[Logica-l] AJUDA: RECUPERAÇÃO DE DOCUMENTOS [OFF TOPIC]

2010-08-12 Por tôpico Tony Marmo
Amigos desta lista,

Eu tive um problema com uma pasta de uma HD externa e perdi vários arquivos
de escritos meus (em Word, i.e., .doc).
Consegui recuperar vários mas muitos vieram com a extensão .ole e não abrem
direito.

Indago quem sabe como reconverter os arquivos .ole para .doc?

Muito obrigado!
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[Logica-l] ESCRIVANINHA [XERIFE]

2010-10-26 Por tôpico Tony Marmo
Amigas e amigos,

Existe uma diferença entre escrivaninha e secretária: a primeira é sempre
com tampas e a segunda é qualquer mesa com gavetas que sirva para escrever.

Mas, as escrivaninhas verdadeiras sumiram do mercado e eles agoram a chamam
de escrivaninha xerife.

Eu estou querendo uma, dessas com uma tampa que corre e não que abre para
cima.
Se alguém souber de alguma, por favor me retorne.

Muito obrigado.
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[Logica-l] WHERE META-INFERENCE DOESN'T APPLY

2011-06-20 Por tôpico Tony Marmo
Dear Friends,

I write to inquire about an example of logic system to which the
meta-inference rule does not apply. If you can remember any, please feel
free to respond this.

By meta-inference rule I mean:

If A,B |- C, then  A |- B=C

Thank you very much.
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Re: [Logica-l] FAPESP e UNICAMP pagando gente para nos ensinar como publicar e escrever reviews

2011-06-26 Por tôpico Tony Marmo
Na verdade, a maior parte da pesquisa de ponta da indústria privada é
financiada por verba pública e feita em universidades públicas. Poucas são
as empresas inovadoras que têm centros de pesquisa avançados. A Apple e a
IBM têm bons laboratórios e pesquisadores, mas nem toda companhia no ramo da
eletrônica é uma Apple ou IBM.

Em 25 de junho de 2011 10:53, Paulo Henrique Gomes Ferreira 
sp...@yahoo.com.br escreveu:

 Ola lista.

 Visao de um nao academico sobre o tema:
 Em primeiro lugar, se todos soubessemos escrever corretamente, ninguem se
 atreveria a fazer esse absurdo !!
 Em segundo lugar, se houvesse pesquisas com conteudo suficiente para alguma
 evolucao
 nalgum campo, seriam facilmente bancadas por industrias, institutos,
 fundos, bancos e
 sabe-se lah mais quem bancaria, e nao haveria necessidade de tanto
 formalismo, pois as
 pesquisas teriam o mais importante que eh o conteudo.
 Os proprios revisores como nao alcancaram sucesso como pesquisadores, mas
 precisam
 sobreviver, inventam modelos para os outros seguirem.
 Tem um modelo que alguns desta lista podem seguir:

 existe um tal de professor doutor MIGUEL NICOLELIS que esta construindo
 um centrinho de neurociencia, usando mao de obra e cerebros locais longe
 dos grandes
 centros ditos academicos.

 Parece que ele esta na contra-mao de seus pares, seria isto sinal de
 burrice ??!!

 Quem quiser pode dar um pulinho no Masp dia 29 do corrente e trocar umas
 figurinhas com ele...

 Uma pregunta: alguem desta lista de lógica faz parte da comiscao abaicho ??

 []

 A Comissão do Futuro da Ciência Brasileira será composta por:

 Presidente: Miguel A. L. Nicolelis, Duke University e ELS-IINN

 Membros efetivos

 - Alan Rudolph, Biólogo, International Neuroscience Foundation, EUA
 - Alexander Triebnigg, Médico, Presidente da Novartis, Brasil
 - Conceição Lemes, Jornalista, Brasil
 - Débora Calheiros, Pesquisadora, EMBRAPA, Brasil
 - Idan Segev, Neurocientista Computacional, Universidade Hebraica, Israel
 - Jon H. Kaas, Neurocientista, Vanderbilt University, US National Academy
 of Science, EUA
 - Luiz A. Baccalá, Engenheiro, Escola Politécnica, USP, Brasil
 - Luiz Gonzaga Belluzzo, Economista, Professor Emérito UNICAMP, Brasil
 - Mariano Sigman, Neurocientista, Universidade de Buenos Aires, Argentina
 - Marilena Chauí, Filósofa e Professora, USP, Brasil
 - Mariluce Moura, Jornalista, FAPESP, Brasil
 - Mauro Copelli, Físico, UFPE, Brasil
 - Patrick Aebischer, Neurocientista, Presidente da École Polytechnique
 Fédérale de Lausanne, Suíça
 - Ricardo Abramovay, Cientista Político, FEA-USP, Brasil
 - Robert Bishop, Cientista Computacional, ex-CEO da Silicon Graphics, EUA
 - Ronald Cicurel, Matemático e Filósofo, Suíça
 - Selma Jeronimo, Médica-pesquisadora, UFRN, Brasil
 - Stevens Rehens, Biólogo, UFRJ, Brasil
 - Thereza Brino, Educadora em Tecnologia da Informação, Brasil
 - Victor Nussenzweig, Médico, New York University, Brasil/EUA
 - William Feiereisen, Cientista Computacional, Intel, EUA


 Independente de quem os sao, pois nao tenho como avaliar, sera que precisam
 de logicos ??

 obrigado,

 sphfg..





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Re: [Logica-l] FAPESP e UNICAMP pagando gente para nos ensinar como publicar e escrever reviews

2011-06-27 Por tôpico Tony Marmo
Não é verdade. Tudo o que a Apple inovou acabou em todos os computadores. O
Windows, por exemplo, veio justamente dos primeiros sistemas operacionais da
Apple, que já trabalhavam com janelas. Mesmo os tablets que agora povoam o
mercado foram uma inovação deles.

Em 27 de junho de 2011 10:06, Enrique Fynn enriquef...@gmail.com escreveu:

 O que adianta a Apple ter bons pesquisadores? Depois do produto fechado e
 embalado, ninguem sabe como funciona, como se chegou la... etc, etc, nao
 incrementa a ciencia, ja a IBM tem projetos Open Source, a verdade eh que a
 maior parte da verba publica que incentiva a pesquisa em universidade geram
 lucros para uns poucos e nao desenvolvem a ciencia como se fossem aplicadas
 diretamente para um projeto sem vinculo com empresas... Do que serviu mandar
 o astronauta por 40 milhoes de reais? Propaganda: 10, ciencia: 0, o fundo
 usado? Da ciencia =/

 Regards;
 Fynn.
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 Even a stopped clock is right twice a day

 All paid jobs absorb and degrade the mind.
 _Aristoteles


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Re: [Logica-l] RES: FAPESP e UNICAMP pagando gente para nos ensinar como publicar e escrever reviews

2011-06-28 Por tôpico Tony Marmo
É o mesmo problema com o PNE: delega a responsabilidade da Educação para o
mercado.

Na verdade, acho que as empresas em foco vão definir mais dinheiro público
para a iniciativa privada. A lógica por detrás dessas coisas é essa.

Em 28 de junho de 2011 09:30, Walter Carnielli
walter.carnie...@gmail.comescreveu:

 Talvez  algumas pessoas se contentem com  pouco,  ou tombem vítimas do
  bullshit da  propaganda. Eu tenho um Iphone e  um Apple Mac
 (comprei porque vejo mal, e a tela  é  bem grande). No entanto, não
 morro de amores por nenhum deles:  acho bobagem  essa   ter um botão
 só, que fica idiotizado muitas vezes,  e programas infantilizados que
 ficam saltitando tolamente.

 De todo  modo , o foco a discussão foi desviado:  a questão era  usar
 dinheiro  público para financiar empresas que ajudem a  definir  o
 que é pesquisa e  o que é ciência.

 A pergunta é: pesquisa e   ciência  **para quem**?

 Walter


 Em 27 de junho de 2011 17:24, Alvaro Augusto (L)
 alv...@lunabay.com.br escreveu:
  Dica: ninguém está autorizado a falar mal da Apple antes de ter comprado
 um
  iPad...
 
  Quanto ao Programa Apollo, ele rendeu frutos à ciência, sim. Por exemplo,
  para a Geologia.
 
  Abraços,
 
  Alvaro Augusto
 
 
 
  -Mensagem original-
  De: logica-l-boun...@dimap.ufrn.br [mailto:
 logica-l-boun...@dimap.ufrn.br]
  Em nome de Enrique Fynn
  Enviada em: segunda-feira, 27 de junho de 2011 10:06
  Para: Tony Marmo
  Cc: Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de
  LOGICA
  Assunto: Re: [Logica-l] FAPESP e UNICAMP pagando gente para nos ensinar
  como publicar e escrever reviews
 
  O que adianta a Apple ter bons pesquisadores? Depois do produto fechado e
  embalado, ninguem sabe como funciona, como se chegou la... etc, etc, nao
  incrementa a ciencia, ja a IBM tem projetos Open Source, a verdade eh que
 a
  maior parte da verba publica que incentiva a pesquisa em universidade
 geram
  lucros para uns poucos e nao desenvolvem a ciencia como se fossem
 aplicadas
  diretamente para um projeto sem vinculo com empresas... Do que serviu
 mandar
  o astronauta por 40 milhoes de reais? Propaganda: 10, ciencia: 0, o fundo
  usado? Da ciencia =/
 
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 Prof. Dr. Walter Carnielli
 Director
 Centre for Logic, Epistemology and the History of Science – CLE
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Re: [Logica-l] RES: Físico prova impossibilidade de se viajar no tempo

2011-08-01 Por tôpico Tony Marmo
Entre um intervalo e outro do meu trabalho, agora 3:11 da manhã, gostaria de
notar que um amigo comum nosso, i.e., meu e do prof. Newton da Costa, e que
aliás foi aluno do meu pai no ITA, o cosmólogo Marcelo Berman recentemente
resolveu um problema que o qualifica para receber o prêmio Nobel de física:
trata-se de uma teoria da rotação do universo cujos detalhes e implicações
ainda podem mudar e muito nossa visão do big bang.


Em 31 de julho de 2011 23:23, Decio Krause deciokra...@gmail.com escreveu:

 Alvaro
 Com efeito, seu argumento (via Hawking) é forte. Mas, quem garante que as
 civilizações do futuro já não foram devidamente instruídas para não se
 fazerem notar em nosso tempo? Aliás, o que é o tempo?
 Abraço
 Décio
 
 Decio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
 deciokrause[at]gmail.com
 www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 
 He [God] will never choose among indiscernibles
 (G.W.Leibniz)






 Em 31/07/2011, às 22:47, Alvaro Augusto (L) escreveu:

  Bem, a mais curta explicação para a impossibilidade da viagem no tempo
 foi dada por Stephen Hawking: onde estão os turistas vindos do futuro? É
 claro que essa explicação parte da hipótese de que, se a viagem do tempo
 fosse possível, uma civilização futura fatalmente descobriria como
 realizá-la...
 
  Abraços,
 
  Alvaro Augusto
 
 
  -Mensagem original-
  De: logica-l-boun...@dimap.ufrn.br [mailto:
 logica-l-boun...@dimap.ufrn.br] Em nome de Carlos Gonzalez
  Enviada em: sábado, 30 de julho de 2011 00:06
  Para: Jaison Schinaider; Lista acadêmica brasileira dos profissionais e
 estudantes da área de LOGICA
  Cc: Carlos González
  Assunto: Re: [Logica-l] Físico prova impossibilidade de se viajar no
 tempo
 
  Será que a Folha traduz:
 
  It may bring a closure to the debate on the true speed of information
  carried by a single photon [18].
 
  como:
 
  Ao provar que os fótons não podem viajar mais rápido do que a
  velocidade da luz, nossos resultados encerram o debate sobre a
  verdadeira velocidade de informação transportada por um único fóton,
  escreveu.
  ???
 
  http://www.merriam-webster.com/dictionary/may?show=1t=1311993046
 
  Alguém quer fazer uma lista das falácias que usa a Folha no argumento
  que pretende demonstrar que a viagem no tempo é impossível?
 
  E não defendo a viagem no tempo, mas somente as maneiras razoáveis de
  fundamentação.
 
  A folha colocou que eu dei um positivo para o artigo, mas só coloquei
  positivo num comentário e apareceu no artigo.
 
  Carlos Gonzalez
 
  .
  http://physics.ust.hk/dusw/Publication/PhysRevLett_106_243602.pdf
 
  Our experimental results indicate that the optical precursor traveling
  at c is always the fastest part of the single-photon wave packet in
  both slow-light and superluminal media. It may bring a closure to the
  debate on the true speed of information carried by a single photon
  [18].
 
  [18] J. Marangos, Nature (London) 406, 243 (2000).
 
  Em 29 de julho de 2011 19:42, Jaison Schinaider jaiso...@gmail.com
 escreveu:
  A quem interessar:
 
 
 http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/949325-fisico-de-hong-kong-prova-que-viajar-no-tempo-e-impossivel.shtml
 
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Re: [Logica-l] Questão de lógica na prova para professores de SP

2011-09-12 Por tôpico Tony Marmo
O caso é grave, mas não é novo. Vejam estes vídeos, a partir de 3min e 50
segundos do primeiro, como o assunto é introduzido por um teólogo mulçumano:

http://www.youtube.com/watch?v=r23fB4h7Wog
http://www.youtube.com/watch?v=IcikYId2U8c
http://www.youtube.com/watch?v=M0ozG4yQBD8

Em resumo o que ele diz, além de um histórico que vai de Aristóteles a
Al-Farabi e seus seguidores, com uma lista subsequente de filósofos árabes,
é que lógica é muito importante porque serve para todas as ciências
islâmicas. E nada mais se informa.


Em 11 de setembro de 2011 21:34, Decio Krause deciokra...@gmail.comescreveu:

 Walter e demais
 Acho que uma enxurrada de mensagens seria mais eficiente, mas devemos saber
 bem a quem enviar, e protocolar de alguma forma, senão enfiam numa gaveta.
 Todos deveríamos escrever de forma articulada, sabendo para quem e falar em
 nome de nossas universidades (puxa, estou dando uma de agitador!!) e pedindo
 resposta. Mas mesmo assim, um artigo oficial, da SBL, em jornal E pela web
 seria fortemente aconselhável. O exemplo do Walter da aula do telecurso
 ajudaria; quem tem mais exemplos?
 D.

 
 Decio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
 deciokrause[at]gmail.com
 www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 
 He [God] will never choose among indiscernibles
 (G.W.Leibniz)






 Em 09/09/2011, às 16:53, Walter Carnielli escreveu:

  Gente.
  é  inacreditável: antes pensavam que Lógica não passava de
  silogismos,  agora que até não-silogismos  são silogismos!  E as
  outras questões, alguém  tem?
 
 
  Acho que devemos  enviar  uma moção  alertando sobre a  enxurrada de
  bobagens aso (ir)responsáveis por essa barbaridade (que, aliás, é  a
  norma, hã alguns meses enviei uma  vergonhosa  aula do Telecurso !)
 
  O Carlos Gonzalez  poderia escrever  uma  primeira versão de  uma
  nota, já que  tem acesso ao texto grego). Minha sugestão é que
  enviássemos uma  enxurrada de  mensagens, ou uma  moção em que cada
  um assinasse e  enviasse em PDF. O que pensam?
 
  Abraços,
 
  Walter
 
  Em 9 de setembro de 2011 15:50, Marcelo Esteban Coniglio
  meconig...@gmail.com escreveu:
  Estarrecedor!
 
  2011/9/9 Carlos Gonzalez gonza...@gmail.com
 
  Prezados colegas,
 
  Os professores de SP que fizeram o curso para o concurso tiveram uma
  prova com 30 questões.
 
  A primeira questão da prova e:
 
 
  Segundo Aristóteles, o silogismo é um discurso em que, postas algumas
  coisas, outras se seguem necessariamente. Eis um exemplo típico de
  silogismo:
 
  Todos os animais são mortais.
  Todos os homens são mortais.
  Logo, todos os homens são animais.
 
  Com base nesse exemplo, pode-se inferir que o silogismo aristotélico
 tem
  caráter
  (A) mediato e necessário.
  (B) mediato e relativo.
  (C) imediato e abstrato.
  (D) imediato e concreto.
  
 
  Se esse é a prova que fazem os professores: o que podemos pedir dos
 alunos?
 
  Carlos
 
  Arisóteles, Primeiros Analíticos, 27a18
  But if M is predicated of every N and O, there cannot be a syllogism.
  Terms to illustrate a positive relation between the extremes are
  substance, animal, man
 
  Mas se M é predicado de todo N e de todo O, então não pode haver
 silogismo.
  Termos para mostrar isso são substância, animal, homem
 
  Ou seja:
  Todo animal é substância
  Todo homem é substância
  Todo animal é homem
 
  (Usar UTF-8 para ver o texto a seguir)
 
  ἐὰν δὲ τὸ Μ παντὸς τοῦ Ν καὶ τοῦ Ξ κατηγορῆται,
  οὐκ ἔσται συλλογισμός.
  ὅροι τοῦ ὑπάρχειν οὐσία – ζῶιον – ἄνθρωπος,
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  Prof. Dr. Walter Carnielli
  Director
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  State University of Campinas –UNICAMP
  13083-859 Campinas -SP, Brazil
  Phone: (+55) (19) 3521-6517
  Fax: (+55) (19) 3289-3269
  Institutional e-mail: walter.carnie...@cle.unicamp.br
  Website: http://www.cle.unicamp.br/prof/carnielli
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Re: [Logica-l] pullum sobre chomsky

2011-09-18 Por tôpico Tony Marmo
Como o artigo não é aberto e só se lê o resumo, é de difícil comentário.
Todavia, eu conheço os escritos do prof. Pullum e os do prof. Chomsky.
Acontece que cada um tem sua teoria linguística e elas competem entre si no
mercado da linguística formal para ver quem tem mais adeptos. Os
chomskyanos são em maior número.
Geralmente, esses ataques recíprocos são sem fundamento, como me parece o
resumo do artigo.
Syntactic Structures foi um livro extraído da T.D. de Noam Chomsky *The
Logical Structure of Linguistic Theory *e só teve impacto para a
linguística nos anos 1950. No meio da década de 1960 o debate já tinha
outros focos, com Aspects.
Não é verdade que Chomsky quisesse usar de argumentos matemáticos pesados
para demonstrar que uma gramática de uma língua como Inglês não é uma
máquina de estados finitos. É verdade sim que os argumentos formais que ele
usa são suficientemente fortes para mostrar isto dentro da linguística
estrutural do final dos anos 1950. Afinal de contas, o ônus da prova está
com quem quiser provar o contrário e dar sustentação a teses cognitivas
behaviouristas.

Em 17 de setembro de 2011 16:35, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 A menção recente do Chomsky e seu argumento hegeliano lembrou-me
 mencionar aqui o recente artigo do linguista Geoffrey Pullum no JoLLI,
 que será do interesse de alguns membros desta lista.

 Mais uma prova da importância do trabalho do lógico Emil Post.
 JM

 * * *

 On the Mathematical Foundations of Syntactic Structures.
 Journal of Logic, Language and Information 20 (3):277-296, 2011.
 http://www.springerlink.com/content/p3n161t5257q1156/

 Chomsky’s highly influential Syntactic Structures (SS) has been much
 praised its originality, explicitness, and relevance for subsequent
 cognitive science. Such claims are greatly overstated. SS contains no
 proof that English is beyond the power of finite state description (it
 is not clear that Chomsky ever gave a sound mathematical argument for
 that claim). The approach advocated by SS springs directly out of the
 work of the mathematical logician Emil Post on formalizing proof, but
 few linguists are aware of this, because Post’s papers are not cited.
 Chomsky’s extensions to Post’s systems are not clearly defined, and
 the arguments for their necessity are weak. Linguists have also
 overlooked Post’s proofs of the first two theorems about effects of
 rule format restrictions on generative capacity, published more than
 ten years before SS was published.
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Re: [Logica-l] pullum sobre chomsky

2011-09-18 Por tôpico Tony Marmo
Dei uma vista de olhos e posso dizer o seguinte:

Não é novidade que as primeiras obras de Chomsky são consideradas muito
fraquinhas. Na década de 1970, por exemplo, os chomskyanos já diziam isto.

É mais fácil corrigir dados históricos de quem não conhece o que é realmente
consenso. Houve na década de 1950 uma reação favorável ao trabalho de
Chomsky. Mas, a chamada linguística chomskyana começa mesmo com “Aspects of
the Theory of Syntax”.

Como assim, você vai perguntar? É porque as primeiras obras de Chomsky eram
muito pouco originais e representavam uma revolução para os estruturalistas.
Mas, não diziam nada que algum grande linguista da época já não dissesse.
Isto era possível porque naquela altura, o termo “estruturalismo” já não
correspondia ao que tinha sido historicamente e abarcava uma multidão de
vertentes muito diferentes entre si.

A obra de 1965 é que traz mais inovações e rompe com o paradigma
estruturalista na sintaxe, assim como na fonologia “the Sound Pattern of
English”. As diferenças são muitas. Por exemplo, a fonologia de Chomsky não
tinha mais a noção de “fonema” e rejeitava acomodá-la. A sintaxe de Chomsky
admitia categorias não diretamente observáveis, algo que por influência de
Bloomfield se rejeitava. Chomsky mudou ainda as noções sociais de “langue” e
“parole” de Saussure, que eram coletivas, uniformes e supostamente não
idealizadas, para falar de “competência” e “desempenho” que eram individuais
mas altamente idealizadas.

O segundo momento crucial na linguística chomskyana veio décadas depois, com
sua teoria da regência e da ligação, depois chamada de Princípios e
Parâmetros em que as noções de gramática e regra gramatical perdem o status
científico de uma vez. Em “Knowledge of Language” fica ainda estabelecido
que o objeto de estudo da linguística não devem ser nem a noção de “langue”
de Saussure, ou outra equivalente, nem as línguas do mundo, como o Português
ou qualquer dos seus dialetos. Fica de uma vez consolidado que objeto da
linguística tem de ser a própria faculdade de linguagem.

O terceiro momento e que parece vai ser o último é o chamado programa
minimalista, que coloca o princípio da economia das derivações no centro das
preocupações e da orientação da pesquisa em linguística.

Mas, o mais importante nestes anos todos é que, ainda que Chomsky tenha
usado de certa matematização, coisa que herdou dos estruturalistas, sua
concepção de linguística não é nem de uma ciência humana nem exata: para ela
a linguística é uma das ciências biológicas. Na década de 1950 ele já
pensava assim, como se sabe por relatos dele próprio e de colegas, de forma
que ele propositadamente não usou de argumentos matemáticos mais pesados.

Nunca houve entre os linguistas essa crença de que Syntactic Structures é o
principal marco histórico da chamada revolução chomskyana. Pullum quer
dialogar com quem desconhece a história da ciência.

Eu li Syntactic Structures e posso dizer que a resenha de Pullum é parcial
demais. Seria o mesmo que alguém escrever um artigo atacando Gagarin para
dizer que ele não foi à Lua. Mas quem disse que foi? Se houve quem o disse,
é gente que não sabe da missa a metade!

Em 18 de setembro de 2011 02:10, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

 Verei o texto, mas, para ja, advirto que o Pullum obviamente eh muito
 informado. O que ele diz, todavia, nem sempre parece bem intencionado, se o
 alvo do que diz vem a ser Chomsky.

 Em 17 de setembro de 2011 22:52, Joao Marcos botoc...@gmail.comescreveu:

 Olá, Tony:

 Envio em anexo o artigo para que você possa avaliar por si próprio os
 argumentos do Pullum, que parecem bem informados e chegam a conclusões
 bem diferentes das suas.

 Abraços,
 JM

 2011/9/17 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  Como o artigo não é aberto e só se lê o resumo, é de difícil comentário.
  Todavia, eu conheço os escritos do prof. Pullum e os do prof. Chomsky.
  Acontece que cada um tem sua teoria linguística e elas competem entre si
 no
  mercado da linguística formal para ver quem tem mais adeptos. Os
  chomskyanos são em maior número.
  Geralmente, esses ataques recíprocos são sem fundamento, como me parece
 o
  resumo do artigo.
  Syntactic Structures foi um livro extraído da T.D. de Noam Chomsky The
  Logical Structure of Linguistic Theory e só teve impacto para a
 linguística
  nos anos 1950. No meio da década de 1960 o debate já tinha outros focos,
 com
  Aspects.
  Não é verdade que Chomsky quisesse usar de argumentos matemáticos
 pesados
  para demonstrar que uma gramática de uma língua como Inglês não é uma
  máquina de estados finitos. É verdade sim que os argumentos formais que
 ele
  usa são suficientemente fortes para mostrar isto dentro da linguística
  estrutural do final dos anos 1950. Afinal de contas, o ônus da prova
 está
  com quem quiser provar o contrário e dar sustentação a teses cognitivas
  behaviouristas.
 
  Em 17 de setembro de 2011 16:35, Joao Marcos botoc...@gmail.com
 escreveu:
 
  A menção recente do Chomsky e

Re: [Logica-l] pullum sobre chomsky

2011-09-18 Por tôpico Tony Marmo
E só mais um detalhe: o professor Pullum não é simplesmente bem informado. É
um dos maiores linguístas de sua geração e tem sua própria teoria que
compete com a do professor Chomsy. Portanto, sempre cuidado com que um
escreve do outro, porque a rivalidade é grande entre eles.

Em 18 de setembro de 2011 02:45, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

 Dei uma vista de olhos e posso dizer o seguinte:

 Não é novidade que as primeiras obras de Chomsky são consideradas muito
 fraquinhas. Na década de 1970, por exemplo, os chomskyanos já diziam isto.

 É mais fácil corrigir dados históricos de quem não conhece o que é
 realmente consenso. Houve na década de 1950 uma reação favorável ao trabalho
 de Chomsky. Mas, a chamada linguística chomskyana começa mesmo com “Aspects
 of the Theory of Syntax”.

 Como assim, você vai perguntar? É porque as primeiras obras de Chomsky eram
 muito pouco originais e representavam uma revolução para os estruturalistas.
 Mas, não diziam nada que algum grande linguista da época já não dissesse.
 Isto era possível porque naquela altura, o termo “estruturalismo” já não
 correspondia ao que tinha sido historicamente e abarcava uma multidão de
 vertentes muito diferentes entre si.

 A obra de 1965 é que traz mais inovações e rompe com o paradigma
 estruturalista na sintaxe, assim como na fonologia “the Sound Pattern of
 English”. As diferenças são muitas. Por exemplo, a fonologia de Chomsky não
 tinha mais a noção de “fonema” e rejeitava acomodá-la. A sintaxe de Chomsky
 admitia categorias não diretamente observáveis, algo que por influência de
 Bloomfield se rejeitava. Chomsky mudou ainda as noções sociais de “langue” e
 “parole” de Saussure, que eram coletivas, uniformes e supostamente não
 idealizadas, para falar de “competência” e “desempenho” que eram individuais
 mas altamente idealizadas.

 O segundo momento crucial na linguística chomskyana veio décadas depois,
 com sua teoria da regência e da ligação, depois chamada de Princípios e
 Parâmetros em que as noções de gramática e regra gramatical perdem o status
 científico de uma vez. Em “Knowledge of Language” fica ainda estabelecido
 que o objeto de estudo da linguística não devem ser nem a noção de “langue”
 de Saussure, ou outra equivalente, nem as línguas do mundo, como o Português
 ou qualquer dos seus dialetos. Fica de uma vez consolidado que objeto da
 linguística tem de ser a própria faculdade de linguagem.

 O terceiro momento e que parece vai ser o último é o chamado programa
 minimalista, que coloca o princípio da economia das derivações no centro das
 preocupações e da orientação da pesquisa em linguística.

 Mas, o mais importante nestes anos todos é que, ainda que Chomsky tenha
 usado de certa matematização, coisa que herdou dos estruturalistas, sua
 concepção de linguística não é nem de uma ciência humana nem exata: para ela
 a linguística é uma das ciências biológicas. Na década de 1950 ele já
 pensava assim, como se sabe por relatos dele próprio e de colegas, de forma
 que ele propositadamente não usou de argumentos matemáticos mais pesados.

 Nunca houve entre os linguistas essa crença de que Syntactic Structures é o
 principal marco histórico da chamada revolução chomskyana. Pullum quer
 dialogar com quem desconhece a história da ciência.

 Eu li Syntactic Structures e posso dizer que a resenha de Pullum é parcial
 demais. Seria o mesmo que alguém escrever um artigo atacando Gagarin para
 dizer que ele não foi à Lua. Mas quem disse que foi? Se houve quem o disse,
 é gente que não sabe da missa a metade!

 Em 18 de setembro de 2011 02:10, Tony Marmo marmo.t...@gmail.comescreveu:

 Verei o texto, mas, para ja, advirto que o Pullum obviamente eh muito
 informado. O que ele diz, todavia, nem sempre parece bem intencionado, se o
 alvo do que diz vem a ser Chomsky.

 Em 17 de setembro de 2011 22:52, Joao Marcos botoc...@gmail.comescreveu:

 Olá, Tony:

 Envio em anexo o artigo para que você possa avaliar por si próprio os
 argumentos do Pullum, que parecem bem informados e chegam a conclusões
 bem diferentes das suas.

 Abraços,
 JM

 2011/9/17 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  Como o artigo não é aberto e só se lê o resumo, é de difícil
 comentário.
  Todavia, eu conheço os escritos do prof. Pullum e os do prof. Chomsky.
  Acontece que cada um tem sua teoria linguística e elas competem entre
 si no
  mercado da linguística formal para ver quem tem mais adeptos. Os
  chomskyanos são em maior número.
  Geralmente, esses ataques recíprocos são sem fundamento, como me parece
 o
  resumo do artigo.
  Syntactic Structures foi um livro extraído da T.D. de Noam Chomsky The
  Logical Structure of Linguistic Theory e só teve impacto para a
 linguística
  nos anos 1950. No meio da década de 1960 o debate já tinha outros
 focos, com
  Aspects.
  Não é verdade que Chomsky quisesse usar de argumentos matemáticos
 pesados
  para demonstrar que uma gramática de uma língua como Inglês não é uma
  máquina de estados finitos. É

Re: [Logica-l] Inconsistency of P: parabéns ao Ed Nelson, ao Terrence Tao e ao Daniel Tausk

2011-10-01 Por tôpico Tony Marmo
Dear friends,

We can look back at Goedel's work as one early attempt of fibring of formal
systems. Thus, the problem of determining the consistency and the
completeness of the system seems to be like the same problem for a given
logic L which is obtained by the fibring of two logics L* and L**. First
order arithmetics is thus the fibring of first order logic and Peano's
arithmetics, which yields the known results presented by Goedel.

We have no a priori intuitive reason to assume that a certain fibring will
produce a consistent and complete system. This has to be checked as the
systems are combined. If in combining two systems one produces results like
those of Goedel's theorems, it must still be possible to investigate the
resulting system by investigating other features of the same, namely
checking whether it has different, new, unusual or unexpected properties.

In sum, I don't expect to see novelties that can or will overshadow Goedel's
contributions, except in consequence of more advances in the field of
fibring.

Em 1 de outubro de 2011 14:21, Walter Carnielli
walter.carnie...@gmail.comescreveu:

 Caros colegas:

 como vimos,  o Ed Nelson  retirou seu claim  sobre a inconsistência de
  P.
 Isso, contudo, não significa  o fim das discussões, nem  menos  a
 garantia da  consistência de P!

 Quero aqui parabenizar ao nosso  colega   Daniel Tausk do IME  USP
 (http://www.ime.usp.br/~tausk/)
 pela  excelente  observação que convenceu   o Nelson.  Imagino  que  o
 Rodrigo Freire  e  outros coelgas da  USP tenham  participado
 ativamente da atmosfera de discussão que levou o Daniel a observar o
 erro na pretensa prova do Ed Nelson.

 E  finalmente  parabenizo o Ed Nelosn  pela coragem em  propor sua
 alegação, e pela  humildade em reconhecer  publicamente o erro. Acho
 que é assim  que se faz ciência,  e  acho que  esse tipo de atitude é
 que devemos ensinar aos nossos  estudantes, e  aprendermos  nós
 mesmos.  Ed  Nelson  merece  uma  homegagem.

 Abraços,

 Walter

 -- Forwarded message --
 From: Edward Nelson nel...@math.princeton.edu
 Date: 2011/10/1
 Subject: [FOM] inconsistency of P
 To: f...@cs.nyu.edu


 Terrence Tao, at
 http://golem.ph.utexas.edu/category/2011/09/
 and independently Daniel Tausk (private communication)
 have found an irreparable error in my outline.
 In the Kritchman-Raz proof, there is a low complexity
 proof of K(\bar\xi)\ell if we assume \mu=1, but the
 Chaitin machine may find a shorter proof of high
 complexity, with no control over how high.

 My thanks to Tao and Tausk for spotting this.
 I withdraw my claim.

 The consistency of P remains an open problem.

 Ed Nelson
 ___
 FOM mailing list
 f...@cs.nyu.edu
 http://www.cs.nyu.edu/mailman/listinfo/fom



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 Prof. Dr. Walter Carnielli
 Director
 Centre for Logic, Epistemology and the History of Science – CLE
 State University of Campinas –UNICAMP
 13083-859 Campinas -SP, Brazil
 Phone: (+55) (19) 3521-6517
 Fax: (+55) (19) 3289-3269
 Institutional e-mail: walter.carnie...@cle.unicamp.br
 Website: http://www.cle.unicamp.br/prof/carnielli
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Re: [Logica-l] S5 não funciona

2011-10-03 Por tôpico Tony Marmo
Aí eu tenho outra interpretação: na verdade, as relações de acessibilidade
dão uma semântica já conhecida por produzir muitos paradoxos. O que está por
detrás das intuições de Rodrigo Cid é uma vontade de fazer semântica
vicinal.

Em 3 de outubro de 2011 14:14, rodrigo cid rodrigorl...@ufrj.br escreveu:


 O que eu quis dizer com não funciona foi que ele não apreende uma certa
 intuição que temos com relação às modalidades, a saber, que é possível algo
 inquebrável que actualmente é quebrável.
 O que vc acha? Vc acha que o nosso mundo é um mundo em que há algo
 quebrável e possivelmente inquebrável?
 Abraço,
 Cid

  Date: Mon, 3 Oct 2011 13:45:11 -0300
  Subject: Re: [Logica-l] S5 não funciona
  From: botoc...@gmail.com
  To: rodrigorl...@ufrj.br
  CC: logica-l@dimap.ufrn.br
 
  Olá, Rodrigo:
 
  Não sei o que você quer dizer quando diz que um sistema lógico não
 funciona...
 
  De todo modo, aparentemente a sua argumentação apenas serve para
  demonstrar que um sistema modal normal que satisfaça o axioma (5) (ou
  seja, já em K5) você não pode sustentar simultaneamente as suposições
  segundo as quais q é quebrável e q é possivelmente inquebrável (Mq
   M~Mq).
 
  JM
 
  2011/10/3 rodrigo cid rodrigorl...@ufrj.br:
  
   Pessoal,
   Eu estava pensando sobre as razões para aceitar ou rejeitar S5, e
 pensei no seguinte caso.
   Suponhamos que temos um copo. E que tal copo, como a maioria dos outros
 copos, é quebrável.Suponhamos também que fosse possível com relação ao nosso
 mundo que o copo fosse inquebrável.Se este fosse o caso, então a partir do
 mundo em que o copo é inquebrável, não há mundos possíveis em que ele está
 quebrado.No entanto, a partir do mundo em que o copo é quebrável, há um
 mundo possível em que ele está quebrado.Há, assim, um mundo possível em que
 o copo está quebrado que é acessível ao mundo actual, mas não é acessível ao
 mundo em que o copo é inquebrável.Logo, se é possível que algo seja
 inquebrável a partir do nosso mundo, então S5 não funciona, dado que haverá
 mundos possíveis acessíveis a certos mundos e não acessíveis a outros.
   Vocês concordam?
   Um  abraço,
   Rodrigo Cid
 
  --
  http://sequiturquodlibet.googlepages.com/

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Re: [Logica-l] Inconsistency of P: parabéns ao Ed Nelson, ao Terrence Tao e ao Daniel Tausk

2011-10-09 Por tôpico Tony Marmo
Muito simples:

A Aritmética é um sistema formal;

A Lógica de Primeira Ordem também.

Agora, suponha que, como um Hilbert mais ingênuo, há uma lógica por detrás
da Aritmética, que ninguém sabe qual é.
O que havia por detrás da hipótese do Hilbert era a idéia de que a
Matemática seria uma lógica, muito provavelmente a mesma que a clássica de
primeira ordem. Combinando as duas, não haveria nenhuma surpresa e ainda se
teria o ganho de uma linguagem expressiva adequada para o que se pretende.

Uma combinação à moda do sr. Goedel faz algo mais amplo que a atual
combinação somente de lógicas: admite combinar uma lógica com outro sistema
formal que não seja necessariamente uma lógica. Neste sentido, a Aritmética
de Primeira Ordem é um híbrido do gênero. O que ele mostra em seguida é que
os resultados não são os esperados.

Mais ou menos o seguinte: hoje em dia, o avião de Santos-Dummont é um modelo
entre vários, inclusive há atualmente outros como o dele. Mas, quem viu o
voo deo 14-Bis provavelmente não saberia disso.

Em 9 de outubro de 2011 09:53, Walter Carnielli
walter.carnie...@gmail.comescreveu:

 Olá Dória,


 não sei  o que o Tony quer   dizer com isso, mas o  assunto de
 fibrilação  de  lógicas  (fibring}  e muito mais sobre combinações de
 lógicas é  o tema do nosso  livro:

 W. A. Carnielli, M. E. Coniglio, D. Gabbay, P. Gouveia and C.
 Sernadas. Analysis and Synthesis of Logics. How to Cut and Paste
 Reasoning Systems. Applied Logic Series, Springer, 2008.


 Talvez  para começar fosse  bom  ver  nossa entrada:

 W. A. Carnielli and  M. E. Coniglio. Combining Logics. Stanford
 Encyclopedia of Philosophy, 2007.
 http://plato.stanford.edu/entries/logic-combining/


 A entrada  foi recentemente  revisada (na semana  passada) mas eles
 ainda   não colocaram a  nova versão no ar. Contudo, a  antiga, apesar
 de   algumas  imprecisões, dá para dar  uma boa ideia.


 Abraços,

 Walter


 Em 9 de outubro de 2011 20:38, Francisco Antonio Doria
 famado...@gmail.com escreveu:
  Conheço fibração em geometria. Como é em lógica?
 
  2011/10/9 Valeria de Paiva valeria.depa...@gmail.com
 
  oi Tony,
  We can look back at Goedel's work as one early attempt of fibring of
  formal systems.
  e', a gente sempre pode look at anything as anything, mas qual 'e a
  sua evidencia de que isso 'e util?  o que voce acha que ganha com essa
  interpretacao?
 
  obrigada,
  valeria
 
  2011/10/1 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
   Dear friends,
  
   We can look back at Goedel's work as one early attempt of fibring of
  formal
   systems. Thus, the problem of determining the consistency and the
   completeness of the system seems to be like the same problem for a
 given
   logic L which is obtained by the fibring of two logics L* and L**.
 First
   order arithmetics is thus the fibring of first order logic and Peano's
   arithmetics, which yields the known results presented by Goedel.
  
   We have no a priori intuitive reason to assume that a certain fibring
  will
   produce a consistent and complete system. This has to be checked as
 the
   systems are combined. If in combining two systems one produces results
  like
   those of Goedel's theorems, it must still be possible to investigate
 the
   resulting system by investigating other features of the same, namely
   checking whether it has different, new, unusual or unexpected
 properties.
  
   In sum, I don't expect to see novelties that can or will overshadow
  Goedel's
   contributions, except in consequence of more advances in the field of
   fibring.
  
   Em 1 de outubro de 2011 14:21, Walter Carnielli
   walter.carnie...@gmail.comescreveu:
  
   Caros colegas:
  
   como vimos,  o Ed Nelson  retirou seu claim  sobre a inconsistência
 de
P.
   Isso, contudo, não significa  o fim das discussões, nem  menos  a
   garantia da  consistência de P!
  
   Quero aqui parabenizar ao nosso  colega   Daniel Tausk do IME  USP
   (http://www.ime.usp.br/~tausk/)
   pela  excelente  observação que convenceu   o Nelson.  Imagino  que
  o
   Rodrigo Freire  e  outros coelgas da  USP tenham  participado
   ativamente da atmosfera de discussão que levou o Daniel a observar o
   erro na pretensa prova do Ed Nelson.
  
   E  finalmente  parabenizo o Ed Nelosn  pela coragem em  propor sua
   alegação, e pela  humildade em reconhecer  publicamente o erro. Acho
   que é assim  que se faz ciência,  e  acho que  esse tipo de atitude é
   que devemos ensinar aos nossos  estudantes, e  aprendermos  nós
   mesmos.  Ed  Nelson  merece  uma  homegagem.
  
   Abraços,
  
   Walter
  
   -- Forwarded message --
   From: Edward Nelson nel...@math.princeton.edu
   Date: 2011/10/1
   Subject: [FOM] inconsistency of P
   To: f...@cs.nyu.edu
  
  
   Terrence Tao, at
   http://golem.ph.utexas.edu/category/2011/09/
   and independently Daniel Tausk (private communication)
   have found an irreparable error in my outline.
   In the Kritchman-Raz proof, there is a low complexity
   proof

Re: [Logica-l] S5 metalogica, paraconsitencia, mundos possiveis

2011-10-14 Por tôpico Tony Marmo
Jean-Yves,

Eu li o seu artigo de 2002 rapidamente. Mas, da minha parte, eu trabalho com
algumas ideias que não sei se serão úteis do seu ponto de vista.

Primeiramente, eu prefiro ser cético do que crédulo, para fins de análise
acadêmica de qualquer coisa. Acho que você também tem um ceticismo saudável,
mas que eu não vejo nos seus artigos.

O segundo é que do jeito com que você estruturou os argumentos do artigo de
2009 e a visão que apresentou me deixam indagando qual é o sentido de fazer
lógica modal. Se tudo redunda no cálculo clássico de primeira ordem, não
parece haver vantagem em pensar em modalidades. Eu não creio que o colapso
das modalidades seja uma fatalidade inevitável ou desejável: acho melhor
poder em algum nível manter a distinção entre as lógicas modais e não-modais
e tratar os colapsos como casos específicos. Acho interessante derivar a
ideia de verdade clássica a partir de verdade modal, mas não que elas se
confundam sempre. Não me parece natural que elas se igualem, como sugerido
abaixo.

Da minha parte, também creio que não podemos perder o espírito geral por
detrás do arcabouço dos sistemas modais: fazer lógica modal consiste em
primeiro pensar nos modelos, nas relações e nas suas propriedades e depois
encontrar ou construir os axiomas, as regras de inferência, enfim, como
diria o Chellas, os esquemas correspondentes.

Em 14 de outubro de 2011 09:44, jean-yves beziau beziau...@gmail.comescreveu:

 Sobre S5 e bom  apontar o seguinte:
 a interpretacao mais natural e intuitiva e condiserar S5
 com formalizacao da metalogica da logica classica:
 necessario=  tautologia
 possivel=  satisfactivel
 impossivel =  antilogia
 nao necessario =  refutavel
 contingente = satisfactivel e refutavel
 (a logica da contingencia foi desenvolvida em particular
 por Routley e Humberstone)

 Alem disso e interessante anotar que
 nao-necessario tem o comportamento de uma negacao paraconsistente, ver:

 J.-Y.Béziau, “S5 is a paraconsistent logic and so is first-order classical
 logic”,
 Logical Investigations, 9, (2002), pp.301-309.

 Impossivel de uma negacao paracompleta:

 J.-Y.Béziau, “New light on the square of oppositions and its nameless
 corner”,
 Logical Investigations, 10, (2003), pp.218-232.

 E possivel axiomatizar S5 a partir de nao-necessario, conjuncao, disjuncao,
 implicacao,
 mas sem a negacao:

 J.-Y.Béziau, “The paraconsistent logic Z - A possible solution to
 Jaskowski's problem”,
 Logic and Logical Philosophy, 15 (2006), pp.99-111

 E possivel tambem definir a semantica de S5 sem mundos possiveis,
 considerando diretamente uma relacao entre bivaloracoes,
 de fato o que caracateriza a semantica de S5 nao sao mundos possiveis,
 mas uma definicao por dupla recurrencia dos connectivos:

 J.-Y.Béziau, “Many-valued and Kripke semantics”,
 in J. van Benthem et al. (eds),
 The age of alternative logics, Springer, Dordrecht, 2006, pp.89-101.

 Todos esses artigos estao disponiveis no meu website:
 http://www.jyb-logic.org
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Re: [Logica-l] S5 metalogica, paraconsitencia, mundos possiveis

2011-10-14 Por tôpico Tony Marmo
Caro João,

Eu já li alguns lógicos de outros séculos protestando contra a ideia de
modalidade e afirmando que no fundo tudo não passava de mais predicados para
a lógica de predicados que já havia. Então, essa posição de reduzir lógicas
modais a uma lógica não-modal é velha.

Por outro lado, já faz muitos anos que Dugundji provou que não há uma matriz
finita característica de S5. Também, já faz muito tempo que se sabe que os
sistemas de Lewis são indiscerníveis sintaticamente, que é preciso
considerar uma semântica (de mundos) para os diferenciar. Esses resultados
são velhos e não creio que alguém os consiga derrubar. De forma, que eu não
falaria tanto em revisionismo.

Se, por outro lado, colocarmos a lógica modal dentro de uma tradição de
lógicas intensionais, então há menos motivos para falar revisionismo.
Segundo consta, a lógica de Port-Royal já propugnava, com outros termos, a
distinção entre intensão e extensão. É muito provável que essa distinção já
existisse antes.

Enfim, não há uma definição de modal ampla ou universalmente aceite. Mas,
em se conhecendo o background filosófico por detrás, sabe-se do que se trata
(ou, como diriam outros, do que se agita).

Em 14 de outubro de 2011 18:43, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

  Da minha parte, também creio que não podemos perder o espírito geral por
  detrás do arcabouço dos sistemas modais: fazer lógica modal consiste em
  primeiro pensar nos modelos, nas relações e nas suas propriedades e
 depois
  encontrar ou construir os axiomas, as regras de inferência, enfim, como
  diria o Chellas, os esquemas correspondentes.

 Este espírito geral sobre o qual você insiste é _revisionista_, Tony.

 Não discordo que seja maravilhoso pensar na lógica modal a partir de
 sua semântica relacional, ou a partir de sua semântica de vizinhança.
 Mas não foi assim (fato histórico) que os axiomas modais nasceram.

 De todo modo, a lógica como relação de consequência pode ser definida
 independentemente desta interpretação modal particular.

 Por outro lado, há até quem defenda, como Jean-Yves, que a lógica
 modal não é mais do que o estudo dos operadores unários.  Esta
 proposta particular, contudo, tem dois defeitos que me parecem graves:
 desconsidera operadores modais n-ários, e não explica o que é ser
 modal do ponto de vista da Lógica Universal.  De uma maneira ou de
 outra, é verdade que a maior parte da literatura sobre lógica modal
 não define o que é ser modal, do ponto de vista lógico.

 Joao Marcos

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Re: [Logica-l] logica modal et tout ca

2011-10-14 Por tôpico Tony Marmo
Muito obrigado, Jean-Yves pela resposta.

Eu gosto muito dos seus artigos e suspeitava que você não fosse exatamente
um reducionista. Mas, o reducionismo é uma tentação forte para toda a gente,
a que a gente só resiste com uma dose de ceticismo filosófico.

Em 14 de outubro de 2011 21:20, jean-yves beziau beziau...@gmail.comescreveu:

 Ola Tony e Joao Marcos

 Muito boa a discussao.
 Sobre minha posicao: nao sou reducionisto.
  importante e establecer connexoes entre sistemos logicos
 e mesmo que dois sistemos sejam equivalentes
 um sistemo e bom sobre uma certa perspectiva, outro e melhor sobre outra
 perspectiva
 a logica modal proposicional e muito interessante para tratar de
 fragementos da logica de primeiro ordem
  ou da logica de segunda ordem

 para mim logica modal e uma expressao ambigua,
 Podemos falar de logicas de Kripke (logicas que podem ser definidas com
 estruturas de Kripke),
 logicas matriciais   (logicas que podem ser definidas com matricias
 logicas)
  isto se aplica tambem a connectivos: connectivos de Kripke,
 connectivos matriciais, etc

 connexao entre necessario = tautologia, etc, se encontra no Tractatus,
 onde Wittgenstein fala que as nocoes modais nao podem ser consideradas com
 connectivos
 provavalemente porque ele pensava que nao era possivel misturar logica e
 metalogica,
 Carnap se inspirou do Wiitgenstein, e parece que foi ele o primeiro a
 argumentar que S5 era  endometalogica ...

 Um abraco, Jean-Yves



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Re: [Logica-l] S5 metalogica, paraconsitencia, mundos possiveis

2011-10-15 Por tôpico Tony Marmo
Sobre a indiscernibilidade sintática eu me refiro a precisamente o que
Walter Carnielli e Cláudio Pizzi explicam magnificamente no seu livro
relançado em Inglês.

Obrigado pelas demais provocações que vou pesquisar quando tiver tempo.

Em 15 de outubro de 2011 09:38, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

  Por outro lado, já faz muitos anos que Dugundji provou que não há uma
 matriz
  finita característica de S5.

 Mas há matrizes infinitas para todos os sistemas modais normais.  Além
 disso, como muitos deles possuem a _propriedade do modelo finito_
 (Harrop 1958), há mesmo assim procedimentos de decisão associados
 (McKinsey 1941), mesmo que às vezes não sejam muito eficientes ou
 tragam muito insight.

  Também, já faz muito tempo que se sabe que os
  sistemas de Lewis são indiscerníveis sintaticamente, que é preciso
  considerar uma semântica (de mundos) para os diferenciar.

 Como é que alguém poderia saber algo assim?!

 Não sei o que você quer dizer com indiscernibilidade sintática.  Por
 exemplo: a lógica clássica e a lógica intuicionista são indiscerníveis
 sintativamente? (certamente elas podem ser escritas _na mesma
 linguagem_)

 A discernibilidade entre as lógicas modais, vistas como relações de
 consequência, pode ser verificada usando resultados de independência,
 e recorrendo a algumas de suas metapropriedades.  Isto já era sabido
 há muito tempo, bem antes das semânticas de mundos, que são
 maravilhosas, pintarem por aí.  Quanto ao uso de semânticas
 características/adequadas para a mesma tarefa de distinção entre
 sistemas, _qualquer semântica_ em princípio serviria, desde que
 tivesse algumas características recursivas óbvias mínimas.

  Esses resultados são velhos e não creio que alguém os consiga derrubar.

 Eu sequer entendo o que significaria derrubar um resultado
 matemático, velho ou novo...

  Se, por outro lado, colocarmos a lógica modal dentro de uma tradição de
  lógicas intensionais, então há menos motivos para falar revisionismo.

 Para mim a expressão lógica intensional é ainda mais mal definida,
 muito mais mal definida, do que lógica modal.  Mas certamente
 acredito em definições ruins, como já exemplifiquei, para o caso da
 lógica modal, definições que não acertam nem por baixo nem por cima, e
 que não são úteis --- e, por consequência e otimismo, acredito também
 em outras melhores.
 JM


  Em 14 de outubro de 2011 18:43, Joao Marcos botoc...@gmail.com
 escreveu:
 
   Da minha parte, também creio que não podemos perder o espírito geral
 por
   detrás do arcabouço dos sistemas modais: fazer lógica modal consiste
 em
   primeiro pensar nos modelos, nas relações e nas suas propriedades e
   depois
   encontrar ou construir os axiomas, as regras de inferência, enfim,
 como
   diria o Chellas, os esquemas correspondentes.
 
  Este espírito geral sobre o qual você insiste é _revisionista_, Tony.
 
  Não discordo que seja maravilhoso pensar na lógica modal a partir de
  sua semântica relacional, ou a partir de sua semântica de vizinhança.
  Mas não foi assim (fato histórico) que os axiomas modais nasceram.
 
  De todo modo, a lógica como relação de consequência pode ser definida
  independentemente desta interpretação modal particular.
 
  Por outro lado, há até quem defenda, como Jean-Yves, que a lógica
  modal não é mais do que o estudo dos operadores unários.  Esta
  proposta particular, contudo, tem dois defeitos que me parecem graves:
  desconsidera operadores modais n-ários, e não explica o que é ser
  modal do ponto de vista da Lógica Universal.  De uma maneira ou de
  outra, é verdade que a maior parte da literatura sobre lógica modal
  não define o que é ser modal, do ponto de vista lógico.
 
  Joao Marcos

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Re: [Logica-l] sobre as sagradas origens de alguns sistemas modais consagrados

2011-10-25 Por tôpico Tony Marmo
Eu não consegui abrir o link da primeira mensagem.

Obrigado pela tentativa e pela vontade de questionar dogmatismos.

Em 24 de outubro de 2011 20:09, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 PessoALL:

 Há algum tempo eu perguntei aqui na lista se alguém teria uma cópia
 digital do livro abaixo discriminado.  Alguns colegas prestimosamente
 ofereceram fotocopiar o livro para mim.  Eu esperava, contudo, dispor
 de uma cópia digital mesmo, uma vez que já encomendei, como disse
 antes, uma cópia física de um sebo da Amazon.  Não tive sucesso.

 Enquanto isso, um colega me chamou a atenção para o fato de que,
 segundo a lei brasileira, o copyright sobre este livro na realidade
 ainda não expirou.  A Lei 9.610/1998 prevê que isto ocorre apenas 70
 anos após a morte dos autores.  Não deixa de me espantar, contudo, que
 o Google ainda não tenha se lembrado do conteúdo desta obra particular
 no seu afã de digitalização universal.  Talvez por que ainda haja
 alguma editora lucrando com isso.

 Agradeço de todo modo a todos os que deram atenção ao meu pedido.
 Joao Marcos

 PS1: A propósito, sobre editoras e conteúdos livres, achei que valeria
 mencionar que hoje é o primeiro dia da 5a Semana Internacional do
 Acesso Livre:
 http://www.openaccessweek.org/

 PS2: Reforço, se até aqui não ficou claro, que não estou fazendo
 apologia de pirataria.


 2011/10/12 Joao Marcos botoc...@gmail.com:
  PessoALL:
 
  Sabe-se que a hierarquia de sistemas modais normais S1-S5 nasceu no
  Apêndice II do livro:
 
   Symbolic Logic
   Clarence Irving Lewis  Cooper H. Langford, 1932
 
  O copyright dos autores deste livro já expirou faz tempo, mas mesmo
  assim parece que o Google se esqueceu de digitalizá-lo
  (
 http://books.google.com/books/about/Symbolic_logic.html?id=NWmuIAAJ).
 ..
   Alguém teria acesso a uma versão digital do histórico livro, ou
  poderia providenciar uma?  Há várias cópias do livro, por exemplo, nas
  bibliotecas da USP ou da UNICAMP, mas não tenho acesso a elas.
  Encomendei uma cópia ao sebo da Amazon, mas sempre é bom ter também um
  PDF.
 
  JM

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[Logica-l] SISTEMAS MODAIS ESTENDIDOS DE NÃO-CLÁSSICOS

2011-10-26 Por tôpico Tony Marmo
Caros amigos, colegas e mestres,

Como existe muita coisa sobre lógicas modais estendidas a partir da LPC,
pediria, por obséquio, referências que acharem capitais de lógicas modais
obtidas pela extensão de lógicas não-clássicas.

Obrigado.
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Re: [Logica-l] Teoremas de Gödel

2011-12-02 Por tôpico Tony Marmo
Li-o e considere-o uma crônica de ficção científica, quase a um estilo
borgeano! :D

Em 1 de dezembro de 2011 15:11, Décio Krause deciokra...@gmail.comescreveu:

 Caros lógicos
 Vejam o texto em http://carlarodrigues.uol.com.br/index.php/570
 sobre os teoremas (de incompletude, claro) de Gödel e tirem suas próprias
 conclusões. A autora é de uma capacidade incrível para dizer tolices sobre
 o que certamente não conhece.
 D.

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 Décio Krause
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Re: [Logica-l] Teoremas de Gödel

2011-12-04 Por tôpico Tony Marmo
Só fica uma pergunta: essa moça aceita que lhe expliquem direito as coisas
ou não?

O que me parece é que a jornalista queria mesmo escrever algo que lhe
pareceria interessante aos seus leitores e não algo que esclarecesse. Não
se sabe de onde ela tirou as informações para fazer o artigo, se as
informações estavam corretas ou não nas fontes que ela consulto, ou,
supondo-se que estivessem corretas, se as entendeu. O que me parece é que
ela colocou no artigo o que queria colocar, nem que para isso tivesse de
mudar o que ouviu ou leu, ou de construir conclusões sem verificar se
procediam mesmo do material que leu.

É uma pessoa que considera que a objetividade científica seja um mito e
usou de uma figura de autoridade para criar um artigo em defesa de sua
própria ideia. Como Goedel, Einstein e Heisenberg são figuras importantes
do século passado, nada melhor que usar os três para construir a sua versão
de como a objetividade científica teria sido demolida.

Mas, é nesse tipo de artigo que os jornalistas acreditam para vender jornal
ou atrair público. Provavelmente, supõe ela que falar de método axiomático,
do debate entre Hilbert e Browser, e do que realmente os teoremas de Goedel
tratam seja muito assunto pesado para um simples artigo e possivelmente
afastaria uma ampla gama de leitores.

Alguém se lembra de uma controvérsia entre um artigo da professora Marilena
Chauí e uma réplica de um professor do IMECC vários anos atrás? O professor
do IMECC corrigiu a apresentação de vários conceitos e criticava o fato de
que, ainda que aceites os conceitos do modo que ela os formulara, não se
entendia porque ela tirava certas conclusões deles.

Em 5 de dezembro de 2011 01:04, Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com
 escreveu:

 Ela me escreveu e vamos nos encontrar.


 2011/12/2 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com

 Li-o e considere-o uma crônica de ficção científica, quase a um estilo
 borgeano! :D

 Em 1 de dezembro de 2011 15:11, Décio Krause deciokra...@gmail.com
 escreveu:

  Caros lógicos
  Vejam o texto em http://carlarodrigues.uol.com.br/index.php/570
  sobre os teoremas (de incompletude, claro) de Gödel e tirem suas
 próprias
  conclusões. A autora é de uma capacidade incrível para dizer tolices
 sobre
  o que certamente não conhece.
  D.
 
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Re: [Logica-l] Teoremas de Gödel

2011-12-05 Por tôpico Tony Marmo
Não entendo como o princípio da incerteza de Heisenberg possa ser
interpretado figurativamente de modo a ajudar na psicanálise.

Mas, se ela insiste, quem sou eu para discordar?

Em 5 de dezembro de 2011 07:55, Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com
 escreveu:

 Tony,

 Não concordo com vc nessa avaliação, mas deixa pra lá. Conheço cabeça de
 jornalista porque sou filho de jornalista, e pai de jornalista - meu filho
 Pedro é um dos editores executivos de O Globo. Esse texto é um artigo de
 opinião, ensaio, e como ele, escrevi muita coisa assim, em 1968, no finado
 Correio da Manhã, e em 1974, em Opinião.

 Gênero esse artigo da Carla; vcs iam se horrorizar... Mas me diverti
 muito; em 68 era pós adolescente, e era gostoso ser citado na praia de
 domingo, e na antessala do Paissandu :))  Gloriosos tempos.

 Há uns meses o Cesar Benjamin escreveu um artigo citando o teorema de
 Goedel, a incompletude. Me ligou, expliquei pra ele. Não saiu perfeito, mas
 saiu legal. Fui devidamente citado, e responsabilizado, no texto final.
 (Cesar, editor da Contraponto e ex-candidato a vice da Heloisa Helena, é um
 fascinado por filosofia da ciência.)

 Conto um episódio recente, aliás descrito ao fim do livro com o Chaitin e
 Newton. Estava saindo com uma psicanalista lacaniana que um dia me diz - no
 meio de uma palestra minha - que o princípio da incerteza de Heisenberg é
 relevante para a psicanálise.

 Pensei um instante e expliquei, devagarinho, o Princípio da Incerteza. Do
 técnico ao intuitivo - como um teorema de álgebra linear, como o comutador
 não trivial de x e d/dx - e relacionei-o ~as variáveis canônicas q e p em
 mecânica clássica, igualmente de comutador não trivial, e enfim como algo
 intuitivo. E ela me sai com uma interpretação surpreendente e rica de
 significado.

 Foi divertido :))


 2011/12/5 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com

 Só fica uma pergunta: essa moça aceita que lhe expliquem direito as
 coisas ou não?

 O que me parece é que a jornalista queria mesmo escrever algo que lhe
 pareceria interessante aos seus leitores e não algo que esclarecesse. Não
 se sabe de onde ela tirou as informações para fazer o artigo, se as
 informações estavam corretas ou não nas fontes que ela consulto, ou,
 supondo-se que estivessem corretas, se as entendeu. O que me parece é que
 ela colocou no artigo o que queria colocar, nem que para isso tivesse de
 mudar o que ouviu ou leu, ou de construir conclusões sem verificar se
 procediam mesmo do material que leu.

 É uma pessoa que considera que a objetividade científica seja um mito e
 usou de uma figura de autoridade para criar um artigo em defesa de sua
 própria ideia. Como Goedel, Einstein e Heisenberg são figuras importantes
 do século passado, nada melhor que usar os três para construir a sua versão
 de como a objetividade científica teria sido demolida.

 Mas, é nesse tipo de artigo que os jornalistas acreditam para vender
 jornal ou atrair público. Provavelmente, supõe ela que falar de método
 axiomático, do debate entre Hilbert e Browser, e do que realmente os
 teoremas de Goedel tratam seja muito assunto pesado para um simples artigo
 e possivelmente afastaria uma ampla gama de leitores.

 Alguém se lembra de uma controvérsia entre um artigo da professora
 Marilena Chauí e uma réplica de um professor do IMECC vários anos atrás? O
 professor do IMECC corrigiu a apresentação de vários conceitos e criticava
 o fato de que, ainda que aceites os conceitos do modo que ela os formulara,
 não se entendia porque ela tirava certas conclusões deles.

 Em 5 de dezembro de 2011 01:04, Francisco Antonio Doria 
 famado...@gmail.com escreveu:

 Ela me escreveu e vamos nos encontrar.


 2011/12/2 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com

 Li-o e considere-o uma crônica de ficção científica, quase a um estilo
 borgeano! :D

 Em 1 de dezembro de 2011 15:11, Décio Krause deciokra...@gmail.com
 escreveu:

  Caros lógicos
  Vejam o texto em http://carlarodrigues.uol.com.br/index.php/570
  sobre os teoremas (de incompletude, claro) de Gödel e tirem suas
 próprias
  conclusões. A autora é de uma capacidade incrível para dizer tolices
 sobre
  o que certamente não conhece.
  D.
 
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Re: [Logica-l] Teoremas de Gödel

2011-12-05 Por tôpico Tony Marmo
Colocadas as coisas assim, fica mais claro.

Mas, voltando à Carla, que eu não conheço pessoalmente, parece ser do
estilo dela escrever artigos como o citado. Aqui vai um trecho de outro
artigo:

A metafísica seria uma forma de pensar o múltiplo a partir do um, o outro a
partir do mesmo, o diferente a partir do idêntico, a alteridade como uma
alteração do mesmo, o diferente como uma degradação da identidade. É sob
essa inspiração que pretendo discutir a diferença sexual e a articulação
entre feminino - esse outro pensado na tradição a partir do mesmo -,
alteridade e ética.

Partindo de proposições formuladas por Elizabeth Grosz, Tina Chanter e
Drucilla Cornell e em diálogo com Emmanuel Lévinas e Jacques Derrida, este
artigo articula feminilidade, neutralidade e o lugar da diferença sexual a
fim de pensar como, se o neutro se confunde ao masculino, e é anterior à
diferença sexual, então neutralidade e masculinidade se confundem e se
sobrepõem. A partir desse suposto neutro - que carrega nele a marca
implícita do masculino - a filosofia formula a pergunta o que é, tomando
o neutro (masculino) como padrão para definir o outro (feminino) numa
perspectiva que essencializa o outro pelas suas diferenças. Ou, para ficar
nos termos com que Sylviane Agacinski define a metafísica, a pergunta o
que é se responde pensando o feminino (outro) como uma alteração do
masculino (mesmo/neutro).

Postular a pergunta o que é a mulher já seria uma forma metafísica e
essencialista de pensar sobre o feminino, como argumenta Chanter, para quem
a origem dos essencialismos sobre o feminino se localiza nesta equação: ao
tomar o neutro como masculino, a tradição precisa definir a mulher a partir
da pergunta o que é. Chanter seguirá os passos de Derrida ao dizer que a
diferença sexual já nasce como uma forma de secundarizar o feminino e o
pretensamente neutro aparece na tradição filosófica como masculino. Meu
interesse aqui é pensar a neutralidade como um totalizador que elimina as
diferenças, e pensar a diferença sexual como elemento que secundariza a
mulher.

Lévinas buscou nas reflexões sobre diferença sexual a impossibilidade de
afirmação do neutro como sinônimo de humano. Se mesmo assim o fez dentro de
uma matriz androcêntrica, como tão bem aponta Derrida, isso não impede que
se possa reconhecer a importância de um pensamento que, desde muito cedo,
associou feminino, alteridade e ética.

O artigo dela segue por aí a fora. Parece que ela escreveu toda uma tese de
doutorado assim! Como diria a Simone de Beauvoir, Sacré Coeur!

Em 5 de dezembro de 2011 10:07, Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com
 escreveu:

 Explico: disse à moça, que, intuitivamente, no princípio da incerteza,
 temos duas grandezas - fenômenos, etc - acoplados, e tais que, definindo-se
 um deles, o outro se torna indefinido. E ela me deu exemplos, em
 psicanálise, de tais entidades acopladas.


 2011/12/5 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com


 Não entendo como o princípio da incerteza de Heisenberg possa ser
 interpretado figurativamente de modo a ajudar na psicanálise.

 Mas, se ela insiste, quem sou eu para discordar?

 Em 5 de dezembro de 2011 07:55, Francisco Antonio Doria 
 famado...@gmail.com escreveu:

 Tony,

 Não concordo com vc nessa avaliação, mas deixa pra lá. Conheço cabeça de
 jornalista porque sou filho de jornalista, e pai de jornalista - meu filho
 Pedro é um dos editores executivos de O Globo. Esse texto é um artigo de
 opinião, ensaio, e como ele, escrevi muita coisa assim, em 1968, no finado
 Correio da Manhã, e em 1974, em Opinião.

 Gênero esse artigo da Carla; vcs iam se horrorizar... Mas me diverti
 muito; em 68 era pós adolescente, e era gostoso ser citado na praia de
 domingo, e na antessala do Paissandu :))  Gloriosos tempos.

 Há uns meses o Cesar Benjamin escreveu um artigo citando o teorema de
 Goedel, a incompletude. Me ligou, expliquei pra ele. Não saiu perfeito, mas
 saiu legal. Fui devidamente citado, e responsabilizado, no texto final.
 (Cesar, editor da Contraponto e ex-candidato a vice da Heloisa Helena, é um
 fascinado por filosofia da ciência.)

 Conto um episódio recente, aliás descrito ao fim do livro com o Chaitin
 e Newton. Estava saindo com uma psicanalista lacaniana que um dia me diz -
 no meio de uma palestra minha - que o princípio da incerteza de Heisenberg
 é relevante para a psicanálise.

 Pensei um instante e expliquei, devagarinho, o Princípio da Incerteza.
 Do técnico ao intuitivo - como um teorema de álgebra linear, como o
 comutador não trivial de x e d/dx - e relacionei-o ~as variáveis canônicas
 q e p em mecânica clássica, igualmente de comutador não trivial, e enfim
 como algo intuitivo. E ela me sai com uma interpretação surpreendente e
 rica de significado.

 Foi divertido :))


 2011/12/5 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com

 Só fica uma pergunta: essa moça aceita que lhe expliquem direito as
 coisas ou não?

 O que me parece é que a jornalista queria mesmo escrever algo que lhe
 pareceria interessante aos

Re: [Logica-l] Teoremas de Gödel

2011-12-05 Por tôpico Tony Marmo
Caro Décio,

O artigo que eu citei, em que ela tenta fazer metafísica dos gêneros, está
no link:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextpid=S0104-026X201100024lng=ennrm=isotlng=pt

O blog dela que tem outras produções no mesmo estilo ou linha é o
seguinte:
http://carlarodrigues.uol.com.br/

Todos os artigos dela, com ou sem referência à lógica, matemática ou outras
ciências, parecem ser desse mesmo modo.

Nada contra a subjetividade, mas meus professores de teoria literária na
Unicamp me diziam que somente com subjetividade não se faz crítica
literária e me deram vários exemplos de análises literárias que não
analisavam nada. Se ainda se acrescentar o império das miscelânias aos
oceanos da subjetividade, não vejo filosofia nisso. Mas, enfim, respeito a
moça que nem conheço e sua vontade de escrever sobre assuntos filosóficos.

Em 5 de dezembro de 2011 10:32, Decio Krause deciokra...@gmail.comescreveu:

 Tony
 Realmente incrível. Pode dar as referências? É sempre bom ter alguns
 contra-exemplos na manga. A mulher é realmente incrível!!
 D
 
 Decio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
 deciokrause[at]gmail.com
 www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 
 He [God] will never choose among indiscernibles
 (G.W.Leibniz)
 [But] He (God) would never choose among discernibles too. (M. Franciotti)










 Em 05/12/2011, às 10:18, Tony Marmo escreveu:

 Colocadas as coisas assim, fica mais claro.

 Mas, voltando à Carla, que eu não conheço pessoalmente, parece ser do
 estilo dela escrever artigos como o citado. Aqui vai um trecho de outro
 artigo:

 A metafísica seria uma forma de pensar o múltiplo a partir do um, o outro a
 partir do mesmo, o diferente a partir do idêntico, a alteridade como uma
 alteração do mesmo, o diferente como uma degradação da identidade. É sob
 essa inspiração que pretendo discutir a diferença sexual e a articulação
 entre feminino - esse outro pensado na tradição a partir do mesmo -,
 alteridade e ética.

 Partindo de proposições formuladas por Elizabeth Grosz, Tina Chanter e
 Drucilla Cornell e em diálogo com Emmanuel Lévinas e Jacques Derrida, este
 artigo articula feminilidade, neutralidade e o lugar da diferença sexual a
 fim de pensar como, se o neutro se confunde ao masculino, e é anterior à
 diferença sexual, então neutralidade e masculinidade se confundem e se
 sobrepõem. A partir desse suposto neutro - que carrega nele a marca
 implícita do masculino - a filosofia formula a pergunta o que é, tomando
 o neutro (masculino) como padrão para definir o outro (feminino) numa
 perspectiva que essencializa o outro pelas suas diferenças. Ou, para ficar
 nos termos com que Sylviane Agacinski define a metafísica, a pergunta o
 que é se responde pensando o feminino (outro) como uma alteração do
 masculino (mesmo/neutro).

 Postular a pergunta o que é a mulher já seria uma forma metafísica e
 essencialista de pensar sobre o feminino, como argumenta Chanter, para quem
 a origem dos essencialismos sobre o feminino se localiza nesta equação: ao
 tomar o neutro como masculino, a tradição precisa definir a mulher a partir
 da pergunta o que é. Chanter seguirá os passos de Derrida ao dizer que a
 diferença sexual já nasce como uma forma de secundarizar o feminino e o
 pretensamente neutro aparece na tradição filosófica como masculino. Meu
 interesse aqui é pensar a neutralidade como um totalizador que elimina as
 diferenças, e pensar a diferença sexual como elemento que secundariza a
 mulher.

 Lévinas buscou nas reflexões sobre diferença sexual a impossibilidade de
 afirmação do neutro como sinônimo de humano. Se mesmo assim o fez dentro de
 uma matriz androcêntrica, como tão bem aponta Derrida, isso não impede que
 se possa reconhecer a importância de um pensamento que, desde muito cedo,
 associou feminino, alteridade e ética.

 O artigo dela segue por aí a fora. Parece que ela escreveu toda uma tese de
 doutorado assim! Como diria a Simone de Beauvoir, Sacré Coeur!

 Em 5 de dezembro de 2011 10:07, Francisco Antonio Doria 
 famado...@gmail.com

 escreveu:


 Explico: disse à moça, que, intuitivamente, no princípio da incerteza,

 temos duas grandezas - fenômenos, etc - acoplados, e tais que, definindo-se

 um deles, o outro se torna indefinido. E ela me deu exemplos, em

 psicanálise, de tais entidades acopladas.



 2011/12/5 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com



 Não entendo como o princípio da incerteza de Heisenberg possa ser

 interpretado figurativamente de modo a ajudar na psicanálise.


 Mas, se ela insiste, quem sou eu para discordar?


 Em 5 de dezembro de 2011 07:55, Francisco Antonio Doria 

 famado...@gmail.com escreveu:


 Tony,


 Não concordo com vc nessa avaliação, mas deixa pra lá. Conheço cabeça de

 jornalista porque sou filho de jornalista, e pai de jornalista - meu filho

 Pedro é um dos editores executivos de O Globo. Esse texto é um

Re: [Logica-l] Teoremas de Gödel

2011-12-05 Por tôpico Tony Marmo
Não desvalorizo. Mas, acho que é muito subjetivo e muito miscelânico o
estilo dela. Serve para fazer ficção, crônicas e jornalismo. Mas, não
consigo ver filosofia em trabalhos assim.

Se ela se informa ou não antes de escrever as coisas não sei. Se se
informa, modifica muito o que lhe foi passado.

Não sei como o seu estilo de filosofar seria próximo do dela, todavia. Acho
que você gosta do que ela faz, mas não posso dizer que vocês tenham
maneiras de pensar muito próximos ou diferentes.

Em 5 de dezembro de 2011 20:09, Francisco Antonio Doria famado...@gmail.com
 escreveu:

 Por que vocês desvalorizam um estilo de pensar longe do de vcs,
 contraditório ao de vcs?

 É próximo, no entanto, ao meu.


 2011/12/5 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com

 Caro Décio,

 O artigo que eu citei, em que ela tenta fazer metafísica dos gêneros, está
 no link:

 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextpid=S0104-026X201100024lng=ennrm=isotlng=pt

 O blog dela que tem outras produções no mesmo estilo ou linha é o
 seguinte:
 http://carlarodrigues.uol.com.br/

 Todos os artigos dela, com ou sem referência à lógica, matemática ou
 outras
 ciências, parecem ser desse mesmo modo.

 Nada contra a subjetividade, mas meus professores de teoria literária na
 Unicamp me diziam que somente com subjetividade não se faz crítica
 literária e me deram vários exemplos de análises literárias que não
 analisavam nada. Se ainda se acrescentar o império das miscelânias aos
 oceanos da subjetividade, não vejo filosofia nisso. Mas, enfim, respeito a
 moça que nem conheço e sua vontade de escrever sobre assuntos filosóficos.

 Em 5 de dezembro de 2011 10:32, Decio Krause deciokra...@gmail.com
 escreveu:

  Tony
  Realmente incrível. Pode dar as referências? É sempre bom ter alguns
  contra-exemplos na manga. A mulher é realmente incrível!!
  D
  
  Decio Krause
  Departamento de Filosofia
  Universidade Federal de Santa Catarina
  88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
  deciokrause[at]gmail.com
  www.cfh.ufsc.br/~dkrause
  
  He [God] will never choose among indiscernibles
  (G.W.Leibniz)
  [But] He (God) would never choose among discernibles too. (M.
 Franciotti)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Em 05/12/2011, às 10:18, Tony Marmo escreveu:
 
  Colocadas as coisas assim, fica mais claro.
 
  Mas, voltando à Carla, que eu não conheço pessoalmente, parece ser do
  estilo dela escrever artigos como o citado. Aqui vai um trecho de outro
  artigo:
 
  A metafísica seria uma forma de pensar o múltiplo a partir do um, o
 outro a
  partir do mesmo, o diferente a partir do idêntico, a alteridade como uma
  alteração do mesmo, o diferente como uma degradação da identidade. É sob
  essa inspiração que pretendo discutir a diferença sexual e a articulação
  entre feminino - esse outro pensado na tradição a partir do mesmo -,
  alteridade e ética.
 
  Partindo de proposições formuladas por Elizabeth Grosz, Tina Chanter e
  Drucilla Cornell e em diálogo com Emmanuel Lévinas e Jacques Derrida,
 este
  artigo articula feminilidade, neutralidade e o lugar da diferença
 sexual a
  fim de pensar como, se o neutro se confunde ao masculino, e é anterior à
  diferença sexual, então neutralidade e masculinidade se confundem e se
  sobrepõem. A partir desse suposto neutro - que carrega nele a marca
  implícita do masculino - a filosofia formula a pergunta o que é,
 tomando
  o neutro (masculino) como padrão para definir o outro (feminino) numa
  perspectiva que essencializa o outro pelas suas diferenças. Ou, para
 ficar
  nos termos com que Sylviane Agacinski define a metafísica, a pergunta o
  que é se responde pensando o feminino (outro) como uma alteração do
  masculino (mesmo/neutro).
 
  Postular a pergunta o que é a mulher já seria uma forma metafísica e
  essencialista de pensar sobre o feminino, como argumenta Chanter, para
 quem
  a origem dos essencialismos sobre o feminino se localiza nesta equação:
 ao
  tomar o neutro como masculino, a tradição precisa definir a mulher a
 partir
  da pergunta o que é. Chanter seguirá os passos de Derrida ao dizer
 que a
  diferença sexual já nasce como uma forma de secundarizar o feminino e o
  pretensamente neutro aparece na tradição filosófica como masculino. Meu
  interesse aqui é pensar a neutralidade como um totalizador que elimina
 as
  diferenças, e pensar a diferença sexual como elemento que secundariza a
  mulher.
 
  Lévinas buscou nas reflexões sobre diferença sexual a impossibilidade de
  afirmação do neutro como sinônimo de humano. Se mesmo assim o fez
 dentro de
  uma matriz androcêntrica, como tão bem aponta Derrida, isso não impede
 que
  se possa reconhecer a importância de um pensamento que, desde muito
 cedo,
  associou feminino, alteridade e ética.
 
  O artigo dela segue por aí a fora. Parece que ela escreveu toda uma
 tese de
  doutorado assim! Como diria a Simone de Beauvoir, Sacré Coeur!
 
  Em 5 de dezembro de 2011 10:07, Francisco

Re: [Logica-l] Lista Acadêmica de Lógica

2011-12-06 Por tôpico Tony Marmo
Rodrigo,

Como o que você escreveu pode servir para todos aqui que citaram ou
analisaram a produção da Carla Rodrigues, acho-me no direito de me
defender, ainda que meu nome particular você não tenha explicitamente
referido.

Quero dizer o seguinte: que em todos os meus posts eu escrevi textualmente
que respeito a jornalista citada. Jamais falei mal dela. Fiz as análises
que achei pertinente de modo construtivo. Ela tem seu próprio jeito de
fazer jornalismo e tem objetivos com isso. Não há ofensa em dizer isto.
Mas, ainda assim, o nosso respeito por ela não nos obriga a achar que tudo
o que ela escreve procede, é bem pensado ou é verdade.

Tampouco seria o caso de necessariamente responder a ela em seu próprio
blog, visto que não compartilho com os objetivos ou pressupostos do
jornalismo dela. Afinal de contas, eu também poderia estar analisando um
texto escrito por um Testemunha de Jeová sobre Darwinismo, mas não teria
por isso que ir a um Salão do Reino fazer a contra-pregação. Aliás, neste
último caso, nem sequer seria correto fazer isto.

Em 6 de dezembro de 2011 18:37, Rodrigo Oliveira
rodrigo@hotmail.comescreveu:



 Aqui fico eu pensando: uma manifestação no blog da mulher, dando a ela a
 oportunidade de se explicar, acabou não rolando... Mas falar mal dela nos
 bastidores, sem direito a defesa vale? Já ouviram falar no artigo do
 Margutti sobre a desconversação dos filósofos brasileiros? Este é um
 exemplo típico.Compartilho da mesma indignação que você Ricardo.
 Rodrigo

  From: rica...@cle.unicamp.br
  Date: Tue, 6 Dec 2011 11:57:00 -0200
  To: logica-l@dimap.ufrn.br
  Subject: [Logica-l] Lista Acadêmica de Lógica
 
  Prezados.
 
  Participo desta lista, se não me engano, desde 2006, ou seja, faz, pelo
  menos, 5 anos, e certamente muitas informações úteis a mim foram
  apresentadas e discutidas aqui, ou seja, ela se constitui em um
 instrumento
  indispensável a quem quer se manter atualizado na área.
 
  Apesar disso, estou prestes a sair dela e gostaria de me manifestar
  explicando o porquê.
 
  Penso que algumas pessoas não se dão conta de que esta é uma lista
 pública
  (atualmente com quase 400 membros, além de ser aberta à consulta pela
  internet) e se comportam como se estivessem em privativo.
 
  Nada contra, se justamente a lista não fosse pública e se não
 recebêssemos
  todas essas mensagens em nossas caixas de e-mail diariamente (mas, parece
  haver pessoas que, mesmo sabendo disso, pouco, ou quase nada, se importam
  com os outros).
 
  É horrível, mas cheguei a conclusão de que a existência um moderador é
  necessária a listas de discussões como esta, pois, neste caso, as pessoas
  viriam a se inteirar das netquetas (por exemplo, aquelas citadas na
 página
  inicial da lista
 
  http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l
 
  com o endereço
 
  http://www.icmc.usp.br/manuals/BigDummy/netiqueta.html
 
  mas que também poderia ser
 
  http://pt.wikipedia.org/wiki/Netiqueta)
 
  Em termos da nossa comunidade, não teria nada contra a existência de uma
  lista como esta (onde as pessoas podem expressar o que bem entendem e da
  forma com que bem entendem), se também houvesse outra lista que
 contivesse
  apenas informações (de eventos, artigos, livros, etc.) ou, simplesmente,
 na
  qual a netqueta ou, o que dá no mesmo, os membros, fossem respeitados.
 
  Abraços,
  Ricardo.
  --
  Dr. Ricardo Pereira Tassinari
  Departamento de Filosofia
  UNESP - FFC/Marília
  www.marilia.unesp.br/ricardotassinari
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[Logica-l] FELIZ NATAL E CHANUKAH SAMEACH

2012-01-18 Por tôpico Tony Marmo
Amigos, mestres e colegas,

Na noite de hoje, nos lares trocam-se presentes. Alguns adornam a árvore de
Natal em homenagem ao menino que nasce e outros ascendem mais uma vela na
Chanukia.
O espírito é o mesmo, o mesmo milagre da vida: que essa luz e essa criança
possam nascer em cada um de nós e nos iluminar.
Boas festas!

http://www.youtube.com/watch?v=mb3ZEcJyE4A
http://www.youtube.com/watch?v=sqKn5R0rtbw
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Re: [Logica-l] Gowers and Elsevier

2012-01-22 Por tôpico Tony Marmo
A Elsevier tem muito nome, é fato. Mas, o melhor da produção científica
cada vez mais está disponível sem custo pela internet.

Em 22 de janeiro de 2012 02:11, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

  Se você  está  a  par de detalhes,  acho seria o caso  de  postar (eu
  não posto porque realmente  não sei).

 Viva, Walter.  Não estou a par de detalhes alguns a este respeito.  Em
 particular, não sei dizer nada sobre a época em que o tal Felipe Pait
 que você citou teria feito seu comentário, mas qualquer um pode ver
 que http://www.periodicos.capes.gov.br/ não assina atualmente a base
 Elsevier (talvez simplesmente porque ela seja extorsivamente cara).

 Prevejo de todo modo que isto não alterará os hábitos dos
 pesquisadores brasileiros de trabalharem de graça para estes caras em
 troca de pontos de impacto com a CAPES, como você mesmo apontou.
 Por exemplo, nós dois já fomos, juntos, editores (muito antes deste
 assunto vir à tona) de uma edição especial do Journal of Applied
 Logic.

 Abraços,
 Joao Marocs

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Re: [Logica-l] As academias...

2012-01-24 Por tôpico Tony Marmo
Eu não conheço nenhuma das duas, desculpem-me. Qual seria o problema de uma
ou de outra?

Em todo caso, existe um modelo de Academia que, segundo dizem, veio da
França e foi seguido pela ABL que consiste em metade de literatos e metade
de representantes do establishment. Esse modelo até hoje desagrada
escritores e filólogos em geral. Somente a família Sarney e similares
gostam dele.

Monteiro Lobato e Carlos Drummond de Andrade recusaram-se a ter cadeiras na
instituição justamente por causa disso.

Em 24 de janeiro de 2012 14:02, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

   Foca aqui a  provocação do João:
 
  Finalmente, será que alguém gostaria de dizer algo aqui _em defesa_ da
 ABF?
 
  E-- já que estamos em clima de  Bastilha-- alguém gostaria de dizer
  algo aqui  em defesa da Academia Brasileira  de Ciências?

 Você colocaria a ABF e a ABC na mesma categoria, Walter?

 JM

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Re: [Logica-l] A Revolution in Mathematics?

2012-01-26 Por tôpico Tony Marmo
Na verdade já há muito tempo foram propostas e implementadas novas maneiras
de ensinar matemática, diferentes dos métodos de ensino do século XIX.
Reporto, por exemplo, a coleção de Matemática Ensino Programado para o
ginásio e Biblioteca da Matemática para o científico de Antonio Marmo de
Oliveira, juntamente com Desenho Geométrico Ensino Programado de
Agostinho Silva, publicados nos anos 1960 e 70 pela Editora Lisa. O ensino
programado como proposta esteve em voga nos EUA antes de aparecer por cá,
mas uma parte das propostas foi da experiência docentes dos autores em
salas, que eles puderam inclusive aplicar em aulas pela Televisão (ao vivo
e preto e branco).

Em 26 de janeiro de 2012 10:48, Rodrigo Freire freires...@gmail.comescreveu:

 Olá João


 Li alguns parágrafos, mas não li tudo. O artigo é interessante, sem dúvida,
 mas não gostei não.

 A primeira tese é uma tese de educação (pág. 31):

 First, precollege mathematics
 education is still based on nineteenth-century
 methodology, and it seems to me that we will not
 get satisfactory outcomes until this changes

 Discordo completamente. Não sou educador matemática mas algumas observações
 simples esclarecem a situação. Para aprender matemática primeiro é preciso
 adquirir fluência na manipulação das noções matemáticas sem definições
 precisas, depois apreender a estrutura. Não se aprende a estrutura das
 frases antes de falar com fluência ou mesmo ler e escrever com fluência.

  Depois, a college mathematics, o cálculo diferencial e integral, está em
 continuidade com essa matemática interpretada, sem definições muito
 precisas, a lá séc. XIX. E não dá para fazer cálculo de um modo preciso nos
 primeiros anos de faculdade, com uma definição precisa de integral de
 superfície, etc. A mudança na matemática da escola que propõe Quinn gera
 uma situação curiosa: no colégio a matemática seria mais precisa que na
 faculdade. O momento da definição na matemática universitária começa bem
 devagar em álgebra linear e depois em análise na reta, lá pelo terceiro
 ano.

 Ele fala da geometria, do Hilbert, etc. Desinterpretar a geometria tem os
 seus propósitos, mas não dá para aprender geometria pensando que reta é
 cerveja. Talvez a melhor opção para curso de geometria da universidade seja
 o Euclides. Já vi professores que testaram os textos mais modernos
 afirmarem isso. Para pre-college nem se fala.


 Depois tem essa coisa dele (pág. 33):

 Philosophers controlled words such as “reality”,
 “knowledge”, “infinite”, “meaning”, “truth”, and
 even “number”, and these were interpreted in ways
 unfriendly to the new mathematics.

 Não entendi esse negócio de unfriendly to the new mathematics. Me parece
 que para ele todo filósofo é empirista. Mas ele continua:

 In practice mathematicians do find that their world
 has meaning and at least a psychological reality

 Aparentemente Quinn pensa que os filósofos negam que a matemática tem
 sentido ou mesmo que exista uma realidade psicológica!? Depois ele continua
 com a sua visão da filosofia que eu nem vou comentar.

 Mais no fim do artigo ele afirma que Hilbert perdeu oportunidades. Entre
 essas oportunidades ele destaca (pág. 36):

 Hilbert had proposed a precise technical meaning
 for “true”, namely, “provable from axioms that
 themselves could be shown to be consistent”. But
 ten years later Gödel showed that in the usual formulation
 of arithmetic there are statements that
 are impossible to contradict but not provable in
 Hilbert’s sense. In particular, consistency of the system
 could not be proved within the system. This was
 seen as a refutation of Hilbert’s proposal. Ironically,
 it had the same practical consequences because it
 established “impossible to contradict” as the precise
 mathematical meaning of “true”. 

 O Quinn acha que impossible to contradict é a definição precisa adequada
 de verdade matemática que torna o teorema de Godel uma confirmação das
 propostas de Hilbert (leia o que ele escreve logo depois do trecho que eu
 destaquei).
 Bom a hipótese do continuo e sua negação são ambas impossible to
 cotrandict no único sentido que posso entender isso, então a noção de
 verdade do Quinn dá o resultado que ambas são verdadeiras.

 Ele também acha que Hilbert perdeu oportunidades com relação ao terceiro
 excluído (pág. 34):

 If he had said the following, it would have caused
 an uproar:

 Excluded-middle arguments are unreliable
 in many areas of knowledge, but
 absolutely essential in mathematics.
 Indeed we might define mathematics
 as the domain in which excluded-
 middle arguments are valid. Instead of
 debating whether or not it is true, we
 should investigate the constraints it
 imposes on our subject.

 Se ele não confia no terceiro excluído nem em outros domínios do
 conhecimento o que ele quer dizer com absolutamente essencial em
 matemática? Matemática é definida, segundo Quinn, como o domínio do
 terceiro excluído. Acho que isso inclui bem mais do que é normalmente
 chamado de 

Re: [Logica-l] Porque não vou boicotar somente a Elsevier

2012-01-28 Por tôpico Tony Marmo
Caro Walter,

De fato, isto que você diz acontece muito: os artigos vão para referees que
ou são totalmente contrários às ideias, ou não estão por dentro do assunto.
Na linguística, houve um sujeito que escreveu uma resposta a um tópico
abordado no (que era então ) o mais recente artigo escrito por Noam
Chomsky. O referee disse que citar Chomsky era não estar conectado com o
que se fazia na atualidade. Como eu li o relatório do referee, supostamente
anônimo, advinhei quem era e escrevi-lhe uma resposta: ele me retornou
perguntando como eu tinha descoberto que era ele, se o editor tinha
revelado seu nome etc.

Eu não posso falar das demais editoras. Todavia, conheço os bastidores de
pelo menos uma publicação da Elsevier, cujo editor garante que somente
artigos sem relevância sejam publicados nela. Infelizmente, o mesmo grupo
por detrás do debacle da publicação consegue interferir no andamento de
outras fora da própria Elsevier. Mas, não dá para boicotar esse grupo, pois
quem consegue publicar na revista deles não quer outra vida.

Em 28 de janeiro de 2012 23:40, Walter Carnielli walter.carnie...@gmail.com
 escreveu:

 Colegas:

 algumas  postagens  nesta Lista discutem  os  problemas dos pacotes
 que Elsevier quer  empurar nas bibliotecas,
 e  as  propostas do matemático Timothy Gowers. Medalha  Fields em
 1998,  ver  em:
 http://gowers.wordpress.com/2012/01/23/httpthecostofknowledge-com/

 Para responder  a algumas provocações  do João Marcos sobre  quem no
 Brasil teria coragem de  assinar a
 lista  do  boicote  e  se recusar a atuar como referee   para
 revistas da Elsevier , gostaria de  oferecer  (um pouco em uníssono
 com
 a  Valéria de  Paiva)  as seguintes ponderações:

 i)  A Elsevier é de fato culpada de tudo  (ou quase tudo)  de que a
 acusam, disso  não tenho dúvidas. Mas  não é a única:
 as outras  duas mastodônticas,  Springer e Wiley,  que  dominam  o
 mercado  junto com a Elsevier, agem da  mesma forma.
 A Springer força agora os  autore a  pagarE-danz,  uma empresa
 coligada  que  melhora  a aceitabilidade de artigos.

 ii) Não podemos orientar  nossos estudantes a  não publicar na
 Elsevier, sob pena de arriscarmos sua carreira. E se  não os
 orientássemos a  não publicar pela  Elsevier, porque sim pela Springer
 ou  Wiley?

 iii) E se alguém submete,  outro alguém vai ter que   atuar como
 referee.  Poderíamos quimericamente forçar a  Elsevei a pagar  os
 referees,
 mas e as outras? E quem  atua como referee enquanto isso não acontece?

 Para esclarecer  o  ponto, enumero abaixo as revistas  para as quais
 trabalho gratuitamente, mas que também me garantem
 uma certa visibilidade e uma margem de ação. Uma delas  é da Elsevier,
  outra  da Springer, uma da  Oxford,  uma  da Hermés, três da College
  Publications, e três independentes. Mas a  College  Publications,
 por exemplo,  não parece muito melhor com os autores que as  outras,
 embora  o preço seja  menor  que os da  Elsevier e Springer.

 Isso representa  para mim um verdadeiro dilema  moral:  assinaria um
 boicote que  fosse contraˆtodas * as publicações comerciais,
 mas  enquanto não temos  alternativa,  não vejo  como privar a ciência
 do fluxo de  publicações.

 Por  outro lado, nas  revistas em que figuro como membro  do Editorial
 Board  ou co-editor (abaixo)  já tive a oportunidade de  atuar a favor
 de  muitos   colegas,  jovens e menos jovens, garantindo  que   seus
 artigos fossem para  referees  adequados e que recebessem um
 tratamento coreto dos editores. quem trabalho com isso sabe que é
 fácil para um editor enviar uma  submissão exatamente  para quem é
 contrario  ao assunto, e conseguir  um parecer  anônimo negativo.

 [  ]s.

 Walter
 ==
 1) CLE  e-Prints, Editor-= CLE- UNICAMP
 http://www.cle.unicamp.br/e-prints/

 2) IGPL Journal-  Oxford Journals
 Membro do Editorial Board de Reports on Mathematical Logic.
 Collecting Editor do The Journal of Applied Non-Classical Logic
 (JANCL).


 3) Reports on Mathematical Logic - Jagiellonian University Press, Cracóvia
 http://www.iphils.uj.edu.pl/rml/rml.htm


 4) Journal of Logic and Computation  - Oxford  Journals
 http://logcom.oupjournals.org
 Non-Classical Logic Corner (editor, com Heinrich Wansing)

 5) Journal of Applied Logic - Elsevier
 http://www.sciencedirect.com/science/journal/15708683

 6) Logica Universalis-   Birkhäuser/ Springer

 http://www.springer.com/birkhauser/mathematics/journal/11787?detailsPage=editorialBoard

 7) Logic and Logical Philosophy-   Nicolaus Copernicus University, Torún
  Review Editor
 http://www.logika.umk.pl/llp/people.html

 8)  Filosofia contemporânea e história da filosofia - College Publications
 http://www.collegepublications.co.uk/filosofia/

 9) Cahiers de Logique et d’Épistémologie- - College Publications
 http://www.collegepublications.co.uk/cahiers/

 10) Cuadernos de lógica, epistemología y lenguaje- College Publications
 http://www.collegepublications.co.uk/cuadernos/


 Durante  muitos anos participei  

Re: [Logica-l] Salman Khan: revolução ou falta de assunto?

2012-02-05 Por tôpico Tony Marmo
De vez em quando também aparecem umas reportagens sobre behaviourism como
se fosse uma grande novidade.

Em 5 de fevereiro de 2012 22:06, Walter Carnielli 
walter.carnie...@gmail.com escreveu:

 Colegas,

 eu já acho uma bobagem-- a Veja  copia (sempre, e com o mesmo
 delay)  Newsweek,  Business Week e NY TImes:

 http://opinionator.blogs.nytimes.com/2011/04/18/a-better-way-to-teach-math/

 A Veja e  o Gilberto Demesntein vendem  como grande  ideia  uma
 bobagem que todo  professor de escola elementar e curso  supletivo já
 faz. Ainda   mais, o Salman Kahn  ensina   em grãos,  sem e conexão
  com nada e  sem argumentos.Só  enfia  conceitos   elementares
 guela abaixo.



 http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/1039668-extraordinarias-aulas-de-graca.shtml


 E as  versões brasileiras são horrívels, com aquelas pausas de
 History Chanel e  National Geographic...
 não vejo revolução  nenhuma, só  propaganda  para  o Bill Gates.

 Falta de assunto...

 [  ]

 Walter

 Em 3 de fevereiro de 2012 23:00, psdias2 psdi...@yahoo.com.br escreveu:
  Por falar em aulas online:
 
  No link abaixo, reportagem da Veja de 01/02/2012, sobre as aulas online
 de
  Salman Khan:
 
  http://www.mediafire.com/?52hptsp2887339t
 
  As aulas de Khan, traduzidas para o português, podem ser vistas aqui:
 
  http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/
 
  Paulo
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 ---
 Prof. Dr. Walter Carnielli
 Director
 Centre for Logic, Epistemology and the History of Science – CLE
 State University of Campinas –UNICAMP
 13083-859 Campinas -SP, Brazil
 Phone: (+55) (19) 3521-6517
 Fax: (+55) (19) 3289-3269
 Institutional e-mail: walter.carnie...@cle.unicamp.br
 Website: http://www.cle.unicamp.br/prof/carnielli
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Re: [Logica-l] Lógicos brasileiros refutam as teses neoliberais??

2012-02-24 Por tôpico Tony Marmo
Esses dois videos são interessantes. Não sei se foram colocados aqui
.
http://www.youtube.com/watch?v=REy9noY5Sg8
http://www.youtube.com/watch?v=RlYS_GiAnK8


Em 24 de fevereiro de 2012 12:07, Décio Krause deciokra...@gmail.comescreveu:

 Muito bem. Todos sabemos da competência desses caras. Parabéns a todos
 pelos resultados e pelo reconhecimento. Precisamos disso, e eles merecem
 isso.
 Mas, lendo a coluna indicada do Nassif, chamaram-me a atenção os
 comentários que se seguem à coluna. Impressionante a ignorância
 generalizada, principalmente dos tcheguevaristas, que estão sempre de
 plantão para dar pitados em qualquer coisa, de Shakespeare a Gödel.
 D


 --
 Décio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 --

 Em 24/02/2012, às 09:55, yuri lumer yurilu...@gmail.com escreveu:

 
 http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo
 
 
  O livro “O Universo NeoLiberal do Desencanto”, do economista José Carlos
 de
  Assis e do matemático Francisco Antonio Doria, traz uma história
  extraordinária, de como três brasileiros – no campo da lógica – ajudaram
 a
  desmontar o principal princípio do neoliberalismo: aquele que dizia que
 em
  um mercado com livre competição os preços tendem ao equilíbrio.
 
  É mais uma das descobertas do incansável lutador José Carlos de Assis.
 
  As teses do trio – lógico Newton da Costa, matemático Antonio Doria e
  economista Marcelo Tsuji são um clássico da ciência brasileira que
 começa a
  ganhar reconhecimento mundial, ma história complexa, porém fascinante,
 que
  merece ser detalhada.
 
 
  *Newton Costa*
 
  Francisco Doria
 
  O primeiro passo é – a partir do livro – reconstituir as etapas da
  matemática no século 20, sua luta para se tornar uma ciência formal, isto
  é, com princípios de aplicação geral. E os diversos obstáculos nesse
  caminho.
  O método axiomático na matemática
 
  A matemática sempre se baseou no método axiomático de Euclides.
 
  1  Escolhem-se noções e conceitos primitivos.
 
  2  Utiliza-se uma argumentação lógica.
 
  3  Manipulando os conceitos com a lógica, chega-se aos resultados
  derivados, os teoremas da geometria.
 
  Foi só a partir do final do século 19 que Giuseppe Peano incorporou
  definitivamente o método axiomático à matemática tornando-se, desde
 então,
  a técnica mais segura para a geração  de conhecimento matemático.
 
  Em 1908  Ernest Zermelo axiomatizou a teoria dos conjuntos e, a partir
 daí,
  todos os resultados conhecidos da matemática. Formou-se a chamada
  matemática “feijão-com-arroz” usada por engenheiros, economistas,
 ecólogos
  e biólogos matemáticos.
 
  Desde então, no âmbito da alta matemática instaurou-se uma discussão
  secular: tudo o que enxergamos como verdade matemática pode ser
 demonstrado?
  A formalização da matemática
 
  Com esses avanços do método axiomático, pensava-se que tinha se alcançado
  na formalização da matemática, tratada como ciência exata capaz de
 calcular
  e demonstrar todos os pontos de uma realidade.
 
  Mas aí começaram a surgir os paradoxos, dos quais o mais famoso foi o de
  Russel:
 
- Em uma cidade, existem dois grupos de homens: os que se barbeiam a si
mesmos e os que se barbeiam com o barbeiro. A que grupo pertencem os
barbeiros?
 
  Ora, um axioma não pode comportar uma afirmação contraditória em si. De
  acordo com as deduções da lógica clássica, de uma contradição pode-se
  deduzir qualquer coisa, acaba o sonho do rigor matemático e o sistema
  colapsa.
 
  Houve uma penosa luta dos matemáticos para recuperar a matemática da
  trombada dos paradoxos até definir o que são as verdades matemáticas, o
 que
  coube ao matemático David Hilbert (1862-1943).
  David Hilber (1862-1943)
 
  Nos anos 20, Hilbert  formulou um programa de investigação dos
 fundamentos
  da matemática, definindo o que deveriam ser os valores centrais:
 
- *Consistência*: a matemática não poderia conter contradições.
- *Completude*: a matemática deve provar todas suas verdades.
- *Procedimento de decisão*: a matemática precisa ter um procedimento,
digamos, mecânico permitindo distinguir sentenças matemáticas
 verdadeiras
das falsas.
 
  A partir desses princípios, a ideia era transformar a matemática em uma
  ciência absoluta com regras definitivas. No Segundo Congresso de
  Matemática, em Paris, Hilbert propôs os famosos 23 problemas cuja solução
  desafiaria as gerações seguintes de matemáticos.
  (httphttp://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  :// http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlwww
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  . http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmlrude
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  2 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.htmld
 http://www.rude2d.kit.net/hilbert.html
  

Re: [Logica-l] Plano real completa a maioridade - estado da arte das ciências econômicas

2012-02-29 Por tôpico Tony Marmo
Caro Rafael,

Esta é uma lista de lógica, em que profissionais trazem até assuntos muito
diversos, mas sempre mostrando a relevância para os campos que interessam,
a saber, lógica, filosofia, matemática, ciência em geral, etc.

Mas, você nesse e-mail não somente assinala um fato histórico, a adoção de
mais uma unidade monetária no Brasil, depois de um século de mudanças, como
também diz que devíamos ter orgulho disso. Isto me remeteu a um
personagem de seriado, o Dr. Spock, que, com sua lógica vulcana, lhe
responderia: orgulho é uma emoção, não é lógico.

De resto, quanto ao prêmio Nobel que você gostaria de atribuir a Gustavo
Franco e outros, do ponto de vista da ciência econômica, não existe nenhum
conceito teórico mais avançado ou inovador que os técnicos do governo
Itamar Franco tenham introduzido que fizessem jus a tanta honra. Não é
nova, nem muito complexa a ideia de que uma moeda mais forte, que o governo
não fica desvalorizando o tempo todo, pode contribuir como um dos pontos de
uma política anti-inflação. O que governo Franco fez não foi adotar uma
inovação acadêmica, mas optar politicamente por desviar-se da política
plantada por Delfim Neto no governo Figueiredo de desvalorizar a moeda
nacional para beneficiar exportações. Mas, nem politicamente isto seria uma
novidade, porque o governo Sarney tinha num momento optado por uma política
assim (no plano cruzado) e porque o governo Collor também havia mudado a
moeda outra vez de cruzado novo para cruzeiro.

Em 29 de fevereiro de 2012 23:56, Rafael Picate rpic...@gmail.comescreveu:

 Outro dia assisti palestra dos 153 anos de Darwin na livraria Travessa, o
 vídeo mostrado era mais ou menos, mas a palestra do biólogo foi excelente.
 Mas outra data que deveriamos  nos orgulhar, é a maioridade do plano real,
 que mudou a cara do Brasil, hoje temos inflação no ano que
 anterormente tínhamos num fim de semana.
 Estado da arte da ciênca econômica. Essa equipe fantástica  merecia um
 prêmio Nobel.


 Vai aqui a manifestação de um dos autores no facebook.
 Hoje, 28 de fevereiro de 2012, fazem exatos 18 anos da MP 434, que criou a
 URV, como uma meia moeda servindo apenas para contratos e indexação, e no
 seu artigo 2 determinava que quando a URV fosse emitida como moeda de
 pagamentos (o que ocorreu em 1 de julho de 1994) passaria a se chamar
 REAL. Hoje, tecnicamente, é o aniversário do REAL, na verdade, sua
 maioridade. Segue o link para um artigo que fiz para a Folha no aniversário
 de 15 anos. Outros textos virão para celebrar os 18 anos. Longa vida ao
 REAL, agora mais forte do nunca !

 http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/Folha%20de%20S_Paulo%20-%20Gust
 avo%20Franco%20Plano%20Real,%2015br%20-%2001-03-2009.mht


 URV, indexador que levou o Brasil ao Real, completa 18 anos

 Entrevista com Gustavo Franco, economista, sócio-diretor da Rio Bravo
 Investimentos e ex-presidente do Banco Central


 http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-brasil/2012/02/29/URV-INDEXADOR-QUE-LEVOU-O-BRASIL-AO-REAL-COMPLETA-18-ANOS.htm


 abs,
 Rafael
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Re: [Logica-l] Plano real completa a maioridade - estado da arte das ciências econômicas

2012-03-01 Por tôpico Tony Marmo
Caro Rafael,

Devo lembrar que

[1] A Alemanha após a primeira guerra mundial passou por esse mesmo tipo de
experiência. A experiência brasileira não é inédita na história da
humanidade. E para mim e para a maioria dos matemáticos dessa lista, não é
difícil de ler nenhum desses números.

[2] Não há boas metáforas desse período. Aliás, eu cansei de as ouvir e foi
o quanto me bastou para não querer mais saber de metáfora de economista, e
você podia ter feito o favor de não repetir essas coisas que não são
novidades há muito tempo. Tudo isto esteve no noticiário da TV e nos
jornais.

[3] Essa aqui é uma lista de lógica. Quando outros participantes tocaram em
assuntos de economia aqui, abordaram problemas formais de alta relevância
matemática, a partir de uma competência profunda. Os assuntos que você traz
podem ser muito interessantes para você, mas você não mostrou nem a conexão
nem a relevância para uma lista de lógicos. Essas notícias de jornal que
nós lemos ainda ontem mesmo estão completamente fora do escopo das
discussões aqui. Parecem planfetos do PSDB, poxa!


Em 1 de março de 2012 15:35, Rafael Picate rpic...@gmail.com escreveu:

 Caro Tony,

 Devo lembrar que vinhamos de uma inflação de 13.342,346,717.617,70% ,
 inflação de dezembro de 79 a julho de 94 . É até dificil de ler, Treze
 trilhões, trezentos e quarenta e dois bilhões, trezentos
 e quarenta e seis milhões setecentos e dezesete mil vírgula setenta por
 cento. E a nossa era pior, com correção monetária. Era um estado de
 hiperinflação.

 Uma boa metáfora, era de um doente com infecção generalizada, onde a
 equipe teve que operar múltiplos orgãos com técnicas não tentadas em
 conjunto. A criação das duas moedas foi
 engenhosa e complexa, já havia um longo histórico de falhas. Aliado a
 isso, vc tinha restrições de todos os tipos, as legais, que em planos
 passados acabaram piorando as soluções dos outros planos tentados.
 Desenvolvimentistas como Maria da Conceição Tavares, já previam o
 desastre imediato do plano. Felizmente erraram nas previsões. Para o povo
 assustado pelos planos anteriores, era mais um plano.

  Uma cadeia de medidas precisou ser feita, como exemplo, um ajuste severo
  nos bancos públicos e posteriormente com a criação do Proer, também to
 setor privado, o real secou a renda dos bancos  advinda da espiral
 inflacionária. Muito mais eficiente que as bolsas do FH ,  tirou milhões da
 pobreza, acabando com o imposto inflacionário.

 Então por essas múltiplas cirurgias simultâneas, concederia um lugar de
 destaque a essa equipe, como já disse Gustavo Loyla, no Brasil, até o
 passado é incerto. É bom relembrá-lo. Para não cometermos os mesmo erros.
 Talvez eu conceda sobre o Nobel, foi um extraordinário evento local, mas
 não vou concordar com toda essa desimportância que você dá ao mesmo. Faz
 parte da nossa história e vemos seus frutos diariamente.
 Não vou falar de política,não é o assunto da lista,  não acho que essa
 reverência tenha que cair nesse mundo simplório da política, mas  há de se
 considerar que até mesmo partidos extremistas que combateram ferozmente o
 plano
 e suas medidas de complementação , como a LRF e o Proer, hoje oferecem
 essas soluções para o mundo.

 Outra coisa lembrada por um amigo especialista, e que merecia um prêmio,
 foi a costura política de muita habilidade,não dá para menosprezar essa
 questão, derrubou planos anteriores que começaram bem intencionados e
 ficaram faltando pedaços preciosos graças ao mundo político, e também um
 ponto a destacar, foi a existência de profissionais experientes de diversas
  áreas de atuação que  participaram do plano.

 Já vi comentários de grandes economistas ,  com diferentes linhas de
 pensamento, sobre o plano real . Gosto do tema e já livros  sobre o assunto
 , guardo também o seu, que foi o mais sintético. Me lembrei da história do
  seu amigo vulcano , muito longe do planeta terra, incapaz de ver as
 influências do evento sobre os terráqueos brasileiros.

 Vão abaixo dos links que nos remetem aqueles tempos, nem parece que
 passamos por esses momentos:

 http://www.youtube.com/watch?v=oD_mn80NvCE

 http://www.youtube.com/watch?v=UHuF6Bavyrc


 abs,
 Rafael

 Em 1 de março de 2012 00:41, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:


 Caro Rafael,

 Esta é uma lista de lógica, em que profissionais trazem até assuntos
 muito diversos, mas sempre mostrando a relevância para os campos que
 interessam, a saber, lógica, filosofia, matemática, ciência em geral, etc.

 Mas, você nesse e-mail não somente assinala um fato histórico, a adoção
 de mais uma unidade monetária no Brasil, depois de um século de mudanças,
 como também diz que devíamos ter orgulho disso. Isto me remeteu a um
 personagem de seriado, o Dr. Spock, que, com sua lógica vulcana, lhe
 responderia: orgulho é uma emoção, não é lógico.

 De resto, quanto ao prêmio Nobel que você gostaria de atribuir a Gustavo
 Franco e outros, do ponto de vista da ciência econômica, não existe nenhum
 conceito

Re: [Logica-l] Plano real completa a maioridade - estado da arte das ciências econômicas

2012-03-01 Por tôpico Tony Marmo
Esse foi meu apelo final: voltar ao escopo da lista.
Eu sinceramente não quero ficar lendo DE NOVO as matérias de jornais e
telejornais que eu cansei de ler,
e que só podem parece algo curioso para quem não lê jornal nem vê televisão.

Em 1 de março de 2012 20:59, Walter Carnielli
walter.carnie...@gmail.comescreveu:

 Será que os entendidos em economia poderiam voltar para a Lógica?

 Em quinta-feira, 1 de março de 2012, Tony Marmomarmo.t...@gmail.com
 escreveu:
  Caro Rafael,
 

  Devo lembrar que
 
  [1] A Alemanha após a primeira guerra mundial passou por esse mesmo tipo
 de
  experiência. A experiência brasileira não é inédita na história da
  humanidade. E para mim e para a maioria dos matemáticos dessa lista, não
 é
  difícil de ler nenhum desses números.
 
  [2] Não há boas metáforas desse período. Aliás, eu cansei de as ouvir e
 foi
  o quanto me bastou para não querer mais saber de metáfora de economista,
 e
  você podia ter feito o favor de não repetir essas coisas que não são
  novidades há muito tempo. Tudo isto esteve no noticiário da TV e nos
  jornais.
 
  [3] Essa aqui é uma lista de lógica. Quando outros participantes tocaram
 em
  assuntos de economia aqui, abordaram problemas formais de alta relevância
  matemática, a partir de uma competência profunda. Os assuntos que você
 traz
  podem ser muito interessantes para você, mas você não mostrou nem a
 conexão
  nem a relevância para uma lista de lógicos. Essas notícias de jornal que
  nós lemos ainda ontem mesmo estão completamente fora do escopo das
  discussões aqui. Parecem planfetos do PSDB, poxa!
 
 
  Em 1 de março de 2012 15:35, Rafael Picate rpic...@gmail.com escreveu:
 
  Caro Tony,
 
  Devo lembrar que vinhamos de uma inflação de 13.342,346,717.617,70% ,
  inflação de dezembro de 79 a julho de 94 . É até dificil de ler, Treze
  trilhões, trezentos e quarenta e dois bilhões, trezentos
  e quarenta e seis milhões setecentos e dezesete mil vírgula setenta por
  cento. E a nossa era pior, com correção monetária. Era um estado de
  hiperinflação.
 
  Uma boa metáfora, era de um doente com infecção generalizada, onde a
  equipe teve que operar múltiplos orgãos com técnicas não tentadas em
  conjunto. A criação das duas moedas foi
  engenhosa e complexa, já havia um longo histórico de falhas. Aliado a
  isso, vc tinha restrições de todos os tipos, as legais, que em planos
  passados acabaram piorando as soluções dos outros planos tentados.
  Desenvolvimentistas como Maria da Conceição Tavares, já previam o
  desastre imediato do plano. Felizmente erraram nas previsões. Para o
 povo
  assustado pelos planos anteriores, era mais um plano.
 
   Uma cadeia de medidas precisou ser feita, como exemplo, um ajuste
 severo
   nos bancos públicos e posteriormente com a criação do Proer, também to
  setor privado, o real secou a renda dos bancos  advinda da espiral
  inflacionária. Muito mais eficiente que as bolsas do FH ,  tirou
 milhões da
  pobreza, acabando com o imposto inflacionário.
 
  Então por essas múltiplas cirurgias simultâneas, concederia um lugar
 de
  destaque a essa equipe, como já disse Gustavo Loyla, no Brasil, até o
  passado é incerto. É bom relembrá-lo. Para não cometermos os mesmo
 erros.
  Talvez eu conceda sobre o Nobel, foi um extraordinário evento local, mas
  não vou concordar com toda essa desimportância que você dá ao mesmo. Faz
  parte da nossa história e vemos seus frutos diariamente.
  Não vou falar de política,não é o assunto da lista,  não acho que essa
  reverência tenha que cair nesse mundo simplório da política, mas  há de
 se
  considerar que até mesmo partidos extremistas que combateram ferozmente
 o
  plano
  e suas medidas de complementação , como a LRF e o Proer, hoje oferecem
  essas soluções para o mundo.
 
  Outra coisa lembrada por um amigo especialista, e que merecia um prêmio,
  foi a costura política de muita habilidade,não dá para menosprezar essa
  questão, derrubou planos anteriores que começaram bem intencionados e
  ficaram faltando pedaços preciosos graças ao mundo político, e também um
  ponto a destacar, foi a existência de profissionais experientes de
 diversas
   áreas de atuação que  participaram do plano.
 
  Já vi comentários de grandes economistas ,  com diferentes linhas de
  pensamento, sobre o plano real . Gosto do tema e já livros  sobre o
 assunto
  , guardo também o seu, que foi o mais sintético. Me lembrei da história
 do
   seu amigo vulcano , muito longe do planeta terra, incapaz de ver as
  influências do evento sobre os terráqueos brasileiros.
 
  Vão abaixo dos links que nos remetem aqueles tempos, nem parece que
  passamos por esses momentos:
 
  Miriam Leitão fala sobre seu livro Saga Brasileira
 
  Jornal do SBT de maio 1994 - Hiperinflação - Plano Real

 
 
  abs,
  Rafael
 
  Em 1 de março de 2012 00:41, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com
 escreveu:
 
 
  Caro Rafael,
 
  Esta é uma lista de lógica, em que profissionais trazem até assuntos
  muito diversos, mas sempre

Re: [Logica-l] carnaval de logicos 2012

2012-03-23 Por tôpico Tony Marmo
Caro Jean-Yves,

Quero dizer que, todavia, o prof. Marcelo Finger e todos os demais citados
já publicaram em outros anos vários artigos muito úteis que eu leio e
estudo e têm muito campo de interesse para os lógicos.

E, como você sabe, o ponto alto do Carnaval é Mardis Gras e acaba-se na
Mercredi des Cendres. Nesse período quaresmal, ainda assim, estamos todos
muito ativos e gostamos de ouvir notícias vossas.

Abraços.

Em 23 de março de 2012 12:08, jean-yves beziau beziau...@gmail.comescreveu:

 O ano passado publiquei o resultados do carnaval dos logicos
 http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2011-March/005432.html
 baseada nas publicacoes reportoriadas na Mathematical Reviews da AMS
 vem ai o resultado deste ano
 (entre parentesas diferenca de numero de publicacoes comparando com o ano
 passado)

 Carnaval de logicos do Brasil 2012
 (Logicos atuando no Brasil)

 182 Newton da Costa (+1)
 66 Jean-Yves Beziau (+6)
 63 Walter Carnielli  (+5)
 59 Paulo Veloso  (+0)
 57 Francisco Antonio Doria (+0)
 39 Decio Krause (+4)
 32 Ruy de Queiroz (+3)
 31 Itala D'Ottaviano (+2)
 29 Edward Hermann Haeusler (+4)
 28 Marcelo Finger (+0)
 26 Francisco Miraglia (+2)
 23 Marcelo Coniglio (+3)

 Carnaval de logicos no mundo 2012

 903 Sharon Shela (+11)
 245 Dov Gabbay (+7)
 194 Andreas Blass (+9)
 180 Anand Pillay (+7)
 178 Yuri Gurevich (+8)
 169 Jaakko Hintikka (+2)
 158 Johan van Benthem (+9)
 153 Patrick Suppes (+2)
 150 Grigori Mints (+6)
 143 Daniele Mundici (+7)
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[Logica-l] TRADUÇÃO DE AUGMENTED

2012-03-28 Por tôpico Tony Marmo
Caríssimos Mestres, Amigos e Colegas,

O contexto envolve filtros, ultra-filtros, conjuntos, etc.
Augmented pode ser traduzido para aumentado, mas talvez não seja esse o
termo usual em Português.

Preciso de uma tradução para augmented na definição:

X is augmented if it contains its core and is supplemented.

Quem souber qual é o termo em Português, por favor me informe.

Muito obrigado.
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Re: [Logica-l] Entrevista interessante com Graham Priest

2012-03-30 Por tôpico Tony Marmo
Caro João,

Discordo de você quando diz que há um preconceito contra o Graham Priest,
ou que dificilmente se encontram filósofos do mesmo nível que ele.
Não somente as pessoas respeitam o conhecimento e a capacidade intelectual
dele, como aqui há sim de fato muitos filósofos na mesma altura. Nossos
professores do IFCH e tantos outros espalhados pelo país, vários deles
inclusive participando desta lista, são pessoas do mesmo nível e têm
vantagens diferentes. Aliás, há filósofos britânicos que colocam o nosso
Newton da Costa mesmo muito acima de outros colegas.

Além disto, o Brasil tem bons matemáticos.
Inclusive, se um dia você me der essa oportunidade, eu apresento a você um
dos maiores matemáticos do mundo, o meu tio Klaus Floret, e ele lhe dirá o
que pensa dos matemáticos do ITA e da Unicamp, onde ele lecionou. Se o
Klaus Floret elogia os nossos matemáticos, é porque a academia brasileira
tem bastante mérito.


Em 30 de março de 2012 20:06, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Obrigado pelo link, Manuel.  A entrevista me parece mostrar como
 Graham Priest é de fato um filósofo de estatura, como dificilmente se
 encontraria igual em nosso país.  Infelizmente, há grande preconceito
 (amplamente baseado em mal-entendido, ao que tudo indica) em nosso
 país (e mesmo de parte de paraconsistentistas!) contra o trabalho
 dele.

 JM

 2012/3/27 Manuel Doria manueldo...@gmail.com:
  http://www.3ammagazine.com/3am/logically-speaking/
 
  Highlights:
 
  *GP:* Well, for a start, I don’t think that logic has anything to do
 with
  the way that people actually reason. Standard work in cognitive
 psychology
  (e.g., the Wason Card Test) shows that people often reason invalidly in
  systematic ways. Logic is about the norms of correct inference. But the
  word ‘logic’ is ambiguous. It can mean our theories of inference, or it
 can
  mean the subject of these. Compare ‘dynamics’. Sometimes this means a
  theory of how things move (as in ‘Newtonian dynamics’). Sometimes it
 means
  how things actually move (as in ‘the dynamics of the earth’).
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Re: [Logica-l] Entrevista interessante com Graham Priest

2012-03-30 Por tôpico Tony Marmo
PS: Acabam de me dizer que Klaus Floret, quem eu conheci em minha casa
quando criança, passando longas tardes, pode ter morrido já há anos, que
estava muito doente. Mas, enfim, quem o conheceu sabia o que ele dizia dos
matemáticos brasileiros, tanto é que incentivou muito a cooperação entre o
Brasil e a Alemanha.

Em 31 de março de 2012 02:13, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

 Caro João,

 Discordo de você quando diz que há um preconceito contra o Graham Priest,
 ou que dificilmente se encontram filósofos do mesmo nível que ele.
 Não somente as pessoas respeitam o conhecimento e a capacidade intelectual
 dele, como aqui há sim de fato muitos filósofos na mesma altura. Nossos
 professores do IFCH e tantos outros espalhados pelo país, vários deles
 inclusive participando desta lista, são pessoas do mesmo nível e têm
 vantagens diferentes. Aliás, há filósofos britânicos que colocam o nosso
 Newton da Costa mesmo muito acima de outros colegas.

 Além disto, o Brasil tem bons matemáticos.
 Inclusive, se um dia você me der essa oportunidade, eu apresento a você um
 dos maiores matemáticos do mundo, o meu tio Klaus Floret, e ele lhe dirá o
 que pensa dos matemáticos do ITA e da Unicamp, onde ele lecionou. Se o
 Klaus Floret elogia os nossos matemáticos, é porque a academia brasileira
 tem bastante mérito.


 Em 30 de março de 2012 20:06, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Obrigado pelo link, Manuel.  A entrevista me parece mostrar como
 Graham Priest é de fato um filósofo de estatura, como dificilmente se
 encontraria igual em nosso país.  Infelizmente, há grande preconceito
 (amplamente baseado em mal-entendido, ao que tudo indica) em nosso
 país (e mesmo de parte de paraconsistentistas!) contra o trabalho
 dele.

 JM

 2012/3/27 Manuel Doria manueldo...@gmail.com:
  http://www.3ammagazine.com/3am/logically-speaking/
 
  Highlights:
 
  *GP:* Well, for a start, I don’t think that logic has anything to do
 with
  the way that people actually reason. Standard work in cognitive
 psychology
  (e.g., the Wason Card Test) shows that people often reason invalidly in
  systematic ways. Logic is about the norms of correct inference. But the
  word ‘logic’ is ambiguous. It can mean our theories of inference, or it
 can
  mean the subject of these. Compare ‘dynamics’. Sometimes this means a
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Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-05 Por tôpico Tony Marmo
Meu caro Álvaro Augusto, eu cheguei a pesar mais de 160 kg e somente
consegui emagrecer tomando remédio homeopático. No período em que perdi
peso tomando homeopatias, jamais fiz regime. Ao contrário, comia muito mais
que hoje que estou com 116. Só não pude continuar o processo de
emagrecimento e derrotar a diabetes porque meu médico morreu, tinha mais de
90 anos e somente se tratava com homeopatia também.

Em 5 de abril de 2012 14:46, Alvaro Augusto (L) alv...@lunabay.com.brescreveu:

 O que vocês acham?: http://neveraskedquestions.**blogspot.com.br/2012/04/*
 *homeopatia-na-sciam-brasil.**htmlhttp://neveraskedquestions.blogspot.com.br/2012/04/homeopatia-na-sciam-brasil.html

 [ ]s

 Alvaro Augusto


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Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-05 Por tôpico Tony Marmo
Caro Dídimo George,

Foi um tratamento que consistia no uso de um medicamento diferente a cada
mês: conforme eu atualizava as informações ao médico, ele prescrevia outra
medicação. Eu cheguei a pesar 103 kg e depois que o meu médico morreu eu
voltei a engordar e emagrecer, mas curiosamente a fome foi diminuindo
nesses anos e o meu peso nunca mais foi além dos 120 kg. Inclusive chegou a
diminuir meu problema de miopia e uma série de problemas que eu tinha
desapareceram, embora não fosse meu objetivo tratá-los. O meu médico só não
conseguiu resolver o meu problema de diabetes, que eu NÃO tinha quando
pesava 160kg e que só me apareceu depois de um stress emocional (rompimento
de uma relação difícil com uma moça).

Em 5 de abril de 2012 20:15, didimo.george didimo.geo...@uol.com.brescreveu:

 E qual era o remédio?

 rs.

 D.


 --
 Em 05/04/2012 19:53, *Tony Marmo  marmo.t...@gmail.com * escreveu:

 Meu caro Álvaro Augusto, eu cheguei a pesar mais de 160 kg e somente
 consegui emagrecer tomando remédio homeopático. No período em que perdi
 peso tomando homeopatias, jamais fiz regime. Ao contrário, comia muito mais
 que hoje que estou com 116. Só não pude continuar o processo de
 emagrecimento e derrotar a diabetes porque meu médico morreu, tinha mais de
 90 anos e somente se tratava com homeopatia também.

 Em 5 de abril de 2012 14:46, Alvaro Augusto (L) escreveu:

  O que vocês acham?:
 http://neveraskedquestions.**blogspot.com.br/2012/04/*
  *homeopatia-na-sciam-brasil.**htmlhttp://neveraskedquestions.blogspot.com.br/2012/04
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  Alvaro Augusto
 
 
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Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-05 Por tôpico Tony Marmo
Respeitosamente discordo. Na verdade, os detratores da homeopatia é que,
sem ofensas da minha parte, revelam ignorar pontos importantes daquilo que
falam.

Não entendi a retratação do sujeito. Mas, pseudo-científico é o ataque à
homeopatia e a atitude preconceituosa, e diria mesmo sem-respeito, de uma
nota que diz que os princípios da homeopatia não têm validade científica.
Primeiro porque quem escreve confunde validade científica com suporte em
dado empírico. A validade científica consiste em poder formular hipóteses
testáveis ou falsificáveis, que é o caso da homeopatia.

Ademais, o princípio da cura pelos semelhantes, ao contrário do que diz a
nota, tem comprovação empírica sim e não se limita à homeopatia. Exemplos
mais que conhecidos: veneno de cobra se cura com soro à base do veneno de
cobra. As vacinas são feitas dos próprios agentes causadores das doenças.
Remédios alopáticos que curam a mesma doença muitas vezes não podem ser
utilizados em conjunto porque um anula o efeito do outro. Abundam as provas
de que o semelhante cura o semelhante e esse princípio inclusive tem de ver
com competição entre seres vivos em ecologia e nos estudos evolutivos.

Quanto às ultra-diluições, questionar sua eficácia não faz mal
academicamente. Mas, querer descartar uma teoria que foi criada antes da
física quântica porque a física moderna ou a química não proveria os
conceitos que a justificam é um erro pior. É óbvio que Hanemann não tinha à
sua disposição os conhecimentos que foram descobertos depois do seu tempo.
Tampouco é sensato achar que a física e a química no seu atual estágio
podem dar a palavra final a tudo, que tudo foi descoberto nesses dois
campos e que o que se pensou antes está necessariamente descartado. Não é
assim. Até porque estamos até hoje, em vários domínios do conhecimento,
lidando com questões deixadas por outros vários séculos antes de Hanemann
ou Newton.

Em 5 de abril de 2012 20:30, Manuel Doria manueldo...@gmail.com escreveu:

 Que vergonha a SciAm Brasil publicar esse pastelão! Ainda bem que tivemos
 uma retratação.

 Um forte abraço.

 2012/4/5 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com

 Meu caro Álvaro Augusto, eu cheguei a pesar mais de 160 kg e somente
 consegui emagrecer tomando remédio homeopático. No período em que perdi
 peso tomando homeopatias, jamais fiz regime. Ao contrário, comia muito
 mais
 que hoje que estou com 116. Só não pude continuar o processo de
 emagrecimento e derrotar a diabetes porque meu médico morreu, tinha mais
 de
 90 anos e somente se tratava com homeopatia também.

 Em 5 de abril de 2012 14:46, Alvaro Augusto (L) alv...@lunabay.com.br
 escreveu:

  O que vocês acham?: http://neveraskedquestions.**
 blogspot.com.br/2012/04/*
  *homeopatia-na-sciam-brasil.**html
 http://neveraskedquestions.blogspot.com.br/2012/04/homeopatia-na-sciam-brasil.html
 
 
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  Alvaro Augusto
 
 
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Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-05 Por tôpico Tony Marmo
Não porque a teoria homeopática não diz que as diluições possam ser feitas
de qualquer forma e não é todo grau de diluição que faz feito. Se não me
falha a memória, o limite seria algo em torno de 200 CH.

Segundo, não há analogia com imuno-supressão ou vacina. Em momento nenhum
fiz analogias.

Um princípio é o da cura por semelhantes. Este princípio não é exclusivo da
homeopatia, embora seja central para ela. Outro princípio é o da
ultra-diluição. Vacinas são casos de aplicação do princípio do semelhante
curando o semelhante e não do princípio da ultra-diluição. Os homeopatas
reconhecem o valor da vacinação, mas a vacinação não é um procedimento
exclusivo da homeopatia ou da alopatia.

O argumento contra o princípio da ultra-diluição com base no número de
Avogadro eu cansei de ouvir do meu próprio médico, que era engenheiro
químico antes de se formar médico. O meu médico tinha suas respostas. A
minha resposta está no fato de que é uma ideia pré-concebida achar que é a
substância presente no medicamento que promove a cura. Isto é mais ou menos
como uma ideia antiga de que um corpo precisaria tocar continuamente outro
para exercer uma força sobre ele. Não há uma razão para supor que seja a
presença da substância em si que promova a cura, se a questão depende de
interações que produzem efeitos práticos, mas para quais ainda não há uma
explicação clara. Essa explicação por descobrir não precisa estar na física
quântica, embora nada impeça que ela esteja.

Como eu disse anteriormente: o estágio de desenvolvimento da química e da
física não é dá a palavra final sobre os assuntos. Avogadro e Hahneman são
da mesma época, praticamente, mas um não seria obrigado a conhecer o que o
outro descobriu ou aceitar o que outro está propondo. Não é o mundo que tem
de se adaptar ao que eles dizem, mas sim o contrário. É possível até hoje
descobrir coisas que a ciência prevê serem impossíveis.

Definitivamente, não é um placebo. Mas, se fosse, o fato de que seres
humanos são curados no sistema de saúde britânico com somente placebos e
que viram artigos publicados em revistas científicas seria um avanço muito
grande para a medicina.

E certamente, o meu tratamento com homeopatia, que sempre funcionou comigo
desde criança, para coisas placebos não curam, segundo dizem, não foi
desumano. Desumano seria tentar negar-me uma cura com base num preconceito
de pessoas ou numa visão absolutista do conhecimento científica. Mas, na
medicina, homeopática ou não, o conhecimento da cura sempre precedeu o
conhecimento do que poderiam ser as explicações físico-químicas. Mas, não
necessariamente vice-versa: a teoria dos quatro humores, baseada em antigas
teorias físicas, que propunha sangria como tratamento, dificilmente curou
pessoas. Mas, dietas ricas em vitamina C receitadas preveniram ou
reverteram quadros de escorbuto, antes de que se descobrisse a vitamina C.

Em 6 de abril de 2012 00:38, Manuel Doria manueldo...@gmail.com escreveu:

 Se hiper-diluições fizessem princípios ativos funcionarem com ainda maior
 eficácia, bebendo água da torneira eu estaria me infectando e me medicando
 de toda moléstia possível e imaginável.

 As analogias com imuno-supressão por via oral no tratamento de alergias e
 vacinas são falsas. Homeopatia envolve diluições onde não existe uma
 singela molécula do soluto no solvente (há remédios de 15, 30 e até 200
 diluições!) e são realizados procedimentos ritualísticos pré-científicos de
 como as soluções devem ser chacoalhadas exatamente cem vezes, em cada
 diluição. Muito diferente de como patógenos são criados para vacinas, tenha
 certeza disso.

 No *Phaedrus*, Platão indagava a respeito de universais capazes de
 cortar particulares em suas articulações naturais. As ciências naturais
 desvendaram vários destes cortes discretos. Um desses é o Número de
 Avogadro, e ele restringe o campo de atuação da homeopatia. Em um litro
 d'água, se você diluir mais de 11 vezes qualquer solução, só vai sobrar...
 água. Não é um remédio, é um placebo. Considero anti-ético um médico
 prescrever placebos.

 Abraços.


 2012/4/5 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com

 Respeitosamente discordo. Na verdade, os detratores da homeopatia é que,
 sem ofensas da minha parte, revelam ignorar pontos importantes daquilo que
 falam.

 Não entendi a retratação do sujeito. Mas, pseudo-científico é o ataque à
 homeopatia e a atitude preconceituosa, e diria mesmo sem-respeito, de uma
 nota que diz que os princípios da homeopatia não têm validade científica.
 Primeiro porque quem escreve confunde validade científica com suporte em
 dado empírico. A validade científica consiste em poder formular hipóteses
 testáveis ou falsificáveis, que é o caso da homeopatia.

 Ademais, o princípio da cura pelos semelhantes, ao contrário do que diz a
 nota, tem comprovação empírica sim e não se limita à homeopatia. Exemplos
 mais que conhecidos: veneno de cobra se cura com soro à base do veneno de
 cobra. As vacinas são feitas dos próprios agentes causadores das

Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-05 Por tôpico Tony Marmo
O problema é que homeopatia não é coisa mística. Ainda que esteja errada
empiricamente, é uma teoria científica sim. Acreditar somente no que é
científico não é crer somente em verdades. Nem toda verdade é científica,
nem tudo que é científico é verdade.

Em 6 de abril de 2012 02:10, Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com escreveu:

 Outro modelinho simplificado:

  As pessoas tipo C sempre só acreditaram no que é científico,

  As pessoas tipo H sempre acreditaram em coisas místicas,
  homeopatia, etc,

  As pessoas do tipo H-C eram místicas/religiosas quando crianças,
  mas depois viram como aquilo tudo era besteira e agora só acreditam
  em ciência,

  As pessoas tipo C-H só acreditavam no que era científico, mas um
  dia tiveram uma doença grave, se decepcionaram com a ineficácia dos
  médicos, e aí ficaram maravilhadas com a abordagem e a eficácia de
  um médico homeopata que as curou...

  O tipo *C inclui os tipos C e H-C,

  O tipo *H inclui os tipos H e C-H.

 As pessoas *C acham que as pessoas *H não só estão erradas como
 são ingênuas - demonstração: examine cada um dos quatro casos e tape
 os detalhes das historinhas você mesmo, é fácil -, e vice-versa: as
 pessoas *H acham que os *C estão errados e são ingênuos (idem).

 Agora vou enunciar algo que é verdade, mas cuja demonstração não cabe
 na margem do e-mail: os *Cs não vão conseguir convencer os *Hs por
 argumentos científicos, e os *Hs também não vão conseguir convencer
 os *Cs...

 Corolário, continuar nessa discussão sobre homeopatia não vai dar em
 nada, só vai deixar muita gente irritada.

  [[]], Eduardo


 On Fri, Apr 6, 2012 at 1:26 AM, Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com
 wrote:
  Não é um remédio, é um placebo. Considero anti-ético um médico
  prescrever placebos.
 
  Não é um médico, Manuel, é um médico homeopata...
 
  O que vocês acham destas definições aqui (que eu acabei de inventar)?
 
   Um médico só pode tentar curar seus pacientes usando métodos
   estritamente científicos, e nada mais,
 
   Um médico homeopata pode usar todos os métodos que conhecer,
   incluindo remédios que muita gente jura que são placebos, e pode até
   ter conversas com o paciente que façam as atitudes do paciente
   mudarem... Como os pacientes do médico homepata são relativamente
   inteligentes, muito lidos e têm doutorado (em geral em Lógica), eles
   sabem de todas as objeções científicas à homeopatia e estão
   dispostos a tentar um tratamento não garantido, porque eles podem
   desistir e correr pro médico quando desistirem de arriscar.
 
  Desconfio que ética médica e ética de médicos homeopatas são
  coisas diferentes - mas não sei os detalhes, eu só me trato com
  homeopatia, não sou nem médico nem médico homeopata.
 
   [[]],
 Eduardo
 
 
  On Fri, Apr 6, 2012 at 12:38 AM, Manuel Doria manueldo...@gmail.com
 wrote:
  Se hiper-diluições fizessem princípios ativos funcionarem com ainda
 maior
  eficácia, bebendo água da torneira eu estaria me infectando e me
 medicando
  de toda moléstia possível e imaginável.
 
  As analogias com imuno-supressão por via oral no tratamento de alergias
 e
  vacinas são falsas. Homeopatia envolve diluições onde não existe uma
  singela molécula do soluto no solvente (há remédios de 15, 30 e até 200
  diluições!) e são realizados procedimentos ritualísticos
 pré-científicos de
  como as soluções devem ser chacoalhadas exatamente cem vezes, em cada
  diluição. Muito diferente de como patógenos são criados para vacinas,
 tenha
  certeza disso.
 
  No *Phaedrus*, Platão indagava a respeito de universais capazes de
 cortar
  particulares em suas articulações naturais. As ciências naturais
  desvendaram vários destes cortes discretos. Um desses é o Número de
  Avogadro, e ele restringe o campo de atuação da homeopatia. Em um litro
  d'água, se você diluir mais de 11 vezes qualquer solução, só vai
 sobrar...
  água. Não é um remédio, é um placebo. Considero anti-ético um médico
  prescrever placebos.
 
  Abraços.
 
  2012/4/5 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com
 
  Respeitosamente discordo. Na verdade, os detratores da homeopatia é
 que,
  sem ofensas da minha parte, revelam ignorar pontos importantes daquilo
 que
  falam.
 
  Não entendi a retratação do sujeito. Mas, pseudo-científico é o ataque
 à
  homeopatia e a atitude preconceituosa, e diria mesmo sem-respeito, de
 uma
  nota que diz que os princípios da homeopatia não têm validade
 científica.
  Primeiro porque quem escreve confunde validade científica com suporte
 em
  dado empírico. A validade científica consiste em poder formular
 hipóteses
  testáveis ou falsificáveis, que é o caso da homeopatia.
 
  Ademais, o princípio da cura pelos semelhantes, ao contrário do que
 diz a
  nota, tem comprovação empírica sim e não se limita à homeopatia.
 Exemplos
  mais que conhecidos: veneno de cobra se cura com soro à base do veneno
 de
  cobra. As vacinas são feitas dos próprios agentes causadores das
 doenças.
  Remédios alopáticos que curam a mesma doença muitas vezes

Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-06 Por tôpico Tony Marmo
Ricardo Pereira,

A questão é a seguinte: se você quer discutir uma teoria da medicina ou de
outra ciência, você deve discutir primeiro o que a teoria diz de fato e NÃO
o que outros imaginam que ela diga. Por exemplo, os homeopatas NÃO dizem
que o remédio homeopático tenha a substância. Aliás, eles admitem, como é
óbvio, que após as diluições não resta mais a substância. Eles NÃO afirmam
que seja a presença da substância que promova a cura.

Mas, eles também NÃO dizem que seja qualquer diluição feita de qualquer
jeito de qualquer coisa funcione como remédio. Por exemplo, despejar uma
pílula de aspirina num balde d'água ou numa piscina não faz um remédio
homeopático. Há uma técnica que eles recomendam para fazer as diluições e
fora dessa técnica as diluições não funcionariam. Outra coisa: os
homeopatas NÃO dizem que fazendo diluições indefinidamente sempre se terá
um remédio homeopático. Existe um limite na escala de diluições a partir do
qual não se obtém mais remédio.

Eles SIM dizem que remédios feitos a partir destas ultra-diluições
potencializadas ou energizadas de acordo com a técnica deles podem
induzir uma pessoa saudável a ter sintomas ou mesmo matá-la, e curar uma
pessoa doente que tiver os sintomas-alvo. Eles dizem isto não com base na
física ou na química modernas, mas com base em experiência de tratamento de
pacientes ou de pessoas que tomaram experimentalmente os remédios
homeopáticos. Mais: os sintomas não são os únicos parâmetros para
prescrever os remédios. Na verdade, o médico tem de considerar outras
característica individuais do paciente.

Em 6 de abril de 2012 10:02, Ricardo Pereira rha...@gmail.com escreveu:

 Sou do time da oposição à Homeopatia, mas concordo com a primeira
 mensagem do Eduardo sobre essa discussão não ser produtiva aqui na
 lista, se for acontecer (como de costume) apenas a repetição dos
 argumentos já vistos em outras listas mundo a fora.
 No entanto, talvez fosse um exercício interessante tentar uma
 formulação lógica. Se pudéssemos formalizar o argumento de modo que
 pudesse ser aceito por ambas as partes, mesmo que houvesse
 divergências a respeito do valor de verdade de algumas premissas (mas
 não sobre que premissas seriam consideradas), poderiamos ter um pouco
 de diversão produtiva.

 Em tempo: adianto que sou novato tanto em lógica quanto em filosofia.
 Perdoem-me por alguma barbaridade cometida na sugestão.

 2012/4/6 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  O problema é que homeopatia não é coisa mística. Ainda que esteja errada
  empiricamente, é uma teoria científica sim. Acreditar somente no que é
  científico não é crer somente em verdades. Nem toda verdade é científica,
  nem tudo que é científico é verdade.
 
  Em 6 de abril de 2012 02:10, Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com
 escreveu:
 
  Outro modelinho simplificado:
 
   As pessoas tipo C sempre só acreditaram no que é científico,
 
   As pessoas tipo H sempre acreditaram em coisas místicas,
   homeopatia, etc,
 
   As pessoas do tipo H-C eram místicas/religiosas quando crianças,
   mas depois viram como aquilo tudo era besteira e agora só acreditam
   em ciência,
 
   As pessoas tipo C-H só acreditavam no que era científico, mas um
   dia tiveram uma doença grave, se decepcionaram com a ineficácia dos
   médicos, e aí ficaram maravilhadas com a abordagem e a eficácia de
   um médico homeopata que as curou...
 
   O tipo *C inclui os tipos C e H-C,
 
   O tipo *H inclui os tipos H e C-H.
 
  As pessoas *C acham que as pessoas *H não só estão erradas como
  são ingênuas - demonstração: examine cada um dos quatro casos e tape
  os detalhes das historinhas você mesmo, é fácil -, e vice-versa: as
  pessoas *H acham que os *C estão errados e são ingênuos (idem).
 
  Agora vou enunciar algo que é verdade, mas cuja demonstração não cabe
  na margem do e-mail: os *Cs não vão conseguir convencer os *Hs por
  argumentos científicos, e os *Hs também não vão conseguir convencer
  os *Cs...
 
  Corolário, continuar nessa discussão sobre homeopatia não vai dar em
  nada, só vai deixar muita gente irritada.
 
   [[]], Eduardo
 
 
  On Fri, Apr 6, 2012 at 1:26 AM, Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com
  wrote:
   Não é um remédio, é um placebo. Considero anti-ético um médico
   prescrever placebos.
  
   Não é um médico, Manuel, é um médico homeopata...
  
   O que vocês acham destas definições aqui (que eu acabei de inventar)?
  
Um médico só pode tentar curar seus pacientes usando métodos
estritamente científicos, e nada mais,
  
Um médico homeopata pode usar todos os métodos que conhecer,
incluindo remédios que muita gente jura que são placebos, e pode até
ter conversas com o paciente que façam as atitudes do paciente
mudarem... Como os pacientes do médico homepata são relativamente
inteligentes, muito lidos e têm doutorado (em geral em Lógica), eles
sabem de todas as objeções científicas à homeopatia e estão
dispostos a tentar um tratamento não garantido, porque eles podem

Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-06 Por tôpico Tony Marmo
Perfeito, mas tem um detalhe: com base nos mesmos critérios que se testam
remédios alopáticos, não se pode testar hipóteses da homeopatia. Existem
revistas científicas homeopáticas publicadas há mais de cem anos já que
trazem em todos os números os resultados de observações de tratamento em
consultórios e hospitais, e mesmo de experimentos feitos. Nesses artigos,
os médicos homeopatas testam seus remédios dentro das hipóteses formuláveis
a partir da teoria que decidiram aplicar. Fazer testes sob os parâmetros da
alopatia não dará resultado correto, mas sim uma análise distorcida.

Em 6 de abril de 2012 11:28, Julio Stern jmst...@hotmail.com escreveu:


 Caros Redistas:

 Vou discordar, em parte, da sugestao de banir estes temas,
 considerados off-topic. Mas apenas em parte, pois o tema em si
 - Homeopatia, eh realmente off-topic.

 A discussao que creio pertinente para esta lista, eh a de como
 - aceitar, validar, certificar -, ou entao
 - rejeitar, invalidar, falsificar -,  a afirmacao de que homeopatia
 (ou qq outra ferramenta) funciona, ou nao.

 No ano passado publiquei um artigo em que analiso,
 e Rejeito, os argumentos de um pseudo-scientista chamado
 George Spencer-Brown, demonstrando suas descobertas
 na area de para-psicologia, vide

 J.M.Stern (2011). *Spencer-Brown vs. Probability and Statistics: 
 *http://www.mdpi.com/2078-2489/2/2/277/
 *Entropy’s Testimony on Subjective and Objective Randomness. *
 Information, 2, 2, 277-301.

 disponivel no link

 http://www.mdpi.com/2078-2489/2/2/277/

 A questao de como validar (ou nao) a eficiencia ou eficacia
 de um medicamento eh algo que aparece cotidianamente
 na analise de ensaios clinicos.

 As discussoes sobre uma nova droga ser eficiente / eficaz
 sao muito mais acaloradas do que os tapinhas com luvas de
 pelica trocados aqui na lista de logica, pois estas decisoes
 envolvem milhoes de dollares em lucros ou prejuisos para
 as industrias farmaceuticas.

 O controle do Efeito Placebo e efeitos similares eh absolutamente
 vital nestes estudos,  como analiso em outro artigo,

 J.M.Stern (2008). *Decoupling, Sparsity, Randomization, and 
 *http://www.ime.usp.br/~jstern/papers/papersJS/jmschk3.pdf
 *Objective Bayesian Inference. *C.H.K, 15, 2, 49-68

 disponivel no link

 http://www.ime.usp.br/~jstern/papers/papersJS/jmschk3.pdf


 Probabilidade e Entropia sao as chaves para obter e Informacao
 relevante sobre perguntas deste tipo, a partir de estudos empiricos
 desenhados de forma a permitir Inferencias Validas.

 Acho que este eh um topico de interesse central para esta lista.
 Dvemos apenas fazer a discussao de forma abstrata, focando a
 validade dos argumentos, e distanciando-nos dos detalhes especificos
 de cada caso particular.

 ---Julio Stern



   Date: Fri, 6 Apr 2012 10:02:26 -0300
  From: rha...@gmail.com
  To: marmo.t...@gmail.com
  CC: logica-l@dimap.ufrn.br
  Subject: Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

 
  Sou do time da oposição à Homeopatia, mas concordo com a primeira
  mensagem do Eduardo sobre essa discussão não ser produtiva aqui na
  lista, se for acontecer (como de costume) apenas a repetição dos
  argumentos já vistos em outras listas mundo a fora.
  No entanto, talvez fosse um exercício interessante tentar uma
  formulação lógica. Se pudéssemos formalizar o argumento de modo que
  pudesse ser aceito por ambas as partes, mesmo que houvesse
  divergências a respeito do valor de verdade de algumas premissas (mas
  não sobre que premissas seriam consideradas), poderiamos ter um pouco
  de diversão produtiva.
 
  Em tempo: adianto que sou novato tanto em lógica quanto em filosofia.
  Perdoem-me por alguma barbaridade cometida na sugestão.
 
  2012/4/6 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
   O problema é que homeopatia não é coisa mística. Ainda que esteja
 errada
   empiricamente, é uma teoria científica sim. Acreditar somente no que é
   científico não é crer somente em verdades. Nem toda verdade é
 científica,
   nem tudo que é científico é verdade.
  
   Em 6 de abril de 2012 02:10, Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com
 escreveu:
  
   Outro modelinho simplificado:
  
As pessoas tipo C sempre só acreditaram no que é científico,
  
As pessoas tipo H sempre acreditaram em coisas místicas,
homeopatia, etc,
  
As pessoas do tipo H-C eram místicas/religiosas quando crianças,
mas depois viram como aquilo tudo era besteira e agora só acreditam
em ciência,
  
As pessoas tipo C-H só acreditavam no que era científico, mas um
dia tiveram uma doença grave, se decepcionaram com a ineficácia dos
médicos, e aí ficaram maravilhadas com a abordagem e a eficácia de
um médico homeopata que as curou...
  
O tipo *C inclui os tipos C e H-C,
  
O tipo *H inclui os tipos H e C-H.
  
   As pessoas *C acham que as pessoas *H não só estão erradas como
   são ingênuas - demonstração: examine cada um dos quatro casos e tape
   os detalhes das historinhas você mesmo, é fácil -, e vice-versa

Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-06 Por tôpico Tony Marmo
Você escreveu:

Na minha humilde opinião, a Homeopatia carece de suporte experimental.
Se a teoria pretende explicar/melhorar os procedimentos de cura, me
parece claro que o ponto de partida seria um grau de certeza
razoável sobre a eficiência esperada da técnica em questão, mesmo
que ainda estejam pendentes as confirmações. 

Exatamente, na sua humilde opinião. Eu já expliquei que há diversas
publicações homeopáticas que falam de experimentos feitos por homeopatas e
resultados de tratamentos em consultórios. A literatura experimental em
homeopatia é vasta. Quem diz que houve experimentos que não a corroboraram
são pessoas que NÃO entendendo o que as teorias dos homeopatas dizem
fizeram testes usando parâmetros alopáticos.

Respondendo às suas 3 perguntas, outra vez:

1. Há registros de curas passíveis de serem atribuídas a remédios
homeopáticos?

Sim. Há 200 anos de curas obtidas e registradas por médicos homeopatas. Há
também casos de mortes provocadas por medicação homeopática. É possível
matar uma pessoa sadia dando-lhe remédio homeopático, conforme já foi
atestado. Os estudos homeopáticos começaram a partir da observação de que
alguns indivíduos ao tomarem certos remédios desenvolvem os sintomas das
doenças para as quais os remédios serviriam.

2. Há alguma inconsistência interna à teoria?

Depende do que você está pensando por inconsistência interna.

3.  Ela faz alguma predição testável?

Sim, todas as hipóteses homeopáticas são testáveis. Algumas funcionam,
outras não. Por exemplo, se um medicamento funciona com um paciente para
tratar de sintomas x, y, z, a uma certa diluição, por exemplo, 12CH, os
efeitos do medicamento podem ser aprofundados a uma diluição mais alta, por
exemplo, 180 CH. Mas, se a 12 ou a 30 CH o medicamento não fizer efeito, a
180CH ele poderá ser letal, induzindo sintomas que o paciente não tinha.
Esse tipo de hipótese seria falsificada se aumentando a diluição de um
medicamento aparentemente inócuo para o paciente produzisse cura e não
complicações.


Em 6 de abril de 2012 12:23, Ricardo Pereira rha...@gmail.com escreveu:

 Oi, Tony!

 2012/4/6 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  A questão é a seguinte: se você quer discutir uma teoria da medicina ou
 de
  outra ciência, você deve discutir primeiro o que a teoria diz de fato e
 NÃO
  o que outros imaginam que ela diga. Por exemplo, os homeopatas NÃO dizem
 que
  o remédio homeopático tenha a substância. Aliás, eles admitem, como é
 óbvio,
  que após as diluições não resta mais a substância. Eles NÃO afirmam que
 seja
  a presença da substância que promova a cura.

 Concordo. Espero não ter dado a entender o contrário.

  Mas, eles também NÃO dizem que seja qualquer diluição feita de qualquer
  jeito de qualquer coisa funcione como remédio. Por exemplo, despejar uma
  pílula de aspirina num balde d'água ou numa piscina não faz um remédio
  homeopático. Há uma técnica que eles recomendam para fazer as diluições e
  fora dessa técnica as diluições não funcionariam. Outra coisa: os
 homeopatas
  NÃO dizem que fazendo diluições indefinidamente sempre se terá um remédio
  homeopático. Existe um limite na escala de diluições a partir do qual
 não se
  obtém mais remédio.

 Entendo. Como falei, concordo com vc no trecho anterior.
 :-)

  Eles SIM dizem que remédios feitos a partir destas ultra-diluições
  potencializadas ou energizadas de acordo com a técnica deles podem
  induzir uma pessoa saudável a ter sintomas ou mesmo matá-la, e curar uma
  pessoa doente que tiver os sintomas-alvo. Eles dizem isto não com base na
  física ou na química modernas, mas com base em experiência de tratamento
 de
  pacientes ou de pessoas que tomaram experimentalmente os remédios
  homeopáticos. Mais: os sintomas não são os únicos parâmetros para
 prescrever
  os remédios. Na verdade, o médico tem de considerar outras característica
  individuais do paciente.

 Na minha humilde opinião, a Homeopatia carece de suporte experimental.
 Se a teoria pretende explicar/melhorar os procedimentos de cura, me
 parece claro que o ponto de partida seria um grau de certeza
 razoável sobre a eficiência esperada da técnica em questão, mesmo
 que ainda estejam pendentes as confirmações. Parece-me que os
 experimentos que já ocorreram falam contra a Homeopatia, restando,
 claro, a possibilidade de realização de novos experimentos.

 De maneira mais subjetiva, poderia dizer que vejo a homeopatia como
 uma teoria flutuante, onde as bases que seriam o suporte da teoria
 há muito deixaram de existir.
 Voltando à minha proposta, como maneira de tentar tornar o assunto
 mais pertinente à lista, deixo a pergunta: como faríamos para
 considerar a homeopatia de maneira lógica?

 Me parece que há pelo menos 3 pontos a serem debatidos (e sobre os
 quais provavelmente já há bastante material na net):

 1 - Há registros de curas passíveis de serem atribuídas a remédios
 homeopáticos?

 2 - Há alguma inconsistência interna à teoria?

 3 - Ela faz alguma predição testável?

 Isso

Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-06 Por tôpico Tony Marmo
A mediciana alopática não é a medicina ortodoxa. Não é possível fazer esse
tipo de teste, porque a medicina alopática geralmente prevê que os
medicamentos devem funcionar ou não para certas doenças e independentemente
de especificidades dos pacientes. Ou seja, alopaticamente existem remédios
para doença A, doença B, etc. Homeopaticamente, não é assim. Os remédios
são prescritos em função do quadro e das características individuais do
paciente e podem ter efeito em mais de uma doença ou problema do mesmo
paciente. Para outro paciente não será necessariamente o caso.

Em 6 de abril de 2012 12:34, Ricardo Pereira rha...@gmail.com escreveu:

 Fala, Tony!

 2012/4/6 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  Perfeito, mas tem um detalhe: com base nos mesmos critérios que se testam
  remédios alopáticos, não se pode testar hipóteses da homeopatia.

 Acho que na pior das hipóteses deve-se ser capaz de atribuir a cura
 com uma probabilidade razoável (dadas as informações disponíveis) à
 técnica em questão. Não vejo como isso pode ser válido para a
 medicina ortodoxa e não válido para a homeopatia.
 Acho que esse seria o ponto de partida para uma discussão produtiva.


 --

 []'s ...and justice for all.

 Ricardo Gentil de Araújo Pereira

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Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-06 Por tôpico Tony Marmo
Olha, essa acusação fácil de chamar pesquisa de pseudo-ciência por conta de
uma visão pré-concebida de mundo pode facilmente aplicar-se a qualquer
projeto de ponta. E aí reclamar do quanto se gastou fica mais fácil ainda.
Por exemplo, gastam-se milhões para construir um laboratório gigantesco que
passa a procurar partículas que, pelo que se saiba, só existem
teoricamente. Este tipo de projeto que merece até colaboração internacional
poderia ser igualmente rotulado de desperdício. Ainda mais se muitas das
partículas buscadas não existirem.

Mas, há investimentos em projetos menos duvidosos que saem mais caro e que
alguns podem chamar de inúteis: por exemplo, mandar voos tripulados à Lua,
arriscando a vida de astronautas, quando sondas não-tripuladas poderiam
fazer o mesmo trabalho.

O que está acontecendo com os que se queixam contra a homeopatia é que a
indústria alopática dos EUA resolveu promover uma campanha contra a
medicina homeopática e com seu poder de mídia conseguiu convencer as
pessoas de certos mitos anti-homeopáticos. Mas, a mesma campanha já foi
tentada contra a acunputura, apesar de que acunputuristas conseguem com
agulhas anestesiar pessoas incrédulas em eventos públicos.

Enfim, apenas peço que as pessoas, ainda que duvidem de certas teorias,
pelo menos tenham respeito pelos outros profissionais que estudam anos e
anos, leem livros e livros, e fazem pesquisa científica e séria no assunto.
Ideias pré-concebidas ou uma noção falsa de que existe conhecimento
absoluto não justifica falta de respeito aos demais, principalmente porque
os demais os respeitam.

Em 6 de abril de 2012 14:27, Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com escreveu:

 A minha resposta ao protesto do João Marcos é a seguinte: há verbas
 públicas sendo aplicadas em muitas coisas controversas... pra começar
 com um exemplo relativamente inócuo, Arte Contemporânea, que eu aposto
 que muita gente aqui despreza, mas nem todo mundo. Agora um exemplo
 menos inócuo: corrupção - uma parte GIGANTESCA das nossas verbas
 públicas são gastas em coisas que pelo menos 99% das pessoas da lista
 rotulariam tranquilamente como corrupção...

 O que a gente pode fazer com relação a estas verbas mal utilizadas? O
 nosso tempo e a nossa energia são limitados, e cada um de nós tem que
 escolher onde e como vamos aplicá-los para combater o mal e daí
 conseguirmos dormir bem de noite - e, claro, as respostas a estes
 onde e como são individuais, e vão depender das preferências e
 afinidades de cada um. É natural que algumas pessoas combatam
 prioritariamente o que consideram como pseudo-ciência - o João Marcos
 já explicou os porquês dele de forma super coerente, mas não tenho os
 links à mão, ele deve ter -, mas há mil outras possibilidades, e,
 quanto a mim, apesar da minha antipatia por alopatia eu gostaria que
 os médicos alopatas nos hospitais públicos fizessem faculdades
 melhores, tivessem condições de trabalho bem melhores e ganhassem bem
 mais do que ganham hoje em dia...

 Como eu não consigo parar, lá vai: eu gostaria também que mais
 calouros lá na Ilha das Ostras, onde eu trabalho, entrassem na
 faculdade sabendo ler e escrever direito, e gostaria que o Brasil
 fosse um estado laico - aliás, 1% de alunos ateus é muito pouco - e
 que o nosso próximo presidente fosse alguém melhor do que o Romário. A
 minha estratégia atual pra tentar salvar o mundo um pouquinho inclui
 deixar as pseudo-ciências em paz.

  [[]], Eduardo


 On Fri, Apr 6, 2012 at 1:33 PM, Joao Marcos botoc...@gmail.com wrote:
  Meu protesto vai ser o usual, contra a *malversação das verbas
  públicas*: um dia debatemos aqui o Núcleo de Estudos de Fenômenos
  Paranormais da UnB (aquela mesma universidade onde o ex-reitor comprou
  uma lixeira de ouro), com suas sérias investigações sobre ufologia,
  astrologia e conscienciologia
  (http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2007-October/001684.html),
  noutro dia descobrimos que a CAPES e a USP estão fomentando estudos
  profundos sobre impostação de mãos e espiritismo
  (http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2012-January/006972.html),
  e agora descobrimos que o CNPq, o Banco do Brasil e a UFV estão
  investindo em prevenção homeopática de pragas na agricultura.
 
  Não me espanta que a versão brasileira da SciAm publique afinal o que
 publica.
 
  JM
 
  2012/4/6 Alvaro Augusto (L) alv...@lunabay.com.br:
  O Eduardo Ochs tinha razão. Eu não tinha ideia do bafafá que seria
 criado
  com uma simples mensagem off-topic. Queiram me desculpar.
 
 
  [ ]s
 
  Alvaro Augusto
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Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-06 Por tôpico Tony Marmo
Aos físicos da lista:

Não sei se todos aqui concordam com a eficácia de técnicas de
espectroscopia de Raman ou UV/VIS. (De repente, alguém pode depois dizer
que elas não valem nada, etc.) Mas, eu remeto a um artigo que Rao et ali
escreveu, com link abaixo. Nele os autores apresentam como resultados que é
possível usando dessas técnicas diferenciar as estruturas de dois remédios
homeopáticos, Nux vomica e Natrum muriaticum.

The defining role of structure (including epitaxy) in the plausibility of
homeopathy
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1475491607000628

É, mais de repente poderão alguns dizer que não é bem assim, que usar
dessas técnicas para isso é perda de tempo. No entanto, esses pesquisadores
com bastante conhecimento de física, usando de conceitos mais recentes,
apresentam um resultado cientificamente obtido. Um resultado entre muitos
em 2 séculos de pesquisas em homeopatia. Enfim, acho que é um artigo que
pode interessar aos físicos, um entre muitos.

Em 6 de abril de 2012 16:48, Julio Stern jmst...@hotmail.com escreveu:


 Caros:

 Nao conheco nada de homeopatia,
 mas entendo de estatistica e ensaios clinicos e pre-clinicos.

 Alguem mencionou que existem ensaios a respeito da eficiencia
 de medicamentos homeopaticos, feitos por agentes neutros,
 em condicoes controladas, com o mesmo rigor que um ensaio,
 digamos, para o FDA.

 Neste caso, a explicacao teorica de Porque o remedio funciona
 isto eh, a metaphysica da homeopatia, nao interessa diretamente para
 validarmos ou rejeitarmos a hipotese de eficiencia do medicamento.
 Mesmo que a explicacao esteja errada, o remedio funciona!

 Alguem pode me dar boas referencias para ensaios deste tipo,
 de preferencia em revistas bem aceitas na comunidade medica?

 Grato,
 ---Julio



   Date: Fri, 6 Apr 2012 16:18:06 -0300
  From: marmo.t...@gmail.com
  To: eduardoo...@gmail.com; logica-l@dimap.ufrn.br

  Subject: Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil
 
  Olha, essa acusação fácil de chamar pesquisa de pseudo-ciência por conta
 de
  uma visão pré-concebida de mundo pode facilmente aplicar-se a qualquer
  projeto de ponta. E aí reclamar do quanto se gastou fica mais fácil
 ainda.
  Por exemplo, gastam-se milhões para construir um laboratório gigantesco
 que
  passa a procurar partículas que, pelo que se saiba, só existem
  teoricamente. Este tipo de projeto que merece até colaboração
 internacional
  poderia ser igualmente rotulado de desperdício. Ainda mais se muitas das
  partículas buscadas não existirem.
 
  Mas, há investimentos em projetos menos duvidosos que saem mais caro e
 que
  alguns podem chamar de inúteis: por exemplo, mandar voos tripulados à
 Lua,
  arriscando a vida de astronautas, quando sondas não-tripuladas poderiam
  fazer o mesmo trabalho.
 
  O que está acontecendo com os que se queixam contra a homeopatia é que a
  indústria alopática dos EUA resolveu promover uma campanha contra a
  medicina homeopática e com seu poder de mídia conseguiu convencer as
  pessoas de certos mitos anti-homeopáticos. Mas, a mesma campanha já foi
  tentada contra a acunputura, apesar de que acunputuristas conseguem com
  agulhas anestesiar pessoas incrédulas em eventos públicos.
 
  Enfim, apenas peço que as pessoas, ainda que duvidem de certas teorias,
  pelo menos tenham respeito pelos outros profissionais que estudam anos e
  anos, leem livros e livros, e fazem pesquisa científica e séria no
 assunto.
  Ideias pré-concebidas ou uma noção falsa de que existe conhecimento
  absoluto não justifica falta de respeito aos demais, principalmente
 porque
  os demais os respeitam.
 
  Em 6 de abril de 2012 14:27, Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com
 escreveu:
 
   A minha resposta ao protesto do João Marcos é a seguinte: há verbas
   públicas sendo aplicadas em muitas coisas controversas... pra começar
   com um exemplo relativamente inócuo, Arte Contemporânea, que eu aposto
   que muita gente aqui despreza, mas nem todo mundo. Agora um exemplo
   menos inócuo: corrupção - uma parte GIGANTESCA das nossas verbas
   públicas são gastas em coisas que pelo menos 99% das pessoas da lista
   rotulariam tranquilamente como corrupção...
  
   O que a gente pode fazer com relação a estas verbas mal utilizadas? O
   nosso tempo e a nossa energia são limitados, e cada um de nós tem que
   escolher onde e como vamos aplicá-los para combater o mal e daí
   conseguirmos dormir bem de noite - e, claro, as respostas a estes
   onde e como são individuais, e vão depender das preferências e
   afinidades de cada um. É natural que algumas pessoas combatam
   prioritariamente o que consideram como pseudo-ciência - o João Marcos
   já explicou os porquês dele de forma super coerente, mas não tenho os
   links à mão, ele deve ter -, mas há mil outras possibilidades, e,
   quanto a mim, apesar da minha antipatia por alopatia eu gostaria que
   os médicos alopatas nos hospitais públicos fizessem faculdades
   melhores, tivessem condições de trabalho 

Re: [Logica-l] Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser ciência?

2012-04-07 Por tôpico Tony Marmo
João Marcos,

Eu já apresentei uma referência de um físico que estudava assuntos
relacionados e apresentou resultados experimentais. No meu caso não foi
apenas relato pessoal. E não é culpa dos homeopatas, nem minha que das
várias publicações que eles têm todos os anos, de todas as pesquisas que há
2 séculos eles fazem, outros não conheçam nada e ficam falando de
insuficiência de dados, de achismos. No meu caso não é.

Em 7 de abril de 2012 09:59, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 SIM, se a coisa (homeopatia, ou fusão a frio) realmente funcionar
 deve-se buscar uma explicação científica para isto.  Não dá para
 trocar *ciência* por relatos pessoais, de fato, mas também não dá para
 trocá-la por espiritismo, hermetismo, ou mesmo por filosofia da
 ciência.

 JM


 2012/4/7 Walter Carnielli walter.carnie...@gmail.com:
  Colegas,
 
  ao invés de ficarem trocando axismos,  gostimos,  relatos pessoais
  de  cura e  casos de  causa-e-efeito  duvidosos ou não, porque  não
  discutem tendo por  base uma análise por um filósofo da ciência
  competente, como nosso colega  Silvio Seno Chibeni  do DF- Unicamp?
 
 
  A Questão da Cientificidade da Homeopatia
  Silvio Seno Chibeni- Departamento de Filosofia - IFCH - Unicamp
 
 
 http://www.mangolini.med.br/artigos/A%20Cientificidade%20da%20Homeopatia.pdf
 
  ---
  A Homeopatia como Ciência: Uma Análise Filosófica
  Revista de Homeopatia (Associação Médica Homeopática Brasileira), n.
  4: 89-96, 2002.
  Resumo:
  Neste artigo recorre-se à filosofia da ciência, ramo da filosofia que
  se ocupa da análise do conhecimento científico, para esclarecer
  algumas questões relativas ao debatido tema da cientificidade da
  homeopatia. Após traçar-se algumas distinções fundamentais entre tipos
  de teorias científicas, mostra-se que, quando restrita ao seu nível
  fenomenológico, a homeopatia apresenta uma estrutura teórica típica de
  um ciência genuína. Salienta-se, no entanto, a necessidade de se
  renovarem as pesquisas sobre as bases experimentais dessa teoria.
  Discute-se, por fim, a questão distinta das explicações dos fenômenos
  homeopáticos. Diversas confusões presentes tanto nas críticas como na
  defesa da homeopatia são apontadas.
  ---
   A  penitência  do  Ulisses Capozzoli em
 
 http://blogdasciam.blog.uol.com.br/arch2012-04-01_2012-04-07.html#2012_04-05_19_00_27-11592244-0
 
  na minha opinião  é  perigosa  e  apressada:
  Scientific American, refletindo talvez a maioria das opiniões no meio
  científico, entende que homeopatia não é ciência
 
  Já decretou?
 
  e  mais
 
  A fusão a frio foi um fiasco (reproduzido em várias partes do mundo)
  pelos eletroquímicos Martin Fleischmann e o americano Stanley Pons, em
  1989.
 
  O  CERN promoveu recentemente  um colóquio sobre  reações nucleares de
  baixa energia
 
 http://newenergyandfuel.com/http:/newenergyandfuel/com/2012/03/26/cern-has-a-lenr-colloquium/
 
  Vejam também:   Defense Intelligence Agency (DIA US) Report - Cold
  Fusion Gaining Acceptance
  http://www.youtube.com/watch?v=-XAR2GbIQ0Mfeature=player_embedded#
 
 
  Abs,
 
  Walter
 
 
 
  Em 7 de abril de 2012 08:44, Ricardo Pereira rha...@gmail.com
 escreveu:
  Fala, Eduardo!
 
  2012/4/6 Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com:
  Oi Ricardo,
 
  acho que não há nenhuma chance de todo mundo aqui concordar com
  relação ao seu ponto 1... sob o ponto de vista de alguns a gente tem
  pelo menos duas curas passíveis de serem atribuídas à homeopatia: a do
  Tony e a minha - uma sinusite crônica, que eu acabei não contando a
  história -, mas sob o ponto de vista de outros nem estas... Por isto é
  que eu já tinha desistido de qualquer possibilidade de consenso desde
  o início, e em
 
  Bom...
  Se isso não for possível (ponto 1), realmente acho que não há muito o
  que discutir.
  Confesso que imaginava que poderíamos pelo menos chegar a um consenso
  sobre o procedimento-modelo a ser usado para tal atribuição, que a meu
  ver envolve teoria de probabilidades. Iss posto, nos restaria checar
  se as autoridades que respeitamos estão seguindo esse padrão mínimo de
  exigência.
 
  Observo, ainda, que como sociedade extremamente especializada, me
  parece que o desejável é que tivéssemos mecanismos simples para
  atribuir autoridade às fontes confiáveis (homeopáticas e
  não-homeopáticas), em vez de tentarmos nos tornar especialistas em
  todos os assuntos sobre que quisermos decidir. Apesar de já ter lido
  (há anos) bastante coisa sobre homeopatia, nunca me considerei um
  expert e, hoje, não conheço as novidades relativas a essa questão da
  eficiência.
 
 
  --
 
  []'s ...and justice for all.
 
  Ricardo Gentil de Araújo Pereira
  ___
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  --
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  Prof. Dr. Walter Carnielli
  Director
  

Re: [Logica-l] Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser ciência?

2012-04-07 Por tôpico Tony Marmo
[3] João Marcos, só para refrescar eu apresentei essa referência de quem
procurou estudar objetivamente um tópico relativo ao assunto:

The defining role of structure (including epitaxy) in the plausibility of
homeopathy
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1475491607000628

Se isso não serve como ciência convencional para você, então não sei o que
serve,

Em 7 de abril de 2012 12:57, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

 João Marcos,

 [1] Não é método científico diferente, João Marcos. Os parâmetros a serem
 buscados é que diferem e as hipóteses são diferentes. Aliás, isso eu nem
 precisava explicar, porque está cristalino.

 [2] O argumento da autoridade é tido como uma falácia. Mas, ainda que não
 seja, por que as autoridades confiáveis seriam justamente os
 anti-homeopatas que não estudam o assunto e não os próprios homeopatas que
 estudam o assunto? Por favor, então se houver um inimigo da
 paraconsistência, a palavra final sobre a lógica paraconsistente é dele e
 não sua? Desculpe, mas não é uma atitude racional teimar nesse preconceito
 anti-homeopático, assim como os preconceitos teimosos contra a lógica
 paraconsistente não têm nada de racional.


 Em 7 de abril de 2012 12:51, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Tony:

 Por uma questão de princípios, não pode haver um método científico
 alopático e um método científico homeopático.  Não vou opinar sobre
 os resultados experimentais que abundam ou deixam de abundar, neste
 caso específico, pois esta não é a minha área de especialidade --- nem
 a área de especialidade desta lista de discussão (por isso mesmo,
 aliás, esta será minha última mensagem sobre este tema aqui).

 Quanto aos papers de autoridades sobre os quais eu porventura deva
 me debruçar, na sua opinião ou de algum outro colega, confesso que
 tenho preferência a priori por aqueles publicados em periódicos
 internacionais de autoridade reconhecida, e de preferência
 periódicos que não sejam simpáticos à causa já no título.

 Disclaimer:
 Não trabalho para laboratórios estrangeiros nem escrevo aqui a mando
 da ciência europeia.

 Joao Marcos


 2012/4/7 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
 
  João Marcos,
 
  Eu já apresentei uma referência de um físico que estudava assuntos
  relacionados e apresentou resultados experimentais. No meu caso não foi
  apenas relato pessoal. E não é culpa dos homeopatas, nem minha que das
  várias publicações que eles têm todos os anos, de todas as pesquisas
 que há
  2 séculos eles fazem, outros não conheçam nada e ficam falando de
  insuficiência de dados, de achismos. No meu caso não é.
 
  Em 7 de abril de 2012 09:59, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:
 
  SIM, se a coisa (homeopatia, ou fusão a frio) realmente funcionar
  deve-se buscar uma explicação científica para isto.  Não dá para
  trocar *ciência* por relatos pessoais, de fato, mas também não dá para
  trocá-la por espiritismo, hermetismo, ou mesmo por filosofia da
  ciência.
 
  JM
 
 
  2012/4/7 Walter Carnielli walter.carnie...@gmail.com:
   Colegas,
  
   ao invés de ficarem trocando axismos,  gostimos,  relatos
 pessoais
   de  cura e  casos de  causa-e-efeito  duvidosos ou não, porque  não
   discutem tendo por  base uma análise por um filósofo da ciência
   competente, como nosso colega  Silvio Seno Chibeni  do DF- Unicamp?
  
  
   A Questão da Cientificidade da Homeopatia
   Silvio Seno Chibeni- Departamento de Filosofia - IFCH - Unicamp
  
  
  
 http://www.mangolini.med.br/artigos/A%20Cientificidade%20da%20Homeopatia.pdf
  
   ---
   A Homeopatia como Ciência: Uma Análise Filosófica
   Revista de Homeopatia (Associação Médica Homeopática Brasileira), n.
   4: 89-96, 2002.
   Resumo:
   Neste artigo recorre-se à filosofia da ciência, ramo da filosofia que
   se ocupa da análise do conhecimento científico, para esclarecer
   algumas questões relativas ao debatido tema da cientificidade da
   homeopatia. Após traçar-se algumas distinções fundamentais entre
 tipos
   de teorias científicas, mostra-se que, quando restrita ao seu nível
   fenomenológico, a homeopatia apresenta uma estrutura teórica típica
 de
   um ciência genuína. Salienta-se, no entanto, a necessidade de se
   renovarem as pesquisas sobre as bases experimentais dessa teoria.
   Discute-se, por fim, a questão distinta das explicações dos fenômenos
   homeopáticos. Diversas confusões presentes tanto nas críticas como na
   defesa da homeopatia são apontadas.
   ---
A  penitência  do  Ulisses Capozzoli em
  
  
 http://blogdasciam.blog.uol.com.br/arch2012-04-01_2012-04-07.html#2012_04-05_19_00_27-11592244-0
  
   na minha opinião  é  perigosa  e  apressada:
   Scientific American, refletindo talvez a maioria das opiniões no
 meio
   científico, entende que homeopatia não é ciência
  
   Já decretou?
  
   e  mais
  
   A fusão a frio foi um fiasco (reproduzido em várias partes do mundo)
   pelos eletroquímicos Martin Fleischmann e

Re: [Logica-l] Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser ciência?

2012-04-07 Por tôpico Tony Marmo
Desculpe, minhas referências não foram em metafísica e isso é claro.

Mas, uma vez mais, os estudos homeopáticos começaram com experimentos, sob
condições controladas, em que pessoas SAUDÁVEIS tomavam certas substâncias
não-diluídas ou mesmo soluções homeopáticas, sem saber o propósito delas, e
que após a ingestão apresentaram certos sintomas. Isto é ciência
experimental sim e relaciona causa e efeito. O próximo passo experimental é
o uso do que foi testado em pessoas sanas, diluído ou não, agora como
diluições em pessoas doentes que já tenham o quadro de sintomas: se nessa
segunda fase os sintomas desaparecem, então outra vez a relação causa e
efeito está estabelecida.

Pergunta se há experimentos feitos com placebo num grupo e no outro com o
medicamento mesmo. Sim, isto é feito com grupos de pessoas sanas,
geralmente. Os homeopatas fazem ensaios duplo-cegos, triplo-cegos também.
Sempre fizeram, antes mesmo de muitos remédios alopáticos serem inventados.

Mas, veja bem e isso tem que ser entendido: quando os homeopatas fazem
experimentos com pessoas sanas ou quando tratam doentes, a coleta dos dados
tem de levar em conta os parâmetros que eles buscam. Não basta falar em
grupo A ou B: as características individuais dos membros de cada grupo
também têm de ser anotadas com bases em critérios que eles usam para traçar
o perfil de cada paciente.

Outro fator importante: a análise de um quadro clínico por um homeopata não
fica completa se ele não tiver a informação com relação ao histórico
familiar. Antes mesmo da genética avançar, eles já pesquisavam isso.

Outro elemento que não pode faltar: a correlação entre sintomas, mesmo de
sintomas que aparentemente não tenham nada a ver uns com os outros. É
diferente quando duas pessoas supostamente têm a mesma doença, mas uma tem
febre e a outra não, uma apresenta dor de cabeça, a outra não, quando uma
têm períodos de piora à noite e outra durante o dia. A maioria desses
parâmetros, os médicos alopatas em experimentos ou em tratamento
simplesmente desconsideram. Por isso que, além das hipóteses serem
diferentes na pesquisa homeopática, os parâmetros de busca dos alopatas são
muito diferentes dos que os homeopatas buscam.

Em 7 de abril de 2012 13:20, Julio Stern jmst...@hotmail.com escreveu:


 Tony:

 Suas referencia foram exatamente sobre os topicos
 em que eu Nao estou interessado, isto eh,
 Metafisica = Explicacoes de porque funciona.

 Gostaria de ter referencias sobre Ensaios Clinicos em
 Condicoes Controladas, ex: um ensaio Duplo-Cego com
 pelo menos um Braco de Controle (placebo ou tratamento padrao).

 Se nao ha estudos assim, ficarei desconfiado.

 Se confrontado com argumentos que justifiquem que
 nao eh possivel fazer estudos assim, devido a incompatibilidades
 filosoficas com a ciencia ocidental, tornar-me-ei muito cetico
 sobre este assunto (homeopatia).

 ---Julio (Stern)



   Date: Sat, 7 Apr 2012 12:57:55 -0300
  From: marmo.t...@gmail.com
  To: botoc...@gmail.com; logica-l@dimap.ufrn.br
  Subject: Re: [Logica-l] Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser
 ciência?

 
  João Marcos,
 
  [1] Não é método científico diferente, João Marcos. Os parâmetros a serem
  buscados é que diferem e as hipóteses são diferentes. Aliás, isso eu nem
  precisava explicar, porque está cristalino.
 
  [2] O argumento da autoridade é tido como uma falácia. Mas, ainda que não
  seja, por que as autoridades confiáveis seriam justamente os
  anti-homeopatas que não estudam o assunto e não os próprios homeopatas
 que
  estudam o assunto? Por favor, então se houver um inimigo da
  paraconsistência, a palavra final sobre a lógica paraconsistente é dele e
  não sua? Desculpe, mas não é uma atitude racional teimar nesse
 preconceito
  anti-homeopático, assim como os preconceitos teimosos contra a lógica
  paraconsistente não têm nada de racional.
 
 
  Em 7 de abril de 2012 12:51, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:
 
   Tony:
  
   Por uma questão de princípios, não pode haver um método científico
   alopático e um método científico homeopático. Não vou opinar sobre
   os resultados experimentais que abundam ou deixam de abundar, neste
   caso específico, pois esta não é a minha área de especialidade --- nem
   a área de especialidade desta lista de discussão (por isso mesmo,
   aliás, esta será minha última mensagem sobre este tema aqui).
  
   Quanto aos papers de autoridades sobre os quais eu porventura deva
   me debruçar, na sua opinião ou de algum outro colega, confesso que
   tenho preferência a priori por aqueles publicados em periódicos
   internacionais de autoridade reconhecida, e de preferência
   periódicos que não sejam simpáticos à causa já no título.
  
   Disclaimer:
   Não trabalho para laboratórios estrangeiros nem escrevo aqui a mando
   da ciência europeia.
  
   Joao Marcos
  
  
   2012/4/7 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
   
João Marcos,
   
Eu já apresentei uma referência de um físico que estudava assuntos
relacionados e

Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-07 Por tôpico Tony Marmo
Obrigado, Professor Krause. Mas, eu não sou homeopata. É que quando a gente
se trata com um médico homeopata por muito tempo, ele geralmente explica ao
paciente os fundamentos da medicina homeopática, porque os homeopatas
acreditam que o conhecimento médico não deve ficar restrito aos médicos.

Tive a oportunidade de ler um pouco da vasta biblioteca (física e não
virtual) que meu médico tinha, enquanto aguardava consulta. Conheço o
suficiente para dizer que a homeopatia é pesquisa científica e tem
comprovação empírica.

Outras pessoas, para tirarem suas próprias conclusões, precisam ler o que
de fato os médicos homeopatas escrevem e fazem, e não ficar com comparações
com coisas que nada têm a ver, ou com o que eles imaginam que seja a
homeopatia.

Em 7 de abril de 2012 14:26, Décio Krause deciokra...@gmail.com escreveu:

 Tony e demais homeopatas
 Eu me expressei antes de uma forma que då a entender ou a ignorância  a
 respeitado assunto ou um completo descaso. Mas não é isso. Acho que a
 homeopatia é sim algo a ser considerado, e eu mesmo me tratei com ela há
 tempos, e tenho um excelente amigo e médico homeopata em Curitba. Acho que
 é remédio mesmo e  ainda que eu tenha tomado as águas da meia do meu amigo,
 isso deve ser considerado pelos efeitos pragmáticos.
 D




 --
 Décio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 --

 Em 07/04/2012, às 12:49, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

  Eu já te passei uma referência de estudos feitos por um físico, aqui
 mesmo
  nesta thread.
  Há livros e livros escritos por homeopatas há 2 séculos já, artigos
  publicados em revistas periódicas, pesquisas em hospitais britânicos,
  pesquisas feitas em parceria com brasileiros. Se as pessoas não conhecem
  essa literatura, não é problema de quem conhece. Mas, quem não a conhece,
  não pode ficar dando chute e dizendo que homeopatia não tem base
 empírica.
  Conheçam primeiro e depois pensem se podem dizer algo a respeito.
 
  Em 7 de abril de 2012 09:05, Ricardo Pereira rha...@gmail.com
 escreveu:
 
  Oi, Tony!
 
  2012/4/6 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
 
  Exatamente, na sua humilde opinião. Eu já expliquei que há diversas
  publicações homeopáticas que falam de experimentos feitos por
 homeopatas
  e
  resultados de tratamentos em consultórios. A literatura experimental em
  homeopatia é vasta. Quem diz que houve experimentos que não a
  corroboraram
  são pessoas que NÃO entendendo o que as teorias dos homeopatas dizem
  fizeram testes usando parâmetros alopáticos.
 
  Será?
  Acho que o problema com relação a esse ponto específico é a
  divergência a respeito da possibilidade do estabelecimento da relação
  causa-efeito entre tratamento e cura. Penso que esse procedimento,
  feitas as considerações necessárias, é o mesmo para a medicina
  homeopática e para a não-homeopática.
  Como devo ter falado em mensagem anterior, acho que esse é o ponto
  fundamental na discussão.
 
  Vc tem alguma referência onde eu possa ver o erro do estudo
  tradicional sobre a eficácia da Homeopatia, bem como a correção e
  consequente confirmação da relação causa-efeito?
 
  Se puderes, mande-me alguns links que consideras autoridades a
  respeito. Darei um update em minhas fontes.
 
  1. Há registros de curas passíveis de serem atribuídas a remédios
  homeopáticos?
 
  Sim. Há 200 anos de curas obtidas e registradas por médicos homeopatas.
  Há
  também casos de mortes provocadas por medicação homeopática. É possível
  matar uma pessoa sadia dando-lhe remédio homeopático, conforme já foi
  atestado. Os estudos homeopáticos começaram a partir da observação de
 que
  alguns indivíduos ao tomarem certos remédios desenvolvem os sintomas
 das
  doenças para as quais os remédios serviriam.
 
  Deixando em standby as considerações sobre a aplicação universal dos
  testes probabilísticos, darei uma checada na net.
  Caso tenhas alguma referência de destaque que puderes me adiantar,
  ficarei grato.
 
  2. Há alguma inconsistência interna à teoria?
 
  Depende do que você está pensando por inconsistência interna.
 
  Melhor me manter concentrado na objeção 1. Creio que ela parece ser o
  ponto mais grave nas divergências, além de exigir menos conhecimento
  para tratamento.
 
 
  3.  Ela faz alguma predição testável?
 
  Sim, todas as hipóteses homeopáticas são testáveis. Algumas funcionam,
  outras não. Por exemplo, se um medicamento funciona com um paciente
 para
  tratar de sintomas x, y, z, a uma certa diluição, por exemplo, 12CH, os
  efeitos do medicamento podem ser aprofundados a uma diluição mais alta,
  por
  exemplo, 180 CH. Mas, se a 12 ou a 30 CH o medicamento não fizer
 efeito,
  a
  180CH ele poderá ser letal, induzindo sintomas que o paciente não
 tinha.
  Esse tipo de hipótese seria falsificada se aumentando

Re: [Logica-l] Off-topic: Homeopatia na SciAm Brasil

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Sobre eficácia da homeopatia e discussão de objeções teóricas você pode
consultar os seguintes periódicos acessíveis a não-médicos (recomendando as
versões impressas, um dos sites de uma revista na internet não é muito bom
ainda):

*British Journal of Homoeopathy *a partir do primeiro número de 1844, que
hoje se chama simplesmente *Homeopathy*.
Os artigos têm bastante conteúdo científico, mas o site é fechado
http://www.elsevier.com/wps/find/journaldescription.cws_home/623042/description

*National Journal of Homeopathy*. (site ruinzinho, revista impressa muito
boa)
*La Revue d'Homeéopathie*
*
*
*Um site bom *destinado ao público leigo também:* *
http://www.homeopathie-francaise.com/

LEMBRANDO QUE você pode achar todo tipo de artigo nessas referências e que
você precisará de tempo para achar o que quiser exatamente. Mas, já aviso,
o que você quer ler, para ler tudo, leva uns anos.

Há mais uns 200 livros que relatam de experimentos provando a eficácia dos
métodos homeopáticos. Não tenho os nomes todos de cabeça.

Em 7 de abril de 2012 17:18, Ricardo Pereira rha...@gmail.com escreveu:

 Oi, Tony!

 2012/4/7 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  Eu já te passei uma referência de estudos feitos por um físico, aqui
 mesmo
  nesta thread.

 Se for esse:
 http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1475491607000628
 Pensei que não se tratava de evidência à favor da eficiência, mas
 sobre uma possível eliminação de objeção à Homeopatia.
 Não tive acesso ao artigo todo, mas o abstract reforçou essa idéia.
 Espero que meus amigos Tico e Teco ainda estejam funcionando.
 :-)

  Há livros e livros escritos por homeopatas há 2 séculos já, artigos
  publicados em revistas periódicas, pesquisas em hospitais britânicos,
  pesquisas feitas em parceria com brasileiros. Se as pessoas não conhecem
  essa literatura, não é problema de quem conhece.

 Certamente. Não foi isso que quis dizer. Se dei a entender, me desculpe.

  Mas, quem não a conhece,
  não pode ficar dando chute e dizendo que homeopatia não tem base
 empírica.
  Conheçam primeiro e depois pensem se podem dizer algo a respeito.

 Como falei, sobre a especialização de nossa sociedade, acho inviável
 fazer o que já tentei várias vezes (não só sobre homeopatia): procurar
 julgar, eu mesmo, a validade das teorias que pensava serem fracas,
 procurando no PubMed e em sites pró e contra (pra tentar não ser
 vítima de viés). Sei que ao fazer isso estarei inevitavelmente
 assumindo um risco de sofrer as consequências das falhas das
 autoridades a quem deleguei essa decisão, nesse caso, a
 famigeradamente arrogante e conspiratória ciência mainstream.
 Juntarei energia pra fazer como o Julio: dar uma fuçada na net, pra
 ver se tenho uma imagem diferente da que tive na última vez em que fiz
 isso.

 
  Em 7 de abril de 2012 09:05, Ricardo Pereira rha...@gmail.com
 escreveu:
 
  Oi, Tony!
 
  2012/4/6 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  
   Exatamente, na sua humilde opinião. Eu já expliquei que há diversas
   publicações homeopáticas que falam de experimentos feitos por
 homeopatas
   e
   resultados de tratamentos em consultórios. A literatura experimental
 em
   homeopatia é vasta. Quem diz que houve experimentos que não a
   corroboraram
   são pessoas que NÃO entendendo o que as teorias dos homeopatas dizem
   fizeram testes usando parâmetros alopáticos.
 
  Será?
  Acho que o problema com relação a esse ponto específico é a
  divergência a respeito da possibilidade do estabelecimento da relação
  causa-efeito entre tratamento e cura. Penso que esse procedimento,
  feitas as considerações necessárias, é o mesmo para a medicina
  homeopática e para a não-homeopática.
  Como devo ter falado em mensagem anterior, acho que esse é o ponto
  fundamental na discussão.
 
  Vc tem alguma referência onde eu possa ver o erro do estudo
  tradicional sobre a eficácia da Homeopatia, bem como a correção e
  consequente confirmação da relação causa-efeito?
 
  Se puderes, mande-me alguns links que consideras autoridades a
  respeito. Darei um update em minhas fontes.
 
   1. Há registros de curas passíveis de serem atribuídas a remédios
   homeopáticos?
  
   Sim. Há 200 anos de curas obtidas e registradas por médicos
 homeopatas.
   Há
   também casos de mortes provocadas por medicação homeopática. É
 possível
   matar uma pessoa sadia dando-lhe remédio homeopático, conforme já foi
   atestado. Os estudos homeopáticos começaram a partir da observação de
   que
   alguns indivíduos ao tomarem certos remédios desenvolvem os sintomas
 das
   doenças para as quais os remédios serviriam.
 
  Deixando em standby as considerações sobre a aplicação universal dos
  testes probabilísticos, darei uma checada na net.
  Caso tenhas alguma referência de destaque que puderes me adiantar,
  ficarei grato.
 
   2. Há alguma inconsistência interna à teoria?
  
   Depende do que você está pensando por inconsistência interna.
 
  Melhor me manter concentrado na objeção 1. Creio que ela parece ser o

Re: [Logica-l] Homeopatia: Estudos Cilinos Controlados

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Veja a resposta que dei ao Ricardo sobre o assunto. Só lembro uma vez mais
que há uma guerra declarada da grande indústria farmacêutica contra a
homeopatia, que visa mercado e que não tem escrúpulo de mentir para o
público dizendo que é placebo (como se não houvesse placebo da própria
indústria multinacional!).

Em 7 de abril de 2012 14:15, Julio Stern jmst...@hotmail.com escreveu:



 Caros:

 Depois de tanta conversa, resolvi passar 20 minutos no Google
 procurando eu mesmo pelas referencias que pedi.

 Seguem 3 exemplos de estudos clinicos controlados
 sobre homeopatia. 1 pro, 1 contra, 1 na coluna do meio...
 Ha varios estudos assim e os resultados divergem!

 Isto eh muito extranho...

 ---Julio

 K. de Verdier, P. Öhagen, and S. Alenius  (2003)
 No Effect of a Homeopathic Preparation on Neonatal
 Calf Diarrhoea in a Randomised Double-Blind,
 Placebo-Controlled Clinical Trial

 http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1751-0147-44-97.pdf


 Morag A Taylor, David Reilly, Robert H Llewellyn­Jones,
 Charles McSharry, Tom C Aitchison (2000)
 Randomised controlled trial of homoeopathy versus
 placebo in perennial allergic rhinitis with overview of
 four trial series


 http://pmmp.cnki.net/Resources/CDDPdf/evd%5Cbase%5CBritish%20Medical%20Journal%5C%E9%9A%8F%E6%9C%BA%E5%AF%B9%E7%85%A7%E5%AE%9E%E9%AA%8C%5Cbmj200032108471.pdf

 Vickers AJ, Smith C (2007)
 Homoeopathic Oscillococcinum for preventing and treating
 influenza and influenza-like syndromes (Review)

 http://www.pharmaretail.it/download/oscillococcinum.pdf


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Re: [Logica-l] Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser ciência?

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Dois problemas:

1. O que marca a teologia medieval no ocidente é justamente a incompreensão
ou má compreensão dos ensinamentos deixados pelos teólogos da patrística. O
Papa, aliás, foi ex-comungado pelos Patriarcas do Oriente por ter escrito
uma heresia. Foi um período de decadência para os estudos teológicos. Mas,
em todo caso, jamais os católicos confundiram mágica com a religião cristã.
Pessoas que têm preconceito contra o cristianismo costumam fazer essa
confusão, a partir da leitura pessoal que fazem desses textos.

A respeito disso: o *Malleus Maleficarum, *citado pelo sr, tem partes
devotadas a explicar para as pessoas a diferença entre ciência e
bruxaria. Diz claramente, por exemplo, que a arte de advinhar o futuro
lendo folhas de chá ou a astrologia não são bruxaria, porque são ciências.

Quanto a dizer que o espírito pode entrar por uma ventosa, por que em tese
um espírito pode inclusive atravessar uma densa parede, lembro que também
em ritual de exorcismo o padre o pode expulsar por um simples sopro.

2. O fato de que a prática fosse difundida e espalhada em livros nunca
implicou que as pessoas realmente obtivessem cura. O que é documentado
pelos médicos críticos da época é que, contra a recomendação da esmagadora
maioria da literatura da época, essas técnicas deixavam as pessoas doentes
e a insistência nelas levava até a morte.

MAS, O MAIS IMPORTANTE: a medicina alopática historicamente descende
justamente dessa medicina das sangrias e trepanações. E até que se provasse
a inexistência dos quatro humores, eram esses os princípios gerais dessa
medicina. Os princípios acabaram-se, mas as prescrições melhoradas
continuam como soluções ad hoc. Ou seja, a medicina alopática se diz uma
ciência, mas não tem leis gerais mais.

O pior é que a lógica alopática é a mesma daquele tempo quando os médicos
induziam gangrenas em feridos de guerra. Para quê induziam gangrenas? Para
que pudessem amputar logo em seguida, acreditando que todo membro ferido
tinha de invariavelmente ser amputado. Igualzinho hoje que o tratamento
para diabetes implica a inutilização progressiva do pâncreas.

Em 7 de abril de 2012 21:02, Manuel Doria manueldo...@gmail.com escreveu:

 A prática da trepanação com seu arcabouço teológico como eu descrevi é bem
 documentada. Mágica, religião e medicina eram indistinguíveis durante
 certos períodos históricos. O fato de escolásticos sofisticados não
 endossarem dessas crenças não implica que não faziam parte do imaginário
 popular; demônios como agentes patogênicos. Até hoje, mesmo no Brasil, essa
 é uma crença muito comum (os encostos dos neopentecostais e os espíritos
 obsessores e ovóides do espiritismo)

 http://www.salon.com/1999/04/29/trepanation/
 http://www.skepdic.com/trepanation.html
 http://www.trepanationguide.com/trepanation_across_cultures.htm

 Lendo o *Malleus Maleficarum* ou outro tratado de demonologia/feitiçaria
 feito por inquisidores e teólogos medievais pode-se constatar a
 multiplicidade de teses de como demônios enquanto agentes espirituais
 podiam interagir fisicamente com seres humanos, incluindo relações sexuais:

 http://www.sacred-texts.com/pag/mm/

 Existia até uma teoria teratológica no *Malleus Maleficarum*, da
 etiologia das deformidades de certos recém-nascidos. Eram o produto de
 íncubus fertilizando mulheres através do sêmen coletando por súcubus.

 Se o sopro divino pode entrar pelas ventas, não vejo objeção teológica à
 possibilidade de um espírito maligno sair por um buraco no crânio. O
 dualismo de substância *folk* que milhões de pessoas no mundo ainda
 acreditam consiste nisso, em um fantasma aprisionado em um corpo, que
 flutua pelo ar após à morte.

 Curiosamente, trepanação continua sendo praticada para fins terapêuticos
 ao redor do mundo, e exatamente com o mesmo discurso contra a medicina
 alopática ocidental

 http://www.trepan.com/

 [ ]'s


 2012/4/7 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com

 Está errada a hipótese porque, como qualquer teólogo já sabia na época,
 demônios não entram ou saem por buracos. Aliás, a expulsão de demônios,
 para quem acreditava na existência deles, se faria por rituais de exorcismo
 que não se reduzem a procedimentos médicos.

 Está aí mais um exemplo de pessoas tirando conclusões falsas a partir do
 que elas não conhecem, deixando de compreender a ciência do seu próprio
 tempo.

 Em todo caso, não é verdade que para muita gente trepanação funcionou. Os
 historiadores da medicina modernamente não dão testemunho que técnicas como
 essa ou a sangria tenham de fato curado pessoas. Ao contrário, os médicos
 mais críticos que viveram nessas épocas relatam a invariável piora (morte
 ou complicação) dos pacientes. Sobreviviam os que paravam com esses
 tratamentos e buscavam outros. É claro que os médicos menos críticos
 costumavam repetir as técnicas utlizadas sem sucesso. É como hoje em dia os
 alopatas que nos receitam medicamentos de uso contínuo que só pioram nossas
 condições, ao invés de nos dar algo que nos livre

Re: [Logica-l] algumas coisas formales - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
?
 
 
  concordo.
 
  On Sat, Apr 7, 2012 at 2:30 PM, Décio Krause deciokra...@gmail.com
 wrote:
 
  Não, se funcionar não precisa ser ciência. Mesmo porque não há definição
  do que seja ciência.   Tecnologia, estritamente falando, não deveria
 ser
  ciência, ainda que se valha dela.
  Acho que vou tomar uma homeopatia.
  D
 
 
 
  --
  Décio Krause
  Departamento de Filosofia
  Universidade Federal de Santa Catarina
  88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
  http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
  --
 
  Em 07/04/2012, às 12:43, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:
 
   João Marcos,
  
   Eu já apresentei uma referência de um físico que estudava assuntos
   relacionados e apresentou resultados experimentais. No meu caso não
 foi
   apenas relato pessoal. E não é culpa dos homeopatas, nem minha que das
   várias publicações que eles têm todos os anos, de todas as pesquisas
 que
  há
   2 séculos eles fazem, outros não conheçam nada e ficam falando de
   insuficiência de dados, de achismos. No meu caso não é.
  
   Em 7 de abril de 2012 09:59, Joao Marcos botoc...@gmail.com
 escreveu:
  
   SIM, se a coisa (homeopatia, ou fusão a frio) realmente funcionar
   deve-se buscar uma explicação científica para isto.  Não dá para
   trocar *ciência* por relatos pessoais, de fato, mas também não dá
 para
   trocá-la por espiritismo, hermetismo, ou mesmo por filosofia da
   ciência.
  
   JM
  
  
   2012/4/7 Walter Carnielli walter.carnie...@gmail.com:
   Colegas,
  
   ao invés de ficarem trocando axismos,  gostimos,  relatos
 pessoais
   de  cura e  casos de  causa-e-efeito  duvidosos ou não, porque  não
   discutem tendo por  base uma análise por um filósofo da ciência
   competente, como nosso colega  Silvio Seno Chibeni  do DF- Unicamp?
  
  
   A Questão da Cientificidade da Homeopatia
   Silvio Seno Chibeni- Departamento de Filosofia - IFCH - Unicamp
  
  
  
 
 http://www.mangolini.med.br/artigos/A%20Cientificidade%20da%20Homeopatia.pdf
  
   ---
   A Homeopatia como Ciência: Uma Análise Filosófica
   Revista de Homeopatia (Associação Médica Homeopática Brasileira), n.
   4: 89-96, 2002.
   Resumo:
   Neste artigo recorre-se à filosofia da ciência, ramo da filosofia
 que
   se ocupa da análise do conhecimento científico, para esclarecer
   algumas questões relativas ao debatido tema da cientificidade da
   homeopatia. Após traçar-se algumas distinções fundamentais entre
 tipos
   de teorias científicas, mostra-se que, quando restrita ao seu nível
   fenomenológico, a homeopatia apresenta uma estrutura teórica típica
 de
   um ciência genuína. Salienta-se, no entanto, a necessidade de se
   renovarem as pesquisas sobre as bases experimentais dessa teoria.
   Discute-se, por fim, a questão distinta das explicações dos
 fenômenos
   homeopáticos. Diversas confusões presentes tanto nas críticas como
 na
   defesa da homeopatia são apontadas.
   ---
   A  penitência  do  Ulisses Capozzoli em
  
  
 
 http://blogdasciam.blog.uol.com.br/arch2012-04-01_2012-04-07.html#2012_04-05_19_00_27-11592244-0
  
   na minha opinião  é  perigosa  e  apressada:
   Scientific American, refletindo talvez a maioria das opiniões no
 meio
   científico, entende que homeopatia não é ciência
  
   Já decretou?
  
   e  mais
  
   A fusão a frio foi um fiasco (reproduzido em várias partes do
 mundo)
   pelos eletroquímicos Martin Fleischmann e o americano Stanley Pons,
 em
   1989.
  
   O  CERN promoveu recentemente  um colóquio sobre  reações nucleares
 de
   baixa energia
  
  
 
 http://newenergyandfuel.com/http:/newenergyandfuel/com/2012/03/26/cern-has-a-lenr-colloquium/
  
   Vejam também:   Defense Intelligence Agency (DIA US) Report - Cold
   Fusion Gaining Acceptance
   http://www.youtube.com/watch?v=-XAR2GbIQ0Mfeature=player_embedded#
  
  
   Abs,
  
   Walter
  
  
  
   Em 7 de abril de 2012 08:44, Ricardo Pereira rha...@gmail.com
   escreveu:
   Fala, Eduardo!
  
   2012/4/6 Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com:
   Oi Ricardo,
  
   acho que não há nenhuma chance de todo mundo aqui concordar com
   relação ao seu ponto 1... sob o ponto de vista de alguns a gente
 tem
   pelo menos duas curas passíveis de serem atribuídas à homeopatia:
 a
  do
   Tony e a minha - uma sinusite crônica, que eu acabei não contando
 a
   história -, mas sob o ponto de vista de outros nem estas... Por
 isto
  é
   que eu já tinha desistido de qualquer possibilidade de consenso
  desde
   o início, e em
  
   Bom...
   Se isso não for possível (ponto 1), realmente acho que não há
 muito o
   que discutir.
   Confesso que imaginava que poderíamos pelo menos chegar a um
 consenso
   sobre o procedimento-modelo a ser usado para tal atribuição, que a
  meu
   ver envolve teoria de probabilidades. Iss posto, nos restaria
 checar
   se as autoridades que respeitamos estão seguindo esse padrão
 mínimo  de

Re: [Logica-l] Sua mensagem para a lista Logica-l aguarda aprovação

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Espero que minha resposta não seja censurada.

Em 8 de abril de 2012 17:23, logica-l-boun...@dimap.ufrn.br escreveu:

 Seu email para 'Logica-l' com o assunto

Re: [Logica-l] Homeopatia ? ci?ncia? Se funcionar, precisa ser
 ci?ncia?

 Esta em espera até que o moderador da lista revise-a para aprovação.

 A razão de estar em espera é:

O corpo da mensagem é muito grande: 51750 bytes com um limite de
 40 KB

 Ou a mensagem será postada a lista, ou receberá uma notificação da
 decisão do moderador. Se desejar cancelar esta postagem, visite o
 seguinte endereço:


 http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/confirm/logica-l/a7fa5cb61041665e95d8b858d0ed3e04b3519770


___
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Re: [Logica-l] Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser ciência?

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Não, mas a cannabis sativa é como outra matéria prima para a farmacêutica.
Aliás, os psicofármacos não são problemáticos em si: o problema é o seu uso
recreativo.

Em 8 de abril de 2012 21:51, Enrique Fynn enriquef...@gmail.com escreveu:

 Baseado homeopatico é legalizado?

 Regards;
 Fynn.
 --
 Even a stopped clock is right twice a day

 All paid jobs absorb and degrade the mind.
 _Aristoteles



 On 8 April 2012 21:16, Renato Siqueira katafa...@gmail.com wrote:
  Melhor fumar um baseado. Essa pascoa nessa lista ta mt hilaria.
  Em 07/04/2012 14:31, Décio Krause deciokra...@gmail.com escreveu:
 
  Não, se funcionar não precisa ser ciência. Mesmo porque não há definição
  do que seja ciência.   Tecnologia, estritamente falando, não deveria
 ser
  ciência, ainda que se valha dela.
  Acho que vou tomar uma homeopatia.
  D
 
 
 
  --
  Décio Krause
  Departamento de Filosofia
  Universidade Federal de Santa Catarina
  88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
  http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
  --
 
  Em 07/04/2012, às 12:43, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:
 
   João Marcos,
  
   Eu já apresentei uma referência de um físico que estudava assuntos
   relacionados e apresentou resultados experimentais. No meu caso não
 foi
   apenas relato pessoal. E não é culpa dos homeopatas, nem minha que das
   várias publicações que eles têm todos os anos, de todas as pesquisas
 que
  há
   2 séculos eles fazem, outros não conheçam nada e ficam falando de
   insuficiência de dados, de achismos. No meu caso não é.
  
   Em 7 de abril de 2012 09:59, Joao Marcos botoc...@gmail.com
 escreveu:
  
   SIM, se a coisa (homeopatia, ou fusão a frio) realmente funcionar
   deve-se buscar uma explicação científica para isto.  Não dá para
   trocar *ciência* por relatos pessoais, de fato, mas também não dá
 para
   trocá-la por espiritismo, hermetismo, ou mesmo por filosofia da
   ciência.
  
   JM
  
  
   2012/4/7 Walter Carnielli walter.carnie...@gmail.com:
   Colegas,
  
   ao invés de ficarem trocando axismos,  gostimos,  relatos
 pessoais
   de  cura e  casos de  causa-e-efeito  duvidosos ou não, porque  não
   discutem tendo por  base uma análise por um filósofo da ciência
   competente, como nosso colega  Silvio Seno Chibeni  do DF- Unicamp?
  
  
   A Questão da Cientificidade da Homeopatia
   Silvio Seno Chibeni- Departamento de Filosofia - IFCH - Unicamp
  
  
  
 
 http://www.mangolini.med.br/artigos/A%20Cientificidade%20da%20Homeopatia.pdf
  
   ---
   A Homeopatia como Ciência: Uma Análise Filosófica
   Revista de Homeopatia (Associação Médica Homeopática Brasileira), n.
   4: 89-96, 2002.
   Resumo:
   Neste artigo recorre-se à filosofia da ciência, ramo da filosofia
 que
   se ocupa da análise do conhecimento científico, para esclarecer
   algumas questões relativas ao debatido tema da cientificidade da
   homeopatia. Após traçar-se algumas distinções fundamentais entre
 tipos
   de teorias científicas, mostra-se que, quando restrita ao seu nível
   fenomenológico, a homeopatia apresenta uma estrutura teórica típica
 de
   um ciência genuína. Salienta-se, no entanto, a necessidade de se
   renovarem as pesquisas sobre as bases experimentais dessa teoria.
   Discute-se, por fim, a questão distinta das explicações dos
 fenômenos
   homeopáticos. Diversas confusões presentes tanto nas críticas como
 na
   defesa da homeopatia são apontadas.
   ---
   A  penitência  do  Ulisses Capozzoli em
  
  
 
 http://blogdasciam.blog.uol.com.br/arch2012-04-01_2012-04-07.html#2012_04-05_19_00_27-11592244-0
  
   na minha opinião  é  perigosa  e  apressada:
   Scientific American, refletindo talvez a maioria das opiniões no
 meio
   científico, entende que homeopatia não é ciência
  
   Já decretou?
  
   e  mais
  
   A fusão a frio foi um fiasco (reproduzido em várias partes do
 mundo)
   pelos eletroquímicos Martin Fleischmann e o americano Stanley Pons,
 em
   1989.
  
   O  CERN promoveu recentemente  um colóquio sobre  reações nucleares
 de
   baixa energia
  
  
 
 http://newenergyandfuel.com/http:/newenergyandfuel/com/2012/03/26/cern-has-a-lenr-colloquium/
  
   Vejam também:   Defense Intelligence Agency (DIA US) Report - Cold
   Fusion Gaining Acceptance
   http://www.youtube.com/watch?v=-XAR2GbIQ0Mfeature=player_embedded#
  
  
   Abs,
  
   Walter
  
  
  
   Em 7 de abril de 2012 08:44, Ricardo Pereira rha...@gmail.com
   escreveu:
   Fala, Eduardo!
  
   2012/4/6 Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com:
   Oi Ricardo,
  
   acho que não há nenhuma chance de todo mundo aqui concordar com
   relação ao seu ponto 1... sob o ponto de vista de alguns a gente
 tem
   pelo menos duas curas passíveis de serem atribuídas à homeopatia:
 a
  do
   Tony e a minha - uma sinusite crônica, que eu acabei não contando
 a
   história -, mas sob o ponto de vista de outros nem

Re: [Logica-l] Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser ciência?

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Os artigos homeopáticos não se propõem a provar que ainda há substância
após as diluições, isto a teoria homeopática não afirma. Ao contrário, eles
dizem que não há mesmo a substância. Eu já expliquei isso antes. Os
homeopatas argumentam que não há necessidade da substância, a diluição
preserva as propriedades dinamizadas do que foi dissolvido.

Se você consultar as referências que eu passei, verá que existem meios
modernos de mostrar a diferença entre dois medicamentos homeopáticos, por
espectografia. Inclusive, há pesquisas muito avançadas explicando o porquê
das diluições dinamizadas (e não quaisquer diluições) preservarem as
propriedades.

Todavia, os estudos sobre os efeitos estão mais que comprovados, meu caro.
Não somente querem provar, como há 2 séculos que eles provam os efeitos.
Relatos sobre tratamento emergencial com homeopatia você poderá encontrar
nas revistas especializadas que indiquei em outro post.


Em 8 de abril de 2012 20:06, Josué Souza Tourinho Junior 
josue.touri...@gmail.com escreveu:

 Os artigos sobre homeopatia, na revista de homeopatia, podem rebater o
 quanto quiserem, mas provar que ainda há essa substância e com ação
 farmacoterapêutica... Eles já mostrarem a biodisponibilidade de algum
 medicamento homeopático? Sim, porque todo medicamento presente no mercado é
 biotransformado para ser excretado, e somente uma parte dele vai promover
 efeito terapêutico no seu local de ação, antes de ser excretado. Será que
 na diluição proposta, caso haja alguma molécula, quanto dela ainda sobrará
 pós biotransformação? Qual é o índice terapêutico dessas formulações?
 Infelizmente, a homeopatia só tem efeito placebo, que existe, contudo, a
 sintomatologia relatada desaparecia mesmo se ninguém tomasse nada.

 É mais grave ainda: quando um paciente dá entrada no hospital com quadro
 grave de penumonia, por exemplo, é mandado ministrar dipirona na veia. Ué,
 por que o médico homeopata não prescreve homeopatia? Funciona tão bem, não
 é? Pode substituir o tratamento alopático, não pode? Enquanto não forem
 apresentados dados concretos da ação terapêutica, com metodologia séria de
 como foi evidenciada essa ação, não há motivo algum para a comunidade
 científica adotar como eficaz o que já se descreveu sobre as formulações
 homeopáticas. De fato, se funcionar, como geralmente é relatado, não
 significa ainda que é algo verificado pela ciência. Mas teríamos o fato e
 pela ciência chegaríamos às conclusões do suposto mecanismo de ação.
 Contudo, só há relatos e debates filosóficos, e eu ainda não li nada de
 revelante que suporte alguma eficácia sobre o medicamento homeopático.
 Quando for apresentado esses dados, eu serei o primeiro a dizer: é verdade,
 homopatia é um tratamento alternativo válido. Por enquanto não dá para
 dizer isso. Por enquanto, não dá para tratar doenças e graves com
 homeopatia.

 Em 8 de abril de 2012 17:42, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

 Nesta mesma lista eu já apresentei uma dentre muitos artigos que rebatem
 esse argumento da ausência da substância após as diluições. Essa objeção é
 muito fraca em vista do que já se sabe sobre as diluições dinamizadas com
 água como solvente. Recomendo a você ler esses artigos mais avançados que
 achará, entre outros periódicos, na revista Homeopathy:


 http://www.elsevier.com/wps/find/journaldescription.cws_home/623042/description

 Em 8 de abril de 2012 11:04, Josué Souza Tourinho Junior 
 josue.touri...@gmail.com escreveu:

  Bom, eu sou estudante de farmácia e já trabalho com farmacologia
 clínica e
 a experiência me mostra que ainda não se provou eficiência alguma nos
 métodos homeopáticos: até porque com a diluição proposta, não há mais
 uma
 molécula para contar algum mecanismo de ação. E, olha, que em hospital,
 os
 medicamentos homeopáticos seriam uma alternativa - pois são mais baratos
 e
 não tem efeitos adversos (claro, não tem mais molécula alguma). Estou
 colocando um vídeo de discussão, que não é científico, mas tem uma
 linguagem bastante simples para mostrar em evidências que não dá para
 argumentar à luz da ciência, a precisão ou reprodutibilidade dos métodos
 homeopáticos.

 http://www.youtube.com/watch?v=ZOTUtViWfF8

 --
 ***Há muito tempo que decidi não seguir os passos de ninguém. Se eu
 perder
 ou ganhar, pelo menos foi do meu jeito*. Viste também:
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Re: [Logica-l] algumas coisas formais - geometricas, logicas, filosoficas - mesmo fora do Brasil

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
 - mesmo fora do Brasil


 Caríssimo Alessio,

 Parabéns pela ótima mensagem! Eh sempre bom saber que voce esta quietinho
 ai ouvindo  a Lista!
 Nao se aveche com a expressão a francesada toda; isso eh uma reação ao
 Villegaignon na história do Brasil.

 Quanto aos filósofos da envergadura de Priest, pelo menos no que se refere
 aa paraconsistencia, Marcelo Coniglio, Joao Marcos e eu temos feito um
 trabalho bem melhor...
 Abs.,
 Walter
 Walter A. Carnielli
 Enviado via iPhone

 Em 08/04/2012, às 11:48, Alessio Moretti alem...@club-internet.fr
 escreveu:

  Caros logicos e filosofos brasileiros,

 do minho ponto de vista (velho-europeo, italo-francês e
 formal-continental) é um bocado divertido, nessa famosa lista, o feito de:

 - ter ouvido falar (ha ja meses), sem muito respeito na verdade, de a
 francesada toda (!)
 - ter ouvido falar (ha semanas) do feito que temos no Brasil muitos
 filosofos eguais e mesmo melhores do G. Priest (!!)
 - ver tão muitos emails (nesses dias) sobre issa questão importantissima
 do estatudo cientifico ou não da homeopatia (!!!).

 Sera que ha (também) algunas outras pequenas questões na filosofia
 contemporanea?
 Quero dizer: mesmo - sem falar da continental! - naquela que esta
 relacionada com a logica?

 Pessoalmente, confesso que seria mais interessado, mesmo nessa lista, por
 conversas sobre, dizemos:

 - o conceito de conceito (= tem razão o Gärdenfors em pensar que é
 importante e que é mais geometrico do que logico?)
 - o conceito de oposição (= tem razão o Moretti [= eu] em pensar que é
 importante e que é mais geometrico do que logico?)
 - o conceito de mental (= tem razão o Matte Blanco em pensar que isso
 é, no mesmo tempo, (bi-)logico e geometrico?)
 - o conceito de logica (= tem razão os Shramko e Wansing no pensar
 [contra Béziau e Tsuji] que pode - e deve - haver logicas irredutiveis à
 noção logica-universalista [do Béziau] de um qualquier conjunto + uma
 qualquer ley de dedução ?)
 - o conceito de formal (= tem razão o Moretti [= eu, outra vez] em
 pensar que a noção de estrutura é mais potente do que a noção de calculo
 logico [ou logica] e que, por isso, a teoria de modelos ofrece uma noção
 de estrutura bem problematica ?) (e que isso tem consequencias bastante
 catastroficas for the very idea of 'analytical philosophy'?)
 - o conceito de paraconsistencia (= tem razão o Slater em pensar que ha
 alguns probleminhos bem fortinhos relativamente ao conceito de contradição
 paraconsistente e que para isso é importante de comprender de melhor
 maneira os conceitos de negação e de oposição?)
 - a hipotese do que as geometrias não-euclidianas foram descobridas (cum
 grano salis) ja na Academia de Platão (tem razão os Peirce, Mugler, Toth,
 Hösle, Richard, ... ?)
 - etc.

 Não duvido nem um segundo sobre o feito que vocês tem milhões de outras
 questões semelhantes a issas (e ainda por cima melhores).
 Mas, sem faltar de respeito pelas coisas dichas nas discussões aqui,
 ficar falando sem fim da homeopatia parece-me um pouco barroco, senão
 surrealista.

 Ja que estou aqui, num bom espirito (boa Pascoa a tudas e tudos!!!),
 cientifico como aquele dessa lista, quereria uma prova minimal (mas
 constructivista, claro) da tese que diz que ha muitos filosofos brasileiros
 melhores do Priest (o divertido, nesso, é que eu nem sequer sou
 Priest-fetichista, pois não). Quais nomes? (muito obrigado pelas respostas,
 vou tomar notas e, depois, vou comprar / imprimir e, depois, vou ler essos
 filosofos com muito interesse e muita vontade de aprender)
 - [filosofo BR 1]
 - [filosofo BR 2]
 - [filosofo BR 3]
 - [filosofo BR 4]
 - [...]
 - [etc.]

 Abraços talvez polemicos mas sempre respeituosos
 (e pedindo desculpa pelo meu mau português)

 Alessio



 - Original Message - From: Francisco Antonio Doria 
 famado...@gmail.com
 To: Décio Krause deciokra...@gmail.com
 Cc: Joao Marcos botoc...@gmail.com; Lista acadêmica brasileira dos
 profissionais e estudantes da área de LOGICA logica-l@dimap.ufrn.br
 Sent: Sunday, April 08, 2012 1:05 PM
 Subject: Re: [Logica-l]Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser
 ciência?


 concordo.

 On Sat, Apr 7, 2012 at 2:30 PM, Décio Krause deciokra...@gmail.com
 wrote:

  Não, se funcionar não precisa ser ciência. Mesmo porque não há definição
 do que seja ciência.   Tecnologia, estritamente falando, não deveria
 ser
 ciência, ainda que se valha dela.
 Acho que vou tomar uma homeopatia.
 D



 --**
 Décio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~**dkrause http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 --**

 Em 07/04/2012, às 12:43, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

  João Marcos,
 
  Eu já apresentei uma referência de um físico que estudava assuntos
  relacionados e apresentou resultados experimentais. No meu caso não foi
  apenas relato

Re: [Logica-l] Homeopatia: Estudos Cilinos Controlados

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Olha, João. Eu também tenho direito a brincar um pouco, quando estou
cansado de discutir uma coisa. :D

Em 8 de abril de 2012 22:35, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Tony, é melhor mesmo você parar --- antes que passe como nova
 referência, obviamente sem ler, outro artigo escrito em um conhecido
 jornal de paródias sofisticadas.

 Aqui uma parte especialmente divertida:

 In its most common form, placebo is a white, crystalline substance of
 a sandy consistency, obtained from the evaporated juice of the
 Saccharum officinarum plant. The FDA has approved placebo in doses
 ranging from 1 to 40,000 milligrams.

 Chega, Tony.  Só vou voltar a falar do assunto Placebo, agora, se
 estivermos discutindo bandas de rock.

 JM

 2012/4/8 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  PS:
 
  O FDA mesmo há anos já adotou como política deliberadamente permitir a
  comercialização de conhecidos placebos.
 
  Veja a notícia aqui:
 
 http://www.theonion.com/articles/fda-approves-sale-of-prescription-placebo,1606/
 
  Eu agora peço permissão aos colegas da lista para não mais ter de
 responder
  sobre o assunto. E peço que não fiquem também repetindo argumentos já
  passados.
 
  Em 8 de abril de 2012 21:20, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:
 
  Não é bem assim, meu caro. O efeito placebo pode ser induzido primeiro
  pela propaganda massiva da indústria alopática sobre os consumidores,
  levando-os a crer que tomam remédios eficazes.
 
  O uso de placebo em experimentos para saber se uma nova formulação
  funciona ou não também acontece em experimentação homeopática.
 
  Remédios aprovados pela FDA ou ANVISA que não funcionavam ou eram
  contra-indicados já aconteceram na história. Por outro lado, a medicina
  homeopática já estava desenvolvida e à frente da medicina alopática
 quando
  o FDA foi criado. Aliás, a farmacêutica homeopática é que é a
 farmacêutica
  ortodoxa.
 
  Não que se ter ademais preconceito contra as farmácias de manipulação
 que
  empregam farmacêuticos de verdade. Há as boas e as más, assim como há os
  bons laboratórios de multinacionais e os maus. Mas, as multinacionais
 não
  têm interesse em homeopatia porque para elas o que é rentável é o
 consumo
  de medicamentos contínuos: aqueles que não curam o paciente, mas o
 fazem a
  conviver com as doenças. Sem falar que depois da massiva propaganda
  anti-homeopática que essas multis promovem, dissiminando mitos
 irracionais
  e anti-científicos, para elas voltar atrás seria uma grande
 desmoralização
  em termos de marketing.
 
  Em 8 de abril de 2012 20:28, Josué Souza Tourinho Junior 
  josue.touri...@gmail.com escreveu:
 
  Sim, mas é justamente o contrário do que você afirma. O efeito placebo
  existe, e os placebos são feitos, para sabermos se há de fato uma ação
  terapêutica de uma nova formulação. Agora me mostra algum medicamento
 do
  mercado, aprovado pelo FDA, ou no Brasil pela ANVISA, que seja
 placebo?!
  Que não tenham descritos a sua ação terapêutica? Homeopatia dá
 dinheiro pra
  caramba, por que muitas farmácias de manipulação oferecem o serviço de
  produção de homeopáticos? Farmacêutico pode prescrever homeopático.
 Você
  acha mesmo que a indústria não gostaria de dominar o mercado de
  homeopáticos, como já faz com algumas formulações alopáticas
 manipuladas?
  Por exemplo, xampu com ação terapêutica só pode ser manipulado pela
  indústria. Não, não é o que você afirma o que acontece na prática. O
 que
  acontece é que as formulações homeopáticas não estão no mesmo patamar
 de
  eficácia das alopáticas, que exigiu pesquisa e muito investimento em
  estudo, portanto não podem ser colocadas com a mesma indicação. Você
 acha
  mesmo que a indústria não gostaria de ter seus alopáticos em versões
  homeopáticas e vender muito mais? O problema é que se alguém morrer
 pela
  substituição do tratamento convencional por outro sem evidências de
  comprovação, quem responde é a indústria, e o nome dela vai pra lama.
 Assim
  como o alopático tem efeitos terapêuticos, tem efeitos adversos, e é
  retirados do mercado, com prejuízos enormes à indústria, quando os
 efeitos
  adversos não justificam a utilização do fármaco.
 
  Em 8 de abril de 2012 16:58, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com
 escreveu:
 
  Veja a resposta que dei ao Ricardo sobre o assunto. Só lembro uma vez
 mais
  que há uma guerra declarada da grande indústria farmacêutica contra a
  homeopatia, que visa mercado e que não tem escrúpulo de mentir para o
  público dizendo que é placebo (como se não houvesse placebo da própria
  indústria multinacional!).
 
  Em 7 de abril de 2012 14:15, Julio Stern jmst...@hotmail.com
 escreveu:
 
  
  
   Caros:
  
   Depois de tanta conversa, resolvi passar 20 minutos no Google
   procurando eu mesmo pelas referencias que pedi.
  
   Seguem 3 exemplos de estudos clinicos controlados
   sobre homeopatia. 1 pro, 1 contra, 1 na coluna do meio...
   Ha varios estudos assim e os resultados divergem!
  
   Isto eh muito extranho

Re: [Logica-l] Ditado chines (re: homeopatia)

2012-04-08 Por tôpico Tony Marmo
Então, dou por encerrada minha participação nessa discussão. Até pq, esses
tópicos de filosofia da ciência dão sempre muito pano para muitas mangas, e
não faltará oportunidade para discutir aspectos aqui e ali.

Em 9 de abril de 2012 00:51, Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com escreveu:

 Eu recebi, e ela aparece aqui:
  http://www.dimap.ufrn.br/pipermail/logica-l/2012-April/007663.html
 Acho que as mensagens que aparecem no arquivo sao exatamente
 as que sao distribuidas.
   [[]], Eduardo

 On Mon, Apr 9, 2012 at 12:34 AM, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com wrote:
  E eu que fiquei sem saber se minha resposta a um post que mencionava o
  Malleus Maleficarum foi para a lista ou não, pois deu bounced back!
 
  Em 9 de abril de 2012 00:00, Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com
 escreveu:
 
  Acabei de me tocar de que o meu ditado chinês favorito se aplica à
  esta discussão sobre homeopatia...
 
   Homem que diz que é impossível
   não deve atrapalhar homem que vai e faz
 
  Mas claro que nem a respeito dele a gente vai concordar, né?... =(
   [[]],
 Eduardo
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Re: [Logica-l] Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser ciência?

2012-04-09 Por tôpico Tony Marmo
Caro Josué,

Sim, Josué, a lei geral da homeopatia é que se uma coisa causa certo
sintoma ela pode ser usada para combater aquele sintoma. É o princípio do
semelhante cura o semelhante. Você não conhecia esse princípio, ou seja,
você escreve contra homeopatia mas nem sabe no que ela se baseia.

Infelizmente, a repetição no argumento da autoridade e na conversa do
placebo não merecem mais minha resposta. Mas, noto que você somente
confirma no texto abaixo o que eu disse: existe uma guerra movida pelas
multinacionais contra a homeopatia. Peço-lhe que não me responda mais, que
eu não tenho mais vontade de repetir argumentos que já usei contra
alegações que outros já derrubaram no campo científico.

Por favor, vamos encerrar o assunto por hora.

Em 9 de abril de 2012 04:48, Josué Souza Tourinho Junior 
josue.touri...@gmail.com escreveu:

 Os remédios homeopáticos *sempre passaram por experimentos controlados*desde 
  que a homeopatia foi inventada. Aliás, os testes
 *começam com indivíduos
 sadios*, conforme já expliquei, e *somente depois que comprovadamente
 causam
 sintomas nos sadios* *são usados para combater os mesmos sintomas em
 pessoas doentes*.

 Uma coisa causa sintoma e é usada para combater sintoma? Hã?

 A revista The Lancet, uma das mais prestigiosas publicações da área
 médica, resolveu declarar guerra contra a homeopatia. O fogo cerrado, na
 edição desta semana, vem em três frentes.

 A primeira é um artigo que joga um novo banho de água fria nos adeptos da
 terapia. De acordo com o estudo, os efeitos clínicos do método são
 compatíveis com os do placebo.

 Mathias Egger, da Universidade de Berna, na Suíça, e colegas compararam
 110 experimentos do uso de remédios homeopáticos com controle por placebo
 com outros 110 em que foram aplicados tratamentos pela medicina
 convencional, para doenças e situações semelhantes, de infecções
 respiratórias a anestesias em cirurgias.

 Os efeitos dos tratamentos foram analisados após a divisão em grupos
 pequenos com experimento de menor qualidade e grupos maiores com
 experimentos de melhor qualidade. Os pesquisadores verificaram mais efeitos
 benéficos no primeiro caso em relação ao segundo, tanto para quem foi
 tratado por homeopatia quanto por alopatia.

 Entretanto, quando a análise se restringiu aos grupos maiores com
 experimentos de melhor qualidade, não foi identificada evidência
 convincente de que a homeopatia seria superior ao placebo. “Os resultados
 são compatíveis com a noção de que os efeitos clínicos da homeopatia são
 efeitos placebo.”

 Relatório polêmico

 Em editorial com o título “O fim da homeopatia”, The Lancet diz que o mais
 surpreendente não são os resultados do estudo, mas que o debate continue
 após “150 anos de resultados desfavoráveis” à homeopatia.

 O método foi criado no fim do século 18 pelo médico alemão Samuel
 Hahnemann (1755-1843). Para a revista, é curioso que “quanto mais diluídas
 se tornam as evidências da homeopatia, aparentemente maior é a sua
 popularidade.” Segundo os editores, apesar de não haver comprovações
 científicas dos benefícios da terapia, ela não apenas é muito popular em
 todo o mundo como seu uso tem crescido nos últimos anos.

 Os editores da revista lembram que, apesar de por muito tempo ter havido
 uma complacência com o método homeopático, o cenário tem mudado
 recentemente. Em 2000, o Comitê Parlamentar em Ciência e Tecnologia do
 Reino Unido emitiu um relatório ressaltando que “qualquer terapia que
 afirme ser capaz de tratar de condições específicas deve mostrar evidência
 de que isso será feito acima e além do efeito placebo”. O governo suíço foi
 além. Após a divulgação de um estudo clínico de cinco anos, decidiu retirar
 a cobertura dos tratamentos homeopáticos do sistema de saúde nacional.

 A revista faz um alerta incisivo. “São as atitudes dos pacientes e dos
 profissionais de saúde que aumentam o perigo da escolha de terapias
 alternativas, criando uma ameaça maior para o tratamento convencional – e
 ao bem-estar dos pacientes –, mais do que os argumentos artificiais dos
 supostos benefícios de diluições absurdas. (...) Agora, os médicos precisam
 ser corajosos e honestos com seus pacientes a respeito da ausência de
 benefícios da homeopatia.”

 Em reportagem,The Lancet ataca um recente relatório preliminar publicado
 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), feito pelo mesmo grupo que avaliou
 a acupuntura em 2003, em outra análise controversa.

 O relatório da OMS sobre homeopatia, Homoeopathy: review and analysis of
 reports on controlled clinical trials, afirma que o método terapêutico se
 mostrou superior ao placebo em experimentos controlados e “equivalente à
 medicina convencional no tratamento de doenças, tanto em homens quanto em
 animais”.

 Os críticos não pouparam palavras. “O relatório é baseado em dados
 positivos e esquece os negativos encontrados em outros estudos”, disse
 Edzard Ernst, da Escola Médica Península, do Reino Unido. “A OMS não
 deveria promover a 

Re: [Logica-l] Curso de Greg Chaitin

2012-04-09 Por tôpico Tony Marmo
Por favor, coloquem depois na internet para quem quiser poder ver.

Em 9 de abril de 2012 06:41, Francisco Antonio Doria
famado...@gmail.comescreveu:

 Terça feira (amanhã) Greg Chaitin começa o curso dele no HCTE: decania do
 CCMN, sala um, dez horas. Entrada liberada, e damos certificado aos de
 fora.

 --
 fad

 ahhata alati, awienta Wilushati
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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-09 Por tôpico Tony Marmo
Não é bem assim, Julio Cesar. Há um artigo escrito a seis mãos (Walter
Carnielli, Marcelo Coniglio e João Marcos) que começa justamente pelas
razões filosóficas para propor os sistemas paraconsistentes, chamado Logics
of Formal Inconsistency.
ftp://logica.cle.unicamp.br/pub/e-prints/vol.5,n.1,2005.pdf

Outrossim, é bom lembrar que boa parte da literatura filosófica é devotada
ao estudo de paradoxos. Jamais se disse que um paradoxo não possa ser
representado ou resolvido por meio de figuras geométricas ou sistemas para
computador. Para a filosofia, qualquer ferramenta que ajude à abordagem ou
resolução de certo problema é ou pode ser válida.

De resto, concordo com Rodrigo Podiacki que suas preocupações não estão
claramente enunciadas, ficando difícil aprofundar o tema.

Em 9 de abril de 2012 18:06, julio cesar jcacusto...@yahoo.com.brescreveu:

 Olá lista,

 estou em total acordo com quem critica os sistemas inconsistentes por
 falta de compromisso filosófico (pra não dizer coerência). Apesar da
 praticidade tais (alguns) sistemas formais, isso não implica, de forma
 alguma, que eles tenham (ou teriam que ter) implicações filosóficas.
 Qualquer linguagem de programação moderna é um sistema formal tão legítimo
 como qualquer sistema de lógica, no entanto, se for realmente possível
 criar operações e instruções numa linguagem formal para que uma contradição
 genuína não cause problemas (e embora eu ainda tenha sinceras dúvidas
 quanto a isso) tal fato não significa necessariamente nada do ponto de
 vista filosófico, inclusive do ponto de vista da filosofia da lógica.  Os
 *lógicos não-clássicos*, em especial a turma da inconsistência, geralmente
 dão um passo muito fácil de *sistemas formais* para *princípios lógicos* e
 daí então para *filosofia da lógica*, passos que a meu ver
  não são nada simples, muito menos triviais.

 É praticamente nula a discussão sobre até que ponto é legítimo o
 comportamento de um sistema formal qualquer ditar os princípios ou a
 filosofia da lógica.

 Um pequeno exemplo já bem batido nessa discussão:

  - os sistemas que tratam de forma não-clássica a contradição tem,
 basicamente, uma única abordagem: manipular o operador de negação.
 Altera-se de tal forma a instrução contida nesse operador que, com essa
 alteração, a contradição sequer aparece. No entanto, ao alterar o operador
 clássico, altera-se a informação contida em tal operador. Sendo assim, se
 acaso uma expressão com tal operador clássico possuir como informação uma
 contradição, ao se alterar tal operador, altera-se a informação sob a mesma
 expressão e, dessa forma, nada garante que aquilo ainda continua sendo uma
 contradição; em outras palavras, a fórmula se torna apenas uma coisa que
 não tem problema algum em ser verdadeiro, inclusive classicamente falando.

 Um lógico clássico tem todo o direito de olhar para a maioria das lógicas
 inconsistentes e dizer: Que mentira! Vocês não estão aceitando contradição
 coisa nenhuma! Vocês estão é mudando de assunto!


 Abraços,
 Júlio César A. Custódio
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Re: [Logica-l] ENSINO DE LÓGICA, POR QUAL LÓGICA COMEÇAR?

2012-04-09 Por tôpico Tony Marmo
Caro Alberto Molina,

Eu já não gosto de fazer essa separação. Na verdade, o bom e o ideal seria
que os livros e os cursos de introdução à lógica primeiro recuperassem no
começo dos capítulos ou seções as reflexões filosóficas que motivaram a
abordagem e depois podem entrar nos formalismos cada vez mais.

Por exemplo, em um primeiro capítulo, um livro pode falar da maiêutica,
depois um pouco da escola megárica, do Organon e depois dos estóicos. Outro
exemplo: quando se vai introduzir a noção de valoração, pode-se falar ainda
que en passant do problema da batalha naval.

Em 9 de abril de 2012 15:52, Jorge Alberto Molina mol...@unisc.brescreveu:

 Prezado Tony: Sua sugestão é razoável se se trata de cursos de graduação
 em computação e em matemática. Para o caso de um curso de graduação em
 Filosofia eu me posiciono em contra. Aí eu começaria por um curso de Lógica
 informal e depois seguiria com um curso de Lógica clássica de primeira
 ordem. Extensões da lógica clássica e lógicas divergentes deixaria para
 pós-graduação. Um abraço. Jorge Molina

 
 De: logica-l-boun...@dimap.ufrn.br [logica-l-boun...@dimap.ufrn.br] em
 nome de Tony Marmo [marmo.t...@gmail.com]
 Enviado: segunda-feira, 9 de abril de 2012 14:11
 Para: Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de
 LOGICA
 Assunto: [Logica-l] ENSINO DE LÓGICA, POR QUAL LÓGICA COMEÇAR?

 Aos mestres, colegas e amigos,

 Existe uma tradição, mesmo em centros onde lógicas não-clássicas são
 estudadas aprofundadamente, de iniciar o estudo da lógica por uma
 apresentação à lógica clássica.
 Depois, conforme a escola de pensamento seguida, estudam-se outras lógicas
 e apresenta-se inclusive a ideia de que a lógica clássica pode ser vista
 como um caso particular de outras lógicas.

 A pergunta que faço é a seguinte: por que não começar os cursos de
 introdução por uma lógica ou por uma perspectiva não-clássica. Por exemplo,
 por lógicas multi-valentes e mostrando como os sistemas bi-valentes são
 casos particulares? Ou então pela lógica intuicionista? Ainda que faltem em
 um ou outro caso textos mais acessíveis, deve ser possível confeccioná-los.

 O que acham?
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Re: [Logica-l] Homeopatia é ciência? Se funcionar, precisa ser ciência?

2012-04-09 Por tôpico Tony Marmo
 homeopático, por interesses econômicos, já foi rebatido e de
 diversas maneiras. É, agora a indústria farmacêutica decidiu investir suas
 pesquisas e seus esforços para o tratamento de malária, para combater a
 proposta homeopática? Não, a indústria está interessada e prefere investir
 seus recursos para tratar obesidade, impotência sexual, celulite, vai dar
 muito mais dinheiro, do que competir com a homeopatia.

 Qualquer indústria farmacêutica é processada por vender pílulas de
 farinha, como foi o caso da que vendeu pílulas anticoncepcionais sem
 princípio ativo por erro (você não acredita que uma indústria farmacêutica
 seria estúpida a ponto de se dar voluntariamente tamanho tiro no pé para
 fazer economia, acredita?).

 Sinceramente, eu não me importo que os defensores da homeopatia fiquem
 enfurecidos comigo e não queiram mais me responder (porque acham que
 responderam mesmo minhas dúvidas e, assim, sempre precisam dar as mesmas
 respostas). Não me importo que eles me escrevam coisas em tons furiosos
 dizendo que eu não sei de nada, e continuem tratando suas pneumonias com
 pílulas de açúcar ou gotas de álcool vendidas como remédio. Enquanto eu
 tiver dúvida e não entender esse raciocínio homeopático, e falar por quase
 protestos, eu vou questionar a homeopatia. E assim, por via das dúvidas,
 resolver dar à criança à sua mercê tratamento correto com moléculas reais
 de antibióticos e de quantos outros princípios atívos forem necessários.

 E falácia, meu caro, como você sugere, no apelo à autoridade, fuciona
 para os dois lados. Se tivesse uma notícia comprovando que o eczema foi
 curado por homeopatia e a OMS adota como tratamento alternativo de
 septcemias a homeopatia, os homeopatas estariam com seus egos amaciados e
 não dúvido que usariam o mesmo recurso da autoridade.

 Eu lamento que você não queira mais discutir o assunto; tinha sido, até
 então, bastante proveitoso para mim. Em respeito a você, esta será a minha
 última resposta sobre o assunto. Por que eu respeito você, que é ser humano
 como eu e tem todo direito às suas crenças e convicções. Mas eu não
 respeito ideias. Se quer que eu aceite como ciência ou como tratamento
 eficaz os postulados e formulações homeopáticas, eu quero o mesmo rigor de
 pesquisa, e evidências que suportem essas premissas.


 Em 9 de abril de 2012 10:41, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

 Caro Josué,

 Sim, Josué, a lei geral da homeopatia é que se uma coisa causa certo
 sintoma ela pode ser usada para combater aquele sintoma. É o princípio do
 semelhante cura o semelhante. Você não conhecia esse princípio, ou seja,
 você escreve contra homeopatia mas nem sabe no que ela se baseia.

 Infelizmente, a repetição no argumento da autoridade e na conversa do
 placebo não merecem mais minha resposta. Mas, noto que você somente
 confirma no texto abaixo o que eu disse: existe uma guerra movida pelas
 multinacionais contra a homeopatia. Peço-lhe que não me responda mais, que
 eu não tenho mais vontade de repetir argumentos que já usei contra
 alegações que outros já derrubaram no campo científico.

 Por favor, vamos encerrar o assunto por hora.

 Em 9 de abril de 2012 04:48, Josué Souza Tourinho Junior 
 josue.touri...@gmail.com escreveu:

 Os remédios homeopáticos *sempre passaram por experimentos 
 controlados*desde  que a homeopatia foi inventada. Aliás, os testes
 *começam com indivíduos
 sadios*, conforme já expliquei, e *somente depois que comprovadamente
 causam
 sintomas nos sadios* *são usados para combater os mesmos sintomas em
 pessoas doentes*.

 Uma coisa causa sintoma e é usada para combater sintoma? Hã?

 A revista The Lancet, uma das mais prestigiosas publicações da área
 médica, resolveu declarar guerra contra a homeopatia. O fogo cerrado, na
 edição desta semana, vem em três frentes.

 A primeira é um artigo que joga um novo banho de água fria nos adeptos
 da terapia. De acordo com o estudo, os efeitos clínicos do método são
 compatíveis com os do placebo.

 Mathias Egger, da Universidade de Berna, na Suíça, e colegas compararam
 110 experimentos do uso de remédios homeopáticos com controle por placebo
 com outros 110 em que foram aplicados tratamentos pela medicina
 convencional, para doenças e situações semelhantes, de infecções
 respiratórias a anestesias em cirurgias.

 Os efeitos dos tratamentos foram analisados após a divisão em grupos
 pequenos com experimento de menor qualidade e grupos maiores com
 experimentos de melhor qualidade. Os pesquisadores verificaram mais efeitos
 benéficos no primeiro caso em relação ao segundo, tanto para quem foi
 tratado por homeopatia quanto por alopatia.

 Entretanto, quando a análise se restringiu aos grupos maiores com
 experimentos de melhor qualidade, não foi identificada evidência
 convincente de que a homeopatia seria superior ao placebo. “Os resultados
 são compatíveis com a noção de que os efeitos clínicos da homeopatia são
 efeitos placebo.”

 Relatório polêmico

 Em editorial com o título

Re: [Logica-l] ENSINO DE LÓGICA, POR QUAL LÓGICA COMEÇAR?

2012-04-09 Por tôpico Tony Marmo
Caro Mestre,

Eu já tenho as minhas dúvidas de que a lógica clássica seja mais fácil.
Peço ademais a venia para dizer que ela não é nem um pouco intuitiva.
Aliás, está claro para mim que a lógica clássica não encarna uma maneira
natural de pensar. A lógica fuzzy e outras multivalentes e as lógicas
modais, principalmente as não-normais, aproximam-se muito mais do que
parece ser raciocínio intuitivo e natural.

No curso ministrado pelo professor Walter, eu apontei esse fato e ele
ponderou comigo o seguinte: para matemáticos a lógica clássica parece ser o
modo mais natural de pensar, mas para um filósofo um linguista pode ser que
não e é compreensível que não o seja. Porém fica então uma questão para o
aluno que começa : por que cargas d'água alguém vai requerer relacionar
modelos matemáticos à lógica clássica, se ela mesma já é um pensamento
matemática? Ora, ao contrário, fica estranho alguém pretender matematizar o
que já é matemático.

Por outro lado, mostrar que existe uma pluralidade de álgebras e relacionar
isto à pluralidade de lógicas, faz mais sentido. E digo que faz mais
sentido filosoficamente e também é mais didático.

Agora, abordando o exemplo dado, eu acho quase ininteligível qualquer coisa
que seja apresentada sem mais nem menos, ou seja, sem que antes se diga o
porquê de abordar tal e tal tópico. Por exemplo, os BONS livros de
introdução a lógica, quando falam do sistema proporcional, têm uma falha
didática comum: à certa altura começam com a litania agora provaremos a
compacidade e em seguida a correção e a completude do sistema. É? Pergunto
eu, e por que vamos fazer isso? As provas se seguem depois de cada uma
dessas noções ser definida, mas o leitor, que não é professor de lógica,
ainda não tem uma pista do porquê seria importante provar essas coisas.
Aliás, um aluno vendo essas coisas pela primeira vez, desavisado de que
elas existiam, termina a leitura das demonstrações, pode chegar a
compreender as demonstrações, mas fica ainda imaginando de onde surgiu essa
preocupação com correção e completude. Ora, o aluno pode pergunar-se
Aristóteles e outros não diziam já que essa é a forma correta de pensar?
Por que então tenho de provar que ela é correta, se isto está dado?

A questão de em seguida apresentar uma semântica para o sistema
proposiconal clássico é a mesma: o aluno não tem ideia do porquê da lógica
clássica precisar de uma semântica e menos ainda consegue pensar porque
alguém gostaria de propor que uma semântica de todo um sistema pudesse ser
um reticulado.

Em resumo, o problema não está no quanto de matemática avançada ou de pura
matemática pode estar envolvido. Como numa oblação de uma Igreja
não-calcedônica, quando de repente uma cortina enorme se fecha escondendo
todo o altar, um protestante ou um católico fica sem entender o que
aconteceu. Ninguém lhe disse que a cortina fecharia durante a liturgia e,
não falando uma língua como Armênio, dificilmente terá alguém que lhe
explique o que está acontecendo e por que está acontecendo. Qual é a
matemática avançada nessa situação? Não há e o problema didático é o mesmo.


Em 9 de abril de 2012 20:32, Décio Krause deciokra...@gmail.com escreveu:

 Tony e demais
 Falo por alto de coisas que aprendi com Newton da Costa, ainda que não
 queira compromete-lo com o que disser. Usamos a lógica clássica (LC) porque
 ela nos parece mais fácil e mais intuitiva, ainda que isso seja difícil de
 justificar. Em princípio, não haveria qualquer problema em iniciar com uma
 lógica não-clássica, mas operacionalmente seria desaconselhável. Pense no
 seguinte caso, mencionado por da Costa. Tome a Lógiça intuicionista BH.
 Podemos dar uma semântica para da na própria lógica intuicionista, mas como
 alerta dC, isso teria um valor (em princípio) meramente matemático, pois
 seria quase que ininteligível. Mas podemos dar a ela uma semântica
 clássica  (fundada em uma teoria de conjuntos usual, baseada na Lógiça
 clássica). Isso sim poderia nos esclarecer o significado dos conceitos,
 justamente porque estamos mais acostumados com ela. Segundo dC, sempre
 necessitamos desse entendimento intuitivo, algo construtivo (ele fala
 disso em seu Ensaio sobre os Fundamentos da Lógica, que deveria ser lido e
 relido), e para isso em geral nos valemos (por enquanto, ao menos) da
 lógiçw clássica. Mas quem sabe no futuro isso  mude.
 O que acham?
 D



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 Décio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil
 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 --

 Em 09/04/2012, às 14:11, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

  Aos mestres, colegas e amigos,
 
  Existe uma tradição, mesmo em centros onde lógicas não-clássicas são
  estudadas aprofundadamente, de iniciar o estudo da lógica por uma
  apresentação à lógica clássica.
  Depois, conforme a escola de pensamento seguida, estudam-se outras
 lógicas
  e

Re: [Logica-l] ENSINO DE LÓGICA, POR QUAL LÓGICA COMEÇAR?

2012-04-10 Por tôpico Tony Marmo
Não, eu não quero que eles já saibam os porquês. Eu estava argumentando que
a dificuldade em apresentar conceitos, oriundos da matemática ou não, está
mais na não-contextualização dos mesmos, e nem tanto no fato de serem
matemáticos. Nos exemplos que eu dei, os alunos não sabem os porquês, mas o
professor sabendo os porquês poderá ensinar melhor e mais claramente se
explicar os porquês aos alunos.

Aliás, comparando com o ensino de matemática, já está comprovado que o
interesse e a compreensão aumentam quando os tópicos são precedidos por uma
introdução ou histórica ou de problemas práticos. Falar, por exemplo, que
caminhos percorreu um matemático para formular certos conceitos ou de onde
tirou sua inspiração ajuda muito. Como no caso da distinção entre catenária
e parabólica é útil ilustrar com a história de como Galileo pensou o
assunto e como depois foi resolvido.

Em 10 de abril de 2012 05:17, Décio Krause deciokra...@gmail.com escreveu:

 Tony
 Ok, retiro as palavras mais intuitiva (referindo-me à lógica clássica),
 deixando no entanto o mais familiarizados. Isso certamente se deve a um
 acidente histórico ou coisa que o valha. Mas você parece requerer que os
 alunos tenham já de início todas as intuições sobre os porquês, coisa que
 eles irão adquirir na medida em que estudem o assunto, como por exemplo
 saber para que necessitamos provar um teorema como o da completude da
 lógica propositional clássica. Bom, uma vez, há muito tempo, colegas minhas
 tentaram iniciar ensinando aritmética comum a professores de ensino
 elementar na base 5. Deu um bafafá enorme, ninguém entendeu nada, mas pelo
 menos eles ficaram sabendo o tipo de dificuldade que os alunos deles tinham
 com a base 10. Uma ideia meio maluca, mas interessante.
 D



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 Décio Krause
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 Universidade Federal de Santa Catarina
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 http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause
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 Em 10/04/2012, às 01:50, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

 Caro Mestre,

 Eu já tenho as minhas dúvidas de que a lógica clássica seja mais fácil.
 Peço ademais a venia para dizer que ela não é nem um pouco intuitiva.
 Aliás, está claro para mim que a lógica clássica não encarna uma maneira
 natural de pensar. A lógica fuzzy e outras multivalentes e as lógicas
 modais, principalmente as não-normais, aproximam-se muito mais do que
 parece ser raciocínio intuitivo e natural.

 No curso ministrado pelo professor Walter, eu apontei esse fato e ele
 ponderou comigo o seguinte: para matemáticos a lógica clássica parece ser o
 modo mais natural de pensar, mas para um filósofo um linguista pode ser que
 não e é compreensível que não o seja. Porém fica então uma questão para o
 aluno que começa : por que cargas d'água alguém vai requerer relacionar
 modelos matemáticos à lógica clássica, se ela mesma já é um pensamento
 matemática? Ora, ao contrário, fica estranho alguém pretender matematizar o
 que já é matemático.

 Por outro lado, mostrar que existe uma pluralidade de álgebras e
 relacionar isto à pluralidade de lógicas, faz mais sentido. E digo que faz
 mais sentido filosoficamente e também é mais didático.

 Agora, abordando o exemplo dado, eu acho quase ininteligível qualquer
 coisa que seja apresentada sem mais nem menos, ou seja, sem que antes se
 diga o porquê de abordar tal e tal tópico. Por exemplo, os BONS livros de
 introdução a lógica, quando falam do sistema proporcional, têm uma falha
 didática comum: à certa altura começam com a litania agora provaremos a
 compacidade e em seguida a correção e a completude do sistema. É? Pergunto
 eu, e por que vamos fazer isso? As provas se seguem depois de cada uma
 dessas noções ser definida, mas o leitor, que não é professor de lógica,
 ainda não tem uma pista do porquê seria importante provar essas coisas.
 Aliás, um aluno vendo essas coisas pela primeira vez, desavisado de que
 elas existiam, termina a leitura das demonstrações, pode chegar a
 compreender as demonstrações, mas fica ainda imaginando de onde surgiu essa
 preocupação com correção e completude. Ora, o aluno pode pergunar-se
 Aristóteles e outros não diziam já que essa é a forma correta de pensar?
 Por que então tenho de provar que ela é correta, se isto está dado?

 A questão de em seguida apresentar uma semântica para o sistema
 proposiconal clássico é a mesma: o aluno não tem ideia do porquê da lógica
 clássica precisar de uma semântica e menos ainda consegue pensar porque
 alguém gostaria de propor que uma semântica de todo um sistema pudesse ser
 um reticulado.

 Em resumo, o problema não está no quanto de matemática avançada ou de pura
 matemática pode estar envolvido. Como numa oblação de uma Igreja
 não-calcedônica, quando de repente uma cortina enorme se fecha escondendo
 todo o altar, um protestante ou um católico fica sem entender o que
 aconteceu. Ninguém lhe disse que a cortina

Re: [Logica-l] ENSINO DE LÓGICA, POR QUAL LÓGICA COMEÇAR?

2012-04-10 Por tôpico Tony Marmo
Primeiro, errata: leia-se proposicional onde está escrito proposiconal,
faltou um i.

Segundo, J.M., não sei qual é o seu preconceito contra a maiêutica, se ela
foi importante para o desenvolvimento da lógica. Falara das três leis do
pensamento e apresentar o problema da batalha naval pode ser interessante
antes de falar de aspectos mais semânticos dos sistemas, como valoração,
tabelas de verdade, satisfabilidade, etc. É como quando se ensina física:
aumenta o interesse e ajuda a compreensão quando se conta a história de
Arquimedes na banheira para explicar o próprio princípio de Arquimedes.

Terceiro, seria valioso para mim e outros se você pudesse passar aqui mesmo
uma relação de livros introdutórios que começam com a lógica intuicionista.
Eu estou à procura deles e não os achei pelo google. Achei sim alguns que
são voltados para quem já passou dos cursos de introdução à lógica.

Em 10 de abril de 2012 09:55, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Sem dúvida, qualquer professor com um mínimo de experiência no ramo
 sabe que é conveniente começar a partir de objetos com os quais os
 alunos estejam mais familiarizados.  Por outro lado, parece
 razoavelmente absurdo sugerir que um curso sobre *lógica clássica*
 (proporcional? proposicional?) comece pela maiêutica!

 Um bom professor, e um bom livro, certamente devem dar uma ideia ao
 aluno do porquê de cada resultado.  Não há professores e livros,
 contudo, que _garantam_ que o aluno realmente _compreenda_ este porquê
 --- a compreensão do porquê pode transcender o aluno, naquela fase da
 sua maturidade.  Aliás, do discurso de alguns alunos titulados podemos
 frequentemente perceber que eles não compreenderam bem o que lhes foi
 (?) ensinado.  O que fazer?  Continuar ensinando, sempre melhor.

 Quanto à questão original, bastante interessante, de por qual lógica
 começar, suponho que um intuicionista empedernido responda de forma
 diferente que os clássicos de plantão.  Abundam livros na literatura,
 de fato, que apresentam a lógica intuicionista _antes_ de apresentar a
 clássica.  Por outro lado, certamente é útil para aplicações práticas,
 tanto na filosofia quanto na computação, apresentar ao aluno, em algum
 momento, lógicas modais ou lineares ou [coloque aqui a sua classe de
 lógicas preferida].

 Quanto à observação de que é difícil ensinar lógica intuicionista a
 partir de uma metamatemática inteiramente intuicionista, vale observar
 que a metamatemática clássica que usamos para ensinar lógica clássica
 proposicional ou de primeira ordem também costuma envolver lógica de
 ordem superior.  Logo, não parece ser tão fácil assim estudar um
 sistema lógico usando apenas os recursos deste próprio sistema (e isto
 é obviamente impossível, por exemplo, para sistemas lógicos
 proposicionais).  Qual será o mínimo de _matemática_ necessário para
 estudar sistemas lógicos básicos?  Não sei.  PRA?

 JM


 2012/4/10 Décio Krause deciokra...@gmail.com:
  Tony
  Ok, retiro as palavras mais intuitiva (referindo-me à lógica
 clássica), deixando no entanto o mais familiarizados. Isso certamente se
 deve a um acidente histórico ou coisa que o valha. Mas você parece requerer
 que os alunos tenham já de início todas as intuições sobre os porquês,
 coisa que eles irão adquirir na medida em que estudem o assunto, como por
 exemplo saber para que necessitamos provar um teorema como o da completude
 da lógica propositional clássica. Bom, uma vez, há muito tempo, colegas
 minhas tentaram iniciar ensinando aritmética comum a professores de ensino
 elementar na base 5. Deu um bafafá enorme, ninguém entendeu nada, mas pelo
 menos eles ficaram sabendo o tipo de dificuldade que os alunos deles tinham
 com a base 10. Uma ideia meio maluca, mas interessante.
  D

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Re: [Logica-l] ENSINO DE LÓGICA, POR QUAL LÓGICA COMEÇAR?

2012-04-10 Por tôpico Tony Marmo
É interessante o que você diz,  Rodrigo. Veja que nessa mensagem você já dá
uma ideia de como se pode estruturar um curso de lógica, (um pouco) mais
avançado, que pode despertar muito o interesse dos alunos e nessa
oportunidade fazer uma revisão dos conceitos aprendidos anteriormente. É
trabalhoso implementar didaticamente uma proposta assim, mas é viável.

Em 10 de abril de 2012 11:28, Rodrigo Freire freires...@gmail.comescreveu:

 PRA é suficiente para fazer a teoria básica de sistemas formais (desde a
 definição de fórmula até, por exemplo, eliminação do corte para a lógica
 clássica ou intuicionista e segundo teorema da incompletude). PRA satisfaz
 os requerimentos intuicionistas, é na verdade muito mais restritivo. Na
 verdade, PRA define as funções de verdade como mostrado por Goodstein,
 Curry, Bernays,... (é fácil), e pode ser formulada sem quantificadores. É
 um cálculo muito simples, logic free.

 Os teoremas da lógica básica que falam de conjuntos (completude da logica
 de primeira ordem por exemplo) exigem algo mais (mas a completude da lógica
 de primeira ordem para linguagens enumeráveis também pode ser aritmetizada
 em PA - teorema de Hilbert-Bernays). A interpretação Dialética não fala de
 conjuntos mas também não funciona em PRA (a normalização forte dos lambda
 termos da interpretação dialética não é demonstrável em PRA). Acho que tudo
 isso era basicamente conhecido (de modo não necessariamente muito
 detalhado) pelo Hilbert (entre outros).

 O Nelson (aquele que acredita que 0 = 1) desenvolveu boa parte da teoria
 básica de sistemas formais (no contexto clássico) em sistemas mais
 restritivos que PRA, no âmbito da chamada aritmética limitada ou
 predicativa. Nesses sistemas certamente perde-se muita informação. Há mais
 de uma noção de consistência, por exemplo, que em PRA são equivalentes. A
 noçâo de consistência derivada do teorema de Herbrand é bem comportada
 nesse sistema. A noção cut free é bem comportada. A noção usual não é.

 Abraço
 Rodrigo








 2012/4/10 Joao Marcos botoc...@gmail.com

  Sem dúvida, qualquer professor com um mínimo de experiência no ramo
  sabe que é conveniente começar a partir de objetos com os quais os
  alunos estejam mais familiarizados.  Por outro lado, parece
  razoavelmente absurdo sugerir que um curso sobre *lógica clássica*
  (proporcional? proposicional?) comece pela maiêutica!
 
  Um bom professor, e um bom livro, certamente devem dar uma ideia ao
  aluno do porquê de cada resultado.  Não há professores e livros,
  contudo, que _garantam_ que o aluno realmente _compreenda_ este porquê
  --- a compreensão do porquê pode transcender o aluno, naquela fase da
  sua maturidade.  Aliás, do discurso de alguns alunos titulados podemos
  frequentemente perceber que eles não compreenderam bem o que lhes foi
  (?) ensinado.  O que fazer?  Continuar ensinando, sempre melhor.
 
  Quanto à questão original, bastante interessante, de por qual lógica
  começar, suponho que um intuicionista empedernido responda de forma
  diferente que os clássicos de plantão.  Abundam livros na literatura,
  de fato, que apresentam a lógica intuicionista _antes_ de apresentar a
  clássica.  Por outro lado, certamente é útil para aplicações práticas,
  tanto na filosofia quanto na computação, apresentar ao aluno, em algum
  momento, lógicas modais ou lineares ou [coloque aqui a sua classe de
  lógicas preferida].
 
  Quanto à observação de que é difícil ensinar lógica intuicionista a
  partir de uma metamatemática inteiramente intuicionista, vale observar
  que a metamatemática clássica que usamos para ensinar lógica clássica
  proposicional ou de primeira ordem também costuma envolver lógica de
  ordem superior.  Logo, não parece ser tão fácil assim estudar um
  sistema lógico usando apenas os recursos deste próprio sistema (e isto
  é obviamente impossível, por exemplo, para sistemas lógicos
  proposicionais).  Qual será o mínimo de _matemática_ necessário para
  estudar sistemas lógicos básicos?  Não sei.  PRA?
 
  JM
 
 
  2012/4/10 Décio Krause deciokra...@gmail.com:
   Tony
   Ok, retiro as palavras mais intuitiva (referindo-me à lógica
  clássica), deixando no entanto o mais familiarizados. Isso certamente
 se
  deve a um acidente histórico ou coisa que o valha. Mas você parece
 requerer
  que os alunos tenham já de início todas as intuições sobre os porquês,
  coisa que eles irão adquirir na medida em que estudem o assunto, como por
  exemplo saber para que necessitamos provar um teorema como o da
 completude
  da lógica propositional clássica. Bom, uma vez, há muito tempo, colegas
  minhas tentaram iniciar ensinando aritmética comum a professores de
 ensino
  elementar na base 5. Deu um bafafá enorme, ninguém entendeu nada, mas
 pelo
  menos eles ficaram sabendo o tipo de dificuldade que os alunos deles
 tinham
  com a base 10. Uma ideia meio maluca, mas interessante.
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Re: [Logica-l] ENSINO DE LÓGICA, POR QUAL LÓGICA COMEÇAR?

2012-04-10 Por tôpico Tony Marmo
João Marcos,

Eu não achei onde está escrito proporcional, achei proposiconal.

Enfim, não estou pensando como público-alvo exclusivo cursos de computação.
Mas, não vejo por que não faria sentido aos cursos de computação falar
dessas coisas. Ou o melhor é deixar os caras pensarem que Sócrates andava
com o iPhone ligado? Não é assim, ó Johnny!

Você aludiu ao caso de doutores recém-formados que não estão com conceitos
entendidos corretamente e no lugar. E você acha que é simplesmente uma
questão de maturidade. Mas, se servirem os resultados de pesquisas em
ensino e aprendizado da matemática, a questão pode não ser essa. Desconfio
que a forma como as coisas lhes foram apresentadas, com o sentido e os
referentes esvaziados é que pode ser responsável por isso. Ou seja, alguns
aprenderam a manipular símbolos, mas talvez sem consciência do que implique
o que fazem.

A computação não se desenvolveu somente a partir de fórmulas que explicaram
outras fórmulas. Seus conceitos fundamentais têm origem numa longa tradição
de pensamento binário que remonta a filósofos antes de Aristóteles. Não
vejo razão de não contar isto aos alunos da computação ou de outros cursos,
se isto puder promover o interesse e o entendimento.

Em 10 de abril de 2012 12:05, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

  Primeiro, errata: leia-se proposicional onde está escrito
 proposiconal,
  faltou um i.

 (Na verdade você escreveu lógica proporcional.  Mas isso não é
 importante, Tony, nós sabemos o que você quis escrever.)

  Segundo, J.M., não sei qual é o seu preconceito contra a maiêutica, se
 ela
  foi importante para o desenvolvimento da lógica. Falara das três leis do
  pensamento e apresentar o problema da batalha naval pode ser interessante
  antes de falar de aspectos mais semânticos dos sistemas, como valoração,
  tabelas de verdade, satisfabilidade, etc. É como quando se ensina física:
  aumenta o interesse e ajuda a compreensão quando se conta a história de
  Arquimedes na banheira para explicar o próprio princípio de Arquimedes.

 Não tenho nenhum preconceito contra a maiêutica (meu avô,
 ginecologista, é o fundador da maternidade da minha cidade natal).  Só
 não compreendo porque em um primeiro capítulo, um livro pode falar da
 maiêutica, depois um pouco da escola megárica, do Organon e depois dos
 estóicos.  Isto é desnecessário para a maior parte dos cursos de
 lógica que me vêm à mente --- para alunos de Computação, por exemplo.

  Terceiro, seria valioso para mim e outros se você pudesse passar aqui
 mesmo
  uma relação de livros introdutórios que começam com a lógica
 intuicionista.
  Eu estou à procura deles e não os achei pelo google. Achei sim alguns que
  são voltados para quem já passou dos cursos de introdução à lógica.

 Homem, tome um livro qualquer que comece por dedução natural!  Largue
 mão destes livros antiquados da década de 50 e 60...

 JM

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Re: [Logica-l] ENSINO DE LÓGICA, POR QUAL LÓGICA COMEÇAR?

2012-04-10 Por tôpico Tony Marmo
É verdade, Rodrigo. Suspeito que isso em parte seja um condicionamento de
uma tradição de procurar começar o ensino da lógica por silogismos
categóricos. Mas, não posso pretender que seja tudo simples condicionamento.

Por outro lado, aviso que em textos de lógica fuzzy é comum já não querer
distinguir entre notações conjuntísticas e lógicas. A notação usada para o
complementar passa ser a mesma para negação e os símbolos para conjunção e
disjunção são usados também para designar interseção e união. Ou seja,
certos autores fuzzy acham positiva e mesmo desejável a confusão entre
conjuntos e fórmulas a que você se refere.

Por outro lado, fazer a distinção entre a parte finitária e a infinitária
pode ser mais interessante, filosoficamente falando, para essa preocupação
de ensinar lógica mas conscientizando o aluno do que está fazendo.

Em 10 de abril de 2012 12:18, Rodrigo Freire freires...@gmail.comescreveu:

 Considero que é importante em um curso de lógica enfatizar que há uma
 parte finitária e uma parte infinitária. A parte finitária contém o básico
 de teoria da prova. Mesmo a parte mais básica de teoria de modelos já é
 infinitária.

 Acho que todos os livros de lógica, logo no começo, misturam conjuntos com
 fórmulas. Muita gente fica coma ridícula dúvida do ovo e da galinha : o
 que vem primeiro, teoria de conjuntos ou a lógica? ou, o que são esses
 conjuntos que aparecem na lógica? Já vi pesquisadores experientes que não
 conseguiram dar uma resposta direta para essas perguntas.

 A lógica necessária para desenvolver o básico da teoria de conjuntos das
 definições básicas até provas de independência (forcing) é toda ela
 finitária, pode ser feita em PRA, obviamente antecede a teoria de conjuntos
 na organização canônica da matemática e está fundada no que eu chamo de
 âmbito finitário (o alcance do raciocínio finitário no sentido explicado
 pelo Hilbert).

 Abraço
 Rodrigo



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Re: [Logica-l] Algumas coisas formales

2012-04-10 Por tôpico Tony Marmo
Rodrigo,

Eu também desconfio que esse rapaz, Júlio Custódio, que eu não conheço
pessoalmente, não procurou assim tanto suporte em alguma literatura para
enunciar suas preocupações ou reclamações. Mas, em outra thread de
discussão, bastante extra-tópica por sinal, vimos algo assim: pessoas
queixando-se daquilo que elas não conheciam direito.

Dou um exemplo paralelo: uns anos atrás testemunhas-de-Jeová bateram à
porta da minha casa e começaram a querer puxar discussão. A certa altura um
deles me disse: Darwinismo ou teoria da evolução é coisa do diabo. E eu
perguntei-lhe o seguinte: por que você não me diz que a teoria da
relatividade de Einstein é coisa do diabo também? Ele respondeu: porque
essa eu não entendo o que seja.

Obviamente, os testemunhas-de-Jeová em questão não entendem plenamente nem
a Bíblia e menos ainda a teoria da evolução. Mas, como o Darwinismo é uma
teoria muito divulgada de forma resumida e até caricata, eles pensam que
entendem do assunto e podem falar dele sem muito estudo. Somem-se a isto os
argumentos dos auto-denominados criacionistas que parecem fazer sentido, a
confusão está pronta.

A mensagem do J. Custódio evidencia um lado positivo, todavia: que lógica
paraconsistente começa a ficar famosa fora dos seus meios acadêmicos
usuais.

Em 10 de abril de 2012 15:17, Rodrigo Podiacki podia...@gmail.comescreveu:

  Para um exemplo, no paper A taxonomy of C-systems fixamos de
 maneira inovadora e fora do ordinário o significado do termo
 princípio da não-contradição (PNC).  Vemos a seguir que a maior
 parte das lógicas paraconsistentes da literatura respeita
 perfeitamente esta formulação do PNC.  O termo inconsistência também
 tem o seu significado precisificado no paper em particular para
 linguagens que contêm um operador para expressar o conceito
 meta-teórico de consistência.  Diferentemente do que foi dito aqui
 nesta linha de discussões por outro colega, as lógicas
 paraconsistentes são, sim senhor, exatamente as lógicas que são
 *inconsistentes* conquanto não absolutamente inconsistentes / não
 extra-completas / não triviais. 

 João,

 Leia a mensagem do Julio novamente e veja se parece que ele se referia ao
 significado de inconsistência precisificado (precisado?) no texto de
 sua autoria. Aparentemente, ele desconhece esse texto. A palavra foi
 empregada de um modo vago. Acredito que, dessa forma, uma maneira mais
 natural de interpretar o que foi dito é tomar lógica inconsistente como
 significando:

 (i) sistema trivial;

 ou

 (ii) sistema em que se derive algo da forma A  ~A.

 As lógicas que mencionei não são inconsistentes nos sentidos (i) e (ii).
 Foi o que eu quis dizer ao afirmar que a contradição não está na lógica
 (significado (ii) acima). Nesse caso, é irrelevante que o autor X tenha
 precisado, em um texto W que não é mainstream, um significado Z para o
 termo inconsistente, digamos, inconsistente_567.
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Re: [Logica-l] pressuposições clássicas e não clássicas

2012-04-10 Por tôpico Tony Marmo
Conforme expliquei, as lógicas não-clássicas podem ser vistas como
extensões da lógica clássica, ou seja, a lógica clássica é um caso
particular delas.

Veja a minha resposta ou das professores Marcelo Finger e Marcelo Coniglio
para explicação e busque mais informações na literatura.

Em 11 de abril de 2012 00:10, Julio César jcacusto...@yahoo.com.brescreveu:


 
 
 
  Olá Décio,
 
  Que bom que ao que tudo indica começamos a nos entender! Embora parece
 que não me fiz compreensível para quase ninguém mais.
 
  De fato, estou pressupondo que contradições genuínas são aquelas
 expressas classicamente. Também estou pressupondo que a negação genuína é
 aquela expressa classicamente. Mas isso não é mera questão de gosto ou
 torcida pela lógica clássica, mas é sim como uma metodologia necessária em
 tal discussão. Quando as lógicas não clássicas pretendem restringir a
 não-contradição, ou generalizar a negação, não estão elas falando dos
 operadores e princípios da lógica clássica? Não é ali que eu deveria
 verificar se as falhas e limitações realmente procedem? Não é a lógica
 clássica que pretendem alterar? Não é justamente por isso que são...
 não-clássicas?
 
  Isso não me autoriza (ou me obriga?) a utilizar os conceitos da lógica
 clássica para analisar tais propostas de alteração à própria lógica
 clássica?
 
  Grandes abraços,
  Júlio César A. Custódio
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Re: [Logica-l] pressuposições clássicas e não clássicas

2012-04-10 Por tôpico Tony Marmo
Não existe isso que muitos não aceitam.
Justamente por serem extensões da lógica clássica, elas não incluem todos
os princípios clássicos.
Elas são mais gerais como já expliquei.

Em 11 de abril de 2012 00:59, Julio César jcacusto...@yahoo.com.brescreveu:

 Tony,

 Você deve saber também que muitos não concordam que sejam extensões,
 entre esses inclusive muitos lógicos não-clássicos. Também tenho minhas
 reservas quanto a isso.

 Por exemplo, se forem extensões, como conciliar com o fato de que
 princípios clássicos como o NPC ou terceiro excluído não aceitam exceções?




 Em 10/04/2012, às 23:17, Tony Marmo marmo.t...@gmail.com escreveu:

 Conforme expliquei, as lógicas não-clássicas podem ser vistas como
 extensões da lógica clássica, ou seja, a lógica clássica é um caso
 particular delas.

 Veja a minha resposta ou das professores Marcelo Finger e Marcelo Coniglio
 para explicação e busque mais informações na literatura.

 Em 11 de abril de 2012 00:10, Julio César jcacusto...@yahoo.com.brescreveu:


 
 
 
  Olá Décio,
 
  Que bom que ao que tudo indica começamos a nos entender! Embora parece
 que não me fiz compreensível para quase ninguém mais.
 
  De fato, estou pressupondo que contradições genuínas são aquelas
 expressas classicamente. Também estou pressupondo que a negação genuína é
 aquela expressa classicamente. Mas isso não é mera questão de gosto ou
 torcida pela lógica clássica, mas é sim como uma metodologia necessária em
 tal discussão. Quando as lógicas não clássicas pretendem restringir a
 não-contradição, ou generalizar a negação, não estão elas falando dos
 operadores e princípios da lógica clássica? Não é ali que eu deveria
 verificar se as falhas e limitações realmente procedem? Não é a lógica
 clássica que pretendem alterar? Não é justamente por isso que são...
 não-clássicas?
 
  Isso não me autoriza (ou me obriga?) a utilizar os conceitos da lógica
 clássica para analisar tais propostas de alteração à própria lógica
 clássica?
 
  Grandes abraços,
  Júlio César A. Custódio
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[Logica-l] INTRODUÇÃO À LÓGICA PELA INTUICIONISTA

2012-04-12 Por tôpico Tony Marmo
Caros colegas, mestres e amigos,

Apesar de que já me disseram que há livros que começam o ensino de lógica
pela lógica intuicionista, até agora não achei nenhum, mesmo olhando
publicações recentes.

Há introduções ao intuicionismo lógico que já pressupõem o leitor ter algum
conhecimento em lógica, mas não que primeiro apresentem a lógica
intuicionista par depois entrar na clássica.

Alguém sabe de uma referência?
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Re: [Logica-l] [OT] Vida em Marte!!!

2012-04-13 Por tôpico Tony Marmo
Mais polêmica extra-tópica. O comentário de que não mandaram microscópios
para a missão 36 anos atrás e que o gás liberado pelo experimento PODE ter
sido CO2 (portanto, não sabem ao certo) mostram o quão mal planejado foi o
experimento. O uso de métodos matemáticos como esses para estudar vida aqui
na Terra já é polêmico, quanto mais em outro planeta que se tiver vida,
tem-na em condições diferentes em pontos importantes.

Em 13 de abril de 2012 07:51, Francisco Antonio Doria
famado...@gmail.comescreveu:

 Perdoem o off topic, has essay notícia é boa!!!


 http://www.abc.net.au/science/articles/2012/04/13/3476970.htm?WT.mc_id=science_twitterfeed_latestutm_source=feedburnerutm_medium=twitterutm_campaign=Feed%3A+abcscience_latestnews+%28ABC+Science%3A+Latest+News%29

 --
 fad

 ahhata alati, awienta Wilushati
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Re: [Logica-l] denotando

2012-04-19 Por tôpico Tony Marmo
Caro Marcos,

Com todo respeito, existe uma entrevista de Bertrand Russell a Allan Watts,
na qual Russell esclarece bastante suas visões sobre filosofia e sobre
linguagem. Stepeh Neale NÃO está completamente errado na sua apresentação,
aliás tem razão em grande parte. Mas, ele reduz muito o pensamento e as
percepções de Russell. Quase lembra muito a caricatura de Russell que Grice
e Strawson fizeram do que o próprio Russell expondo suas visões. Escute
primeiro, depois julgue:

http://vimeo.com/23777294

Em 19 de abril de 2012 10:18, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 VIDEO

 Stephen Neale, Distinguished Professor of Philosophy at the CUNY
 Graduate Center, discusses Bertrand Russell's seminal paper On
 Denoting published in the journal MIND in 1905 and the ensuing
 philosophical debate centered around it.
 http://vimeo.com/40010651
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[Logica-l] A MODAL SEMANTICS FOR PARACONSISTENT LOGIC, TOPOLOGICAL POINT OF VIEW

2012-04-23 Por tôpico Tony Marmo
Dear friends, colleagues and Professors,



I write to inquire on the issue of interpreting the consistency operator °
as a modal one, either necessity or possibility.



1. Are there any works which, from the perspective of neighbourhood
semantics, treat it as necessity operator, i.e., °A means that [[A]]
belongs to N(w)?



2. Are there any works which, by another topological approach, treat °A as
necessity operator defined as the interior, i.e., [[°A]]= int[[A]]?



3. 2. Are there any works which, by another topological approach, treat °A
means the closure of [[A]]?


Please, feel free to write me any thoughts you might have on the issue.


Thank you very much.


Very best regards,


Tony Marmo
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Re: [Logica-l] A MODAL SEMANTICS FOR PARACONSISTENT LOGIC, TOPOLOGICAL POINT OF VIEW

2012-04-23 Por tôpico Tony Marmo
Caro João Marcos,

Obrigado pela sua resposta e pela referência.

Mas, quanto à sua objeção, eu precisaria de mais argumentos, principalmente
filosóficos, para dizer que consistência é contingência e para dizer que
consistência não possa ser necessidade ou que seja confusão. Conhecimento
ou saber podem sê-lo, obrigação idem, tempo ibidem, etc. Enfim, não há essa
identificação de consistência com contingência, que eu saiba. Aliás, existe
já pelo menos uma lógica em que um dos operadores modais é interpretado
como provável (provable) e o seu dual como consistente. Vide Gödel 1933
e Löb 1955, para uma discussão.

A questão que estou propondo é o caminho inverso: pessoas que interpretam o
operador de consistência como um dos modais primitivos e saber que
semântica (topológica de preferência) se poderia usar.

Em 23 de abril de 2012 21:44, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Olá, Tony:

  I write to inquire on the issue of interpreting the consistency operator
 °
  as a modal one, either necessity or possibility.

 Parece que há uma confusão aqui.  O operador de consistência não é
 aparentado da necessidade ou da possibilidade, mas está mais próximo
 da noção de contingência.

  1. Are there any works which, from the perspective of neighbourhood
  semantics, treat it as necessity operator, i.e., °A means that [[A]]
 belongs
  to N(w)?

 Não se trata de um operador de necessidade.  De todo modo, a
 interpretação em termos de uma semântica de vizinhança necessita
 apenas de um operador com a propriedade de replacement, então tudo
 bem.

  2. Are there any works which, by another topological approach, treat °A
 as
  necessity operator defined as the interior, i.e., [[°A]]= int[[A]]?

 Não se trata de um operador de necessidade.

  3. 2. Are there any works which, by another topological approach, treat
 °A
  means the closure of [[A]]?

 Para uma interpretação topológica, confira os trabalhos de Chris
 Steinsvold, sobre logics of ignorance and borders.

 Joao Marcos

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 http://sequiturquodlibet.googlepages.com/

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Re: [Logica-l] A MODAL SEMANTICS FOR PARACONSISTENT LOGIC, TOPOLOGICAL POINT OF VIEW

2012-04-24 Por tôpico Tony Marmo
Se eu estou entendendo, você define ~P como int(X\P), ~ usado para negação
intuicionista. Mas, para alguns modalistas, isto seria precisamente
Necessário¬P. Curioso isto.

Em 24 de abril de 2012 15:23, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

  A noção de conseqüência é esta:
 
P |- Q quer dizer P está contido em Q...

 Suponho, além disso, que P, ~P |- Q quer dizer que (P meet ~P) está
 contido em Q?  Bom, se for este o caso você já tem a resposta para a
 sua pergunta...

 JM


  On Tue, Apr 24, 2012 at 2:17 PM, Joao Marcos botoc...@gmail.com wrote:
 
  Viva, Eduardo:
 
  Para decidir se um certo operador de negação é paraconsistente você
  precisa antes definir qual a noção de *consequência* com a qual está
  trabalhando.  (A relação de ordem natural do seu espaço topológico?)
 
  Joao Marcos
 
 
  PS: a co-implicação é importante nesta história, sim --- embora os
  paraconsistentistas raramente tenham apontado isso
 
 
  2012/4/24 Eduardo Ochs eduardoo...@gmail.com:
   Supondo que não vá pegar mal eu fazer uma pergunta bem ingênua sobre
   negações paraconsistentes, lá vai...
  
   O meu modo preferido de pensar em lógica(s) intuicionista(s) tem sido
   fixar um espaço topológico (X, O(X)) e aí dizer que os meus valores de
   verdade vão ser os ABERTOS desse espaço topológico. Aliás, acho que é
   melhor eu explicar de outra forma: ao invés de pensar em lógica
   intuicionista em geral eu tenho preferido começar escolhendo um
   espaço topológico (X, O(X)) e aí olhar pra álgebra dos abertos dele,
   que é uma Álgebra de Heyting - ou seja, dá pra interpretar cálculo
   proposicional nela - e aí eu trabalho nessa Álgebra de Heyting.
   Defino:
  
 um valor de verdade clássico em (X, O(X)) é um subconjunto
 qualquer de X,
  
 um valor de verdade intuicionista em (X, O(X)) é um suconjunto
 aberto de X,
  
 o verdadeiro, o falso, a conjunção e a disjunção
 intuicionistas são definidos da mesma forma que as suas versões
 clássicas - são o X, o vazio, a interseção e a união de
 subconjuntos,
  
 a implicação clássica (P -_C Q) é a união de (X \ P) e Q,
  
 a implicação intuicionista (P -_I Q) é o interior de (P -_C Q),
  
 a negação clássica é  not_C P = (P -_C F) = (X \ P),
  
 a negação intuicionista é not_I P = (P -_I F) = int (X \ P).
  
   e repare que a operação interior transforma qualquer valor de
   verdade clássico num intuicionista.
  
   Se o nosso espaço topológico (X, O(X)) é Alexandroff a gente tem uma
   operação cointerior: o interior de P é o maior aberto contido em P,
   e o cointerior de P é o menor aberto contendo P. Isto gera uma
   coimplicação - que não interessa agora - e uma conegação: a
   conegação de P é o menor aberto contendo o complemento de P.
  
   Agora eu posso fazer a minha pergunta: essa conegação é uma negação
   paraconsistente?
  
 Obrigado! =)
   [[]], Eduardo
 
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Re: [Logica-l] A MODAL SEMANTICS FOR PARACONSISTENT LOGIC, TOPOLOGICAL POINT OF VIEW

2012-04-25 Por tôpico Tony Marmo
Oh! Que boa surpresa logo de manhã! Muito obrigado!

Em 25 de abril de 2012 01:08, Walter Carnielli
walter.carnie...@gmail.comescreveu:

 Caro Tony:

 eu acho que você está no caminho certo  quando pergunta   por qual
 razão  a formalização da  consistência (tal como  vista nas  LFIs)
 não coincidiria  com a  possibilidade, ou com a  (não)-contingência. O
 João  Marcos  esclarece, corretamente,  que tal noção de consistência
 é apenas aparentada ao da não-contingência,   mas  sobra a seguinte
 questão: partindo de  uma noção de consistência  oA, o que seria  ~ o
 ~ A? Seria  uma espécie
 de asserção sobre  a  inconsistência de ~A, mas dependendo de certas
  assunções.

 No artigo abaixo examino diversas noções de consist6encai,  incluindo
 algumas ideias  do João Marcos:

 The Single-minded Pursuit of Consistency and its Weakness
 (W.  Carnielli), Studia Logica 97, Number 1 (2011), 81-100, DOI:
 10.1007/s11225-010-9298-7
 http://www.springerlink.com/content/e2357hxm80m52616/fulltext.pdf

 Abs,

 Walter


 Em 24 de abril de 2012 17:19, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:
  Tony:
 
  Mas, existe algo que preciso apontar: os operadores também dependem do
 ponto
  de vista. Veja, se eu tenho um operador O e defino o seguinte:
  O(alpha):=¬Q¬(alpha), pergunte quem é o universal e quem é o
 existencial, a
  resposta é depende do ponto de vista.
 
  Salvo engano meu, o Professor Pizzi implementou uma vez a proposta de
 como
  uma lógica pode começar a partir de um operador de contingência como
  primitivo. Os mesmos princípios, axiomas ou regras de inferência, que
  envolvem o operador quadrado podem ser formulados para o operador
 diamante.
  De novo, coisas dependendo do ponto de vista.
 
  As questões do trabalho do Pizzi foram todas praticamente resolvidas a
  partir do trabalho do Lloyd Humberstone sobre não-contingência.  O
  operador de consistência que usamos é apenas aparentado ao da
  não-contingência, e muitos dos resultados que eu demonstrei a respeito
  dele simplesmente mostraram como adaptar os resultados de Humberstone
  (e de Kuhn, e de Cresswell etc) para esta nova linguagem, com sua
  interpretação pretendida.  A questão sobre quem é o universal e quem
  é o existencial não é muito relevante nesta abordagem.
 
  Por outro lado, quadrado não necessariamente quer dizer todo mundo w
 de W,
  depende da semântica. Acho que talvez você não queira identificar o
 operador
  de consistência com um universal, pois, como você mesmo diz, não quer
 que
  ºA, não-A bastem para a explosão. Mas, se necessidade não for entendida
 como
  uma quantificação universal, não enxergo como NecA e não-A de pronto
  explodiriam.
 
  De fato.  Por isso eu disse que o operador de consistência adequado
  depende da interpretação da negação modal paraconsistente.
 
  Abraços,
  Joao Marcos
 
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 Prof. Dr. Walter Carnielli
 Director
 Centre for Logic, Epistemology and the History of Science – CLE
 State University of Campinas –UNICAMP
 13083-859 Campinas -SP, Brazil
 Phone: (+55) (19) 3521-6517
 Fax: (+55) (19) 3289-3269
 Institutional e-mail: walter.carnie...@cle.unicamp.br
 Website: http://www.cle.unicamp.br/prof/carnielli

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Re: [Logica-l] A MODAL SEMANTICS FOR PARACONSISTENT LOGIC, TOPOLOGICAL POINT OF VIEW

2012-04-27 Por tôpico Tony Marmo
Caro João,

Apenas para registro, porque talvez seja um grande equívoco meu. Mas, nas
mensagens que você disse:

[1] O operador de consistência não é aparentado da necessidade ou da
possibilidade, mas está mais próximo
da noção de contingência.

[2] (...) na verdade a definição do conectivo de consistência que você
mencionou e sua versão modal são ambas propostas minhas, e ---por
design--- há restrições que devem ser obedecidas para que este
conectivo tenha a interpretação para ele pretendida.  Uma destas
restrições obriga justamente a que a consistência não seja idêntica à
necessidade (na sua interpretação usual e desde que você não mude o
significado da negação paraconsistente do ponto de vista modal), pois
em caso contrário não seria necessário adicionar A a {oA, ~A} para
recuperar o Princípio da Explosão.

[3] O conectivo de consistência continua sendo, contudo, um belo
exemplo de modalidade não-normal, que *não* é idêntica à não-contingência,
e que certamente é tratável, em princípio, a partir de semânticas
de vizinhança.  De todo modo, para _uma_ certa conexão entre a consistência
e o axioma K você pode dar uma espiada no teorema K2.2 do artigo Logics of
essence and accident.

Mas, no seu artigo, referido acima você coloca o seguinte:

Proposição 1.1. Dentro de extensões da lógica modal K pode-se:

(i) tomar quadrado como primitivo e definir (consistente phi) ºphi:= phi =
quadrado phi.

Dentro de extensões de KT ...

(ii) tomar º (consistência) como primitivo e definir quadrado phi:= phi
ºphi

(Página 3 no pdf que eu tenho)

Aí no caso, você mesmo diz ao princípio do artigo que º é o operador de
essência, enquanto que • seria o de acidente.

Continuo a leitura do artigo, todavia...

Em 24 de abril de 2012 11:53, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Olá, Tony:

  Mas, quanto à sua objeção, eu precisaria de mais argumentos,
 principalmente
  filosóficos, para dizer que consistência é contingência e para dizer que
  consistência não possa ser necessidade ou que seja confusão.
 Conhecimento ou
  saber podem sê-lo, obrigação idem, tempo ibidem, etc. Enfim, não há essa
  identificação de consistência com contingência, que eu saiba. Aliás,
 existe
  já pelo menos uma lógica em que um dos operadores modais é interpretado
 como
  provável (provable) e o seu dual como consistente. Vide Gödel 1933 e
 Löb
  1955, para uma discussão.

 Não pensei que estava fazendo uma objeção... :-)

 Bem, na verdade a definição do conectivo de consistência que você
 mencionou e sua versão modal são ambas propostas minhas, e ---por
 design--- há restrições que devem ser obedecidas para que este
 conectivo tenha a interpretação para ele pretendida.  Uma destas
 restrições obriga justamente a que a consistência não seja idêntica à
 necessidade (na sua interpretação usual e desde que você não mude o
 significado da negação paraconsistente do ponto de vista modal), pois
 em caso contrário não seria necessário adicionar A a {oA, ~A} para
 recuperar o Princípio da Explosão.

 (O conectivo de consistência continua sendo, contudo, um belo exemplo
 de modalidade não-normal, que *não* é idêntica à não-contingência, e
 que certamente é tratável, em princípio, a partir de semânticas de
 vizinhança.  De todo modo, para _uma_ certa conexão entre a
 consistência e o axioma K você pode dar uma espiada no teorema K2.2 do
 artigo Logics of essence and accident.)

 A interpretação alternativa que você menciona para a consistência como
 dual da demonstrabilidade é bem conhecida e muito bem explorada no
 livro do Boolos, The Logic of Provability.  É interessante notar,
 contudo, que o Hirohiko Kushida explorou a conexão entre esta
 interpretação e, de modo mais aprofundado, a _nossa_ definição de
 consistência no paper The Modal Logic of Gödel Sentences, publicado
 em 2010 no JPL.

  A questão que estou propondo é o caminho inverso: pessoas que
 interpretam o
  operador de consistência como um dos modais primitivos e saber que
 semântica
  (topológica de preferência) se poderia usar.

 Para a abordagem topológica, não deixe de dar uma olhada nos artigos
 do Chris Steinsvold que já mencionei.

 Abraços,
 Joao Marcos

  Em 23 de abril de 2012 21:44, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:
 
  Olá, Tony:
 
   I write to inquire on the issue of interpreting the consistency
 operator
   °
   as a modal one, either necessity or possibility.
 
  Parece que há uma confusão aqui.  O operador de consistência não é
  aparentado da necessidade ou da possibilidade, mas está mais próximo
  da noção de contingência.
 
   1. Are there any works which, from the perspective of neighbourhood
   semantics, treat it as necessity operator, i.e., °A means that [[A]]
   belongs
   to N(w)?
 
  Não se trata de um operador de necessidade.  De todo modo, a
  interpretação em termos de uma semântica de vizinhança necessita
  apenas de um operador com a propriedade de replacement, então tudo
  bem.
 
   2. Are there any works which, by another topological approach, 

Re: [Logica-l] A MODAL SEMANTICS FOR PARACONSISTENT LOGIC, TOPOLOGICAL POINT OF VIEW

2012-04-28 Por tôpico Tony Marmo
Caro João,

Conclui a leitura, exceto pela discussão filosófica ao final. Mas, preciso
registrar uma certa inquietação: acho que não precisava dizer que essas
modalidades seriam não normais. Pois veja, primeiro você definiu acidente
por meio de uma relação de acessibilidade. Segundo, na proposição 3.1, você
diz que a definição de quadrado por meio do operador de acidente só serve
para as extensões de KT. Pois bem, mas isso já é de certo modo dizer que
essas modalidades são normais. Por fim, todo o texto me parece um BOM
artigo sobre lógica modal normal.

O único detalhe que para mim fica em aberto é saber se de fato os
conectivos não-modais são interdefiníveis ou não. Você definiu a linguagem
de modo que não parece haver um conjunto adequado de conectivos. Mas,
depois, você apresenta um resultado que me parece resultado de dizer que a
implicação equivale a uma disjunção, quando, por exemplo, diz que K1.3
(acidental phi implica phi) pode ser trocado por K2.3 (phi ou essencial
phi). Estou supondo que sim, que os conectivos são interdefiníveis pelo
conjunto todo da obra, dado que os sistemas KT são extensões do cálculo
clássico.

De resto, com todo o respeito e admiração pela sua capacidade ímpar e
conhecimentos, peço toda a vênia para discordar do seu argumento de que a
noção de consistência seria aparentada com a de contingência, se levar em
consideração o artigo de sua própria autoria. Na verdade, o parentesco é da
noção de inconsistência com a de acidente, segundo o raciocínio que você
mesmo brilhantemente engendrou no artigo.


Em 27 de abril de 2012 19:42, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Não entendi: qual seria o equívoco seu que está sendo registrado, Tony?

 Boa leitura,
 JM

 2012/4/27 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  Caro João,
 
  Apenas para registro, porque talvez seja um grande equívoco meu. Mas, nas
  mensagens que você disse:
 
  [1] O operador de consistência não é aparentado da necessidade ou da
  possibilidade, mas está mais próximo
  da noção de contingência.
 
  [2] (...) na verdade a definição do conectivo de consistência que você
  mencionou e sua versão modal são ambas propostas minhas, e ---por
  design--- há restrições que devem ser obedecidas para que este
  conectivo tenha a interpretação para ele pretendida.  Uma destas
  restrições obriga justamente a que a consistência não seja idêntica à
  necessidade (na sua interpretação usual e desde que você não mude o
  significado da negação paraconsistente do ponto de vista modal), pois
  em caso contrário não seria necessário adicionar A a {oA, ~A} para
  recuperar o Princípio da Explosão.
 
  [3] O conectivo de consistência continua sendo, contudo, um belo
 exemplo de
  modalidade não-normal, que *não* é idêntica à não-contingência, e que
  certamente é tratável, em princípio, a partir de semânticas
 de vizinhança.
   De todo modo, para _uma_ certa conexão entre a consistência e o axioma K
  você pode dar uma espiada no teorema K2.2 do artigo Logics of essence
 and
  accident.
 
  Mas, no seu artigo, referido acima você coloca o seguinte:
 
  Proposição 1.1. Dentro de extensões da lógica modal K pode-se:
 
  (i) tomar quadrado como primitivo e definir (consistente phi) ºphi:= phi
 =
  quadrado phi.
 
  Dentro de extensões de KT ...
 
  (ii) tomar º (consistência) como primitivo e definir quadrado phi:= phi
  ºphi
 
  (Página 3 no pdf que eu tenho)
 
  Aí no caso, você mesmo diz ao princípio do artigo que º é o operador de
  essência, enquanto que • seria o de acidente.
 
  Continuo a leitura do artigo, todavia...

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Re: [Logica-l] A MODAL SEMANTICS FOR PARACONSISTENT LOGIC, TOPOLOGICAL POINT OF VIEW

2012-05-01 Por tôpico Tony Marmo
Por fim, quero dizer que me parece muito mais intuitivo outro caminho,
pensando a consistência como um operador primitivo, no caso uma das
interpretações possíveis do operador de necessidade.



Leia-se quadrado como “consistente” e diamante como “testável”. Então, na
forma desta interpretação, fazem sentido todos os esquemas normais abaixo:



K. Se é consistente que p implica q, então a consistência de p implica a de
q.



D. Se p é consistente, então p é testável.



T. Se p é consistente, então p é o caso.



B. Se p é o caso, então é consistente que p seja testável.



5. Se p é testável, então é consistente que p seja testável.



4. Se p é consistente, então é consistente que p seja consistente.

Não vejo que haja grandes óbices para fazer uma interpretação assim. No
mais, vou aprofundar agora a leitura do artigo do Walter e depois escrevo
para lista se me ocorrer mais alguma coisa que possa tomar o tempo dos meus
queridos colegas, amigos e mestres.

Em 28 de abril de 2012 12:01, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Olá, Tony:

 Agradeço a leitura cuidadosa do artigo, e os comentários.

 Antes de mais nada, pediram-me off-list uma referência para o artigo
 que está sendo discutido.  Aqui segue:
 http://www.filozof.uni.lodz.pl/bulletin/pdf/34_1_6.pdf

  Conclui a leitura, exceto pela discussão filosófica ao final. Mas,
 preciso
  registrar uma certa inquietação: acho que não precisava dizer que essas
  modalidades seriam não normais. Pois veja, primeiro você definiu acidente
  por meio de uma relação de acessibilidade. Segundo, na proposição 3.1,
 você
  diz que a definição de quadrado por meio do operador de acidente só serve
  para as extensões de KT. Pois bem, mas isso já é de certo modo dizer que
  essas modalidades são normais. Por fim, todo o texto me parece um BOM
 artigo
  sobre lógica modal normal.

 Pois é, como você mesmo viu alguns dos resultados principais são: a
 noção de acidente só é equivalente à noção de contingência para
 extensões de KT ; a noção de necessidade só é definível a partir da
 noção de essência para estas mesmas extensões de KT.  Acompanhando a
 literatura modal moderna canônica, contudo, por lógica modal normal
 eu não pressuponho extensões de KT.  (Sei bem que historicamente
 isto nem sempre foi assim, e o paper de Kripke de 59, por exemplo,
 tratava apenas de extensões de KT --- sistema de Feys e von Wright,
 construído a partir da axiomatização de S4 proposta por Gödel.  Mas
 isso é história...)

 Obrigado pelo julgamento BOM artigo.  Mas as modalidades estudadas
 lá continuam NÃO sendo normais.

  O único detalhe que para mim fica em aberto é saber se de fato os
 conectivos
  não-modais são interdefiníveis ou não. Você definiu a linguagem de modo
 que
  não parece haver um conjunto adequado de conectivos. Mas, depois, você
  apresenta um resultado que me parece resultado de dizer que a implicação
  equivale a uma disjunção, quando, por exemplo, diz que K1.3 (acidental
 phi
  implica phi) pode ser trocado por K2.3 (phi ou essencial phi). Estou
 supondo
  que sim, que os conectivos são interdefiníveis pelo conjunto todo da
 obra,
  dado que os sistemas KT são extensões do cálculo clássico.

 Assumo logo no início a interpretação clássica do fragmento não-modal
 (classical operators are evaluated as expected).  Logo, vale a
 interdefinibilidade dos conectivos clássicos.

  De resto, com todo o respeito e admiração pela sua capacidade ímpar e
  conhecimentos, peço toda a vênia para discordar do seu argumento de que a
  noção de consistência seria aparentada com a de contingência, se levar em
  consideração o artigo de sua própria autoria. Na verdade, o parentesco é
 da
  noção de inconsistência com a de acidente, segundo o raciocínio que você
  mesmo brilhantemente engendrou no artigo.

 Por aparentado pretende-se dizer isso mesmo que já foi esclarecido
 acima: a noção de acidente e a noção de contingência são modalidades
 não-normais menos expressivas do que a modalidade de possibilidade (ou
 a de necessidade), no contexto do mesmo fragmento não-modal clássico.
 Além disso, suas interpretações são parecidas, como você viu.

 Note contudo que, diferentemente da noção de contingência, a noção de
 acidente (uma sentença sendo acidentalmente verdadeira caso seja
 verdadeira-mas-possivelmente-falsa) pode ser usada, sem requerer o
 axioma T, para formalizar noções contrafatuais (algo que
 é-o-caso-mas-poderia-não-ser), para estudar designadores não-rígidos
 e o conceito kripkeano de necessário a posteriori (confira a
 discussão filosófica que você não leu), para investigar noções
 epistêmicas interessantes como verdades desconhecidas (proposições
 verdadeiras-mas-não-conhecidas por um determinado agente, ver trabalho
 do Steinsvold) ou noções ligadas à ideia lógico-matemática de
 demonstração, como as sentenças de Gödel
 (verdadeiras-mas-não-demonstráveis, ver trabalho do Kushida).

 Abraços,
 Joao Marcos

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Re: [Logica-l] A MODAL SEMANTICS FOR PARACONSISTENT LOGIC, TOPOLOGICAL POINT OF VIEW

2012-05-01 Por tôpico Tony Marmo
Rapidamente

1. Sim, a regra de necessitação faria sentido também. Por exemplo, todas as
teses de PC seriam consistentes, por essa regra.

2. Sobre as perguntas finais, consistente p e consistente não p, sob essa
ótica, são contrárias: podem ser ambas falsas, mas não ambas verdadeiras.
Se não-p não for consistente, então p é testável, pela definição do dual de
consistente, e assim por diante. Isto sim faz sentido para algumas lógicas.
No caso, uma vantagem de tratar o operador de consistência como um modal
primitivo é que eu o posso usar em lógicas do tipo KT. Não precisa ser um
dentre os muitos cálculos paraconsistentes que se propuseram nas últimas
décadas. Mas, note que daí eu estou supondo que seja primitivo o operador
de consistência: não estou dando-lhe uma definição. O resto ainda está em
objeto de estudo, mas agradeço sugestões.

Em 1 de maio de 2012 16:56, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Olá, Tony:

  Por fim, quero dizer que me parece muito mais intuitivo outro caminho,
  pensando a consistência como um operador primitivo, no caso uma das
  interpretações possíveis do operador de necessidade.

 Confesso que não saberia julgar a sua intuição --- nem tenho esta
 pretensão.  Por outro lado, posso dizer que a minha intuição eu não
 constituo a partir de axiomas, mas sim a partir de uma semântica
 pretendida a priori.

  Leia-se quadrado como “consistente” e diamante como “testável”. Então, na
  forma desta interpretação,

 Isto não é uma interpretação, mas apenas uma leitura.

  fazem sentido todos os esquemas normais abaixo:
 
  K. Se é consistente que p implica q, então a consistência de p implica a
 de q.
  D. Se p é consistente, então p é testável.
  T. Se p é consistente, então p é o caso.
  B. Se p é o caso, então é consistente que p seja testável.
  5. Se p é testável, então é consistente que p seja testável.
  4. Se p é consistente, então é consistente que p seja consistente.

 Certamente que estas coisas todas fazem sentido.  Tanto que são, de
 fato, axiomas de S5.  Falta, claro, a regra de necessitação, que
 também me parece fazer sentido.  Você não acha?  Você aceitaria esta
 regra, para a sua noção de consistência? (isto é, você diria que os
 teoremas são fórmulas consistentes?)

  Não vejo que haja grandes óbices para fazer uma interpretação assim. No
  mais, vou aprofundar agora a leitura do artigo do Walter e depois escrevo
  para lista se me ocorrer mais alguma coisa que possa tomar o tempo dos
 meus
  queridos colegas, amigos e mestres.

 Quando a gente é formalista e trabalha em lógicas não-clássicas tem
 uma liberdade enorme --- pode em particular propor qualquer sistema
 axiomático que não seja trivial.  Ao propor, contudo, um símbolo para
 o conectivo C com os axiomas X, Y e Z, precisa em geral tentar
 convencer o leitor de que aqueles axiomas possuem uma interpretação
 (uma semântica?) condizente com as propriedades que esperaríamos que C
 tenha.  Quais as propriedades inegociáveis de uma _negação_, por
 exemplo?  E de um conectivo para internalizar o conceito de
 _necessidade_?  E de um conectivo de _consistência_?

 Uma pergunta importante: será que faz sentido para você que se uma
 formula for consistente, então a sua negação também é consistente?
 Posto de outra forma, será que faz sentido para você que se uma
 fórmula negada ~A for inconsistente então esta mesma fórmula sem a
 negação na frente, isto é, a fórmula A, ainda seja inconsistente?  Em
 outras palavras ainda, você aceitaria um modelo que lhe interpretasse
 ~A como inconsistente mas A como consistente?  Se nada disso fizer
 sentido, na sua opinião, será que você pode explicar o porquê?

 Joao Marcos

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Re: [Logica-l] A MODAL SEMANTICS FOR PARACONSISTENT LOGIC, TOPOLOGICAL POINT OF VIEW

2012-05-01 Por tôpico Tony Marmo
Ai, há uma ligeira confusão, talvez por não me fazer entender
explicitamente. Na verdade, todos os esquemas modais que eu mencionei eu
disse que fazem sentido. Mas, muito embora isso acarrete que S5 também faça
sentido filosoficamente, não quero com isso dizer que S5 seja meu sistema
favorito. Quero dizer, nada impede que uns sistemas sejam filosoficamente
 mais interessantes que outros. No caso, eu ainda posso dizer que os
teoremas de absorção e redução não sirvam para o tipo de reflexão
filosófica que eu queira fazer, embora sirvam para outros tipos. Isto
dependerá do que se pretende examinar. Ainda mais que remanescem vários
paradoxos conhecidos que não cabe agora citar.

Mas, enfim, João Marcos, acho que no final você queria falar de
sub-contrárias. Eu não tenho ainda nenhuma proposta de como se definiria a
negação paraconsistente. Pelo que eu pude apreciar, a ideia de definir
negação paraconsistente a partir de sub-contrárias é objeto de discussão e
há pessoas que apressadamente dizem que isto seria um argumento contra
lógicas paraconsistentes. Não posso agora assumir nenhum compromisso com
nenhuma dessas posições. Posso apenas alertar que nada impede que a negação
paraconsistente seja definida de outro modo e que em certos sistemas modais
ela coincida com sub-contrariedade: é uma hipótese sobre a qual quero
refletir mais adiante.

Em 1 de maio de 2012 20:46, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

  1. Sim, a regra de necessitação faria sentido também. Por exemplo, todas
 as
  teses de PC seriam consistentes, por essa regra.

 Certo, então todas as teses de S5 fazem sentido...

  2. Sobre as perguntas finais, consistente p e consistente não p, sob essa
  ótica, são contrárias: podem ser ambas falsas, mas não ambas
 verdadeiras. Se
  não-p não for consistente, então p é testável, pela definição do dual de
  consistente, e assim por diante. Isto sim faz sentido para algumas
 lógicas.

 Bom, como você já assume S5, é natural que assuma a serialidade (de
 onde segue a sua observação sob contrariedade)...

  No caso, uma vantagem de tratar o operador de consistência como um modal
  primitivo é que eu o posso usar em lógicas do tipo KT. Não precisa ser um
  dentre os muitos cálculos paraconsistentes que se propuseram nas últimas
  décadas.

 Bem, até agora não falamos em negação paraconsistente...  Os cálculos
 da essência e do acidente, em particular, não pressupõem em geral a
 existência de uma tal negação.

  Mas, note que daí eu estou supondo que seja primitivo o operador de
  consistência: não estou dando-lhe uma definição. O resto ainda está em
  objeto de estudo, mas agradeço sugestões.

 Como você sabe, assumir que o operador de consistência é primitivo foi
 *exatamente* o que eu fiz no mencionado paper...  E em seguida mostrei
 como lhe dar uma axiomatização adequada com relação à semântica
 proposta (que satisfaz a definição precisa de _consistência_
 subjacente às chamadas lógicas da inconsistência formal).

 Não sei exatamente o que você está fazendo.  Mas me parece no mínimo
 curioso que o significado de consistência para você seja tal que
 negar (classicamente) a consistência resulte na definição de uma
 negação paraconsistente (já bem estudada).  A propósito: todo sistema
 modal pode ser apresentado a partir de uma linguagem que contém o
 fragmento positivo da lógica clássica e a negação paraconsistente
 definida pela rejeição deste seu conectivo de consistência /
 necessidade.

 Bom trabalho,
 Joao Marcos

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Re: [Logica-l] Referências do Wikipédia

2012-05-08 Por tôpico Tony Marmo
Caro João,

Acho mais fácil demonstrar que p implica que q implica p a partir de alguma
axiomática. Boa noite. :D [Risos]

Em 7 de maio de 2012 21:21, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Você talvez não tenha entendido, Tony.  A Wikipédia, ou qualquer outra
 enciclopédia, PODE ser usada como referência bibliográfica.

 O argumento do Walter, que não é necessariamente incorreto, é que ela
 NÃO DEVE ser usada como referência no sentido de fonte confiável de
 informação.

 São _estes_ os dois sentidos que foram *referenciados*...  Ou não?
 JM


 2012/5/7 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  Caro Walter,
 
  Você está certo. Mas, é porque você está pensando no termo referência
 como
  se emprega academicamente. Ou seja, referências são as notas
 bibliográficas
  ou citações. Ocorre que para algumas pessoas, referência tem aquele
 outro
  sentido que você também explicou: o de obra que alguém simplesmente leu
 no
  intento de tirar uma dúvida ou começar a conhecer um assunto, sem
  compromisso de a incluir nos créditos finais do filme.
 
  Em 7 de maio de 2012 12:50, Walter Carnielli walter.carnie...@gmail.com
 
  escreveu:
 
  Alisson e  interessados:
 
  continuo mantendo  minha  opinião: a Wikipédia *pode* ser usada como
  referência
  (tudo pode,  ou nada  não pode),  mas  nao deve.  Pelo menos ainda.
 
  Abs
 
  Walter
 
  Em 7 de maio de 2012 12:39, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:
   A Wikipédia pode ser usada como referência como qualquer outra
   enciclopédia (que nunca substitui um livro-texto).  Com a vantagem de
   que, com o tempo e o trabalho colaborativo dos usuários, ela tende a
   ficar melhor do que qualquer enciclopédia (com artigos assinados ou
   não).
  
   Joao Marcos
  
  
   2012/5/6 Álisson Gomes Linhares linhares.alis...@gmail.com:
   Boa tarde a todos,
  
   como já vi diversas vezes sendo divulgado nessa lista, muitos grupos
 de
   pesquisa vem alimentam páginas no Wikipédia relacionadas a sua área
 de
   estudo. Acredito ser uma questão polêmica, entretanto gostaria de
 saber
   se
   já é possível utilizar o Wikipédia como referência bibliográfica,
   principalmente, de assuntos básicos, comuns nos livros de uma
   disciplina,
   sendo tratado como mais um concorrente desses?
  
   Muito obrigado
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  Prof. Dr. Walter Carnielli
  Director
  Centre for Logic, Epistemology and the History of Science – CLE
  State University of Campinas –UNICAMP
  13083-859 Campinas -SP, Brazil
  Phone: (+55) (19) 3521-6517
  Fax: (+55) (19) 3289-3269
  Institutional e-mail: walter.carnie...@cle.unicamp.br
  Website: http://www.cle.unicamp.br/prof/carnielli
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Re: [Logica-l] o que há de errado com esta sentença?

2012-05-08 Por tôpico Tony Marmo
O pior é que há alguns blogs de alunos de filosofia dos EUA que dizem
coisas do mesmo gênero ou qualidade, sem ter ideia da existência ou linha
editorial da VEJA.

Em 7 de maio de 2012 19:35, Decio Krause deciokra...@gmail.com escreveu:

 Ah, entendi.
 Mas você(s) viu(iram) o livro da Rebecca Goldstein sobre o Gödel?
 Terrível, e até muito citado. E não é o único.
 D


 
 Decio Krause
 Departamento de Filosofia
 Universidade Federal de Santa Catarina
 88040-940 Florianópolis, SC -- Brasil
 deciokrause[at]gmail.com
 www.cfh.ufsc.br/~dkrause
 
 We are intrinsically spatial and temporal
 beings. We can only observe particular
 entities, handle spatial things, and our
 thinking depends on the concept of
 individuals. How to reconcile nonspatial
 quantum characteristics with spatio-
 temporal individuation is perhaps the next great problem physics has to
 overcome. (S. Auyang, How is quantum
 field possible?(Princeton Un. Press, 1995, p.165).
 






 Em 07/05/2012, às 19:19, Joao Marcos escreveu:

  O que quiz dizer citando essa frase  sobre os teoremas de Gödel? Ela
 está
  simplesmente errada!
 
  Justamente!  E foi publicada na resenha do NYTimes!
 
  O erro é o mesmo do Argumento da Causa Primeira...
  De certa forma, ainda não saímos da Idade das Trevas.
  JM
 
 
  Em 07/05/2012, às 13:19, Joao Marcos escreveu:
 
  Gödel is known for his “incompleteness theorem,” which demonstrated
  the existence of true statements that cannot be proved in any
  mathematically rigorous way.
 
  Pois está no Sunday Book Review do NYTimes:
 
  Unleashing the Power
  ‘Turing’s Cathedral,’ by George Dyson
  http://tinyurl.com/6mqktla
 
  E mais: a ideia de Máquina de Turing terá mesmo surgido _a partir_ do
  trabalho de Gödel sobre a aritmetização da sintaxe?
  http://www.cs.nyu.edu/pipermail/fom/2012-May/016461.html
  O que acham os colegas?
 
 
  JM
 
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[Logica-l] Concerning Hybrid Logics

2012-05-17 Por tôpico Tony Marmo
Dear colleagues and friends,

I write to inquire the following concerning hybrid logics:

1. Firstly, I wonder whether hybrid logic languages have a real advantage
in relation to *multi-modal logics*, for instance, if the former are really
more expressive than the latter, or if the notion of parameter covers that
of nominals.

2. I'm not sure whether the modal operators are not satisfaction operators
or vice-versa. Isn't it the same as giving new names to old things?

I shall appreciate your opinions.

Thank you very much,

Tony Marmo
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Re: [Logica-l] Concerning Hybrid Logics

2012-05-22 Por tôpico Tony Marmo
Muito obrigado à Valéria pelas referências que me passou. São muito ricas!


Em 22 de maio de 2012 10:58, Elaine Pimentel
elaine.pimen...@gmail.comescreveu:

 Olas!

 Eu nao vou ter tempo agora de escrever muito, mas acho que vale a pena
 dizer que me parece que a Sara Negri tem um procedure para gerar
 sistemas baseados em cálculo de sequentes para lógicas modais.

 Abraco,

 Elaine.

 2012/5/21 Valeria de Paiva valeria.depa...@gmail.com:
  oi Joao Marcos,
  com certeza, o estilo de deducao natural do Basin, Vigano e Matthews,
 que o
  Luca explicou muito melhor no livro e' uma outra maneira de consertar os
  formalismos dedutivos modais, da mesma forma que os sistemas do Simpson
 tb
  o sao, pra logica modal intuicionista.
  as logicas hibridas levam essa ideia ao seu desenvolvimento natural.
  se voce vai etiquetar as formulas pra dizer onde elas sao validas, em vez
  de colocar no sistema dedutivo simplesmente a relacao de acessibilidade
 do
  modelo, pode colocar os mundos tambem e usa-los nas formulas como
 cidadaos
  de primeira classe.
   e isso te da', como bem disse o Mario, muito mais expressividade no
  sistema.
  a minha resposta pro Tony nao 'e discordando da do Mario, mas sim
  explicando o que *eu* vejo de interessante...
 
  Como a gente ja conversou muitas vezes, eu tenho varios problemas
  emocionais com todos os formalismos que fazem essa coisa de fazer a
  semantica parte da sintaxe, pois eu acho que isso 'e meio
  cheating,filosoficamente.  tb 'e dar uma primazia especial aas
 semanticas
  de mundos possiveis que eu nao sei se elas teem), mas a gente quer usar
  sistemas modais, a gente quer fazer contas/descobrir provas neles, e isso
  certamente 'e uma solucao implementavel...
 
  vamos conversando e melhorando o nosso entendimento dos nossos sistemas,
 ne?
  abs
  Valeria
 
  On Mon, May 21, 2012 at 2:49 PM, Joao Marcos botoc...@gmail.com wrote:
 
  Olá, Valeria:
 
  Acho que vale a pena recordar ainda que há uma outra maneira bastante
  simples de consertar os formalismos dedutivos modais, pelo acréscimo
  de etiquetas (representando termos de uma assinatura de primeira ordem
  adequada) sobre fórmulas modais e a adição de fórmulas relacionais à
  linguagem-objeto.  Como resultado, regras de dedução natural
  extremamente simples para os principais sistemas modais podem ser
  definidas, tal como ilustradas no livro Labelled Non-Classical
  Logics, de Luca Viganò --- ou no seguinte material nosso, em
  português:
  http://www.dimap.ufrn.br/~jmarcos/courses/LC/Cap4.pdf
 
  As lógicas híbridas, claro, vão muito além disso, sendo baseadas em
  linguagens legitimamente *mais expressivas* do ponto de vista das
  estruturas relacionais por elas caracterizadas, como Mário bem chamou
  a atenção em sua mensagem.
 
  Abraços,
  Joao Marcos
 
 
  On Sat, May 19, 2012 at 1:01 PM, Valeria de Paiva
  valeria.depa...@gmail.com wrote:
   Tony,
   as far as I'm concerned the real advantage of hybrid logics over
  multimodal
   logics is on their proof theoretical aspects, hybrid logics are much
  better
   behaved than modal logics as far as their proof theory goes.  Patrick
   Blackburn gave a course in nasslli2002 where he pressed this point and
  i've
   spent an enjoyable half an hour trying to find the slides to send you,
  but
   have not. the reader for the course is available
   www.stanford.edu/group/nasslli/courses/*blackburn*/reader.pdf.
  
   in particular interpolation results are recovered:
   (Repairing the Interpolation Theorem in Quantified Modal
   Logichttp://www.loria.fr/%7Eblackbur/papers/repairing.pdf,
   by Carlos Areces, Patrick Blackburn and Maarten Marx. *Annals of Pure
 and
   Applied Logic*, 124, 287-299, 2003. )
  
   but for me the big payoff was on cut-elimination results for several
   systems.
  
   Patrick's lectures were impressive enough to make me investigate
   constructive versions of hybrid logics with Torben Brauner to begin
 with
   and more recently with Herman Hauesler and Alexandre Rademaker.
  
   and yes, satisfaction operators do behave like modal operators.
  
   but no, it's not simply giving new names to old things, since using
 the
   satisfaction operators and internalizing the models as part of your
  syntax
   you genuinely get a different logic system, which has different
  inferential
   properties and which you can implement and do more things with.
   at least this is my take.
  
   []s,
   Valeria
 
  --
  http://sequiturquodlibet.googlepages.com/
 
 
 
 
  --
  Valeria de Paiva
  http://www.cs.bham.ac.uk/~vdp/
  http://valeriadepaiva.org/www/
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 --
 Elaine.
 
 Elaine Pimentel
 Departamento de Matematicas
 Universidad del Valle
 Calle 13 No. 100 - 00 ; Edificio 320.
 Ciudadela Universitaria Melendez
 Cali, Colombia

 

Re: [Logica-l] Fwd: II Congresso Brasileiro de Sistemas Fuzzy - Chamada de Trabalhos - Prazo Estendido

2012-05-28 Por tôpico Tony Marmo
Deve ser interessante. Mas, eu gostaria de saber acerca de grupos de
trabalho e se haverá sessões devotadas somente à Lógica.

2012/5/28 Marcelo Esteban Coniglio meconig...@gmail.com

 **
 SECOND BRAZILIAN CONGRESS ON FUZZY SYSTEMS - II CBSF
 November, 06th-09th
 Natal, Rio Grande do Norte, Brazil
 http://sites.google.com/site/academicfuzzybr/cbsf-eng
 **


 CALL FOR PAPERS - EXTENDED DEADLINE!!!


 DESCRIPTION:


 This is the second edition of the Brazilian Congress on Fuzzy Systems
 (II CBSF). The CBSF is the only national event created to bring together
 the
 various fields of research that Fuzzy Systems are involved. The word
 System has a broad sense and means to capture computational systems
 and logic/theoretical systems based on Fuzzy Logics. Thus, scientists,
 engineers, mathematicians, biologists, economists and any other
 professional that uses or studies these systems are target audience of
 this congress.


 SUPPORT:

 II CBSF relies on the support of the following scientific societies,
 national and international ones:

 • NAFIPS: North American Information Processing Society
 • IFSA: International Fuzzy Systems Association
 • EUSFLAT: European Society for Fuzzy Logic and Technology
 • SBC: Sociedade Brasileira de Computação
 • SBMAC: Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional
 • SBIC: Sociedade Brasileira de Inteligência Computacional
 • SBA: Sociedade Brasileira de Automática


 IMPORTANT DATES:

 • Submissions …. July 15th
 • Acceptance Notification .. Aug 17th
 • Camera ready ..  Sep 2nd
 • Early registration ……….  Sep 11th



 PAPERS SUBMISSION


 Refer to: http://sites.google.com/site/academicfuzzybr/call-for-papers-1



 COMMITTEES


 Refer to: http://sites.google.com/site/academicfuzzybr/committees


 HISTORY OF THE EVENT


 Refer to http://sites.google.com/site/academicfuzzybr/history


 CONTACT INFO

 Local support: hel...@dimap.ufrn.br







 **
 II CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS FUZZY - II CBSF
 Novembro, 06-09
 Natal, Rio Grande do Norte, Brasil
 https://sites.google.com/site/academicfuzzybr/
 **


 CHAMADA DE TRABALHOS - PRAZOS ESTENDIDOS !!!


 DESCRIÇÃO:

 Esta é a segunda edição do Congresso Brasileiro de Sistemas Fuzzy (II
 CBSF).
 O CBSF é o único evento nacional criado para congregar os vários campos de
  atividades em que estão envolvidos Sistemas Difusos. A palavra
 sistemas possui,
 aqui, um sentido amplo, e visa  capturar tanto sistemas
 computacionais, quanto sistemas
 lógicos/teóricos baseados em Lógica Difusa.  Assim, cientistas,
 engenheiros, matemáticos,
 biólogos, físicos, economistas, e qualquer profissional que aplique ou
 fundamente esses sistemas
 são o público alvo deste congresso.

 APOIO:

 O II CBSF conta com o apoio das seguintes sociedades científicas
 nacionais e internacionais:

 NAFIPS: North American Information Processing Society
 IFSA: International Fuzzy Systems Association
 EUSFLAT: European Society for Fuzzy Logic and Technology
 SBC: Sociedade Brasileira de Computação
 SBMAC: Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional
 SBIC: Sociedade Brasileira de Inteligência Computacional
 SBA: Sociedade Brasileira de Automática



 DATAS IMPORTANTES:

 Deadline .. 15/Jul
 Notificação .. 17/Ago
 Versão Final ... 02/Set
 Inscrição Prévia . 11/Set



 SUBMISSÃO E PUBLICAÇÃO DOS TRABALHOS


 Veja: https://sites.google.com/site/academicfuzzybr/call-for-papers



 COMITÊ DE PROGRAMA


 Veja: https://sites.google.com/site/academicfuzzybr/the-team


 HISTÓRICO DO EVENTO


 Veja https://sites.google.com/site/academicfuzzybr/project-definition


 CONTATO

 Secretaria: hel...@dimap.ufrn.br, c...@dimap.ufrn.br
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[Logica-l] Tese sobre Aristóteles

2012-05-29 Por tôpico Tony Marmo
Caros Colegas, Professores e Amigos,

Defendeu-se no IFCH durante o corrente mês de maio uma tese que me pareceu
muito interessante divulgar:

A Lógica de Aristóteles: problemas interpretativos e abordagens
contemporâneas dos PrimeirosAnalíticos

De um colega nosso chamado Mateus Ricardo Ferreira. Só que ainda não está
disponível online. Por favor,
quem puder adiantar algo a respeito, deixe um comentário nessa lista.

Resumo: Nesta tese discuto aspectos da lógica de Aristóteles que são
ressaltados por abordagens contemporâneas dos Primeiros Analíticos e que
mostram uma teoria mais rica e sutil do que tradicionalmente se entende
como sendo a lógica aristotélica. Em especial, abordo teses sobre como
devem ser compreendidas as proposições categóricas, o que são precisamente
silogismos, o que são silogismos perfeitos e quais problemas enfrenta a
parte da lógica de Aristóteles que lida com proposições modais. Nessa
direção, abordo evidências textuais para duas concepções de proposição
categórica e as dificuldades para coaduná-las com as proposições
singulares. Além disso, argumento que silogismos devem ser compreendidos
como cadeias de predicações e que Aristóteles concebe um sistema lógico
quando procura justificar quais arranjos entre termos formam de fato tais
cadeias. Argumento, também, que os silogismos perfeitos são evidentes nesse
sistema não porque considerados indemonstráveis, mas porque podem ser
deduzidos a partir de definições das proposições categóricas e de certas
regras gerais, isto é, de regras aplicáveis não apenas a um tipo de
proposição categórica. Por fim, apresento as características gerais e as
dificuldades de uma parte da lógica de Aristóteles muito pouco associada à
lógica aristotélica como tradicionalmente entendida: a silogística modal.
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Re: [Logica-l] Tese sobre Aristóteles

2012-05-30 Por tôpico Tony Marmo
Eu até pensei que fosse seu co-orientado. Mas, enfim, o mestre Aristóteles
não teve a palavra final, é certo, mas até hoje segue imbatível no seu
campo e capaz de sempre nos surpreender!

Em 29 de maio de 2012 21:57, Marcelo Esteban Coniglio
meconig...@gmail.comescreveu:

 Caro Tony,

 De fato a tese do Mateus é muito interessante. Eu participei da
 banca.Uma das coisas mais interessantes que achei foi a silogistica
 modal que o Aristóteles propôs e, ao que parece, não fechou
 completamente, mas também não foi completamente entendida pelos
 analistas. É um belo tema de estudo (que requer saber ler grego
 clássico).

 Sobre o pdf da tese: o Mateus ainda tem que fazer umas pequenas
 correções que sugerimos na defesa. Contata seu orientador, o Lucas
 Angioni, para solicitar a versão final quando estiver pronta.

 Abraço,

 Marcelo


 2012/5/29 Tony Marmo marmo.t...@gmail.com:
  Caros Colegas, Professores e Amigos,
 
  Defendeu-se no IFCH durante o corrente mês de maio uma tese que me
 pareceu
  muito interessante divulgar:
 
  A Lógica de Aristóteles: problemas interpretativos e abordagens
  contemporâneas dos PrimeirosAnalíticos
 
  De um colega nosso chamado Mateus Ricardo Ferreira. Só que ainda não está
  disponível online. Por favor,
  quem puder adiantar algo a respeito, deixe um comentário nessa lista.
 
  Resumo: Nesta tese discuto aspectos da lógica de Aristóteles que são
  ressaltados por abordagens contemporâneas dos Primeiros Analíticos e que
  mostram uma teoria mais rica e sutil do que tradicionalmente se entende
  como sendo a lógica aristotélica. Em especial, abordo teses sobre como
  devem ser compreendidas as proposições categóricas, o que são
 precisamente
  silogismos, o que são silogismos perfeitos e quais problemas enfrenta a
  parte da lógica de Aristóteles que lida com proposições modais. Nessa
  direção, abordo evidências textuais para duas concepções de proposição
  categórica e as dificuldades para coaduná-las com as proposições
  singulares. Além disso, argumento que silogismos devem ser compreendidos
  como cadeias de predicações e que Aristóteles concebe um sistema lógico
  quando procura justificar quais arranjos entre termos formam de fato tais
  cadeias. Argumento, também, que os silogismos perfeitos são evidentes
 nesse
  sistema não porque considerados indemonstráveis, mas porque podem ser
  deduzidos a partir de definições das proposições categóricas e de certas
  regras gerais, isto é, de regras aplicáveis não apenas a um tipo de
  proposição categórica. Por fim, apresento as características gerais e as
  dificuldades de uma parte da lógica de Aristóteles muito pouco associada
 à
  lógica aristotélica como tradicionalmente entendida: a silogística modal.
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Re: [Logica-l] LoLITA Seminars / UFRN - 06Jun2012: NOITE DIFUSA

2012-05-31 Por tôpico Tony Marmo
Vc pode gravar e colocar na internet?

Em 31 de maio de 2012 09:36, Joao Marcos botoc...@gmail.com escreveu:

 Agradecemos a divulgação.  Estão todos convidados.

 * * *

 NOITE DIFUSA
 http://goo.gl/9lZmT

 Data: qua, 6 de junho, 19:00
 Local: Sala 3D5, UFRN

 Lógica Difusa: Uma abordagem semântica

 Palestrantes:
  Heloína Alves Arnaldo
   http://lattes.cnpq.br/5580392803736306
  Liliane Ribeiro da Silva
   http://lattes.cnpq.br/0521358821384556

 Resumo:
 A lógica difusa é uma teoria introduzida por Lofti Zadeh.  Tem como
 principal característica a modelagem matemática da incerteza na
 linguagem natural, utilizando graus de pertinência (valores entre 0 e
 1) para indicar o quanto uma informação pertence a um certo conjunto.
 Assim, na lógica difusa, uma proposição não é simplesmente verdadeira
 ou falsa, como na lógica clássica, mas pode ter graus de verdade
 intermediários, tipicamente valores entre 0 (falso absoluto) e 1
 (verdade absoluta).  Neste trabalho faremos uma breve introdução a
 assuntos como Conjuntos Difusos, Lógica Difusa e Normas Triangulares
 (T-normas).  As T-normas são a base para extensão dos conectivos
 lógicos clássicos para graus de verdade difusos.  Também
 introduziremos uma generalização de T-norma Intervalar, T-conorma
 Intervalar, Implicação Intervalar e Complemento Intervalar e
 apresentaremos uma noção de relação de consequência lógica para a
 lógica difusa baseada nesta generalização.
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