: [PSL-Brasil] Informática na Esc ola (tem que ser com software livre)
Hudson, Achei por demais interessante o seu texto cheio de reflexões importantes e, sem lho perguntar, pedir licença, o coloquei no ada Digital. Caso vc ache inapropriado e não o queira lá, me fale pra eu despublicar Acho que o mesmo pode gerar debates tb fóra da lista. Abs, Ada Em 14/04/07, Hudson Lacerda <[EMAIL PROTECTED]> escreveu: Olá, pessoal. Estou traduzindo o texto ``Analfabetización informática'' de Beatriz Busaniche (http://docs.hipatia.info/analfa/). O texto sustenta que o uso de software proprietário fomenta a ANalfabetização informática, mantendo as pessoas como meros usuários ``consumidores'', que apenas preenchem estruturas fixas, predeterminadas por terceiros. Os ``programas de analfabetização'' proprietários negam aos usuários de computador a capacidade de entender como software funciona, de como usar as linguagens de programação para criar e adaptar softwares, enfim, de tornarem-se independentes tecnologicamente. São programas que apenas ensinam a ser dependentes (de corporações transnacionais de TICs). O texto me levou a várias questões, por exemplo sobre como fazer para desmascarar falsas associações dicotômicas como usabilidade=>comodismo, flexível=>difícil, proprietário==não-programação /versus/ livre==programação etc. Essas questões me ocorreram como provocações de meu advogado-do-diabo interior (que tenta compreender o mundo não-livre). É que, freqüentemente, acontece de textos interessantes circularem apenas entre pessoas que não são as que mais precisariam ler esses textos. Vocês já refletiram sobre quantos textos importantes ficamos conhecendo através desta lista, e que não encontram a necessária ressonância fora do círculo dos interessados em software livre? Quantas pessoas teriam lido algum texto sobre software livre, achado-o ``interessante'', mas que simplesmente continuam a usar software proprietário? Qual é o ponto-chave para mudar a mentalidade limitada das pessoas que não percebem ou valorizam as vantagens (e necessidades) de usar software livre e os riscos envolvidos na propagação de software proprietário, num mundo em que tudo-tudo está se tornando informatizado (em especial, saindo do controle dos ``usuários'' e sendo controlado por corporações)? Ironizando um pouco, parece que muitas pessoas que ultrapassaram os vinte anos de idade se consideram ``velhas demais'' para aprender um pouco de informática; aprender a programar então nem se fala! Talvez estejam por demais ocupadas em cuidar dos filhos, que já estão certamente em idade escolar... Então pensei: não é eficiente ficar dando murro em ponta de faca, ou tentar empurrar burro empacado. Muitas pessoas consideram os computadores apenas como ferramentas com alguns usos específicos, nada mais, e para elas software livre só será atraente se cumprir essas funções específicas de maneira fácil e eficiente; só soluções pontuais interessam a essas pessoas. Quantos usuários de eMule e/ou FireFox sabem que esses são softwares livres? Qual é a diferença, para elas, entre usar esses programas ou outros proprietários, sejam sharewares ou crackeados? Mesmo sem desprezar a propaganda geral em favor do software livre, abordagem mais eficaz é investir na formação das crianças, dos filhos desses ``gagás'' de vinte e poucos anos. Ou seja: toda escola deveria ensinar informática de verdade e a fundo a seus alunos, usando software livre. Não estudamos sobre estrutura química de álcoois, bases, sais etc.? Não estudamos solução de funções quadráticas, funções compostas e cálculo? E também a divisão geo-política do mundo? E mecânica clássica, óptica e o escambau? Por que cargas d'água devemos, em informática, aprender praticamente nada além de arrastar o mouse e usar o par de comandos de teclado C-c, C-v? Onde estão a lógica, os algoritmos, as linguagens de programação, a edição de wikis, a adaptação e desenvolvimento de softwares e outros assuntos importantes da informática? Infelizmente, a solução não é fácil pois depende de infra-estrutura (escolas informatizadas e conectadas) e capacitação de professores. Tenho dois sobrinhos, que agora estudam numa escola particular graças a uma vaquinha entre familiares. O material da escola inclui CDs multimídia que rodam no Windows com FlashPlayer... :-P e os professores costumam colocar exercícios no sítio de internet da escola -- mas só é possível baixar os exercícios através do MS Internet Explorer, nenhum outro navegador é aceito. 8-{ Finalmente, pergunto, já que não fui eu quem inventou a roda: * Quais são as iniciativas já existentes de uso de software livre na educação (CLASSE, ...???) ? * Qual o status corrente dos jogos livres que ensinam a programar (ou pelo menos instigam interesse por programação)? * Quais são as campanhas atuais pelo uso de software livre e padrões abertos em escolas em geral? (Por exemplo, pensei em enviar uma carta reclamando à escola de meus sobrinhos. Isso poderia ser ampliado a campanhas em outras escolas.) * Quais são as iniciativas de coloc